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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Somos todos delinqüentes acadêmicos?(Antonio Ozaí da Silva)

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

(Titãs)

“Como foi que chegamos a departamentos cheios de acadêmicos infantilizados?”

“A sabedoria de hoje diz: não formule grandes questões; não pergunte por que as coisas são como são”

“Gente demais acredita hoje que o trabalho intelectual diz respeito apenas a postos e promoções”

“Enquanto aceitarmos esse sistema, permaneceremos dentro da baleia”[1]

(Lindsay Waters, 2006, p.36, 53, 81 e 83

À guisa de alerta!

Ao contrário do que poderíamos imaginar, o homo academicus é muito suscetível à crítica. No ambiente universitário ardem as chamas das doutas vaidades e a racionalidade dita científica mascara sentimentos mesquinhos. Entre nós, os intelectuais, o narcisismo tende a ser acentuado e talvez isto contribua para compreendermos os melindres observáveis em nosso meio. Vaidade das vaidades![2]

A necessidade de distinção[3] não algo restrito ao egocentrismo individual, mas uma necessidade inerente ao campo acadêmico. [4] Não se trata, portanto, de identificar e condenar os pecadores, mas de analisar os pecados – e todos estamos sujeitos a cometê-los. Estas reflexões, bem claro, não se dirigem nem é uma peça acusatória a qualquer indivíduo em especial. Se a carapuça servir e encontre quem a vista, a culpa não é minha. O objeto, contudo, é o campo acadêmico; o objetivo é analisá-lo numa perspectiva crítica, com a esperança de contribuir para a auto-análise coletiva.

Maurício Tragtenberg

Em 1978, no I Seminário de Educação Brasileira, realizado em Campinas (SP), Maurício Tragtenberg falou sobre a “delinqüência acadêmica”. O jornalista Laerte Ziggiati registrou:

“Porém, no meio de muita discussão teórica, houve um momento em que grande parte do público presente explodiu em aplausos. Foi quando encerrou sua comunicação o professor Maurício Tragtenberg, da Faculdade de Educação da Unicamp e da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV). Maurício Tragtenberg, com sua longa experiência, rasgou o verbo e com grande coragem deu um retrato fiel e ao mesmo tempo sombrio da situação crítica da Universidade brasileira.” [5]

Tragtenberg, então, chamava a atenção de que a universidade não é neutra, mas sim uma instituição que expressa interesses e as contradições inerentes à sociedade. A universidade, porém, tende a obscurecer esse caráter pela afirmação da ideologia de um saber aparentemente neutro, que seria “objetivo” e “científico” e estaria acima dos antagonismos sociais. [6] Ele enfatiza o caráter classista da universidade. O saber legitimado no campus não é um saber ingênuo, desprovido da influência das relações de poder. Sua estrutura burocrática e autoritária fortalece a ordem e o poder, influencia o corpo docente e discente e é referência para a práxis no campus. Tanto professores quanto alunos reproduzem-na cotidianamente, dentro e fora da sala de aula.

Na universidade predomina o especialista. Ela produz uma espécie de taylorismo intelectual, com a divisão do conhecimento em disciplinas estanques e a instrumentalização do saber aplicado a fins empresariais e militares. Dessa forma, a universidade submeteu-se à racionalidade capitalista, transformando-se numa instituição tecnocrática. Sua função é formar os que contribuirão para a manutenção da ordem, fundada no despotismo nos locais de trabalho e no controle político e social abrangendo toda a sociedade. Seus institutos de pesquisa,

“cria[m] aqueles que deformam os dados econômicos em detrimento dos assalariados; nas suas escolas de direito, forma[m] os aplicadores de legislação de exceção; nas escolas de medicina, aqueles que irão convertê-la numa medicina do capital ou utilizá-la repressivamente contra os deserdados do sistema. Em suma, trata-se de um “complô de bela almas” recheadas de títulos acadêmicos, de doutorismo substituindo o bacharelismo, de uma nova pedantocracia, da produção de um saber a serviço do poder, seja ele de que espécie for” (TRAGTENBERG, 1990, p.11).

A universidade reproduz os valores predominantes na sociedade pela seleção e transmissão de conhecimentos legitimados institucionalmente; sua estrutura e pedagogia burocrática contribuem para a formação de indivíduos submissos, servis e desprendidos de qualquer preocupação de crítica social – mesmo nos chamados “cursos críticos”. Em suma, a universidade tende a se desincumbir de qualquer função crítica. Tragtenberg, com ironia, argumenta que quem deseje levar a sério o lema kantiano “Ouse conhecer”, terá que realizá-lo fora do campus: “Se os estudantes procuram conhecer os espíritos audazes de nossa época, é fora da universidade que irão encontrá-los” (Id., p. 13).

Estamos, assim, diante de uma universidade que produz intelectuais sem compromisso ético e social; intelectuais desresponsabilizados diante da realidade social que os cerca, cuja vinculação com o mundo real se dá pelos interesses econômicos e políticos individuais e corporativos. São especialistas voltados para os seus respectivos “feudos”, à cata de financiamentos e recursos materiais que lhes proporcionem status, conforto e as condições para uma boa vida. Não importam as fontes dos recursos e nem as finalidades sociais do conhecimento produzido, mas sim conseguí-los. Muitas vezes, tais práticas são encobertas pela retórica do “público”. “Em nome do “serviço à comunidade”, a intelectualidade se tornou cúmplice do genocídio, espionagem, engano e todo tipo de corrupção dominante, quando domina a “razão de Estado” em detrimento do povo”, enfatizou Tragtenberg. (Id., p.14-15).

Na disputa dos interesses individuais e corporativos, camuflados sob o discurso da “universidade pública”, “interesse público”, “bem-comum”, etc., os fins justificam os meios. Prevalece “a política de “panelas acadêmicas” de corredor universitário e a publicação a qualquer preço de um texto qualquer”, os quais “se constituem no metro para medir o sucesso universitário”. Neste universo, “a maioria dos congressos acadêmicos serve de “mercado humano”, onde entram em contato pessoas e cargos acadêmicos a serem preenchidos, parecidos aos encontros entre gerentes de hotel, em que se trocam informações sobre inovações técnicas, revê-se velhos amigos e se estabelecem contatos comerciais” (Id., p. 15). Eis a delinqüência acadêmica!

Entre a resistência e a adaptação

“Mesmo os intelectuais que são membros vitalícios de uma sociedade podem, por assim dizer, ser divididos em conformados e inconformados. De um lado, há os que pertencem plenamente à sociedade tal como ela é, que crescem nela sem um sentimento esmagador de discordância ou incongruência e que podem ser chamados de consonantes: os que sempre dizem “sim”; e, de outro, os dissonantes, indivíduos em conflito com sua sociedade e, em conseqüência, inconformados e exilados no que se refere aos privilégios, ao poder e às honrarias. O modelo do percurso do intelectual inconformado é mais bem exemplificado na condição de exilado, no fato de nunca se encontrar plenamente adaptado, sentindo-se sempre fora do mundo familiar e da ladainha dos nativos, por assim dizer, predisposto a evitar e até mesmo a ver com maus olhos as armadilhas da acomodação e do bem-estar nacional. Para o intelectual, o exílio nesse sentido metafísico é o desassossego, o movimento, a condição de estar sempre irrequieto e causar inquietação nos outros” (SAID, 2005, p.60, grifos nosso).

O modus vivendi do homo academicus pressiona constantemente para a adaptação. Ainda que tenha consciência crítica do campo acadêmico, são várias as armadilhas presentes no cotidiano. Na verdade, as exigências administrativas, burocráticas e acadêmicas impõem práticas e discursos legitimadores que nos cercam por todos os lados. Estamos sujeitos à lógica da concorrência: somos assalariados, submetidos a regras e normas burocráticas que regem o nosso dia-a-dia. Se, por exemplo, queremos passar de um nível para outro na escala da carreira, devemos apresentar a produção no período e somar o número de pontos exigidos. Se menosprezarmos esse procedimento, teremos prejuízos financeiros acumulados.

A necessidade de “pontuar” transforma a vida acadêmica numa espécie de contabilidade, na qual tudo o que fazemos é quantificado. Portanto, torna-se mais importante somar pontos do que a atividade em si. Publicar um artigo passa a ser muito mais uma necessidade administrativa, na medida em que vale “x” pontos para subir na carreira. A produtividade pressupõe quantidade. Assim, não importa se tem qualidade, a tiragem e onde foi publicado, menos ainda se será lido, mas sim se quem publicou tem os requisitos exigidos para que seja pontuado.[7] Este tipo de pressão favorece práticas nada condizentes com o que se espera de um ponto de vista ético.

Como salienta Waters (2006, p.12), “há um elo causal entre a demanda corporativa pelo aumento da produtividade e o esvaziamento, em todas as publicações, de qualquer significação que não seja gerar números”. A linha de montagem fordista-taylorista acadêmica produz coisas sem sentido, cujo principal objetivo é simplesmente atender à demanda por mais e mais “artigos”, “livros”, etc., dos organismos governamentais e privados que injetam dinheiro nas artérias da universidade. A ânsia por se agraciado pela oferta do “deus Estado” ou o “deus mercado”, contribui para a cultura produtivista. Nestas circunstâncias, “o produto é tudo que conta, não sua recepção, não o uso humano. Isso é produção apenas com o valor de um fim em si mesmo e praticamente mais nenhum outro” (Id., p. 42).

A pressão é ainda maior quando se tem em vista as exigências dos órgãos superiores em relação à pós-graduação. Aqui, trata-se da própria sobrevivência dos programas e do status proporcionado pelos vínculos aos mesmos. A necessidade de publicar e de apresentar produtividade, a qualquer preço, é ainda maior. Não é por acaso que nas ciências humanas adota-se uma prática muito comum em outras áreas, a qual consiste em aparecer como co-autor nos artigos dos orientandos. Muitas vezes, a co-autoria não se justifica e uma simples nota de agradecimento no rodapé faria justiça ao orientador, mas isso não conta ponto.[8] Em nome da sobrevivência do programa, e das necessidades docentes, entra-se no reino do vale tudo. Se, por exemplo, reprovar um pós-graduando pode prejudicar a avaliação do programa, então devemos aprová-lo, ainda que nada o justifique. Se você deseja participar tem que jogar o jogo, aceitar as regras e exigências. Há a opção de não participar, mas esta acarreta ônus (como não ter qualquer possibilidade de influência sobre as decisões e na escolha dos candidatos).

Em todas as áreas, a influência dos organismos superiores é determinante. Se você quer ter a mínima chance de ser agraciado com recursos, vencer um edital, etc., deve se submeter. E não basta ser submisso, tem que provar que está à altura do seu gesto, isto é, deve se enquadrar e corresponder às exigências de produtividade. O critério é mercadológico: ganha quem “produziu” mais, não importa a qualidade do que foi “produzido”. A injeção de recursos público e privado, num montante talvez sem precedentes, acirra a pressão para que os concorrentes se “qualifiquem” para conquistá-los. Criam-se diferenciações internas, hierarquias mantidas por recursos externos. Os agraciados terão melhores condições para incorporar alunos a seus projetos e de influenciá-los. Poderão manter a clientela e o fato de terem conquistado esta posição fortalece o status de vencedores. Não faltarão “mariposas” a rondar a luz que irradiam.

O crítico, se alguém ousar fazer esse papel, corre o risco de ser tachado de invejoso e ressentido, sem que se atente para o simples fato de que não aceitou jogar o jogo[9], isto é, fazer parte da concorrência. No mercado universitário, quem não se adapta está condenado a viver apenas do seu próprio salário e a não ter recursos, ainda que tenha projetos merecedores. Claro, a culpa é dele próprio. Os editais e as oportunidades são para todos e ninguém é culpado por ele não disputar. Se não está apto para a concorrência, problema dele. Será lembrado quando se tratar de atividades que não têm remuneração extra. E se alguém lhe oferece algo que envolva ganho extra e ele recusa em nome de princípios, será, na hipótese condescendente, considerado ingênuo ou chamado ironicamente de “franciscano” dos tempos modernos. Deve ser algum problema psicológico que a filosofia tomista explica, ou simplesmente bobeira.

Cada vez mais as relações na universidade são intermediadas pelas leis do mercado. Os projetos para os pobres, movimentos sociais, etc., tornam-se formas de ganhar dinheiro. Os governos, estadual e federal, injetam recursos que geram resultados duvidosos e paliativos para os que, em tese, são os destinatários. É preciso conhecer o “caminho das pedras”, saber onde estão e disputar as verbas (é preciso até mesmo reuniões que orientem, em nome da “competência” e “excelência” da instituição).[10] “Ser solidário”, “cumprir uma função social”, “engajar-se”, virou meio de vida (e com a aura de “militância intelectual”).

A estrutura universitária é irrigada com uma fonte que também representa renda extra. Isso é feito de maneira legal, com a aprovação e complacência dos departamentos e outros níveis decisórios no campus. Estabelece-se o pacto, tácito ou explícito, pelo qual “A” não cria problemas para a aprovação do projeto de “B” e vice-versa. E não importa como são articulados e manipulados os procedimentos para sua aprovação. Estamos no reino do vale tudo!

A universidade pública é assediada permanentemente por práticas e ideologia mercantis. Tudo se torna mercadoria. A docência por vocação, o amor ao conhecimento e o desprendimento dão lugar ao interesse egoísta enquanto fator direcionador da práxis acadêmica.[11] Predomina a “caça ao tesouro” e deve-se afastar tudo o que atrapalha sua conquista. Os fins que deveriam pautar a ação política-pedagógica e crítica da universidade tornam-se meios para atingir os objetivos particulares e/ou setoriais. O discurso da “universidade pública” torna-se estratégia para efetivá-los. A universidade aparece, então, como um grande bolo em constante disputa entre os grupos que se organizam para abocanhar os melhores pedaços. Quem pode mais, come mais! Dessa forma, os cargos e controle de espaços são fundamentais, em especial aqueles que, por sua natureza, controlam outros cargos a serem preenchidos pelos amigos e pessoas de confiança.

Até mesmo a criação de departamentos, cuja necessidade é duvidosa, se insere nessa lógica. Cada departamento criado gera mais cargos e uma estrutura que consome recursos sociais. Se não houvesse os recursos injetados nesta estrutura, provavelmente nada funcionaria. Quem quer ser chefe, coordenador, diretor, pró-reitor, reitor, etc., sem ganhar nada mais do que o seu salário como servidor? Afinal, desempenham funções importantes e são eleitos para tal. O problema é que quem paga a conta não são eles nem seus eleitores, mas a sociedade. Os defensores da “universidade pública” precisam ser remunerados para defendê-la. Não se trata de culpabilizar, é apenas a lógica do sistema. O óleo que lubrifica suas engrenagens é a moeda, e também o status e as facilidades que se tem ao se ocupar determinadas funções. Você tem a opção de participar ou não, com o bônus ou o ônus inerente à sua decisão.

Na universidade pública cobram-se taxas explícitas e implícitas. Artifícios da norma legal são utilizados para manter cursos de pós-graduação. Tudo dentro da mais perfeita ordem! E quem será insano a ponto de questionar a legalidade de práticas presentes em setores hierarquicamente poderosos na estrutura universitária? Quem terá a ousadia de afirmar que o lícito não é necessariamente ético? No “cemitério dos vivos” o questionamento dá lugar à vista grossa e à acomodação de interesses. E, afinal, na luta política é preciso manter as portas abertas para possíveis alianças à época das eleições internas.

Neste ambiente, a crítica e a resistência são formas de adaptação. Os “heróis da resistência” podem até manter o discurso crítico e radical, mas terminam por se acomodarem e se conformarem. Os sinceros vivem entre a angústia da observância dos princípios éticos e a negação destes, impostas pelas necessidades práticas e imediatas. Como o Dr. Johannes Georg Faust, personagem da obra de Goethe, devem obedecer ao pacto feito com o demoniáco Mefistófeles.

Ainda sobre o Lattes [12]

Talvez o Lattes seja a melhor expressão do mercado acadêmico em que se tornou a universidade pública. O Lattes tornou-se uma espécie de instituição avalizadora do status acadêmico e foi praticamente sacralizado enquanto referência para decisões que podem afetar a vida docente e discente. Se você não tem Lattes, simplesmente não existe. E não adianta apenas tê-lo, é preciso atualizá-lo. O que está no Lattes é tomado como verdadeiro, e ponto! Não consta do Lattes, não existe![13] Eis como nos forçam à adaptação.

Mas é possível resistir. Há imperativos que não temos como fugir, mas também não precisamos vender a alma àquele cujo nome não deve ser pronunciado. Em outras palavras, nos limites estabelecidos ainda somos senhores das nossas ações. Publicar a qualquer preço, render-se ao “produtivismo” e utilizar-se do vale tudo para “enriquecer o Lattes”, pode até gerar resultados que impressionem e nos deixem bem “qualificados” para disputar editais e outras coisas, mas certamente não é ético. A verdade é que as exigências éticas que fazemos aos outros (por exemplo, aos políticos) nem sempre são lembradas quando se trata dos nossos interesses particulares (ainda que travestidos de “interesse público”). Um dos maiores desafios que temos enquanto ser (es) humano (s) é conseguir manter a coerência entre o discurso e a prática. Nenhum de nós está livre de cair em contradição.

Os organismos financiadores e controladores ditam as regras e determinam o que é importante. Somos induzidos à adaptação acrítica, sem questionamento do como e de quem são os que decidem e direcionam os rumos do campo acadêmico. As práticas de mútuo favorecimento, clientelismo são fortalecidas pela necessidade de publicar, de somar pontos, “enriquecer o Lattes” e aumentar a “folha corrida”. Estabelecem-se relações de conveniências, pactos de hipocrisias que resguardam interesses recíprocos.

A pressão do Lattes influencia o mercado editorial acadêmico e até estimula plágios, comércio de trabalhos acadêmicos, etc. Hierarquiza-se a produção entre os que têm e os que não têm os recursos para financiar a publicação. Há até revistas que cobram para publicar e isto é visto por muitos como normal e natural. Se você tem money e pode pagar a edição do seu livro, não terá maiores dificuldades em conseguir a chancela de uma editora universitária ou mesmo privada. Há editoras cujo filão consiste basicamente em publicar textos acadêmicos, desde que os autores consigam financiamento. É capitalismo sem risco. Com injeção de dinheiro público, lucra-se antes e depois. E ainda garante-se a felicidade do autor e o seu Lattes.

Diante desta realidade, por que não investir na própria publicação? Livros publicados pelo próprio autor não é quantificado como qualquer outro? Por que submeter-se ao mercado editorial se podemos organizar nossa própria editora e publicarmos? Cooperativas de autores não são novidades, como também não é nova a prática de cotizar-se para financiar a publicação. Em determinadas circunstâncias até pode ser considerado desejável. O problema é quando o objetivo deixa de ser divulgar textos, idéias e trabalhos que não têm espaço no mercado editorial universitário e nas editoras privadas e passa a ser simplesmente “fazer o Lattes”, “somar pontos”, ser produtivo e ganhar a concorrência dos editais.

Aos que não têm como financiar seus trabalhos resta trilhar a via sacra e esperar até que, se tiver sorte, surja a oportunidade. Em tese, poderá publicar numa editora acadêmica, mas deve ter a paciência para esperar os trâmites burocráticos, os quais podem demorar meses e anos. Há a chance de ver seu livro publicado e deve agradecer aos céus por isso, mas será bem mais rápido e fácil se tiver o dinheiro.

A pressão pela publicação tem o efeito “positivo” de estimular a criatividade e “solidariedade” entre os indivíduos. Organizamo-nos para publicar uma obra, pois sabemos o quanto isso é importante para o coletivo. Pode ocorrer que o coletivo seja prejudicado devido à baixa produtividade dos docentes, com o risco de não ter recursos necessários para os projetos, que a pós-graduação seja inviabilizada e que os alunos não tenham a chance de aprovar seus projetos de pesquisa. Nosso Lattes precisa ser “enriquecido” em prol da coletividade; precisamos mostrar produtividade. Organizemos, então, uma obra com artigos de todos – não importa sobre o quê, nem se será lido. Melhor ainda se tivermos verba para publicar e garantir a chancela da editora.

Efeitos e conseqüências

“O problema é a insistência na produtividade, sem a menor preocupação com a recepção do trabalho. Perdeu-se o equilíbrio entre esses dois elementos – a produção e a recepção” (WATERS, 2006, p. 25).

Os efeitos dessa “corrida maluca” pela produtividade são nefastos e influenciam o cotidiano acadêmico desde a graduação. Logo cedo, os graduandos aprendem a jogar o jogo e percebem a importância de “encostar” na pessoa certa, aquela que abrirá as portas para um possível mestrado.[14] Por experiência concluem que o mais importante não é necessariamente o projeto de pesquisa ou o saber, mas sim conquistar a “proteção” dos mais “produtivos”, os que têm o Lattes mais extenso e que ocupam postos chaves no mundo acadêmico. Percebem que para se dar bem na carreira acadêmica precisam aceitar certas práticas e relações nem sempre justas e éticas.

O clientelismo caminha de mãos dadas com a bajulação, a adaptação e a submissão acrítica à linha teórica e ideológica do “protetor”. Em lugar de favorecer a autonomia do educando, investe-se na subordinação, na formação de séquitos e de discípulos dispostos a defender a verdade do mestre, mas incapazes de pensar pela própria cabeça. [15] E nem é preciso ser bom aluno, basta apenas se dar bem com o professor “X”, ainda que reprove ou se saia mal em outras disciplinas.

Este é também um jogo de mútuas vaidades. Os neófitos miram-se nos exemplos que têm diante de si, aprendem a serem servis e tornam-se catedráticos na arte da dissimulação. O servilismo tende a se aprofundar na medida em que aumenta a concorrência para ingressar na pós-graduação e é reproduzida nesta.

Pressionados pela exigência de mais e mais produtividade, os docentes reproduzem o servilismo na relação com os órgãos superiores. Mutilam-se para atender as normas e regras burocráticas decididas por um grupo seleto de indivíduos, os quais agem como deuses no Olimpo, cujas decisões são imperativas e moldam a prática cotidiana da maioria. Esta se submete. A perda do senso crítico e submissão à ordem acadêmica talvez representem o efeito mais infausto e preocupante.

As diretrizes emanadas dos órgãos superiores, e acatadas incondicionalmente no campus, favorecem o intelectual especialista. Valoriza-se o saber burocratizado, disciplinado, prisioneiro de fórmulas e padrões tidos como sinônimo do caráter científico. A forma passa a ser mais importante que o conteúdo. O discurso da transdisciplinaridade e multidisciplinaridade, tão em moda por certo período, não suplanta práticas fundadas na especialização. Os próprios critérios de avaliação desses organismos pressupõem consistência na área de pesquisa, ou seja, a constatação de que os pesquisadores se atêm aos mesmos “objetos”, por anos, décadas...

Ao anuir com os critérios positivistas da medição matemática do saber, como se este pudesse ser verdadeiramente mensurado, numa clara rendição às áreas do conhecimento acadêmico que priorizam a quantificação e também aos princípios mercadológicos cada vez mais influentes no campus, acentua-se o “produtivismo”. Na medida em que se prioriza a quantidade, compromete-se a qualidade do que é publicado. Claro, há muitos interesses a defender e é melhor não colocá-los em risco. Prevalece a mentalidade burocrática e conformista. É como se dissessem implicitamente que devemos “provar que não somos mentes independentes, que nos submetemos às regras e aos objetivos da alta produtividade”, escreve Lindsay Waters (Id., p. 87). A mediocridade caminha de mãos dadas com o conformismo.

O resultado é um ambiente acadêmico cada vez mais estressante e deprimente, povoado por indivíduos conformistas e apegados a interesses particulares e mesquinhos, fechados em feudos e lançados numa corrida desenfreada para conquistar posições, status e recursos materiais. O sonho dourado do sucesso, do reconhecimento dos pares, passa pela aceitação sem resistência ou questionamento da ideologia produtivista. A “Casa de Salomão” imaginada por Francis Bacon tem mais o aspecto de um imenso “cemitério dos vivos”.

Concluindo...

Passaram-se cerca de três décadas. Será que a situação denunciada por Maurício Tragtenberg foi superada?[16] Claro, as circunstâncias são outras, a sociedade e a universidade passaram por mutações. Parece-me, entretanto, que as observações de Maurício Tragtenberg permanecem atuais. Mesmo no nível puramente empírico é possível notar situações e atitudes que demonstram a permanência e intensificação dos aspectos que ele identificou como próprios da delinqüência acadêmica. Persistem práticas e atitudes delinqüentes e com o agravante de que parecem naturalizadas e aceitas como necessárias e “normais”. Perde-se a capacidade de escandalizar-se e encontram-se argumentos racionais para legitimá-las.

Não é fácil resistir à pressão pela adaptação. Vivemos a contradição da obediência à autoridade racional burocrática, às exigências inerentes à sobrevivência pessoal e acadêmica e, simultaneamente, a consciência da necessidade de negar e criticar o campo do qual somos partes. Eis o paradoxo do intelectual que, apesar de tudo, insiste em não se submeter. Nesses momentos, devemos nos mirar no exemplo de intelectuais como Tragtenberg, Bourdieu e Edward W. Said, entre outros, que mostraram a possibilidade de sobrevivermos sem fazer o sacrifício do espírito crítico e da liberdade, ainda que saibamos dos limites e dificuldades. Como escreveu Said (1993, p. 90):

“Em outras palavras, o intelectual propriamente dito não é um funcionário, nem um empregado inteiramente comprometido com os objetivos políticos de um governo, de uma grande corporação ou mesmo de uma associação de profissionais que compartilhem uma opinião comum. Em tais situações as tentações de bloquear o sentido moral, de pensar apenas do ponto de vista da especialização ou de reduzir o ceticismo em prol do conformismo são muito grandes para serem confiáveis. Muitos intelectuais sucumbem por completo a essas tentações e, até certo ponto, todos nós. Ninguém é totalmente auto-suficiente, nem mesmo o mais livre dos espíritos” (grifos nosso).

A exigência da adaptação é forte. Os inadaptados são vistos como um tipo em extinção. No reino do vale tudo na competição por prestígio e vantagens materiais e financeiras, a recusa só pode ser caracterizada como ingenuidade própria dos tolos. Não advogo o auto-isolamento ou uma atitude do tipo “ludista”, mas sim a necessidade de manter a lucidez e usar os meios que a própria universidade oferece, e o nosso trabalho intelectual, para combater o poder e as ilusões dos conformistas. O sentido da vida, e do viver, é mais profundo do que as fúteis vaidades e sonhos consumistas que acalentamos. É preciso tirar o véu que encobre a realidade e resistir aos devaneios de uma existência vazia de significados. É possível ser e agir diferente; é necessário resistir aos “inimigos da esperança”!

Referências

BOURDIEU, P. (1974) A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Editora Perspectiva.

__________. (2000) O Poder Simbólico. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.

__________. (2004) Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP.

FROMM, E. (1977) TER ou SER?! Rio de Janeiro: Zahar Editores.

ORWELL, G. (2005) Dentro da baleia e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras.

SAID, E. W. (2005) Representação do Intelectual: as Conferências Reiht de 1993. São Paulo: Companhia das Letras.

TRAGTENBERG, M. Sobre Educação, Política e Sindicalismo. São Paulo: Editores Associados; Cortez, 1990, 2ª ed. (Coleção Teoria e Práticas Sociais, vol 1).

VICENTE, F. G. D. “Latindo atrás do Lattes”. REA, nº 73, junho de 2007, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/073/73vieira.htm

WATERS, L. (2006) Inimigos da esperança: publicar, perecer e o eclipse da erudição. São Paulo: Editora da Unesp.

WEBER, M. (1993) Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Editora Cultrix.

ZIGGIATI, L. “A delinqüência acadêmica”. Folha de S. Paulo, Folhetim, 03.12.1978. Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/007/07trag_delinquencia.htm



* Docente na Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Sociais.

[1] “As entranhas da baleia”, escreve George Orwell, “são apenas um útero grande o suficiente para conter um adulto. Lá ficamos, no espaço almofadado e escuro em que nos encaixamos perfeitamente, com metros de gordura entre nós e a realidade, capazes de manter uma atitude da mais completa indiferença, não importa o que aconteça” (2005, p. 135).

[2] Este aspecto me chamou a atenção desde a época em que era graduando, observando meus professores e professoras e outros seres que habitam o campus. A atuação na docência universitária confirmou minhas impressões. Não que a vaidade seja inerente e restrita ao ambiente acadêmico! A vaidade é própria do humano e todos somos, em maior ou menor intensidade, vaidosos. Porém, como afirma Max Weber (1993, p.107): “Nos meios científicos e universitários, ela chega a constituir-se numa espécie de moléstia profissional”. A vaidade pode até mesmo desempenhar um papel positivo, mas, a partir de determinados parâmetros, como no mito de narciso, torna-se patologia e envenena as relações humanas. Ver: Óleo de Lorenzo e Patch Adams: a arrogância titulada, REA, nº 28, setembro de 2003; Aqui jaz fulano de tal... e a sua superioridade!, REA, nº 30, novembro de 2003; Sobre a vaidade no campo acadêmico, REA, nº 45, fevereiro de 2005; Educação, opção política e preconceito acadêmico, REA, nº 66, novembro de 2006.

[3] É o que Pierre Bourdieu (1974, p. 109) chamou de lei da dialética da distinção. Devido à maneira como funciona o campo intelectual, os intelectuais, necessariamente, perseguem a distinção. Para ele, isto não constitui um defeito pessoal, um “vício da natureza” humana egoísta. Bourdieu observa que a mesma lei que impele o intelectual a perseguir a distinção “impõe também os limites no interior dos quais tal busca pode exercer legitimamente sua ação”.

[4] “Todo campo (...) é um campo de forças e um campo de lutas para conservar ou transformar esse campo de forças” (BOURDIEU, 2004, p. 22-23).

[5] Ver a entrevista publicada originalmente no Folhetim, Folha de S. Paulo, 03.12.1978 e, também, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/007/07trag_delinquencia.htm

[6] Num texto apresentado no Seminário de Reitores, realizado em João Pessoa (PB), em 1978, Tragtenberg afirma: “A universidade é uma instituição dominante, além disso, ligada à dominação. Até hoje a universidade brasileira formou assessores de tiranos, é o antipovo. Criada para produzir conhecimento, ela se preocupa mais em controlá-lo” (TRAGTENBERG, 1990, p.55).

[7] Por exemplo, um livro publicado por uma editora universitária, com uma tiragem de cerca de 500 exemplares, é reconhecido pelos critérios formais burocráticos e vale muito na contagem para a ascensão na carreira universitária. Outro livro, com tiragem de 15 mil, mas que, por ignorância do autor, tenha sido publicado por uma editora sem os pré-requisitos exigidos, não conta nada e não tem valor acadêmico algum. E estamos supondo que ambos sejam comercializados e que não encalhem, isto é, que tenham leitores interessados em adquiri-los e lê-los.

[8] A Revista Urutágua tem mostrado que essa prática é, no mínimo, problemática. Adotamos como critério a não aceitação de co-autoria e os artigos são devolvidos aos autores. Estes, geralmente orientandos e orientadores, conversam e se acertam. O artigo é, então, reenviado e de acordo com os nossos critérios, isto é, com apenas um autor.

[9] Bourdieu (2000, p.85), ensina que não jogar o jogo é o mesmo que decretar a própria 'morte social'. ("A única liberdade absoluta que o jogo concede é a liberdade de sair do jogo por meio de uma renúncia heróica a qual, a não ser que crie outro jogo, não obtém a ataraxia senão à custa daquilo que é, do ponto de vista do jogo e da illusio, uma morte social", escreve ele).

[11] Prevalece o modo TER em detrimento do SER. Como esclarece Eric Fromm (1977, p. 96): “Ter refere-se a coisas, e as coisas são determinadas e definíveis. Ser refere-se à experiência humana, e a experiência humana, em princípio, não é definível”. E, mais adiante: “O modo Ser tem como requisito a independência, a liberdade e a presença de razão crítica. Sua característica fundamental é ser ativo, não no sentido de atividade externa, de estar atarefado, mas no sentido de atividade íntima, de emprego criativo dos poderes humanos” (Id., p. 97).

[12] Escrevi sobre este tema na REA, nº 46, marco de 2005. Ver “A corrida pelo Lattes”. Sugiro também a leitura do artigo “Latindo atrás do Lattes”, publicado por Francisco Giovanni David Vieira na REA, nº 73, junho de 2007, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/073/73vieira.htm

[13] Recentemente, por exemplo, fui avaliado como possível orientador para o PIBIC e reprovado. Justificativa: Lattes desatualizado (ainda que houvesse enviado, segundo formulário interno, a relação solicitada da “produção intelectual”).

[14] É preciso considerar o contexto em que ocorre este intercâmbio. A racionalidade instrumental que impulsiona docentes e discentes faz parecer que a troca é entre iguais e que é justa. Ver “A corrida pelo Lattes”, já citado.

[15] Bem diferente das experiências que tive com os meus orientadores, os quais respeitaram e investiram na autonomia e crescimento humano e intelectual. Ver “Maurício Tragtenberg e a Pedagogia Libertária: anotações sobre a experiência do fazer a tese”, REA, nº maio de 2004, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/036/36pol.htm

[16] Sugiro aos interessados a leitura na íntegra do texto de Maurício Tragtenberg, disponível na edição citada na bibliografia, na reedição pela Editora Unesp (2004) e também em http://www.espacoacademico.com.br/014/14mtrag1990.htm.


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É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída

Seminário "Pensamento e Sexualidade na Corporeidade Negra" - BA

PALESTRANTES:
Prof. Drº Alex Ratts – Universidade Federal de Goiás/UFG
Prof. Drº Osmundo Pinho – Universidade Federal do Recôncavo da Bahia/UFRB

DATA: 21 de janeiro de 2009.
LOCAL: Auditório Bahia Center, anexo da Câmara de Vereadores de Salvador
HORÁRIO: 19 horas

REALIZAÇÃO:
Rede Nacional de Negros e Negras LGBT (REDE AFRO LGBT)

APOIO:
Vereadora LeoKret, Pro Homo, Articulação Brasileira de Jovens Feministas (ABJF), Grupo de Capoeira Mandinga de Mulher

CONTATOS:
Jarbas: 8810-2737
Nildes Sena: 9925-5830
Renildo: 8767-8219

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Timbukutu

Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrado e Presidente CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: walterpassos21@yahoo.com.br

Timbuktu foi o maior centro universitário mundial durante séculos, dando continuidade aos conhecimentos espalhados por toda a África em épocas anteriores.
Timbuktu é conhecida como a “cidade santa”, a “misteriosa”, a “inacessível”, a “cidade do ouro” está situada no nordeste do atual Mali, ao sul do imenso deserto do Saara (maior inclusive do que o Brasil) e um pouco afastada da margem esquerda do rio Níger. Foi um dos maiores centros comerciais da história africana da rota do sal e outras mercadorias. Em Timbuktu trocava-se ouro por sal, que era escasso naquela região.

Deserto do Saara

Fundada por volta do século XI pelos tuaregues, a cidade se impôs, a partir do século XIV, como um centro de comércio importante entre o antigo Sudão e o Magrebe, para servir às caravanas que traziam sal das minas do deserto do Saara para trocar por ouro e escravos, trazidos do sul por aquele rio. As três grandes cidades da região (Timbuktu, Gao e Djanné) tornaram-se os pólos de uma efervescente civilização preta cuja memória permaneceu viva. No século XV, Timbuktu contava com não menos de 100 mil habitantes, dentre os quais 25 mil estudantes que freqüentavam a Universidade de Sankoré, atualmente transformada em mesquita.

Imperador Mansa Musa

Kankan Mansa Musa foi o décimo imperador Mansa, ou imperador do Mali durante seu auge no século XIV, entre os anos de 1312-1337. Tornou-se famoso por ser um dos grandes benfeitores do conhecimento em Timbuktu.
Durante o período do seu reinado, houve um crescimento do nível avançado de vida urbana nos grandes centros do Mali, especialmente em comparação com o relativo atraso da Europa. Fazendo do Mali um dos principais centros mundiais de conhecimento, estrutura urbana e riquezas.
O Imperador Mansa Musa também foi conhecido por sua peregrinação a Meca, aonde constituiu uma caravana com mais de seis mil pessoas, incluindo mais de cem camelos carregados com mais de 300 kg de ouro cada.

A Universidade de Sankoré foi o mais importante centro universitário de Timbuktu.

MANUSCRITOS DE TIMBUKUTU
Acreditam os estudiosos que há 1.500,000, 00 (hum milhão e meio) de manuscritos em Timbuktu, em que apenas 10% foram restaurados (cento e cinqüenta mil). A maioria destes documentos está em poder de famílias e estão enterradas do deserto, como um bem mais precioso do que o ouro. Nos manuscritos encontram-se atas jurídicas referente à vida dos hebreus (erroneamente chamados de judeus) e de renegados cristãos, assim como estudos de gramática, teologia, astronomia, música, botânica, direito, ciências, comercio, matemática, geografia, história, química, medicina, Economia, Política, entre outros.

Inclusive ao traduzir um manuscrito matemático para francês e enviá-lo a França foi confirmado que o conteúdo de álgebra ensinado em Timbkutu no século XVI, é hoje estudado no segundo ano daquela graduação nas Universidades Francesas.
Considerados como um maná científico inédito, esses manuscritos contradizem o mito da oralidade africana sustentado por intelectuais, como o falecido Hamadou Hampâté Bâ.
A escrita foi parte ativa de eminentes civilizações africanas como Kemet e ainda a indecifrável escrita kushita, uma das mais antigas da história humana; nossa escrita é erroneamente considerada ocidental e branca, pois foi copiada pelos gregos (mestres da cópia e apropriação de conhecimentos) da população preta fenícia.
Obras raríssimas, escritas em língua árabe, por vezes no idioma fula (peul), e em grego por eruditos originários do antigo império do Mali, são considerados um dos mais preciosos escritos da história mundial e se forem traduzidos mudarão a história da África e do planeta.

Ahmed Baba
Ahmed Baba, também conhecido como o “Sudanês o preto”, foi um dos mais importantes doutores em Timbuktu. Foi o último chanceler da Universidade de Sankoré. Ele foi um dos maiores estudiosos Africanos da final do século XVI. Sua vida é um brilhante exemplo de como a variedade e a profundidade do Oeste Africano a atividade intelectual antes da época colonial, escreveu mais de 40 livros: quase todos os livros tinham temas diferentes. Ele estava em Timbuktu, quando foi invadida pelos marroquinos em 1592, e ele foi um dos primeiros cidadãos a protestar contra ocupação de sua amada cidade. Durante a sua expatriação, sua coleção de 1.600 livros, uma das mais ricas bibliotecas do seu dia, estava perdida. E a única biblioteca pública em Timbuktu atualmente, o Instituto Ahmed Baba (que armazena mais de 18 000 manuscritos) é nomeado em sua homenagem.

HEBREUS NEGROS EM TIMBUKTU
As dez tribos que formaram o reino de Israel após a destruição pelos assírios, no oitavo século, foram dispersos em 586 a.C, quando Nabucodonosor destruiu o Templo de Adonai. Os hebreus fugiram para a África. O rei babilônico levou a tribo de Judá em cativeiro.
A presença de hebreus na África data de quase três mil anos, sem comentar dos hebreus que seguiram para a Etiópia seguindo Balkis ou Makeda a rainha de Sabá.
Os hebreus se instalaram em grandes impérios, como nos impérios do Oeste Africano: Songhai, Mali, Gana e Kanem-Bornu. De acordo com inúmeros relatos contemporâneos de visitantes à esta região vários governantes e administradores do império Songhai eram de origem hebraica até Askia Muhammad subir ao poder em 1492 e decretou que todos os hebreus deveriam se converter ao Islã ou saíram da região.

Na aldeia de Kirshamba, todos os descendentes de hebreus têm o último nome de Djarumba, o que significa o mesmo que "Aliahoudou-Hou," a palavra para hebreus em Songhai.
Em 1984, um historiador de Timbuktu chamado Ismael Haidera começou a investigar a sua história familiar. Ele descobriu, em antigos documentos relacionados a sua família, escritos em hebraico e com muitos nomes hebraicos, e concluiu que ele era, de fato, um descendente de hebreu, embora a família tivesse há muitos anos se convertido ao Islã e procurou esconder a suas origens hebréias, um cumprimento da profecia de que os hebreus dispersos viriam a adorar outros deuses. Ele investigou outras famílias em Timbuktu e as aldeias adjacentes, e descobriu origem hebréia. Todos estavam praticando o islamismo, embora houvesse histórias de aldeias onde ritos hebreus foram praticados em segredo. Em 1993 formaram uma sociedade para todos aqueles alegando ancestralidade hebraica, e em 1997 ele trasnformou a sociedade em um órgão formal administrativo. Os seus objetivos são para recolher e preservar os registros históricos de famílias hebréias na área, para manter os cemitérios onde estão enterrados, e para voltar a estabelecer uma comunidade hebraica na área, embora isto não parecesse implicar a prática religiosa, que seria difícil em um país muçulmano.

Todos os hebreus em Timbuktu foram convertidos ao longo das gerações ao Islã ou ao Cristianismo, recentes pesquisas históricas estão levando várias famílias a descobrirem a religião de seus antepassados. O Culto a YHWH.
As poderosas civilizações do Vale do Nilo: Nubia-Kush, Khemet e Axum ainda não foram devidamente estudas. As civilizações da Suméria, Babilônia, Harappan, entre outras e a formação do povo hebreu comprovam que todos os conhecimentos estavam com o povo original: Os Pretos.

FONTE: http://cnncba.blogspot.com/

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Mais um elo para fortalecer a nossa rede: blog Cultura Negra é Arte!!!

Olá, amig@s!!!
Criei mais um blog para disseminar informações sobre nossa gente, é o blog Cultura Negra é Arte!!! (http://www.negroearte.blogspot.com). Nele serão divulgadas biografias de artistas negr@s desconhecidos do grande público e também já renomad@s.
Assim com o Fazer Valer a Lei n. 11.645/08, este é um blog que segue a proposta de construção colaborativa. Portanto, fiquem à vontade para contribuir e sugerir nomes.
Conto mais uma vez com a atenção de tod@s!
Forte abraço,
Zelinda

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Datas importantes de Janeiro

01 de janeiro - Dia Mundial da Paz e da Fraternidade Universal
24 de janeiro-Revolta doa Malês na Bahia (1835)
31 de janeiro-Nascimento de Nzinga Rainha de Angola de 1633 a 1663

2ª Edição do Festa Black - BA

Acontece neste sábado (17-01), às 21h, no Espaço Barra - Av. Oceânica n° 613 ((próximo ao Barra Vento), Barra – Salvador, o primeiro baile black do ano, a FESTA BLACK 2ª Edição, com os Dj’s Bandido (Samba-Rock), Dj Edílson (Discol’80), Dj Preto (DrumBuss), Dj Branco (Hip-Hop), e participação especial do Dj Sartorello (16 toneladas). O baile terá como atração principal a banda Samba de Maria Eletrônico, que traz uma mistura dos mais variados estilos de samba de roda tradicional de raízes Africana, com batida eletrônica.

A FESTA BLACK 2ª Edição, tem por finalidade resgatar e fortalecer a auto-estima da Black Music e suas vertentes e sub-vertentes, é direcionada a todas as classes, amantes e admiradoras da Black Music sem preceitos de cor, raça, gênero ou posição social, atendendo a idade mínima de 18 anos. Vem impulsionada pelo grande sucesso da 1ª edição, realizada em 16 de Agosto de 2008 no Espaço Barra, onde reuniu mais de 1.200 pessoas entre jovens, adultos e grupo da meia-idade que dançaram ao som dos melhores DJs de Black Music da cidade, com ritmos que fazem parte das festas do século XXI em Salvador.

A BlackEventos Multicultura, aposta no novo conceito de eventos temáticos que firmem um propósito de resgate e valorização da cultura, seja através da música, dança, arte e moda. As festas blacks organizadas pela BlackEventos Multicultura em Salvador surgiram a 2 (dois) anos e neste período os eventos tomaram propoções de acordo com suas temáticas e localização.

SERVIÇO:

O quê? FESTA BLACK 2ª EDIÇÃO

Quando? 17 de janeiro de 2009 (sábado), às 21h.

Onde? ESPAÇO BARRA - Av. Oceânica n° 613 - Barra, ao lado do Hotel Monte Pascoal (próximo ao Barra Vento) – Salvador-Ba.

Quanto? R$ 10.00 (antecipado) R$ 15.00 (no local)

Atrações? Dj Bandido (Samba-Rock), Dj Edílson (Discol’80), Dj Preto (DrumBuss), Dj Branco (Hip-Hop), Dj Sartorello (16 toneladas) e Samba de Maria Eletrônico.

MAIS INFORMAÇÕES:

BlackEventos Multicultura

Tel: (71) 3314-9272 / 8202-4367 / 8827-4539

E-mail: sac.blackeventos@hotmail.com

Site: www.blackeventos.musicblog.com.br

UESB promove curso gratuito de Especialização em Antropologia com Ênfase em Culturas Afro-brasileiras - BA

Estarão abertas às inscrições para a seleção de candidatos ao Curso de Pós-Graduação em Nível de Especialização Lato Sensu em Antropologia com Ênfase em Culturas Afro-brasileiras oferecido pelo Departamento de Ciências Humanas e Letras (DCHL), juntamente com o Órgão de Educação e Relações Étnicas com Ênfase em Culturas Afrobrasileiras (ODEERE), no Campus Universitário de Jequié.

1. DAS INSCRIÇÕES
1.1 DO PERÍODO E DO LOCAL
1.1.1. As inscrições deverão ser efetivadas na Coordenação de Pós-graduação, Campus Universitário de Jequié, no período de 08 de janeiro a 30 de janeiro de 2009, no horário de 8:00 às 12:00 horas e das 14:00 às 18 horas.
1.1.2. As inscrições poderão ser efetuadas pessoalmente ou por correspondência (enviadas por SEDEX e postadas até o dia 30 de janeiro de 2008), para o endereço abaixo. Não serão aceitas inscrições feitas por telefone ou e-mail.

Endereço para envio das inscrições:
Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia – UESB
Campus Universitário de Jequié
Coordenação de Pós-graduação
Rua José Moreira Sobrinho, s/n
CEP: 45.506-191 - Jequié – BA

1.2. DO NÚMERO DE VAGAS
50 (cinquenta) vagas.

1.3. DOS REQUISITOS
Público alvo: Graduados e profissionais com nível superior, com interesse acadêmico e profissional na temática da antropologia das populações Afrobrasileiras.

1.4. DOCUMENTOS EXIGIDOS PARA A INSCRIÇÃO
No ato da inscrição, os candidatos deverão apresentar a seguinte documentação:
a) Cópia Carteira de Identidade, CPF e Título de Eleitor com comprovante da última votação;
b) Cópia do Histórico Escolar;
c) Apresentação do Projeto de Pesquisa;
d) 01 (uma) foto 3x4.

2. DAS TAXAS ACADÊMICAS
Não haverá cobrança de taxas acadêmicas, pois o curso é gratuito.

3. DO INÍCIO DO CURSO
O curso terá início no dia 21 de março de 2009.

4. DO PROCESSO DE SELEÇÃO
4.1. A seleção dos candidatos será realizada nos dias 02 a 20 de fevereiro de 2009
4.2. O processo seletivo ocorrerá em três etapas: análise do currículo, entrevista e seleção do projeto de pesquisa.
4.3. O processo seletivo será por classificação, tendo direito à matrícula os candidatos de maior pontuação, até o preenchimento das vagas oferecidas (50), observando os seguintes pesos:
a) Análise do Curriculum: peso 3;
b) Entrevista: peso 3;
c) Seleção projeto de pesquisa: peso 4.

5. DA PUBLICAÇÃO DO RESULTADO
5.1. A relação oficial dos candidatos classificados será divulgada através de lista na Secretária de Pós Graduação/Campus Jequié.
5.2.A divulgação dos resultados ocorrerá no prazo máximo de 15 (quinze) dias após a seleção.

6. DA MATRÍCULA
6.1. O candidato selecionado deverá matricular-se pessoalmente ou por procuração (com firma reconhecida) junto à Coordenação de Pós-graduação, no Campus de Jequié, no período de 09 a 13 de março de 2009, devendo os aprovados apresentar os seguintes documentos:
a) Requerimento de matrícula preenchido (Secretaria Setorial de Cursos);
b) Diploma ou Certificado de Conclusão de Curso de Graduação com Histórico
Escolar (original e xerox);
c) Carteira de Identidade e CPF (original e xerox);
d) Título de Eleitor, com comprovante da última eleição;
e) Certificado de Reservista (original e xerox);
f) Certidão de Nascimento ou Casamento (original e xerox);
g) 01 (uma) foto 3x4;
6.2. O candidato que não apresentar a documentação exigida para a matrícula no período estabelecido perderá o direito a vaga e ingresso no curso.
6.3. As vagas decorrentes de matrículas não efetivadas serão automaticamente preenchidas pelos candidatos aprovados, respeitando- se a ordem de classificação.

7. DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
7.1. O ato de inscrição gera a presunção absoluta de que o candidato conhece as exigências do presente Edital e de que aceita as condições da Seleção, não podendo invocar seu desconhecimento a qualquer título, época ou pretexto.
7.2. A inexatidão das declarações, as irregularidades de documentos, ou outras de qualquer natureza que não atendam às exigências deste Edital, ocorridas em qualquer fase do processo, eliminarão o candidato da Seleção ou, se identificadas posteriormente, impedirão a sua matrícula, anulando-se todos os atos e efeitos decorrentes da sua inscrição.
7.3. A Coordenação reserva-se ao direito de decidir sobre o cancelamento da oferta do Curso sob sua responsabilidade, caso o número de candidatos selecionados seja inferior a 90% (noventa por cento) do total de vagas ofertadas pelo respectivo Curso.

Vitória da Conquista, 07 de janeiro de 2009.

ABEL REBOUÇAS SÃO JOSÉ
Reitor da UESB

MAIS DETALHES EM WWW.UESB.BR

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Edital apóia projetos voltados à cultura negra - BA

EDITAL nº 28/2008 - CULTURA NEGRA

O Estado da Bahia, através da Secretaria de Cultura - SECULT/Fundo de Cultura da Bahia, da Fundação Pedro Calmon - Centro de Memória e Arquivo Público da Bahia - FPC e da Fundação Cultural do Estado da Bahia – FUNCEB, com objetivo de fomentar ações culturais voltadas para a valorização das expressões da cultura negra no Estado da Bahia, torna público que no período de 28 de novembro de 2008 a 12 de janeiro de 2009, estarão abertas as inscrições para a seleção e concessão de apoio a projetos culturais que valorizem o universo das heranças africanas no Estado da Bahia, nos termos do presente Edital e seus Anexos e com observância das disposições das Leis Estaduais 9.433/05, 9.431/05, 10.705/07 e 9.846/05 e dos Decretos Estaduais 9.266/04, 9.683/05 e 10.992/08.

1. OBJETO

1.1 Constitui objeto do presente Edital a seleção e a concessão de apoio a, pelo menos, 07 (sete) projetos com objetivo de fomentar ações culturais voltadas para valorização das expressões da cultura negra no Estado da Bahia, nas categorias a seguir:

  1. CATEGORIA 1: pelo menos 04 (quatro) projetos no valor de até R$ 25.000,00 (vinte e cinco mil reais) cada;
  2. CATEGORIA 2: pelo menos 02 (dois) projetos no valor de até R$ 50.000,00 (cinqüenta mil reais) cada;
  3. CATEGORIA 3: pelo menos 01 (um) projeto no valor de até R$ 100.000,00 (cem mil reais).

1.2 O valor total do apoio financeiro disponível para os projetos selecionados será de até R$ 300.000,00 (trezentos mil reais), mediante recursos provenientes do Fundo de Cultura da Bahia.

1.3 Serão contemplados, no máximo, 04 (quatro) projetos de proponentes de um mesmo Território de Identidade, salvo inexistência de projetos aptos ao recebimento do apoio.

1.4 Os projetos deverão ser concluídos em até 12 (doze) meses, contados da data de assinatura do Termo de Acordo e Compromisso – TAC constante do Anexo III, deste Edital.

1.5 A Informação sobre os municípios que compõem cada Território de Identidade encontra-se no Anexo V deste Edital.

2. PROPONENTE

2.1 Poderão ser proponentes:

  1. Pessoa Jurídica do campo artístico-cultural, sediadas no Estado da Bahia, há pelo menos 03 (três) anos;
  2. Pessoa Física, maiores de 18 (dezoito) anos, domiciliadas no Estado da Bahia há pelo menos 03(três) anos.

2.1.1 O apoio financeiro para projetos inscritos por Pessoas Físicas será de até R$ 62.250,00 (sessenta e dois mil e duzentos e cinqüenta reais), nos termos do artigo 5º do Decreto 10.922/08.

2.2 É vedada a inscrição e a participação, direta ou indireta, de integrantes da Comissão de Seleção deste Edital, das Comissões do Fundo de Cultura ou da Comissão Gerenciadora do Fazcultura e de servidores públicos estaduais, de qualquer categoria, natureza ou condição, nos termos dos artigos 18 e 125 da Lei Estadual 9.433/05, do artigo 9 do Decreto Estadual nº 9.266/04 e artigo 15 do Decreto Estadual 10.992/08.

2.3 É vedada ainda a inscrição de proponente que possua projeto aprovado no Fundo de Cultura para execução no mesmo ano civil e/ou esteja inadimplente com a prestação de contas do Fundo de Cultura ou FAZCULTURA.

2.4 Cada proponente poderá inscrever apenas 01 (um) projeto, e em somente 01 (uma) categoria deste Edital.

2.5 Os benefícios do Fundo de Cultura da Bahia - FCBA não poderão ser concedidos a proponente que:

  1. não seja pessoa física ou jurídica de direito privado domiciliada ou estabelecida no Estado da Bahia há, pelo menos, 03 (três) anos;
  2. esteja inadimplente com a Fazenda Pública Estadual;
  3. esteja inadimplente com o Fundo de Cultura ou FAZCULTURA;
  4. seja servidor público estadual, membro da Comissão Gerenciadora do FAZCULTURA ou membro de comissão do FCBA;
  5. seja pessoa jurídica que tenha, na composição de sua diretoria, membro da Comissão Gerenciadora do FAZCULTURA ou de comissão do FCBA;
  6. esteja inadimplente com prestação de contas de projeto cultural realizado anteriormente;
  7. esteja, em relação ao projeto, sendo patrocinado pelo FAZCULTURA;
  8. já tenha projeto aprovado no FCBA para execução no mesmo ano civil; ou
  9. sendo pessoa jurídica de direito privado, não tenha por objeto o exercício de atividades na área cultural em que se enquadre o projeto, dentre as áreas culturais contempladas pelo FCBA.

3. INSCRIÇÕES E ENTREGA DE PROJETO

3.1 As inscrições serão realizadas no período de 28 de novembro de 2008 a 12 de janeiro de 2009, na Fundação Pedro Calmon-FPC/Biblioteca Pública do Estado da Bahia, localizada na Rua General Labatut, nº 27, Barris, sala da Diretoria Geral, CEP: 40070-010, Salvador-Bahia, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h, ou enviadas via Correios ou serviço similar de entrega, com Aviso de Recebimento (A.R.).

3.1.1 Somente serão aceitas inscrições enviadas pelos Correios com data de postagem até o dia 12 de janeiro de 2009.

3.2 As inscrições deverão ser feitas mediante a apresentação dos documentos abaixo relacionados, em envelope, endereçado a Fundação Pedro Calmon - FPC/Biblioteca Pública do Estado da Bahia, contendo em sua capa a indicação do número, título do Edital, o nome do Proponente e do Projeto e em seu interior, obrigatoriamente:

3.2.1 DOCUMENTOS:

  1. Formulário de Apresentação de Projetos - Anexo I, disponível na Fundação Pedro Calmon – FPC, na FUNCEB e nos sites www.funceb.ba.gov.br, www.cultura.ba.gov.br e www.fpc.ba.gov.br/editais, em 01 (uma) via impressa e assinada pelo proponente e 01 via eletrônica;
  2. Cópia de RG e CPF do proponente, no caso de Pessoa Física;
  3. Cópia do Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica (CNPJ);
  4. Cópia de RG e CPF do representante legal, no caso de Pessoa Jurídica;
  5. Cópia de Contrato Social ou Estatuto, devidamente registrados (JUCEB ou cartório), e demais alterações, incluindo ata de designação do representante legal;
  6. Cópia do registro comercial para empresas individuais;
  7. Cópia de comprovante de residência ou sede do proponente, através de documentos pertinentes, a exemplo de conta de água, luz, telefone, dentre outros;
  8. Declaração do proponente de que é residente ou sediado no Estado da Bahia há pelo menos 03 (três) anos;
  9. Cópia do balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, vedada a sua substituição por balancetes ou balanços provisórios.

3.2.2 ANEXOS:

  1. Currículo do Proponente e dos principais envolvidos;
  2. Material de divulgação de realizações anteriores dos principais envolvidos no projeto, em CD-ROM ou impresso, contendo cópia de matéria(s) publicada(s) na imprensa, fotografia(s), vídeo(s), programa(s) e/ou cartaz(es);
  3. Carta de anuência, devidamente assinada, dos principais envolvidos, conforme modelo constante no Anexo II, disponível nos sites www.cultura.ba.gov.br, www.funceb.ba.gov.br e www.fpc.ba.gov.br/editais;
  4. Declaração de representante(s) legal(is), devidamente assinada, autorizando a participação de menor(es) de idade envolvido(s) no projeto, se houver;
  5. Informações e materiais adicionais que possam acrescentar dados sobre o projeto tais como programação, CD, DVD, roteiro, textos, storyboard, textos e fotografias.

3.3 A Fundação Pedro Calmon – FPC fornecerá comprovante de inscrição. No caso de inscrição pelos Correios, o Aviso de Recebimento (A.R.) será considerado como comprovante de inscrição, valendo a sua data de postagem.

3.4 Em nenhuma hipótese serão aceitas inscrições ou entrega de qualquer documento ou material fora do prazo, forma e demais condições estabelecidas neste Edital e em seus Anexos.

3.5 Serão de responsabilidade do proponente ao se inscrever:

  1. Todas as despesas decorrentes de sua participação na seleção prevista neste Edital;
  2. A veracidade dos documentos apresentados;
  3. A guarda do arquivo de texto ou cópia de documentos, bem como de todos os materiais enviados como anexos.

4. SELEÇÃO DO PROJETO

4.1 A seleção será realizada em 02 (duas) etapas, a saber:

4.1.1 HABILITAÇÃO - Realizada por servidores da Fundação Pedro Calmon - FPC, indicados pelo Diretor Geral da entidade, que emitirão parecer técnico, sobre a análise do item 3.2.1.

4.1.2 SELEÇÃO - Realizada por uma comissão externa composta por 03 (três) integrantes de reconhecida atuação na área cultural, sendo 02 (dois) indicados pelo Conselho Estadual de Cultura e 01 (um) pela Secretaria de Cultura, a partir de consulta a fóruns representativos das comunidades negras, nos termos do artigo 72, §7º da Lei Estadual 9.433/05 e do artigo 13 do Decreto Estadual 10.992/08.

4.2 Serão levados em conta para a avaliação dos projetos os seguintes critérios:

  1. Valor cultural do projeto {pontuação máxima de até 20 (vinte) pontos}, observando-se;
    1. Adequação ao objeto do edital;
    2. Incentivo à diversidade.
  2. Viabilidade técnica do projeto {pontuação máxima de até 25 (vinte e cinco) pontos}, observando-se:
    1. Coerência entre proposta, cronograma e orçamento;
    2. Coerência entre as ações do projeto e os custos apresentados
    3. Razoabilidade dos itens de despesas e seus custos.
  3. Qualificação do produtor cultural e da equipe técnica {pontuação máxima de até 15 (quinze) pontos}, observando-se:
    1. Currículo do proponente;
    2. Currículo da equipe envolvida.
  4. Aspectos sociais do projeto {pontuação máxima de até 30 (trinta) pontos}, observando-se:
    1. Promoção da auto-estima, do sentimento de pertencimento e da cidadania;
    2. Abrangência e diversidade de públicos;
    3. Contribuição para o acesso à produção de bens culturais resultantes do projeto.
  5. Relação custo/benefício {pontuação máxima de até 10 (dez) pontos}, observando-se;
    1. Análise da relação entre custos e resultados.

4.3 Cada projeto será avaliado individualmente pelos membros da Comissão indicada no item 4.1.2 deste Edital, e após análise detalhada do projeto, à luz dos aspectos definidos no item 4.2, será atribuída nota de 0 (zero) a 100 (cem) pontos para cada projeto. Da soma total das notas atribuídas a cada projeto por cada membro da Comissão obter-se-á, por meio de média aritmética simples, a média final de cada projeto.

4.3.1 A Proponente que obtiver a maior nota final será primeira a primeira classificada, a segunda maior nota será a segunda classificada, e assim sucessivamente.

4.3.2 Em caso de empate, será assegurada a preferência à Proponente que obtiver a maior pontuação nos itens “4.2 a)”; “4.2 b)” e “4.2 c)”. Persistindo o empate, será realizado sorteio, em ato público, para o qual as Proponentes serão convocadas.

4.3.3 Serão desclassificados os projetos que não atenderem às disposições deste Edital e de seus Anexos e que não alcançarem uma pontuação mínima de 50 (cinqüenta) pontos.

4.4 O resultado final dos projetos selecionados, bem como a indicação dos suplentes, será publicado no Diário Oficial do Estado e nos sites www.cultura.ba.gov.br, www.fpc.ba.gov.br/editais e www.funceb.gov.br em até 60 (sessenta) dias após o encerramento das inscrições.

4.5 Os prazos estabelecidos para conclusão dos trabalhos pelas comissões responsáveis pela habilitação e seleção dos projetos poderão ser prorrogados mediante justificativa fundamentada, por autorização expressa do Secretário de Cultura do Estado da Bahia .

5. ASSINATURA DO TERMO DE ACORDO E COMPROMISSO

5.1 Após a divulgação do resultado final, o proponente selecionado será convocado para apresentar, no prazo máximo de 10 (dez) dias úteis, os seguintes documentos, necessários para assinatura do Termo de Acordo e Compromisso – TAC, constante no Anexo III, deste Edital.

5.1.1 Para Pessoa Jurídica:

  1. Comprovação de regularidade para com o INSS/Certidão Negativa de Débito (CND), podendo ser impressa a partir do site www.previdenciasocial.gov.br;
  2. Comprovação de regularidade para com o FGTS/Certidão de Regularidade Fiscal (CRF), podendo ser impressa a partir do site www.caixa.gov.br;
  3. Comprovação de regularidade com as Fazendas Federal, Estadual e Municipal, podendo ser impressas a partir dos sites www.receita.fazenda.gov.br, www.sefaz.ba.gov.br. e do site do Município respectivo, se houver;
  4. Inscrição no Cadastro de Contribuinte Municipal e/ou Estadual;
  5. Comprovante de abertura de conta corrente específica para o projeto, contendo nome do proponente, CNPJ, banco, número da agência e da conta e data de abertura, que deve ser posterior à data da publicação do resultado deste Edital no DOE;
  6. Autorização de Cessão de Direitos Autorais, caso o projeto faça uso de obra de terceiros.

5.1.2 Para Pessoa Física:

  1. Comprovação de regularidade com as Fazendas Federal e Estadual, podendo ser impressa a partir dos sites www.receita.fazenda.gov.br e www.sefaz.ba.gov.br;
  2. Comprovante de abertura de conta corrente específica para o projeto, contendo nome do proponente, CPF, banco, número da agência e da conta e data de abertura, que deve ser posterior à data da publicação do resultado deste Edital no DOE.

5.2 A documentação deverá ser entregue na Fundação Pedro Calmon-FPC/Biblioteca Pública do Estado da Bahia, localizada na Rua General Labatut, nº 27, Barris, sala da Diretoria Geral, CEP: 40070-010, Salvador-Bahia, de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e 14h às 17h ou enviadas via Correios ou serviço similar de entrega (a comprovação de inscrição dar-se-á mediante o Aviso de Recebimento - A.R. com a data de postagem).

5.3 O proponente selecionado que não apresentar os documentos listados no item 5.1 dentro do prazo estabelecido será desclassificado, sendo convocado para assinatura do Termo de Acordo e Compromisso - TAC o respectivo suplente, de acordo com a ordem de classificação final.

5.4 O recurso de apoio será repassado através de depósito exclusivamente em conta corrente específica para o projeto, em 02 (duas) parcelas:

  1. 70% (setenta por cento) em até 30 (trinta) dias após a assinatura do TAC;
  2. 30% (trinta por cento) em até 30 (trinta) dias após a entrega dos Relatórios Parciais de Execução de Atividades e de Prestação de Contas, conforme consta na Cláusula Décima Primeira do TAC.

6. DEFINIÇÕES

6.1 Para os efeitos deste Edital entende-se que:

  1. Conta corrente vinculada ao projeto é aquela aberta exclusivamente para movimentação e recebimento de créditos referentes ao apoio concedido nos termos do presente Edital.
  2. Média aritmética simples é o valor resultante do somatório de todas as notas recebidas por um mesmo projeto, dividido pela quantidade dessas mesmas notas.

7. DISPOSIÇÕES FINAIS

7.1 Das decisões proferidas pelas Comissões responsáveis pela habilitação e seleção dos projetos caberá recurso para o Secretário de Cultura no prazo de 05 (cinco) dias úteis, contados a partir da publicação da decisão no Diário Oficial do Estado da Bahia.

7.1.1 Os recursos devem ser dirigidos ao Secretário de Cultura do Estado da Bahia, devendo ser protocolados na FPC, que, após emitir parecer técnico, os remeterá para apreciação e deliberação.

7.2 O apoio financeiro concedido poderá ser de valor inferior ao apresentado pelo proponente no projeto.

7.3 As obrigações a serem assumidas pelo proponente selecionado estão previstas na Cláusula Terceira do Termo de Acordo e Compromisso – TAC, Anexo III deste Edital.

7.4 O proponente selecionado deverá prestar contas dos recursos repassados na forma indicada na Cláusula Décima Primeira do Termo de Acordo e Compromisso – TAC, Anexo III deste Edital.

7.5 Integram o presente Edital os anexos I – Formulário de Apresentação de Projeto, II - Modelo de Carta de Anuência, III – Minuta do Termo de Acordo e Compromisso e IV – Formulário de Prestação de Contas, que estão disponíveis na FUNCEB e FPC e nos sites www.cultura.ba.gov.br, www.funceb.ba.gov.br e www.fpc.ba.gov.br/editais.

7.6 Os recursos financeiros para apoio aos projetos selecionados, provenientes do Fundo de Cultura da Bahia, serão repassados pelo Estado da Bahia através da Secretaria de Cultura, de acordo com a Cláusula Quinta do Termo de Acordo e Compromisso – TAC, Anexo III deste Edital.

7.7 A Fundação Pedro Calmon será responsável pela gestão dos procedimentos de inscrição e de seleção, bem como, pelo acompanhamento e fiscalização da execução do objeto contemplado e pela emissão de parecer técnico sobre as Prestações de Contas Parciais e Final apresentadas pelo proponente selecionado.

7.8 Cabe ao Fundo de Cultura da Bahia, além de disponibilizar os recursos para apoio financeiro aos projetos selecionados, analisar e emitir parecer final sobre as Prestações de Contas Parciais e Final, apresentadas pelo proponente selecionado, bem como pelo arquivamento dos processos respectivos.

7.9 Os profissionais indicados pelo proponente na Ficha Técnica deverão participar do projeto, admitindo-se a sua substituição por profissionais de experiência equivalente ou superior, desde que aprovada previamente pela FPC e SECULT/Fundo de Cultura da Bahia.

7.10 Caso o proponente selecionado venha a ter outro projeto aprovado no Fundo de Cultura no ano em exercício, este deverá optar, formalmente, por apenas uma das contemplações.

7.10.1 O proponente que tiver projeto do ano anterior apoiado pelo Fundo de Cultura e ainda em execução só poderá ser contemplado por este Edital após apresentação e aprovação da Prestação de Contas Final.

7.11 Os projetos não selecionados ficarão à disposição dos proponentes para retirada na sede da FPC no prazo de até 60 (sessenta) dias após a publicação dos resultados, podendo ser, a partir de então, inutilizados.

7.12 Os casos omissos relativos a este Edital serão decididos pela Secretaria de Cultura do Estado da Bahia, por ato do Secretário, observada a legislação pertinente.

7.13 A Proponente selecionada deve manter atualizado o seu cadastro junto à Secretaria de Cultura do Estado da Bahia até a aprovação da prestação de contas final do projeto.

7.14 Informações e esclarecimentos adicionais poderão ser obtidos através do e-mail: editais@fpc.ba.gov.br, fazendo constar, no campo Assunto, a citação: EDITAL nº. 28/2008 e o Nome do Projeto, e/ou através do telefone (71) 31166922/23.

Salvador (BA), 27 de novembro de 2008.

MÁRCIO MEIRELLES
Secretário de Cultura do Estado da Bahia

UBIRATAN CASTRO DE ARAÚJO
Diretor Geral da Fundação Pedro Calmon

GISELE MARCHIORI NUSSBAUMER
Diretora Geral da Fundação Cultural do Estado da Bahia

WLAMYRA RIBEIRO DE ALBUQUERQUE
Diretora de Arquivos da FPC

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Exposição "Eu sou neguinha?" - BA

Evento: Eu sou Neguinha?
Data: 15/12/2008 a 25/1/2009
Local: Centro Cultural Correios-Pelourinho
Horário: Segunda à sexta das 10 às 19 horas e aos sábados das 8 às 12 horas
Ingressos: No local
Valor: Entrada franca

A retrospectiva de 20 anos de carreira da artista visual baiana, Mônico Simões, "Eu sou neguinha?" ficará aberta, até dia 25 de janeiro (2009), no Centro Cultural Correios, Cruzeiro de São Francisco, Pelourinho, em Salvador (BA), com entrada franca. A mostra, que foi contemplada pelo Edital Correios, exibe novos trabalhos e releituras de outros da artista que já circularam em bienais, cinemas, galerias, emissoras de TV ou mídia impressa, alguns dos quais já premiados em salões nacionais e festivais internacionais.
Instalações, plotagens ampliadas em até dois metros, dezenas de fotos, um livro com 200 páginas, livretos, vários vídeos-documentários e vídeos-arte sendo exibidos em uma sala especial. Essas são apenas algumas das atrações da exposição multimídia. As obras estão expostas em cinco salas que ganharam os nomes de "livro", "ovo", "cuba" e "barrocão". Mônica revela pouco das surpresas, mas, adianta que vem fazendo cada vez mais trabalhos "na linha auto-etnográfica, utilizando o próprio corpo, objetos e temas que fazem parte da minha história de vida como suporte e produto final das minhas obras", diz.
A retrospectiva reforça o perfil da sua múltipla e rica carreira da artista nas duas últimas décadas. Para a curadora de arte, internacionalmente reconhecida, e atual diretora do Museu de Arte Moderna (MAM) da Bahia, Solange Farkas, é recorrente ver na trajetória artística de Mônica "o uso da fotografia de família, gente, cidade e objetos pessoais, demonstrando seu particular interesse pelos espaços, hábitos íntimos das pessoas e, sobretudo, pela reconstituição de ambientes afetivos", explica a especialista.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Preto no branco: a revolta da Chibata

No dia 22 de novembro de 1910, os marinheiros do encouraçado Minas Gerais tomaram o controle do navio após luta e derramamento de sangue. Indignados com os maus tratos, sobretudo a péssima alimentação e as punições com palmatória e chibata, os marujos liderados por João Cândido conseguiram adesão dos demais companheiros, que também se amotinaram em outras embarcações.

Conhecida como A Revolta da Chibata, a ação teve efeito imediato na cidade do Rio de Janeiro, então capital da república, com navios enormes apontando seus canhões para terra. Apesar de concedida a anistia aos revoltosos pelo Marechal Hermes da Fonseca, sucederam-se uma série de prisões e assassinatos dos envolvidos, até hoje não explicados. Preso, torturado e internado num hospício, João ficou conhecido como Almirante Negro, inspirando outras rebeliões em prol da igualdade entre negros e brancos.

Nesta envolvente história da dupla cearense Olinto Gadelha (roteiro) e Hemeterio (arte), toda em preto e branco, o leitor é convidado a reviver aqueles dias de tensão na baía de Guanabara e o drama que acompanhou João Cândido até sua morte, em 1969, aos 89 anos de idade. O traço ora caricatural ora artístico encontra berço no uso inteligente do contraste e do enquadramento cinematográfico com uma grande riqueza de detalhes – por exemplo, na cena de Oswald de Andrade com o bonde 22 passando atrás, em alusão a Semana de Arte de 1922, e na redação dos Diários Associados em 1944 durante a 2ª Guerra Mundial.

Também transparecem influências do surrealismo, a mistura de ação e humor que o falecido Will Eisner usou tão bem nas histórias do Spirit e a técnica de fusão de imagens. A passagem de uma cena para outra utilizando as mesmas posições, transição que Dave McKean fez com maestria no clássico Orquídea Negra (1989), foi assimilado e bem executado por Hemeterio. Impossível não ler sem visualizar mentalmente a seqüência de imagens. Além de uma bela homenagem a tão importante luta pela liberdade, o álbum Chibata! (Conrad Editora) daria um bom desenho animado, algo fundamental de se pensar em tempos onde tudo converge para telas de todos os tamanhos.

Chibata 2 pag interna
Chibata pag 1 interna

FONTE: http://www.jblog.com.br/quadrinhos.php?itemid=10659

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Cursos afro terão R$ 3,6 milhões em 2009

Formação de professores na temática étnico-racial, história e cultura afro-brasileira envolve 27 universidades públicas

Como 72% dos municípios pediram, nos seus planos de ações articuladas (PAR), a formação de professores na temática étnico-racial, história e cultura afro-brasileira, o Ministério da Educação selecionou 27 universidades públicas, federais e estaduais, para organizar os cursos e produzir material didático-pedagógico em 2009. Para executar essa tarefa, as universidades têm R$ 3,6 milhões. Cada projeto recebeu no final de 2008 entre R$ 100 mil e R$ 150 mil.

Prevista na Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, a formação em relações étnico-raciais deve ser oferecida ao conjunto dos professores da educação básica pública em cursos de aperfeiçoamento, especialização ou extensão. Entre as 27 universidades, o ministério escolheu duas instituições para organizar livros e criar vídeos para uso de professores e alunos nas salas de aula.

Entre as instituições que farão seleção para curso no início deste ano está a Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (Uesb), campus da cidade de Jequié. Será um curso de pós-graduação, com 360 horas, nível de especialização em antropologia, com ênfase na cultura afro-brasileira.

O curso, com 50 vagas, terá quatro módulos presenciais, duração de 12 meses, ministrado uma vez por mês, de quinta-feira a domingo. No restante da semana, professores pesquisadores da Uesb vão acompanhar os estudantes na organização da monografia, que será apresentada no final da formação. O curso está previsto para começar em 21 de março. Entre as disciplinas do currículo elaborado pela Uesb estão a antropologia das populações afro, história e cultura afro-brasileira, diversidade lingüística.

A Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) já selecionou os 120 professores da rede estadual do Espírito Santo que farão um curso de pós-graduação, nível de aperfeiçoamento, com 200 horas presenciais em história da África e relações étnico-raciais. As aulas começam em fevereiro.

Entre os temas que serão abordados por pesquisadores da Ufes, professores convidados e militantes do movimento negro nacional, estão a literatura africana e afro-brasileira, violência e relações raciais, estudos sobre a África, relações étnico-raciais no Brasil, territórios quilombolas, saúde e grupos étnico-raciais.

Tiveram prioridade na seleção feita pela universidade, professores que trabalham em municípios que pediram o curso no PAR, efetivos na rede, com graduação e interesse na temática.

A Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), em Minas Gerais, concluiu em dezembro o primeiro de dois cursos previstos no seu projeto. A UFVJM construiu um curso de extensão de 96 horas presenciais e 40 dias de duração – de 28 de outubro a 6 de dezembro. Nesse período, atualizou 500 professores e gestores, da educação infantil ao ensino médio, de 41 municípios dos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. Outros 460 professores já selecionados pela UFVJM farão a formação no primeiro semestre deste ano.

Na extensão, eles viram conteúdos sobre relações raciais no Brasil, história da África, história afro-brasileira, cultura africana e currículo escolar. As aulas da primeira turma aconteceram em regime intensivo de quarta-feira a sábado, durante seis semanas, sendo dois dias semanais para professores da educação infantil e séries iniciais do ensino fundamental e outros dois dias para professores dos anos finais e do ensino médio.

Formação nacional

A capacitação dos professores da educação básica em história da África e relações raciais afro-brasileiras é feita por um conjunto de 20 universidades federais e cinco estaduais selecionadas pelo Ministério da Educação.

As universidades federais de São Carlos (UFSCar) e do Rio Grande do Sul (UFRGS) foram escolhidas para elaborar materiais didáticos para uso de professores e estudantes na sala de aula. A UFSCar vai produzir livros para o professor e para o aluno das séries finais do ensino fundamental e a UFRGS vai criar um vídeo sobre a história da África.

O repasse dos recursos para as 27 universidades foi feito pelo Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior (Uniafro).

O Plano de Ações Articuladas (PAR) é um diagnóstico e planejamento das ações educacionais realizado por estados e municípios para um período de cinco anos, de 2007 a 2011.
(Assessoria de Comunicação do MEC)

Instituto Steve Biko abre inscrições para curso pré-vestibular - BA

EDITAL PARA SELEÇÃO DE CANDIDATOS AO CURSO PRÉ-VESTIBULAR 2009

O INSTITUTO CULTURAL STEVE BIKO (ICSB), abre inscrições para o processo seletivo do curso pré-vestibular 2009. O objetivo é proporcionar aos afro-descendentes possibilidades de igualdade de condições para concorrer às provas dos vestibulares, bem como promover a ascensão social da comunidade negra por meio da educação e do resgate de seus valores ancestrais, contribuindo assim para a redução das desigualdades raciais em nosso país.

O ICSB torna pública a abertura de inscrição para o pré-vestibular 2009 destinado aos candidatos que concluíram ou que estejam cursando o último ano do Ensino Médio ou equivalente.

I – INSCRIÇÕES

1.1 - Estão abertas as inscrições para selecionar os candidatos que comporão as turmas do Curso Pré-Vestibular 2009.

1.2 - O período de inscrição para o Curso Pré-Vestibular 2009 compreende o período de 06 a 23 de janeiro de 2009, e ocorrerão, exclusivamente, na Rua do Paço, 04 Largo do Carmo, 2º andar Pelourinho - Salvador, das 08h. as 12 e das 14 às 18h, de segunda a sexta feira.

1.3 – Taxas

Valor da inscrição (entrevista + prova): R$ 20,00 (vinte reais).

II - DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA

2 - No ato da inscrição o candidato obrigatoriamente deverá:
a) Entregar a ficha de inscrição, devidamente preenchida;
b) Apresentar original do comprovante de conclusão do ensino médio ou que está em vias de conclusão ainda no ano de 2009;
c) Original do RG e do CPF;
d) Apresentar Comprovante de Residência;

e) 01 foto 3x4 atual;

f) Efetuar pagamento da Taxa de inscrição (R$ 20,00)

III - VAGAS

ÚNICO: Serão oferecidas 70 (setenta) vagas para o TURNO MATUTINO e 70 (setenta) vagas para o TURNO NOTURNO.
IV - SELEÇÃO
A seleção será realizada em duas etapas:

1ª ETAPA- Entrevista – classificatória

2ª ETAPA – prova – classificatória

V - SELECIONADOS

ÚNICO: Serão selecionados inicialmente 70 estudantes por turno obedecendo á ordem crescente de classificação. Podendo ser convocados os demais até a formação da turma.

VI-DATAS DO PROCESSO

Inscrição: 06 a 23/01/2009 (De segunda a sexta feira das 14h às 18h.).

Entrevista: 26 a 30 de janeiro de 2009 – Matutino: 9 às 12 horas, Noturno das 19 às 22 horas.

PROVA – DIA 08 DE FEVEREIRO DE 2009 (08h30min ) – Local a confirmar

Provas:

Português (Redação de 20 a 25 linhas);

Língua Portuguesa - Regras de acentuação gráfica;Formação de palavras:derivação; composição; hibridismo; redução; empréstimos e gírias. Concordância verbal e nominal; regência verbal; Semântica:sinonímia;antonímia; campo semântico – hiponímia e hiperonímia;polissemia

Matemática (15 questões de matemática);

Raciocínio Lógico; Divisibilidade; Números primos; Mínimo múltiplo comum (MMC) e Máximo divisor comum (MDC); Potenciação e Radiciação; Números fracionários; Números decimais; Razão e proporção; Porcentagem; Média aritmética e média ponderada; Expressões numéricas; Regra de três simples e composta; Equações do 1º grau; Sistemas de equações do 1º grau.

Conhecimentos Gerais (15 questões);

Resultado Final: 10 de fevereiro de 2009, ás 14 horas.

Matrícula de 10 de fevereiro a 04 de março de 2009 no horário: 08 às 12 horas ou das 14 às 18 horas, de segunda a sexta feira.

Aula inaugural 2009: 07 de março de 2009 – 14 horas - Local a Confirmar

Início das aulas: 09 de março de 2009 – Local Sede do Instituto Steve Biko: Rua do Paço, 04 Largo do Carmo 2º andar Pelourinho-Salvador.

VII - VALOR DO CURSO

O valor total do curso é de R$ 500,00 (quinhentos reais). Este valor poderá ser quitado em uma das seguintes formas:

1-Entrada de R$ 100,00 + 08 parcelas de R$ 50,00

A primeira parcela no valor de R$ 100,00 (cem reais) deverá ser quitada no ato da Matrícula que ocorrerá no período de 10 de fevereiro a 04 de março de 2009 no horário das 08 às 12 horas ou das 14 às 18 horas, de segunda a sexta feira.

O valor restante poderá ser dividido em até 08 parcelas de cinqüenta reais cada, com vencimento até o quinto dia útil de cada mês no período de abril a novembro de 2009.

2-Entrada de R$ 100,00 + Parcela única de R$ 300,00

A primeira parcela no valor de R$ 100,00 (cem reais) deverá ser quitada no ato da Matrícula que ocorrerá no período de 10 de fevereiro a 04 de março de 2009 no horário das 08 às 12 horas ou das 14 às 18 horas, de segunda a sexta feira.

O valor restante deverá ser quitado até o dia 05 de abril de 2009, em parcela única de R$ 300,00 (trezentos reais), com desconto de 20% já incluso.

O Instituto Steve Biko, os estudantes e os professores realizarão atividades para angariar recursos para manutenção das atividades do curso pré-vestibular.

DISPOSIÇÕES FINAIS
a) O horário das aulas do curso NOTURNO é de 19h ás 22h00min de Segunda a Sexta e Sábado das 13h30minh às 17h30min.

b) O horário das aulas do curso MATUTINO é de 8h ás 12h. de Segunda a Sexta.

c) Caso haja desistência, sairá lista complementar em data de 05 de março de 2009, e os convocados deverão se matricular entre 05 e 10 março de 2009.

Salvador , 05 de janeiro de 2009. JucySilva Diretora Pedagógica

domingo, 4 de janeiro de 2009

Sobe para 1.289 total de comunidades quilombolas

Agencia Estado

A Fundação Cultural Palmares publicou no Diário Oficial da União uma portaria que reconhece mais 37 comunidades - em dez Estados - como população remanescente de quilombos. Com isso sobe para 1.289 o total de comunidades já reconhecidas e em condições de reivindicar a posse legal das terras onde vivem e de cobrar programas especiais de assistência dos órgãos públicos. Mas, a julgar por outros indicadores, os dados mostram que se trata apenas do início de uma escalada. Em 2004, quando os reconhecimentos começaram a ser feitos de maneira oficial e de acordo com o Decreto-Lei 4.887, assinado no ano anterior pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, foram formalizadas 114 comunidades. Hoje, como já se viu, são 1.289. Mas um mapeamento feito pela mesma Fundação Palmares, ligada ao Ministério da Cultura, aponta a existência de 3.524 comunidades. Outras fontes, ligadas a organizações não-governamentais

sábado, 3 de janeiro de 2009

Morre gaúcho idealizador do Dia da Consciência Negra

Obituário | 02/01/2009 | 08h25min

Oliveira Ferreira da Silveira tinha 67 anos e fez parte do Grupo Palmares
O professor, poeta e pesquisador gaúcho Oliveira Ferreira da Silveira morreu às 22h30min de quinta-feira, aos 67 anos, vítima de câncer. Ele foi um dos idealizadores do Dia da Consciência Negra (20 de novembro), cujas comemorações se iniciaram em 1971 com o Grupo Palmares em Porto Alegre — entidade que, durante o regime militar, evocou ícones negros como Luiz Gama e José do Patrocínio.

Silveira estava internado há 15 dias no Hospital Ernesto Dornelles, na Capital. Natural de Rosário do Sul, era formado em Letras pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com especialização em língua francesa, e professor aposentado da rede pública de ensino.

Silveira deixa filha e netos. Seu corpo será cremado nesta sexta-feira em Caxias do Sul, em cerimônia reservada. Não haverá velório.



A despeito da notícia acima, a sexta-feira amanheceu, literalmente, acinzentada em Porto Alegre, como a lamentar essa perda, nosso poeta partiu, discretamente, como sempre viveu.
Lutador incansável pela causa do negro, muitas vezes radical, mas sempre coerente, também participou do Grupo Razão Negra, levando sua experiência e sua visão à um grupo de jovens idealizadores, na década de 70/80.
Lamentamos a sua perda, mas temos a certeza de que mais uma estrela brilha no céu, e em sua mão já está uma caneta e à sua frente um papel para continuar escrevendo suas poesias e anotando suas conclusões a respeito de tantas pesquisas que realizou, e em algum momento elas chegarão até nós, seus discípulos, que continuarmos com a sua luta!

Oliveira não queria cerimônia fúnebre, mas hoje às 18h15min estaremos na Igreja do Rosário, prestando uma homenagem póstuma, convidamos os amigos e comunidade a comparecerem, e aos que não puderem estar presente, que nesta hora elevem seu pensamento a Deus pedindo que Ele receba o nosso poeta em sua Luz.