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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Roda de conversa discute "Gênero, raça/etnia" - RJ

Roda de Conversa com
Omi Jones
Ph.D. , New York University
Gênero, "Raça"/ Etnia


dia 14 de novembro – 6ª feira, às 15h
local: no auditório “A” da
Faculdade de Serviço Social – UERJ
Bloco “D” 9º andar


Promoção PROAFRO-UERJ e
Colóquio Global África

apoio Memória Lélia Gonzalez

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Quilombo Brasil de Zumbi a João Cândido - RJ

Quilombo Brasil
de Zumbi a João Cândido

local: UERJ - Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rua São Francisco Xavier. 534, Maracanã, Rio - RJ (metrô Maracanã)

Quilombo Brasil Feito à Mão

de 26, 27 e 28 de novembro – das 10h às 19h
mostra do artesanato pluricultural do nosso Estado

III FÓRUM CRIMINAL RACISMO É CRIME
APLICABILIDADE DA LEI PENAL

26, 27 e 28 de novembro
18h 30m às 21h 45m
local: auditório 53A – Pavilhão João Lira Filho – UERJ
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a participação é gratuita

certificado com validade:
para o Estágio Forense
para contagem de pontos para funcionalismo público
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Realização: CEPERJ
Promoção: UERJ, PROAFRO, COMDEDINE, OAB/RJ Vai à Escola, ACADEPOL, IPDH

Palestrantes já confirmados/as:

= Dr. Wilson Roberto Prudente, Procurador do Ministério Público Federal /Ministério do Trabalho, professor universitário, mestre em Direito;
=
Dr. Ítalo Bittencourt de Macedo, Delegado de polícia civil, pós-graduado em Direito Penal e Processo Penal;
=
Dr. Carlos Alberto de Oliveira – Delegado de polícia Civil, Titular da Delegacia de Repressão à Armas e Explosivos – DRAE;
=
Dr. Mário Leopoldo – Presidente da Comissão OAB Vai à Escola – Consultor jurídico do COMDEDINE, Professor da UFRJ;
=
Dr. Humberto Adami, advogado, mestre em Direito, presidente do IARA, Diretor da UNI - Palmares;
=
Dr. Oswaldo Barbosa da Silva, advogado, Presidente do Parlamento Internacional dos Povos, Presidente do 2º Encontro dos Advogados Afro-descendentes e Africanos.
=
e mais...

Temas:

1. Aspectos Jurídicos, Políticos, Culturais e Sociais dos Crimes de Racismo e a Sociedade Brasileira;

2. Aspectos legais das decisões dos Tribunais de Justiça nos crimes de racismo, e atuação do Ministério Público, da Polícia Judiciária e da OAB, quanto à Aplicabilidade Penal da Lei dos Crimes de Racismo;

3. Aspectos culturais, sociais e jurídicos dos crimes de racismo por intolerância religiosa, racial, homofobia, e a Aplicabilidade Penal da Lei dos Crimes de Racismo;

4. Crimes de Racismo: Aspectos da Responsabilidade Civil em face das condenações dos crimes de racismo.

5. Crimes de Racismo: A questão Histórica, a Sociologia Jurídica e os Movimentos Sociais.

Atenciosamente,
José dos Santos Oliveira - Diretor do CEPERJ
Coordenador do III FÓRUM CRIMINAL RACISMO É CRIME!

Informações:
21-2557-1382 / 21-9676-2490 / 21-9893-4191 / 21-9943-8589
centro.ceperj@terra.com.br / forumracismoecrime@terra.com.br

Programação de novembro do Quilombo Passo 37 - BA

*CENTRO CULTURAL QUILOMBO – PASSO 37*

Fundado em 1º de Maio de 1999 - CNPJ: 06.032.612/0001-
Rua do Passo, 37, Pelourinho – Fone: 8742-6449

*Programação de Novembro – Consciência Negra é todo dia!!!*

*Sexta-Feira 21.11.08***
*Audição Coletiva do Cd "Versos e Prosas" do MC Daganja
Horário: 19h
Entrada: 1 livro ou + (Opcional)
Coordenação: Positivoz
www.positivoz.com / boss@positivoz.com

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Sábado 22.11.08*
* Poesia Negra CoMvida*
*Vídeo-Bate-Papo-Entrevista *
Com: Liliane Braga (SP), Vox Sambou e Diegal (Haiti)

*- Recital Poético*
Giovane Sobrevivente & Choque Cultural
Nelson Maca & As Rainhas
(Part. Robson Véio e Lázaro Erê)
Horário: a partir das 18h
Entrada: 1 livro ou + (Opcional)

*Domingo 30.11.08*
*Projeto Erê –Quilombo*
Evento Infantil com Roda de Leitura, Vídeos, Contação de História, suco e pipoca
Com: Pais, mães, filhos, tios, primos...
Horário: A partir das 15 h
Entrada: 1 livro ou + (Opcional)

Coordenação:
Quilombo – Passo 37
Isso é Poder Negro!!!!
www.quilombo37.blogspot.com /
quilombocecilia@ig.com.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

Exuberancia Sin Critica

(Por Judith Butler, tradución Felipe Rivas San Martín)

Muy pocos podemos ser inmunes a la emoción de este momento. Mis amigos de izquierda me han escrito diciéndome que sienten algo parecido a la "redención", que "el país se ha vuelto hacia nosotros" o que "tenemos por fin a uno de los nuestros en la Casa Blanca". Por supuesto, como ellos, yo misma descubro que de pensar todo el día que el régimen de George W. Bush se acaba, me siento inundada por un sentimiento de incredulidad y emoción, de un enorme alivio. Y además, el pensamiento de Obama, un reflexivo y progresista candidato negro, cambia las bases históricas, y creemos que un cataclismo como ese, articula un nuevo terreno. Pero vamos a tratar de pensar cuidadosamente sobre este desplazamiento del terreno, aunque en este momento no podemos conocer plenamente sus contornos. La elección de Barack Obama es históricamente significativa en formas que aún no pueden ser dimensionadas, pero no es ni puede ser, una redención. Y si suscribimos a la mayor parte de los modos de identificación que Obama propone ("estamos todos unidos") o que nosotros mismos proponemos ("es uno de los nuestros"), nos arriesgamos a creer que este momento político puede superar los antagonismos que son constitutivos de la vida política, especialmente la vida política en estos tiempos. Siempre ha habido buenas razones para no aceptar "la unidad nacional" como un ideal, y para abrigar sospechas hacia la identificación absoluta y sin fisuras con cualquier líder político. Después de todo, el fascismo se basó en parte en esa identificación sin fisuras con el líder, y los republicanos participan de este mismo esfuerzo para organizar sus influencias políticas, por ejemplo, cuando Elizabeth Dole da una mirada a la audiencia y dice: "Los amo a todos y cada uno de ustedes".

Lo que vuelve aún más necesario pensar acerca de esta política de exuberante identificación con la elección de Obama, es si tenemos en cuenta que el apoyo a Obama ha coincidido con el apoyo a causas conservadoras. En cierto modo, este fenómeno llegó a ser parte de su "cruzada por" el éxito. En California, ganó por el 60% de la votación y, sin embargo, una porción significativa de quienes votaron por él también votó en contra de la legalización del matrimonio entre homosexuales (52%). ¿Cómo entender esta aparente contradicción? En primer lugar, recordemos que Obama nunca ha apoyado explícitamente el derecho al matrimonio gay. Además, como Wendy Brown ha afirmado, los republicanos han descubierto que el electorado no está tan abanderado por cuestiones "morales" como sí lo estuvieron ellos en las últimas elecciones, que las razones aducidas por la gente que votó a favor de Obama parecen ser predominantemente económicas, y que su razonamiento parece más plenamente estructurado por lógicas neo-liberales que por la racionalidad religiosa. Esta es claramente una de las razones por las que la función pública asignada a Palin de construir una mayoría electoral sobre la base de cuestiones morales, finalmente fracasó. Pero si cuestiones "morales" tales como el control de armas, los derechos al aborto y los derechos de los homosexuales no son tan determinantes como lo fueron una vez, sea quizás porque está emergiendo una extraña compartimentalización de la mentalidad política. En otras palabras, nos enfrentamos a nuevas configuraciones de las opiniones políticas que hacen posible la celebración de opiniones aparentemente discrepantes, al mismo tiempo: alguien puede, por ejemplo, no estar de acuerdo con Obama en ciertos temas, pero aún así han votado a favor de él. Esto se hizo más evidente en la aparición de un "contra-efecto-Bradley"(1), cuando los votantes aceptaban -explícitamente o no- hasta su propio racismo, pero decían que votarían por Obama de todas formas. Anécdotas de este tipo incluyen reclamaciones como el siguiente: "Sé que Obama es un musulmán y un terrorista, pero voy a votar por él de todos modos, él es probablemente lo mejor para la economía". Tales votantes tienen que mantener su racismo y al mismo tiempo votar a favor de Obama, resguardando su propia contradicción de creencias y sin tener la necesidad de resolverla.

Junto con una fuerte motivación económica, factores menos empíricamente discernibles entran en juego en estos resultados electorales. No podemos subestimar la fuerza de la des-identificación en esta elección, un sentimiento de repulsión hacia George W. como "representante" de la imagen de los Estados Unidos para el resto del mundo, un sentimiento de vergüenza sobre nuestras prácticas de la tortura y la detención ilegal, un sentido de disgusto que tenemos por haber iniciado una guerra con motivos falsos y propagar opiniones racistas del Islam, un sentimiento de alarma y horror frente a una crisis económica mundial provocada por los extremismos de la desregulación económica. ¿Es que a pesar de su raza, o tal vez por razón de su raza, que Obama surgió finalmente como el representante ideal de la nación? Desempeñando esa función representativa, él es al mismo tiempo negro y no-negro (algunos afirman que "no lo suficientemente negro" y otros dicen "demasiado negro"), y, como resultado, puede recurrir a los votantes que no sólo no tienen ninguna forma de resolver su ambivalencia sobre este tema, sino que además no quieren una resolución. La figura pública que permite a la población mantener y enmascarar su ambivalencia, sin embargo, aparece como la figura de "unidad": esta es sin duda una función ideológica. Tales momentos son intensamente imaginarios, pero no por eso dejan de tener una enorme fuerza política.

A medida que la elección se acercaba, se ha producido una mayor atención a la persona de Obama: su seriedad, su carácter deliberativo, su capacidad de no perder el temperamento, su manera de modelar una cierta serenidad en el rostro ante los ataques hirientes y la retórica política vil, su promesa de restablecer una versión de la nación que supere su actual vergüenza. Por supuesto, la promesa es atractiva, pero aún cuando la elección de Obama nos lleva a la convicción de que podemos superar todas las diferencias, ¿es esa unidad verdaderamente posible? ¿Cuál es la posibilidad que nosotros terminemos sufriendo una inevitable decepción cuando este líder carismático muestre su falibilidad, su complacencia al transar o incluso a vender a las minorías? Él, en efecto, ya lo ha hecho en algunos medios, pero muchos de nosotros "dejamos de lado" nuestros propios intereses, a fin de disfrutar de la no-ambivalencia(2) extrema de este momento, con el evidente riesgo de caer en un jolgorio acrítico, incluso cuando podemos tener muy claro lo contrario. Obama es, después de todo, apenas uno más de izquierda, independientemente de las atribuciones de "socialismo" proferidas por sus adversarios conservadores. ¿De qué manera estarán sus acciones limitadas por la política de los partidos, por intereses económicos, y por el poder del Estado; de qué manera se han comprometido ya? Si buscamos a través de esta Presidencia poder superar la sensación de disonancia, entonces tendremos que desechar la crítica política en favor de una exuberancia cuyas dimensiones fantasmáticas demostrarán sus consecuencias. Tal vez no podemos evitar este momento fantasmático, pero debemos ser conscientes que es sólo temporal. Así como hay racistas declarados que han dicho, "sé que él es un musulmán y un terrorista, pero voy a votar por él de todos modos," existen también las personas de izquierda que dicen, "Sé que ha vendido los derechos gays y de Palestina, pero él sigue siendo nuestra redención". "Lo sé muy bien, pero aún así": esta es la clásica formulación del desconocimiento. ¿A través de qué mecanismos mantenemos y enmascaramos conflictos de principios de este tipo? ¿Y a qué costo político?

No cabe duda de que el triunfo de Obama tendrá efectos significativos en el rumbo económico de la nación, y parece razonable suponer que veremos una nueva justificación de la regulación económica y de un enfoque de economía social que se asemeje a las formas democráticas en Europa. En Relaciones Exteriores, vamos a ver, sin duda, una renovación de las relaciones multi-laterales, dejando atrás una tendencia fatal de destrucción de los acuerdos multilaterales, que la administración Bush ha llevado a cabo. Y habrá también, sin duda, una tendencia a ir más allá de la lógica general liberal sobre cuestiones sociales, aunque es importante recordar que Obama no ha apoyado la atención de salud universal, y no ha podido apoyar explícitamente el derecho al matrimonio gay. Y aún no hay muchos motivos para alojar esperanzas de que vaya a formular una política justa de los Estados Unidos en Oriente Medio, a pesar de que es un alivio, para estar seguros, que él sabe Rashid Khalidi.

La indiscutible importancia de su elección tiene todo que ver con la superación de los límites implícitamente impuestos a los logros afro-americanos, sentimiento que ha de inundar e inspirar a jóvenes afro-americanos, pero también y al mismo tiempo, precipitar un cambio en la auto-definición de los Estados Unidos. Si la elección de Obama es señal de una voluntad por parte de la mayoría de los votantes a ser "representados" por este hombre, entonces eso es un ejemplo de cómo el "nosotros" se está constituyendo de nuevo: somos una nación de muchas razas, de la mezcla de razas; y él nos ofrece la ocasión para reconocer cómo hemos llegado a ser lo que somos y lo que aún nos queda por ser, y de esta manera existe una cierta división entre la función de representativa de la Presidencia por un lado y la población representada por otro, debe ser superada. Ese es un momento emocionante, no cabe duda. Pero puede terminar, ¿y entonces qué?

¿Qué consecuencias tendrá esta expectativa casi mesiánica investida en este líder? Con el fin de que esta Presidencia pueda tener éxito, deberá dar lugar a cierta decepción, decepción para sobrevivir: el hombre se convertirá en humano, se demostrará menos poderoso de lo que nosotros esperábamos, y la política dejará de ser una celebración sin ambivalencia y cautela. De hecho, la política va a demostrar ser menos una experiencia mesiánica que un lugar sólido para el debate, la crítica pública, y el antagonismo necesario. La elección de Obama significa que el terreno para el debate y la lucha han cambiado, y ahora es un terreno mejor, estemos seguros. Pero no es el final de la lucha, y sería muy imprudente de nuestra parte considerar lo contrario, incluso provisionalmente. Estamos, sin duda, de acuerdo y en desacuerdo con varias acciones que Obama toma y no toma. Pero si la expectativa inicial es que él es y será la "redención" en sí, entonces lo castigaremos sin piedad cuando nos falle (o vamos a encontrar la forma de negar o reprimir la decepción a fin de mantener viva la ilusión de la unidad y el amor sin ambivalencias).

Si una consecuente y dramático decepción quiere ser evitada, él tendrá que actuar rápido y bien. Tal vez la única manera de evitar un "quiebre" - una decepción de proporciones graves que a su vez pueda tornar la voluntad política en su contra - será la de tomar acciones decisivas en los dos primeros meses de su presidencia. La primera sería la de cerrar Guantánamo y encontrar maneras de transferir los casos de los detenidos a tribunales legítimos, y la segunda sería la de forjar un plan para la retirada de las tropas de Iraq y para comenzar a aplicar ese plan. La tercera sería la de retractarse de sus belicosas observaciones sobre la escalada de la guerra en Afganistán y llevar a cabo relaciones diplomáticas, soluciones multilaterales en esa esfera. Si él no toma estos pasos, su apoyo en la izquierda irá deteriorándose paulatinamente, y veremos la reconfiguración de la división entre halcones liberales y la izquierda anti-guerra. Si él nombra las principales posiciones del gabinete en base a los gustos de Lawrence Summers, o continúa las políticas económicas fallidas de Clinton y Bush, entonces en algún momento, el Mesías será despreciado como un falso profeta. En lugar de una promesa imposible, necesitamos una serie de acciones concretas que puedan comenzar a revertir la terrible derogación de la justicia cometida por el régimen de Bush, si no se cumple con eso, dará lugar a una dramática consecuente desilusión. La pregunta es qué medida de des-ilusión es necesaria en orden a recuperar una crítica política, y qué forma más dramática de "des-ilusionamiento" nos devolverá al mismo cinismo político de los últimos años. Algún remedio para esta ilusión es necesario, para que podamos recordar que la política no se trata de la persona o de la hermosa e imposible promesa que esa persona representa, sino que se trata de los cambios concretos en las políticas que podrían comenzar, que con el tiempo, y con dificultad, se puedan crear las condiciones de una mayor justicia.

NOTAS

(1) N. del T. El efecto Bradley, se refiere a Tom Bradley, un afroamericano que era considerado por encuestas como el virtual ganador de las elecciones para gobernador de California en 1982 por el partido demócrata, pero perdió de manera sorpresiva por un cerrado margen ante George Deukmejian. En los comicios estaduales de California hubo electores blancos que en los sondeos daban su voto por Bradley, pero al votar cambiaron de parecer aquejados por ideas racistas. Al parecer, los votantes blancos no se animaron a decir que no iban a votar al candidato negro para no ser tildados de "racistas". Butler usa la frase "counter Bradley-efect".

(2) N. del T: En el texto en inglés, Butler ocupa el término "un-ambivalence" que puede ser traducido literalmente como no-ambivalencia, estabilidad, etc. Tanto el concepto de "ambivalente" (ambivalencia), como el de "unambivalence", son utilizados en psiquiatría y psicoanálisis. Por otra parte, la separación con guión podría ser también un juego de palabras para referir a la idea de "UN-ambivalence" (ambivalencia de la ONU) en relación a políticas de paz, etc. De todos modos, estos usos de sentido son sólo conjeturas.

IV Caminhada contra a violência, a intolerância religiosa e pela paz - BA

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1o Encontro Internacional de Dança Negra - BA

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Disque Racismo exibe documentário "Correntes" - BA

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segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Calendário Negro - Novembro

01 - É criado o Bloco Afro Ilê Aiyê, Salvador, BA/ 1974
01 - Morte do escritor Lima Barreto / 1922
04 - O MNU declara o 20 de novembro Dia Nacional da Consciência Negra / 1978
10 - O governo Médici proíbe em toda a imprensa notícias sobre índios, esquadrão da morte, guerrilha, movimento negro e discriminação racial / 1969
11 - Independência de Angola / 1975
11 - Independência do Zimbabwe /1980
19 - Nascimento de Paulo Lauro - primeiro prefeito negro de São Paulo, SP / 1907
19 - Publicação de despacho de Rui Barbosa ordenando a queima de livros e documentos referentes à escravidão negra no Brasil
19 - Lançamento do primeiro volume de Cadernos Negros /1978
20 - Morte de Zumbi, líder do quilombo dos Palmares /1695
20 - Dia Nacional da Consciência Negra
20 - O grupo gaúcho Palmares declara o 20 como Dia do Negro / 1975
24 - Nascimento, em Santa Catarina, de Cruz e Souza, o maior poeta simbolista brasileiro / 1861

FONTE: http://www.quilombhoje.com.br/calendario/calendario.htm

Encontro Estadual de Educação e Relações Étnicas- BA

"EDUCAÇÃO, DOCÊNCIA, CULTURAS AFRICANA E AFRO-BRASILEIRAS".

PERÍODO: 16 a 20 de Novembro de 2008

O Órgão de Educação e Relações Étnicas com Ênfase em Culturas Afro-brasileiras - ODEERE, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia - UESB - Campus de Jequié, promoverá de 16 a 20 de Novembro de 2008 o "I Encontro Estadual de Educação e Relações Étnicas e IV Semana de Educação da Pertença Afro-brasileira".Este evento tem como objetivo reunir na cidade de Jequié pesquisadores e pesquisadoras de diversas instituições e pessoas interessadas pela temática a fim de discutir a mesma; fortalecer a implantação dos conteúdos de História e Culturas Africanas e Afro-brasileiras; estabelecer contatos com NEAB's e demais órgãos correlatos no Estado da Bahia; reforçar as políticas de ações afirmativas no âmbito universitário.
Para atingir nossos objetivos estamos propondo uma programação com mesas redondas, conferências, mini-cursos, grupos de trabalhos, oficinas e atividades culturais. Julga-se de extrema importância levar os cidadãos e cidadãs a refletirem a cerca da positivação da identidade africana e afro-brasileira. O ODEERE é um Núcleo de Estudos Afro-brasileiros, órgão este que desenvolve suas atividades em parceria com o MEC/SESU/UNIAFRO em todo território nacional nas IES e IFS, com o objetivo de desenvolver estudos da temática Afro-brasileira.Nesse sentido,convidamos todas e todos para participarem deste evento,a fim de ampliarmos as discussões a cerca da temática "EDUCAÇÃO, DOCÊNCIA, CULTURAS AFRICANA E AFRO-BRASILEIRAS".

Maiores informações: http://www.uesb.br/eventos/encontro

Manoela Barbosa.
Equipe de Eventos do ODEERE - UESB
(73) 3526-2669 3528-9713
E-mail: encontroodeere@gmail.com
http://www.uesb.br/eventos/encontro

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

"O tom da cor", por Miriam Leitão

Só há o pós, depois do antes. Só se chega, depois da caminhada. Só se reúne o que esteve separado. Entender a diferença não é querê-la, pode ser o oposto. A imprensa brasileira, tão capaz de ver as desigualdades raciais nos Estados Unidos, tão capaz de comemorar um presidente negro, prefere, em constrangedora maioria, o silêncio sobre a discriminação no Brasil.

Lendo certos artigos, editoriais e escolhas de edição sobre a questão racial no Brasil, me sinto marciana. Sobre que país eles estão falando, afinal? Com que constroem argumentos e enfoques tão estranhos? Por que ofender com o espantosamente agressivo termo “racialista” quem quer ver os dados da distância entre negros e brancos no Brasil? Não é possível estudar as desigualdades sem pesquisar as diferenças entre os grupos. Não se estuda sem dados. No Brasil, há quem se ofenda com a criação de critérios para levantar os dados de cor como se isso fosse uma ameaçadora “classificação racial”.

Veja-se a cena que está nas abundantes e belas imagens da vitória americana. Há várias tonalidades de pele no grupo que se define como afro-americano. Aqui, sustenta-se que miscigenação é exclusividade nossa e que ela eliminou as diferenças. Os pardos (ou mulatos, como alguns preferem) e os pretos (como define o IBGE) estão muito próximos em inúmeros indicadores e estão muito distantes em relação aos brancos. Medir a distância que ambos têm em relação aos brancos não é uma forma perversa de negar a miscigenação. Medida à distância, é preciso conhecer suas razões. Só assim é possível construir as pontes que ligam as partes.

O presidente Barack Obama fez a campanha por sobre as diferenças raciais, por vários motivos. Primeiro, por estratégia eleitoral: falava para um país majoritariamente branco. Qualquer candidato que escolha apenas um grupo perde a eleição. Ganha-se a eleição construindo-se coalizões. Ele formou a dele com os 90% de votos dos negros, 60% de votos dos latinos e 45% de votos dos brancos. Como há muito mais brancos no país, em termos numéricos, recebeu em termos absolutos mais votos dos brancos. Vitória americana sobre sua própria História.

Outro motivo é que ele veio “após”. Ele não precisava do discurso de reivindicação de direitos, porque ele já foi feito na gloriosa caminhada que conquistou tanto. Um esforço que exige novos passos, mas que é extraordinariamente bem-sucedido.

Obama não precisava acentuar sua condição de negro. Ele é. Por isso, os jornais do mundo inteiro comemoraram “o primeiro presidente negro”. Ele também é filho de branco, mas por que isso não causa espanto? Ora, porque os brancos são a etnia dominante. A novidade está em sua origem negra. O jornalismo destaca o novo, e não o fato banal.

Certas análises no Brasil se perderam em encruzilhadas, tentando adaptar os fatos a suas interpretações do que sejam as diferenças entre os dois países. Lá e cá houve e há discriminação. Lá, não negaram e evoluíram. Aqui, nos perdemos em questiúnculas desviantes, quando o central é: há desigualdades raciais e elas são intoleráveis. Pessoas que pensam assim se esforçam para entender as razões e as raízes das desigualdades, se debruçam sobre os dados, não negam problema existente. A libertação vem da verdade conhecida.

Quem não sabe, a esta altura, que o conceito de “raça” é falso? É bizantino repetir isso. Discutir a desigualdade racial não é a forma de “racializar” o país, mas sim constatar um problema, criado sobre um artificialismo, e que exige superação. Racializado ele já é, com esta vergonhosa ausência dos negros (pretos e pardos), de todos os círculos, do poder no Brasil.

Comemorar a vitória em terra alheia, negando a existência da derrota em casa, é uma escolha que tem sido feita com insistência no Brasil. Na festa de Obama, isso se repetiu. Aqui se vai da negação do problema à condenação de todo tipo de instrumento usado para enfrentá-lo. Tudo é acusado de ser “racialista”: constatar as desigualdades, apontar suas origens na discriminação, tentar políticas públicas para reduzi-las. Argumentam que temos que melhorar a educação pública. Claro que temos, sempre tivemos. É urgente que se faça isso. Alguém discute isso?

A diferença entre a forma como o racismo se manifesta nos Estados Unidos e no Brasil não pode ser usada para perdoar o nosso. Aqui, vicejou a espantosa idéia da escravidão suave, como viceja hoje a idéia de que temos uma espécie de “racismo benigno” ou “apenas” uma discriminação social que atinge os negros pelo mero acaso de serem eles majoritários entre os pobres. São palavras que se negam. Este tipo de violência não comporta o termo “benigno”, como nenhuma escravidão pode ser suave, por suposto.

Segunda-feira vou ao Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais da UFRJ ver o lançamento do Mapa Anual das Desigualdades Raciais. Vou para olhar de novo os dados, conversar de novo com negros e brancos que estudam o assunto, aprender mais um pouco, procurar, esperançosa, algum avanço. Não acho que essa é uma conversa perturbadora da nossa paz social. Não acredito na paz que nega o problema. Acho lindo o sonho dos americanos, mas quero sonhar o meu.

(O Globo, 7/11/2008)

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

O primeiro discurso de Barack Obama após a eleição

"Olá, Chicago! Se alguém aí ainda dúvida de que os Estados Unidos são um lugar onde tudo é possível, que ainda se pergunta se o sonho de nossos fundadores continua vivo em nossos tempos, que ainda questiona a força de nossa democracia, esta noite é sua resposta.

É a resposta dada pelas filas que se estenderam ao redor de escolas e igrejas em um número como esta nação jamais viu, pelas pessoas que esperaram três ou quatro horas, muitas delas pela primeira vez em suas vidas, porque achavam que desta vez tinha que ser diferente e que suas vozes poderiam fazer esta diferença.

É a resposta pronunciada por jovens e idosos, ricos e pobres, democratas e republicanos, negros, brancos, hispânicos, indígenas, homossexuais, heterossexuais, incapacitados ou não-incapacitados.

Americanos que transmitiram ao mundo a mensagem de que nunca fomos simplesmente um conjunto de indivíduos ou um conjunto de Estados vermelhos e Estados azuis.

Somos, e sempre seremos, os EUA da América. É a resposta que conduziu aqueles que durante tanto tempo foram aconselhados por tantos a serem céticos, temerosos e duvidosos sobre o que podemos conseguir para colocar as mãos no arco da História e torcê-lo mais uma vez em direção à esperança de um dia melhor.

Demorou um tempo para chegar, mas esta noite, pelo que fizemos nesta data, nestas eleições, neste momento decisivo, a mudança chegou aos EUA. Esta noite, recebi um telefonema extraordinariamente cortês do senador McCain.

O senador McCain lutou longa e duramente nesta campanha. E lutou ainda mais longa e duramente pelo país que ama. Agüentou sacrifícios pelos EUA que sequer podemos imaginar. Todos nos beneficiamos do serviço prestado por este líder valente e abnegado.

Parabenizo a ele e à governadora Palin por tudo o que conseguiram e desejo colaborar com eles para renovar a promessa desta nação durante os próximos meses.

Quero agradecer a meu parceiro nesta viagem, um homem que fez campanha com o coração e que foi o porta-voz de homens e mulheres com os quais cresceu nas ruas de Scranton e com os quais viajava de trem de volta para sua casa em Delaware, o vice-presidente eleito dos EUA, Joe Biden.

E não estaria aqui esta noite sem o apoio incansável de minha melhor amiga durante os últimos 16 anos, a rocha de nossa família, o amor da minha vida, a próxima primeira-dama da nação, Michelle Obama.

Sasha e Malia amo vocês duas mais do que podem imaginar. E vocês ganharam o novo cachorrinho que está indo conosco para a Casa Branca.

Apesar de não estar mais conosco, sei que minha avó está nos vendo, junto com a família que fez de mim o que sou. Sinto falta deles esta noite. Sei que minha dívida com eles é incalculável.

A minha irmã Maya, minha irmã Auma, meus outros irmãos e irmãs, muitíssimo obrigado por todo o apoio que me deram. Sou grato a todos vocês. E a meu diretor de campanha, David Plouffe, o herói não reconhecido desta campanha, que construiu a melhor campanha política, creio eu, da história dos EUA da América.

A meu estrategista chefe, David Axelrod, que foi um parceiro meu a cada passo do caminho. À melhor equipe de campanha formada na história da política.

Vocês tornaram isto realidade e estou eternamente grato pelo que sacrificaram para conseguir. Mas, sobretudo, não esquecerei a quem realmente pertence esta vitória. Ela pertence a vocês. Ela pertence a vocês.

Nunca pareci o candidato com mais chances. Não começamos com muito dinheiro nem com muitos apoios. Nossa campanha não foi idealizada nos corredores de Washington. Começou nos quintais de Des Moines e nas salas de Concord e nas varandas de Charleston.

Foi construída pelos trabalhadores e trabalhadoras que recorreram às parcas economias que tinham para doar US$ 5, ou US$ 10 ou US$ 20 à causa.

Ganhou força dos jovens que negaram o mito da apatia de sua geração, que deixaram para trás suas casas e seus familiares por empregos que os trouxeram pouco dinheiro e menos sono.

Ganhou força das pessoas não tão jovens que enfrentaram o frio gelado e o ardente calor para bater nas portas de desconhecidos, e dos milhões de americanos que se ofereceram como voluntários e organizaram e demonstraram que, mais de dois séculos depois, um governo do povo, pelo povo e para o povo não desapareceu da Terra.

Esta é a vitória de vocês. Além disso, sei que não fizeram isto só para vencerem as eleições. Sei que não fizeram por mim.

Fizeram porque entenderam a magnitude da tarefa que há pela frente. Enquanto comemoramos esta noite, sabemos que os desafios que nos trará o dia de amanhã são os maiores de nossas vidas - duas guerras, um planeta em perigo, a pior crise financeira em um século.

Enquanto estamos aqui esta noite, sabemos que há americanos valentes que acordam nos desertos do Iraque e nas montanhas do Afeganistão para dar a vida por nós.

Há mães e pais que passarão noites em claro depois que as crianças dormirem e se perguntarão como pagarão a hipoteca ou as faturas médicas ou como economizarão o suficiente para a educação universitária de seus filhos.

Há novas fontes de energia para serem aproveitadas, novos postos de trabalho para serem criados, novas escolas para serem construídas e ameaças para serem enfrentadas, alianças para serem reparadas.

O caminho pela frente será longo. A subida será íngreme. Pode ser que não consigamos em um ano nem em um mandato. No entanto, EUA, nunca estive tão esperançoso como estou esta noite de que chegaremos.

Prometo a vocês que nós, como povo, conseguiremos. Haverá percalços e passos em falso. Muitos não estarão de acordo com cada decisão ou política minha quando assumir a presidência. E sabemos que o Governo não pode resolver todos os problemas.

Mas, sempre serei sincero com vocês sobre os desafios que nos afrontam. Ouvirei a vocês, principalmente quando discordarmos. E, sobretudo, pedirei a vocês que participem do trabalho de reconstruir esta nação, da única forma como foi feita nos EUA durante 221 anos, bloco por bloco, tijolo por tijolo, mão calejada sobre mão calejada.

O que começou há 21 meses em pleno inverno não pode acabar nesta noite de outono.

Esta vitória em si não é a mudança que buscamos. É só a oportunidade para que façamos esta mudança. E isto não pode acontecer se voltarmos a como era antes. Não pode acontecer sem vocês, sem um novo espírito de sacrifício.

Portanto façamos um pedido a um novo espírito do patriotismo, de responsabilidade, em que cada um se ajuda e trabalha mais e se preocupa não só com si próprio, mas um com o outro.

Lembremos que, se esta crise financeira nos ensinou algo, é que não pode haver uma Wall Street (setor financeiro) próspera enquanto a Main Street (comércio ambulante) sofre.

Neste país, avançamos ou fracassamos como uma só nação, como um só povo. Resistamos à tentação de recair no partidarismo, na mesquinharia e na imaturidade que intoxicaram nossa vida política há tanto tempo.

Lembremos que foi um homem deste estado que levou pela primeira vez a bandeira do Partido Republicano à Casa Branca, um partido fundado sobre os valores da auto-suficiência e da liberdade do indivíduo e da união nacional.

Estes são valores que todos compartilhamos. E enquanto o Partido Democrata conquistou uma grande vitória esta noite, fazemos com certa humildade e a determinação para curar as divisões que impediram nosso progresso.

Como disse Lincoln a uma nação muito mais dividida que a nossa, não somos inimigos, mas amigos. Embora as paixões os tenham colocado sob tensão, não devem romper nossos laços de afeto.

E àqueles americanos cujo apoio eu ainda devo conquistar, pode ser que eu não tenha conquistado seu voto hoje, mas ouço suas vozes. Preciso de sua ajuda e também serei seu presidente.

E a todos aqueles que nos vêem esta noite além de nossas fronteiras, em Parlamentos e palácios, a aqueles que se reúnem ao redor dos rádios nos cantos esquecidos do mundo, nossas histórias são diferentes, mas nosso destino é comum e começa um novo amanhecer de liderança americana.

A aqueles que pretendem destruir o mundo: vamos vencê-los. A aqueles que buscam a paz e a segurança: apoiamo-nos.

E a aqueles que se perguntam se o farol dos EUA ainda ilumina tão fortemente: esta noite demonstramos mais uma vez que a força autêntica de nossa nação vem não do poderio de nossas armas nem da magnitude de nossa riqueza, mas do poder duradouro de nossos ideais: democracia, liberdade, oportunidade e firme esperança.

Lá está a verdadeira genialidade dos EUA: que o país pode mudar. Nossa união pode ser aperfeiçoada. O que já conseguimos nos dá esperança sobre o que podemos e temos que conseguir amanhã.

Estas eleições contaram com muitos inícios e muitas histórias que serão contadas durante séculos. Mas uma que tenho em mente esta noite é a de uma mulher que votou em Atlanta.

Ela se parece muito com outros que fizeram fila para fazer com que sua voz seja ouvida nestas eleições, exceto por uma coisa: Ann Nixon Cooper tem 106 anos.

Nasceu apenas uma geração depois da escravidão, em uma era em que não havia automóveis nas estradas nem aviões nos céus, quando alguém como ela não podia votar por dois motivos - por ser mulher e pela cor de sua pele.

Esta noite penso em tudo o que ela viu durante seu século nos EUA - a desolação e a esperança, a luta e o progresso, às vezes em que nos disseram que não podíamos e as pessoas que se esforçaram para continuar em frente com esta crença americana: Podemos.

Em uma época em que as vozes das mulheres foram silenciadas e suas esperanças descartadas, ela sobreviveu para vê-las serem erguidas, expressarem-se e estenderem a mão para votar. Podemos.

Quando havia desespero e uma depressão ao longo do país, ela viu como uma nação conquistou o próprio medo com uma nova proposta, novos empregos e um novo sentido de propósitos comuns. Podemos.

Quando as bombas caíram sobre nosso porto e a tirania ameaçou ao mundo, ela estava ali para testemunhar como uma geração respondeu com grandeza e a democracia foi salva. Podemos.

Ela estava lá pelos ônibus de Montgomery, pelas mangueiras de irrigação em Birmingham, por uma ponte em Selma e por um pregador de Atlanta que disse a um povo: "Superaremos". Podemos.

O homem chegou à lua, um muro caiu em Berlim e um mundo se interligou através de nossa ciência e imaginação. E este ano, nestas eleições, ela tocou uma tela com o dedo e votou, porque após 106 anos nos EUA, durante os melhores e piores tempos, ela sabe como os EUA podem mudar. Podemos.

EUA avançamos muito. Vimos muito. Mas há muito mais por fazer.

Portanto, esta noite vamos nos perguntar se nossos filhos viverão para ver o próximo século, se minhas filhas terão tanta sorte para viver tanto tempo quanto Ann Nixon Cooper, que mudança virá? Que progresso faremos?

Esta é nossa oportunidade de responder a esta chamada. Este é o nosso momento. Esta é nossa vez.

Para dar emprego a nosso povo e abrir as portas da oportunidade para nossas crianças, para restaurar a prosperidade e fomentar a causa da paz, para recuperar o sonho americano e reafirmar esta verdade fundamental, que, de muitos, somos um, que enquanto respirarmos, temos esperança.

E quando nos encontrarmos com o ceticismo e as dúvidas, e com aqueles que nos dizem que não podemos, responderemos com esta crença eterna que resume o espírito de um povo: Podemos.

Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os EUA da América".

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Obama, de discípulo de Luther King a primeiro negro presidente dos EUA

Foto: AFP: Primeiro negro eleito
presidente dos Estados Unidos,
o senador democrata Barack Obama,
47 anos, é...


Qua, 05 Nov, 07h55

WASHINGTON (AFP) - Primeiro negro eleito presidente dos Estados Unidos, o senador democrata Barack Obama, 47 anos, é comparado por alguns a John Kennedy por seu carisma e pelo espírito de mudança que afirma encarnar.

Obama buscou convencer o país profundo, preocupado com a crise econômica e o papel a ser desempenhado pelos Estados Unidos no mundo, de que era a pessoa correta para o momento.

O novo presidente teve uma longa caminhada para chegar a este ponto. Quando nasceu em 4 de agosto de 1961 no Havaí, filho de pai negro do Quênia e mãe branca do Kansas, os casamentos inter-raciais eram proibidos em vários estados do sul da União (foram legalizados pela Suprema Corte em 1967).

"Quem acreditaria que um negro de pouco mais de 40 anos, chamado Barack Obama, seria o candidato do Partido Democrata?", perguntou o próprio pouco depois de vencer as primárias sobre a por muito tempo favorita Hillary Clinton, em uma disputa muito intensa.

O segundo nome de Obama é Hussein e a direita republicana não perdeu a oportunidade de recordar o fato na campanha. Alguns também fizeram jogos de palavras com Obama e Osama (Bin Laden), nome do líder da rede terrorista Al-Qaeda. Tudo em vão.

Barack saiu das sombras em uma tarde de julho de 2004. Na época era um quase desconhecido legislador estadual de Chicago (Illinois), quando fez um discurso que indendiou a convenção democrata.

Milhões de americanos se viram refletidos nste homem elegante, que pedia voto para o então candidato John Kerry e, sobretudo, para promover a reconciliação dos americanos deixando de lado as diferenças partidárias, raciais, de idade e de sexo.

Obama pretende ser o presidente desta reconciliação. Reivindica o legado de dois heróis, o de Martin Luther King, emblema da luta pelos direitos civis, e de John Kennedy, paradigma de juventude e sedução política.

Obama foi criado pela mãe na Indonésia e depois no Havaí pelos avós maternos.

Depois de estudar na Universidade de Columbia recusou um emprego no mundo das finanças e preferiu um cargo como trabalhador social nos bairros da periferia de Chicago.

Mais tarde estou em Harvard, uma das universidades que prepara a elite intelectual dos Estados Unidos. Obama foi o primeiro negro nomeado editor da prestigiosa revista de direito de Harvard em 1991.

De volta a Chicago como advogado, trabalhou em um estúdio onde conheceu aquela que seria sua mulher, Michelle, uma advogada formada em Princeton e Harvard.

Criada nos bairros carentes de Chicago, Michelle ocupa hoje uma posição na diretoria de um dos grandes grupos hospitalares públicos da cidade. O casal tem duas filhas: Malia, 10 anos, e Sasha, sete anos.

Depois de uma tentativa frustrada em 2000, Obama foi eleito senador dos Estados Unidos (representando Illinois) em novembro de 2004.

Seus detratores o acusam de esquerdista e até socialista pelas propostas econômicas, a rejeição à guerra do Iraque, a defesa do direito ao aborto e os votos contrários às indicações de conservadores para a Suprema Corte.

Porém, Obama se considera um pragmático. Entre suas propostas principais estão a promessa de reduzir impostos com exceção das grandes rendas, trabalhar com os republicanos e concluir a guerra no Iraque.

FONTE: http://br.noticias.yahoo.com/s/afp/081105/mundo/eua_elei____es_606

Vídeo sobre racismo gera polêmica nacional e internacional no youtube

Após a polêmica nacional e internacional em torno do vídeo intitulado “Carnaval 2007 - Salvador Negro Amor???” em que autor que se auto define como homem branco, classe média alta, ironiza e problematiza a questão racial, a polêmica ressurge ainda com mais força através do mais novo vídeo divulgado “Carnaval 2008 - Salvador Negro Amor??? (parte 2)”. Com um sarcasmo genial o autor faz uma importante crítica ao racismo, dando resposta a questões geradas pelo primeiro vídeo. Consegue desconstruir uma série de equívocos e questiona: o que é justiça pra você? O ponto forte do segundo vídeo é o festival de humilhação promovido pelo sobrinho do diretor executivo de jornalismo da Rede Globo, Ali Kamel bem como informações sobre a teoria do embraquecimento no Brasil. Os vídeos são sem dúvida um excelente material didático para trabalhar a questão racial no país.

Segue links dos vídeos:

Carnaval 2007 - Salvador Negro Amor???
Carnaval 2008 - Salvador Negro Amor??? (parte 2)

DICA: Quem deseja baixar vídeos no YouTube e converte-los em DVD, baixe gratuitamente o programa “aTube Catcher” que pode ser encontrado no site:

Prof. Dr. Aghi Bahi, da Costa do Marfim, profere conferência no CEAO - BA

O Centro de Estudos das Populações Afro e Indígenas Americanas – CEPAIA/UNEB, em parceria com o Centro de Estudos Afro-Orientais – CEAO/UFBA convidam para uma Conferência Internacional a ser proferida pelo Prof. Dr. Aghi Bahi, da Universidade de Cocody, em Abidjan, na Costa do Marfim.

O evento ocorrerá no dia 7 de novembro de 2008 (sexta-feira), às 17:00, nas dependências do CEAO, situado à Praça Inocêncio Galvão nº42 (Largo 2 de Julho), Salvador-BA.

Tema: HISTÓRIA CONTEMPORÂNEA E FORMAS DE EXPRESSÃO DA ATUAL CRISE NA COSTA DO MARFIM: PERSPECTIVAS INTERNAS DAS MÍDIAS LOCAIS

Obs.1. Haverá tradução simultânea do francês para o português.

Obs.2. Entrada Gratuita

terça-feira, 4 de novembro de 2008

3º Encontro Anual do Núcleo de Estudos em História Oral - SP

"DESAFIOS E PERSPECTIVAS"
4 E 5 DE DEZEMBRO DE 2008

O Núcleo de Estudos em História Oral - USP convida pesquisadores, professores, estudantes de graduação e pós-graduação e toda a comunidade acadêmica para a submissão de resumos para seu 3º Encontro Anual, que tem como tema geral Desafios e Perspectivas e acontecerá nos dias 4 e 5 de dezembro de 2008, no Prédio de História & Geografia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.

O evento é dirigido ao público universitário e todos os demais interessados. Terá palestras e mesas redondas com especialistas convidados em torno de seis eixos transversais:

1) Teoria e Metodologia da História Oral;
2) Imigração;
3) História Oral Empresarial;
4) Tradição Oral;
5) Movimentos Sociais;
6) Gênero.

Inscrições de trabalhos:
Os resumos enviados, que serão submetidos à avaliação do comitê científico, podem versar sobre estes ou outros temas, desde que estejam claramente vinculados às perpectivas da História Oral. As propostas serão julgadas de acordo com adequação aos estudos na área, importância teórica e metodológica e originalidade temática.

Mais informações e a programação completa estarão disponíveis no site do NEHO (http://www.fflch. usp.br/dh/ neho) e no blog do evento (http://www.encontro neho2008. blogspot. com/).

Envio de resumos:
Os interessados devem enviar seus resumos em língua portuguesa, com até 300 palavras, para o e-mail encontroneho2008@ gmail.com, até o dia 15 de novembro de 2008. Além do resumo, deverão ser enviados: título, filiação acadêmica, e-mail para contato, de 3 a 5 palavras-chave, e as referências bibliográficas principais (máximo de 10).

A divulgação do aceite será feita por e-mail e pelo blog http://www.encontro neho2008. blogspot. com/, até o dia 22 de novembro de 2008.

Os textos completos deverão ser enviados após o evento, até dia 17 de dezembro de 2008, por e-mail, para o mesmo endereço, e farão parte do CD-Rom com os anais. A revisão dos artigos é de responsabilidade de cada autor. Alguns dos textos poderão ser indicados para publicação na Oralidades: "Revista de História Oral".

Cronograma:
15/11/08: Data-limite para envio dos resumos
20/11/08: Comunicação de aceites
04/12/08: Início do evento
17/12/08: Envio dos textos completos

Taxas de inscrição:
R$ 30,00 (apresentador de trabalho)
R$ 20,00 (demais participantes)
* inclui emissão de certificados e cópia dos anais em CD-Rom

Comitê organizador e científico:
Suzana Lopes Salgado Ribeiro, Samira Adel Osman, Ricardo Santhiago, José Carlos Sebe Bom Meihy, Vanessa Generoso Paes, Fabíola Holanda Barbosa, Maria Izabel Moreira Salles

Mais informações:
Núcleo de Estudos em História Oral - USP
Tel.: (11) 3091-3701 ramal 238
E-mail: neho_usp@yahoo. com.br

Terreiros do Engenho Velho da Federação promovem atividades de enfrentamento à violência e intolerância religiosa - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

V Encontro Afro-Goiano - GO

Ofício Circular n.° 023/08/SEMIRA

Goiânia, 03 de novembro de 2008.


CONVITE

Temos o prazer de convidar Vossa Excelência a participar da Solenidade de Abertura do V Encontro Afro-Goiano, a realizar-se no próximo dia 7 de novembro, às 19 h, no Auditório da Faculdade de Educação da UFG.

O evento acontece de 7 a 9 de novembro, contando em sua programação com diversas oficinas, mini-cursos, palestras e apresentações culturais, realizadas nos prédios das UFG e UCG próximos a Praça Universitária. Segue anexo programação completa.

Certos de contarmos com sua especial atenção, agradecemos antecipadamente.

Denise Aparecida Carvalho

Secretária de Estado



Curso a distância “Direitos Humanos e Mediação de Conflitos"

A Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH), em parceria com o Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil), oferece nova oferta do curso “Direitos Humanos e Mediação de Conflitos". O curso é gratuito e realizado integralmente a distância, via internet. Pessoas de qualquer lugar do Brasil podem participar. Com carga horária de 60h , com um módulo por semana (ao longo de 10 semanas), a participação é acompanhada e avaliada por tutores e o certificado é emitido mediante aproveitamento que obedeça aos critérios estabelecidos no curso.

Essa formação pretende contribuir para que lideranças comunitárias, militantes de movimentos sociais , membros de pastorais e comunidades religiosas promovam os direitos humanos e atuem na resolução dos conflitos em suas comunidades.

O curso parte de situações práticas e das necessidades concretas desses militantes e pretende apontar caminhos para solucionar conflitos ligados aos direitos humanos, fornecendo informações sobre órgãos públicos e organizações da sociedade civil, além de um ambiente para a troca de experiências. Seu conteúdo está estruturado nos temas dos direitos humanos e seus conflitos.

Se você tem interesse em participar dessa nova turma do curso, acesse o site e faça agora mesmo o seu cadastro de confirmação:
http://cursos.educacaoadistancia.org.br/login/signup.php

Ao realizar este cadastro, você receberá uma confirmação por e-mail e 48 horas antes do início do curso (que está previsto para começar no dia 10 de novembro) enviaremos um segundo e-mail com o link da sua sala virtual e as primeiras orientações, fique atento.

Participe!

Coordenação do curso Direitos Humanos e Mediação de Conflitos

Secretaria Especial de Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH-PR)
Instituto de Tecnologia Social (ITS Brasil)

domingo, 2 de novembro de 2008

PALESTRA "Escritura e identidade na Literatura Angolana" - BA

A ser proferida pelo estudioso senegalês LOUIS GOMIS – Literatura e Civilização em Línguas Românicas, mestrado e doutorado (em curso) na Universidade de Rennes, França, mestrado em Psicologia Social, com ênfase em Antropologia Clínica, e graduado em Lingüística Geral.

DATA: Terça-Feira, 4 de novembro de 2008.

HORÁRIO: 10h:30min

LOCAL: LABIMAGEM

Instituto de Letras/UFBA - Térreo

Campus Universitário de Ondina

ENTRADA FRANCA

Certificados mediante solicitação

ORGANIZAÇÃO: Grupo de Pesquisa de Literaturas Africanas / ILUFBA.

sábado, 1 de novembro de 2008

Taxista simula assalto e passageiros são agredidos por policiais Sucessão de equívocos ocorreu após show no Pelourinho - BA

Por: André Luís Santana – jornalista (DRT BA 2226) 71. 9106-1512

Um taxista, motivado pelo racismo, simula uma tentativa de assalto, acusando os passageiros - três jovens negros - e despertando a atenção de uma viatura da Polícia Civil de onde saem três policiais armados que, antes de qualquer esclarecimento, xingam e agridem os jovens, deixando, inclusive, um deles nú em via pública. Na delegacia para onde foram levados, mais uma sucessão de humilhações e desrespeitos. O que era para ser um fim de festa tranqüilo para os amigos, Ítala Correia, Saturnino Silva e Henrique dos Santos, virou um pesadelo que tem custado sair da lembrança dos jovens.

Na madrugada de sábado para domingo, 26, após assistirem ao show da Banda Lampirônicos, no Centro Histórico de Salvador, os jovens, todos moradores do bairro da Boca do Rio, resolveram pegar um táxi, para garantir mais conforto e segurança na volta para casa. Ledo engano. Entraram no Corsa JRA 1505, do taxista César Augusto da Silva Purificação Santos, de 49 anos (Alvará A-1753), no Terreiro de Jesus. Próximo dali, após passar pelo Campo da Pólvora, o motorista iniciou uma crise de pânico, gritando e demonstrando medo.

A princípio, os jovens tentaram acalmar o taxista, pois pensaram se tratar de algum repentino problema de saúde. No início da Ladeira da Fonte Nova, o motorista, ao avistar uma viatura – um Eco Sport da Delegacia do Adolescente Infrator / DAI, parou o taxi e saiu gritando que estava sendo assaltado. "Até então, ainda não entendíamos o que estava ocorrendo. Primeiro pensamos que ele passava mal, estava tendo uma crise de epilepsia. Depois pensamos que o carro estava sendo assaltado por alguém que estava do lado de fora. Foi uma tensão terrível", explica com tristeza a produtora cultural Ítala Correia, de 21 anos.

Quando os jovens conseguiram sair do carro, já que o motorista havia travado todas as portas, já encontraram três policiais com armas em punho apontadas para eles. "A partir daí foi muito xingamento, humilhação. Revistaram minha amiga de forma abusiva, levantando a roupa dela e xingando-a de puta, vagabunda e outros palavrões. Tive que ficar nú em plena rua", relembra o garçom, Saturnino Silva, de 30 anos.

Na confusão para sair do carro, Ítala caiu e bateu o queixo no chão. Mesmo sangrando, a jovem continuou a ser agredida verbalmente pelos policiais, atendendo ao desespero do taxista que continuava afirmando que os jovens o assaltariam. A jovem foi atendida no 5º Centro de Saúde, no Vale dos Barris, e levou cinco pontos no queixo, além de apresentar manchas roxas pelo corpo."Como eu já sai do carro correndo, pois achava que nós é que seríamos assaltados, os policias apontaram a arma para mim e chegaram a engatilhar. Tive que me jogar no chão. Por pouco não fui morto", conta o jogador de basquete Henrique dos Santos, de 28 anos, que havia participado, na manhã de sábado, do campeonato de Basquete de Rua, promovido pela Central Única das Favelas – CUFA. Policiais da 1º Delegacia, no Complexo dos Barris, alegaram que a roupa do esportista (camisa e bermuda largas), foram as razões para despertar o medo no taxista.

"Também, olhem como vocês estão vestidos, olhem para o cabelo de vocês, era o que dizia um dos policiais que nos atenderam na Delegacia, justificando a ação do taxista", conta Henrique.

Os jovens acreditam que a ação policial, ainda na Ladeira da Fonte Nova, só não foi pior porque o tio de Ítala, o comerciante do Pelourinho, Wilson Santos, também morador da Boca do Rio, conduzia seu automóvel, junto com a esposa, e acompanhava o táxi que levava os jovens. Ao ver a movimentação policial, Wilson soltou do carro e se colocou na frente dos agentes, entre as armas e os jovens, tentando convencer os policiais do equívoco que ocorria.

No Boletim de Ocorrência, assinado pelo agente Júlio César dos Santos Batista, está descrita a calúnia e simulação de assalto, com a alegação do taxista de que "os jovens fizeram movimentos bruscos dentro do carro". Os amigos explicam que o próprio motorista perguntou se havia alguma porta aberta e todos foram verificar, respondendo negativamente. Depois disso, o condutor travou todas as portas e iniciou o desespero repentino.

Os três jovens já deram queixas em todas as instâncias que tiveram acesso: como o Disk Racismo, a Gerência de Táxi da Prefeitura de Salvador – GETAXI e o Procon, ainda restando ir à Corregedoria da Polícia Militar e ao Ministério Público. Eles esperam que a ação preconceituosa do taxista e a abordagem abusiva dos policiais não fiquem impunes. "Somos jovens de bem, trabalhamos, não usávamos drogas, nem estávamos cometendo nenhum delito.

Toda a suspeita e agressão foram motivadas pela nossa cor, nossos cabelos. É um absurdo que ainda tenhamos que conviver com atitudes como essa", revoltasse Ítala. "Poderíamos estar todos mortos. Aí seria alegado que estávamos envolvidos com o tráfico de drogas. Já imagino as manchetes: Tentativa de assalto termina com morte de três assaltantes", assustasse Saturnino, referindo-se às práticas constantes no noticiário baiano, quando se trata do assassinado de jovens negros da periferia.