No próximo dia 10 de abril, organizações do Movimento Negro e órgãos de promoção da igualdade racial discutem com representantes do CEAFRO (UFBA), Instituto Steve Biko e Fundação Kellogg alternativas para sustentabilidade das iniciativas de combate ao racismo.
O encontro faz parte da programação da Fundação Kellogg para a região Nordeste que se iniciou em 2008, através da consulta a algumas lideranças negras e foi ampliada, em 2009, com a realização do Mapeamento de políticas, organizações e lideranças negras do Nordeste, realizado pelo CEAFRO, programa do CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA.
O propósito da Fundação Kellogg é promover a equidade racial como forma de inclusão social, através da criação de um mecanismo sustentável de captação e aplicação de recursos. A idéia é que a iniciativa seja feita em conjunto com os movimentos negros e que crie parcerias intersetoriais com governos, empresas e universidades.
Na reunião, aberta ao público, serão apresentados dados do levantamento das principais políticas e organizações nordestinas visitadas pelo CEAFRO e será divulgada a proposta de atuação da Fundação Kellogg para os próximos anos. Além disso, o Comitê Programático, formado por lideranças reconhecidas pela luta contra o racismo, será apresentado ao público. O evento será um espaço aberto para que os movimentos possam dar sugestões ao desenvolvimento de estratégias para sustentabilidade da luta contra o racismo.
Segundo Andrés Thompson, diretor de programas para a América Latina e Caribe da Fundação Kellogg, o objetivo é garantir a sustentabilidade da causa racial. “Queremos estabelecer diálogos e parcerias com diferentes segmentos da sociedade, sejam movimentos sociais, empresas, ONGs ou organismos públicos. A intenção é identificar e nos conectar aos atores-chave da causa, entender o que tem sido feito e as principais barreiras e inovações no que se refere à busca pela equidade racial no Brasil".
Para o doutor em Administração Pública e membro do Comitê Programático, Elias Sampaio, “um dos elementos cruciais que fazem do Brasil um país desigual é exatamente a existência da desigualdade racial. Em função da forma como o racismo opera aqui, ele acaba impedindo o processo de desenvolvimento econômico e social. Então, investir nessa discussão é fundamental".
A diretora do Geledés, Sueli Carneiro, que também é parte do comitê, ressalta a importância do debate para a integração regional “Esse trabalho está resgatando processos regionais que possibilitarão um reflorescimento de estratégias coletivas do movimento negro na região Nordeste.”
A Fundação Kellogg foi criada em 1930 por um industrial da área de cereais e atualmente é uma das maiores fundações dos Estados Unidos. Hoje a instituição tem trabalhos nos Estados Unidos, na América Latina e Caribe.
A atuação da Fundação Kellogg está historicamente concentrada nas áreas de saúde, desenvolvimento rural; nutrição humana, juventude, educação básica e desenvolvimento de voluntariado. No Brasil, sua programação 2008–2013 foca a equidade racial e desenvolvimento, uma vez que, por meio do diálogo com o movimento negro, foi identificado que a problemática social do país está calcada nas desigualdades históricas baseadas no racismo.
O quê: Reunião “Discutindo a sustentabilidade da causa da equidade racial no Nordeste”
Quando: 10 de abril de 2010, das 8h30 às 17h Onde: Faculdade de Economia da UFBA. Praça da Piedade, S/N Salvador - Bahia
Contatos: Trícia Calmon: 8752-4582 e Roseni Sena 31 9951-8838 (Consultores da Fundação Kellogg)/ Iranildes Aquino 8883-1843 e Paulo Rogério 9637-5920 (CEAFRO)
FONTE: Correio Nagô