SEGUIDORES DO BLOG

.

.

CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



.

Pesquisa personalizada

sábado, 31 de janeiro de 2009

Ciclo de Conferências do PPGEduC / UNEB - BA

Palestra:
Biografias educativas, interculturalidade e identidade
Prof. Dr. Christian Leray (Universidade de Rennes – França)

Dia 09/02, às 19 h
Local: Auditório do DEDC-Campus I

Oficina:
Escritura e Biografia

Prof. Dr. Christian Leray (Universidade de Rennes – França)
Pesquisador do Centro de Pesquisa em Sociolingüística na Universidade de RENNES (CREDILIF)
Rita de Cassia Fereira
Pesquisadora da Rede RECIT

Dia 10/02, as 9 horas
Local: Sala de Aula 1 do PPGEduC
Organização:
Coordenação PPGEduC
GRAFHO/PPGEduC/UNEB

Cronologia das abolições da escravidão

1791, agosto - Rebelião dos escravos da parte francesa da Ilha de Santo Domingo (atual Haiti)
1793 - Abolição da escravidão na parte francesa da Ilha de Santo Domingo (atual Haiti)
1794, 4 de fevereiro - Promulgação do decreto da Convenção do 16 chuvoso do Ano II da República Francesa, que abolia a escravidão
1802, 20 de maio - Promulgação da lei do 30 floreal do Ano X da República Francesa pelo qual se restaurava a escravidão nas colônias ultramarinas francesas de acordo com a legislação anterior a 1789.
1803 - Dinamarca proíbe o tráfico negreiro.
1807 - A Grã-Bretanha proíbe o tráfico negreiro, assim como a importação de cativos e escravos por parte dos EUA.
1814 - Os países baixos proíbem o tráfico negreiro.
1815, fevereiro - As potências européias (Áustria, França, Grã-Bretanha, Portugal, Prussia, Rússia e Suécia) se comprometem a proibir o tráfico negreiro no Congresso de Viena. Em 29 de março, Napoleão I promulga um decreto de abolição do tráfico negreiro durante os "Cem Dias" que duraram a efêmera restauração do Império Francês.
1818, 15 de abril - Promulgação na França da primeira lei de proibição do tráfico negreiro.
1821 - Fundação, em Paris, da Sociedade da Moral Cristã, seguida um ano mais tarde pela criação de seu Comitê para a Abolição do Tráfico e da Escrvidão.
1822 - Abolição da escravidão em Santo Domingo (Haiti).
1823 - Abolição da escravidão no Chile.
1826 - Abolição da escravidão na Bolívia
1827, 25 de abril - Promulgação na França da segunda lei de proibição do tráfico negreiro.
1829 - Abolição da escravidão no México.
1831, 22 de fevereiro - Promulgação na França da terceira lei de proibição do tráfico negreiro.
1833 a 1838 - Abolição da escravidão nas colônias britânicas das Índias Ocidentais, Guiana e Maurício.
1834 - Fundação em Paris da Sociedade Francesa para a Abolição da Escravidão.
1839 - Fundação em Londres da Sociedade Anti-escravista Britânica e Estrangeira que começou a publicar o boletim Repórter Anti-Escravidão. Esta sociedade prosseguiu suas atividades com o nome de Anti-Escravidão Internacional e seguiu publicando seu boletim.
1846 a 1848 - Abolição da escravidão nas colônias dinamarquesas das Ilhas Virgens.
1846 - Abolição da escravidão em Túnez.
1847 - Abolição da escravidão na colônia sueca de São Bartolomeu.
1848 - Abolição da escravidão nas colônias francesas.
1851 - Abolição da escravidão na Colômbia.
1852, fevereiro - Promulgação na França dos primeiros decretos relativos À contratação de trabalhadores livres na África e Índia com destino às colônias do Caribe.
1853 - Abolição da escravidão na Argentina.
1854 - Abolição da escravidão na Venezuela.
1855 - Abolição da escravidão no Peru.
1863 - Abolição da escravidão nas colônias holandesas do Caribe e Insulíndia.
1863 a 1865 - Abolição da escravidão nos EUA.
1866 - Promulgação na Espanha de um decreto que abolia o tráfico negreiro.
1873 - Abolição da escravidão na colônia espanhola de Porto Rico.
1876 - Abolição da escravidão na Turquia.
1885 - Adoção na Conferência de Berlim de medidas para reprimir a prática da escravidão na África.
1880 a 1886 - Abolição progressiva da escravidão na colônia espanhola de Cuba.
1888 - Abolição da escravidão no Brasil.
1890 - Celebração da Conferência de Bruxelas sobre a Escravidão na África.
1896 - Abolição da escravidão em Madagascar.
1924, junho - Criação da Comissão Temporária sobre a Escravidão pelo Conselho da Sociedade das Nações (SDN)
1926, 26 de setembro - Aprovação da Convenção relativa à Escravidão pela SDN.
1930 - Acordo sobre o Trabalho Forçado da Oficina Internacional do Trabalho (OIT).
1948 - Aprovação da Declaração Universal dos Direitos Humanos pela ONU.
1949, dezembro - Aprovação do Acordo para Repressão do Tráfico de Pessoas e da Exploração da Prostituição pela Organização das Nações Unidas (ONU).
1956, setembro - Aprovação da Convenção Suplementar sobre a Abolição da Escravidão, do Tráfico de Escravos e das Institutições e Práticas Análogas à Escravidão pela ONU.
1957 - Acordo sobre a Abolição do Trabalho Forçado da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
1974 - Criação do Grupo de Trabalho sobre as Formas Contemporâneas da Escravidão na Comissão de Direitos Humanos da ONU.
1980 - Abolição da escravidão na Mauritânia.
1989, novembro - Aprovação da Convenção sobre os Direitos da Criança pela ONU.
2000, novembro - Entrada em vigor do Acordo 182 sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil e da ação imediata para sua eliminação da OIT.
2000, dezembro - Proibição da escravidão, do trabalho forçado e do tráfico de seres humanos na Carta dos Direitos Fundamentais da União Européia.
2001, maio - Promulgação na França de uma lei que reconhece que "o tráfico negreiro e a escravidão praticadas do século XV ao XIX constituiram um crime contra a humanidade."
2001, setembro - Reconhecimento da natureza de "crime contra a humanidade" da escravidão e do tráfico negreiro pela Conferência Mundial das Nações Unidades contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e as Formas Conexas de Intolerância, celebrada em Durban (África do Sul).
FONTE: UNESCO. As lutas contra a escravidão. 2004

Quilombo educacional Santa Bakhita abre inscrições para pré-vestibular - BA

O lugar certo para quem quer ingressar na Faculdade!!!

INSCRIÇÕES ABERTAS

VAGAS LIMITADAS

HORÁRIO: Das 15:00hs ás 21:00hs

LOCAL: CENPAH (Centro de Pastoral Afro Pe. Heitor)

VALOR DA MATRÍCULA: 15,00*

1ª MENSALIDADE: 60,00*

INÍCIO DAS AULAS: 02 de Março de 2009 (Noturno)

INFORMAÇÕES:

CENPAH – CENTRO DE PASTORAL AFRO PE. HEITOR FRISOTTI

Rua Albino Fernandes, Nº 59-C, Novo Horizonte – Sussuarana

FONE: 3306-3498//3306-2428

sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Encontro discute Violência e Segurança Pública - BA

O JUSPOPULI e as ASSOCIAÇÕES DE BAIRROS DO ENGENHO VELHO DA FEDERAÇÃO, PALESTINA E CALABAR convidam moradores dessas comunidades e outros interessados para o encontro com o objetivo de pensar a VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA nos bairros populares de Salvador.

DIA: 31/01/2009 (SÁBADO)

HORÁRIO: 8h30min às 12h30min

LOCAL: Associação de Moradores do Engenho Velho da Federação - Rua Apolinario Santana, n. 154.

TEMA CENTRAL: "PENSAR CONJUNTO" VIOLÊNCIA E SEGURANÇA PÚBLICA NAS COMUNIDADES POPULARES DE SALVADOR: (RE) PENSANDO MITOS, ENFRENTANDO DESAFIOS.

EXPOSITORA: DRa. Marília Lomanto Veloso
(Dra. em Direito Penal, Membro do Conselho Penitenciario do Estado da Bahia, Profa. da Universidade Estadual de Feira de Santana, Presidente do JUSPOPULI)

Sua presença é fundamental importancia para (re)pensar conjunto um mundo melhor!!!!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Lançado o blog Avaliação de Durban - Genebra 2009

O blog Avaliação de Durban - Genebra 2009 é um espaço interativo, cujo objetivo é fornecer à sociedade civil brasileira as mais variadas informações sobre o Processo de Revisão da Declaração e do Plano de Ação da Conferência Mundial contra o Racismo e a Discriminação Racial, Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância.
A Conferência de Revisão ocorrerá entre 20 e 24 de abril, em Genebra, Suíça. Até o evento, estão previstos encontros de negociação entre representantes dos governos dos Estados-Membros, bem como a participação da sociedade civil. Acompanhar e monitorar essas negociações são procedimentos indispensáveis para que não haja retrocesso nas conquistas alcançadas na Conferência de Durban, em 2001.
É preciso garantir que os Estados, em nível mundial, ratifiquem seu compromisso com o cumprimento da Declaração e do Plano de Ação de Durban e para que os Estados da América Latina e Caribe definam ações que lhes permitam avançar no cumprimento dos compromissos assumidos mediante o estabelecimento de metas para 5 e 10 anos, no sentido de superar o racismo, o sexismo, a homofobia, a discriminação racial e as formas correlatas de intolerância.
Assim é que, em resposta a este quadro, um conjunto de organizações da sociedade civil brasileira - Ágere, Cfemea Criola e Geledés - decidiu criar este blog, a fim de estimular e potencializar a incidência e a participação da sociedade civil e dos movimentos sociais no processo de revisão, propriamente dito. Além de notícias atualizadas, você encontra os principais documentos relacionados à Conferência, análises do processo de revisão, e ainda tem a possibilidade de apresentar suas opiniões.

quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Debate sobre políticas públicas afirmativas no Fórum Social Mundial - PA

(Clique na imagem para ampliá-la)

Quilombo Educacional Semear abre inscrições para o Pré-vestibular 2009 - BA

Período de inscrição de 06 a 17 de fevereiro de 2009
Horário da inscrição: 08 as 12 horas e das 14 as 17 horas
Local :Comunidade Católica Paixão do Senhor-
Rua Direita da Baixa de Santo Antônio-São Gonçalo .
Valor da inscrição:20,00 reais
Documentos necessários:
Cópia do RG e CPF
Maiores informações : (71)3257-0891
(Procurar Fernanda)

Curso popular de pré-vestibular Quilombo do Orobu reabre as inscrições

As inscrições serão nos dias 02, 03, 04, 05 e 06 de fevereiro, às 19 horas, na Casa do Sol, em Cajazeiras V, ao lado da Igreja Católica. No ato das inscrições será cobrada uma taxa de R$ 2,00 (dois reais) para custear os materiais da seleção.

O quê: Inscrição cursinho pré-vestibular do Quilombo do Orobu
Quando: De 02 a 06 de fevereiro de 2009
Onde: Casa do Sol, em Cajazeiras V (ao lado da Igreja Católica)
Horário: 19 horas

terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Prorrogadas as inscrições para o Pré-Vestibular Steve Biko - BA

As inscrições para o Pré-Vestibular Steve Biko foram prorrogadas até o dia 30 de janeiro, e continuam sendo feitas na sede do Instituto que fica na rua do Paço, nº 04, Largo do Carmo, 2º andar, Pelourinho - Salvador. O horário de atendimento é das 14 às 18h, de segunda a sexta feira.
O valor da taxa é de R$20,00 e no ato da inscrição o candidato deverá apresentar, obrigatoriamente, os seguintes documentos:
- Original do comprovante de conclusão do ensino médio ou que está em vias de conclusão ainda no ano de 2009;
- Original do RG e do CPF;
- Comprovante de Residência;
- 01 foto 3x4 atual.

Odun promove curso a distância "Produção Cientifica de Mulheres Negras"

O curso Produção Cientifica de Mulheres Negras, oferecido gratuitamente pela ODUN FORMAÇÃO & PRODUÇÃO, montado na plataforma moodle (Software Livre), totalmente à distancia, é uma possibilidade de conhecermos a produção e contribuição cientifica dessas grandes mulheres, filósofas, empregadas domésticas, médicas, camelôs, poetas, matemáticas, engenheiras, pedagogas, militantes, e suas perspectivas sobre o mundo em que vivemos.
As inscrições estão abertas do dia 23 ao dia 31 de janeiro de 2009, através do link:
www.cursos.educacaoadistancia.org.br Não perca tempo, as vagas são limitadas, apenas 100 para todo o Brasil, 75% das vagas reservadas para as mulheres e 25% reservadas para os homens.
ACESSE O SITE E FAÇA JÀ A SUA INSCRIÇÃO
Para a pergunta: Você realizará o curso DH e MC dia 10/11? Responda NÃO.

A Odun Formação & Produção junto com toda equipe do Curso Produção Cientifica de Mulheres Negras desejam-lhe boa sorte e aguardam sua inscrição!

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

domingo, 25 de janeiro de 2009

Cartilha em defesa da liberdade de crença religiosa disponível aqui para download

A liberdade de crença é um direito assegurado na Constituição Federal. É com base nesta lei, que o CEERT - Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades - em parceria com o SESC SP e INTECAB - Instituto Nacional da Tradição e Cultura Afro-Brasileira (Coordenação São Paulo) - com o apoio de lideranças religiosas, lançou em 2004 a campanha Em defesa da liberdade de crença e contra a intolerância religiosa.O Estado brasileiro é laico, não sendo autorizado a eleger qualquer manifestação religiosa como verdadeira ou falsa. A constituição vigente, de 1988, diz que todas as crenças e religiões são iguais perante a lei e devem ser tratadas com igual respeito e consideração.Com base nestes direitos impressos na Constituição e na Declaração Universal dos Direitos Humanos a Campanha tem como ação principal a divulgação e conscientização das pessoas, e da sociedade, acerca destes direitos. O lançamento de uma cartilha cujo conteúdo é baseado numa reconstrução da história das leis brasileiras sobre intolerância religiosa - além de um anexo com indicações das leis mencionadas -, é o primeiro passo deste projeto.Embora a Constituição Brasileira assegure os direitos de expressão das diversas confissões religiosas, práticas intolerantes ainda estão presentes no cotidiano brasileiro, sobretudo, quanto às religiões afro-brasileiras. Nesse sentido, é importante esclarecer que a discriminação religiosa é crime e que o respeito para com a diversidade religiosa é também um exercício de respeito para com a diversidade étnico cultural, que caracteriza o povo brasileiro.
Clique aqui para fazer o download e imprimir a cartilha da campanha Em defesa da liberdade de crença e contra a intolerância religiosa.

Fonte: Sesc/SP - Blog do CEN

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Discurso de posse de Barack Obama

Meus caros concidadãosEstou aqui hoje humildemente diante da tarefa que temos pela frente, grato pela confiança que vocês depositaram em mim, ciente dos sacrifícios suportados por nossos ancestrais. Agradeço ao presidente Bush pelos serviços que prestou à nação, assim como pela generosidade e a cooperação que ele demonstrou durante esta transição.
Quarenta e quatro americanos já fizeram o juramento presidencial. As palavras foram pronunciadas durante marés ascendentes de prosperidade e nas águas plácidas da paz. Mas de vez em quando o juramento é feito entre nuvens carregadas e tempestades violentas. Nesses momentos, a América seguiu em frente não apenas por causa da visão ou da habilidade dos que ocupavam os altos cargos, mas porque nós, o povo, permanecemos fiéis aos ideais de nossos antepassados e leais aos nossos documentos fundamentais.
Assim foi. Assim deve ser para esta geração de americanos.
Que estamos em meio a uma crise hoje é bem sabido. Nossa nação está em guerra, contra uma ampla rede de violência e ódio. Nossa economia está gravemente enfraquecida, uma consequência da cobiça e da irresponsabilidade de alguns, mas também de nosso fracasso coletivo em fazer escolhas difíceis e preparar o país para uma nova era. Lares foram perdidos; empregos, cortados; empresas, fechadas. Nosso sistema de saúde é caro demais; nossas escolas falham para muitos; e cada dia traz novas evidências de que os modos como usamos a energia reforçam nossos adversários e ameaçam nosso planeta.
Esses são indicadores de crise, sujeitos a dados e estatísticas. Menos mensurável, mas não menos profundo, é o desgaste da confiança em todo o nosso país -- um temor persistente de que o declínio da América é inevitável, e que a próxima geração deve reduzir suas perspectivas.
Hoje eu lhes digo que os desafios que enfrentamos são reais. São sérios e são muitos. Eles não serão resolvidos facilmente ou em um curto período de tempo. Mas saiba disto, América -- eles serão resolvidos.
Neste dia, estamos reunidos porque escolhemos a esperança acima do medo, a unidade de objetivos acima do conflito e da discórdia.
Neste dia, viemos proclamar o fim dos sentimentos mesquinhos e das falsas promessas, das recriminações e dos dogmas desgastados que por tanto tempo estrangularam nossa política.
Ainda somos uma nação jovem, mas, nas palavras da escritura, chegou o tempo de pôr de lado as coisas infantis. Chegou o tempo de reafirmar nosso espírito resistente; de escolher nossa melhor história; de levar adiante esse dom precioso, essa nobre ideia, transmitida de geração em geração: a promessa dada por Deus de que todos são iguais, todos são livres e todos merecem a oportunidade de perseguir sua plena medida de felicidade.
Ao reafirmar a grandeza de nossa nação, compreendemos que a grandeza nunca é um fato consumado. Deve ser merecida. Nossa jornada nunca foi de tomar atalhos ou de nos conformar com menos. Não foi um caminho para os fracos de espírito -- para os que preferem o lazer ao trabalho, ou buscam apenas os prazeres da riqueza e da fama. Foram, sobretudo, os que assumem riscos, os que fazem coisas -- alguns célebres, mas com maior frequência homens e mulheres obscuros em seu labor, que nos levaram pelo longo e acidentado caminho rumo à prosperidade e à liberdade.
Por nós, eles empacotaram seus poucos bens terrenos e viajaram através de oceanos em busca de uma nova vida.
Por nós, eles suaram nas oficinas e colonizaram o Oeste; suportaram chicotadas cortantes e lavraram a terra dura.Por nós, eles lutaram e morreram, em lugares como Concord e Gettysburg, na Normandia e em Khe Sahn.
Incansavelmente, esses homens e mulheres lutaram, se sacrificaram e trabalharam até ralar as mãos para que pudéssemos ter uma vida melhor. Eles viam a América como algo maior que a soma de nossas ambições individuais; maior que todas as diferenças de nascimento, riqueza ou facção.
Esta é a jornada que continuamos hoje. Ainda somos a nação mais próspera e poderosa da Terra. Nossos trabalhadores não são menos produtivos do que quando esta crise começou. Nossas mentes não são menos criativas, nossos produtos e serviços não menos necessários do que foram na semana passada, no mês passado ou no ano passado. Nossa capacidade continua grande. Mas nosso tempo de repudiar mudanças, de proteger interesses limitados e de protelar decisões desagradáveis -- esse tempo certamente já passou. A partir de hoje, devemos nos reerguer, sacudir a poeira e começar novamente o trabalho de refazer a América.
Para todo lugar aonde olharmos há trabalho a ser feito. A situação da economia pede ação ousada e rápida, e vamos agir -- não apenas para criar novos empregos, mas depositar novas bases para o crescimento. Vamos construir estradas e pontes, as redes elétricas e linhas digitais que alimentam nosso comércio e nos unem. Vamos restabelecer a ciência a seu devido lugar e utilizar as maravilhas da tecnologia para melhorar a qualidade dos serviços de saúde e reduzir seus custos. Vamos domar o sol, os ventos e o solo para movimentar nossos carros e fábricas. E vamos transformar nossas escolas, colégios e universidades para suprir as demandas de uma nova era. Tudo isso nós podemos fazer. E tudo isso faremos.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Debate: A Importância da Revolta dos Malês no século XXI - BA

Espetáculo “O Dia 14” será apresentado na 6ª Bienal de Cultura da UNE - BA

Montagem da Cia Teatral Abdias Nascimento, que recebeu 6 indicações ao Prêmio Braskem de Teatro, mostra como caos social é reflexo do passado colonial e escravagista. Com dramaturgia primorosa e elenco vigoroso, peça toca em assuntos inquietantes.

A premiada Cia de Teatro Abdias do Nascimento (CAN), dirigida pelo ator e diretor Ângelo Flávio, integrará a programação cultural da 6ª Bienal de Cultura da União Nacional dos Estudantes/UNE, que acontece em Salvador até o dia 25 de janeiro. O espetáculo “O Dia 14” será apresentado na sexta-feira, dia 23 de janeiro, às 20h, no Teatro Vila Velha (Passeio Público – Campo Grande).

A 6ª edição da Bienal vai comemorar o 10º aniversário do Festival e também marcará a volta do evento a Salvador, já que em 1999 aconteceu na capital baiana a primeira edição da Bienal de Arte, Ciência e Cultura da UNE, vinte anos após a UNE ter sido colocada na clandestinidade pela ditadura militar.

Outro fator marcante desta Bienal será a importância da cidade-sede em relação ao tema "Raízes do Brasil – formação e sentido do povo brasileiro", que pretende discutir a formação do povo brasileiro de um ponto de vista contemporâneo.

A montagem - Através de uma encenação poética e vigorosa, o espetáculo conta de forma atemporal a trajetória da diáspora negra do Brasil-Colônia até os dias atuais, tendo como eixo dramatúrgico o antes e o após o dia 13 de maio de 1888, data da assinatura da Lei Aurea. O espetáculo dirigido por Ângelo Flávio recebeu 6 indicações ao Prêmio Brasken de Teatro de 2008, incluindo melhor espetáculo, direção, dramaturgia, atriz, ator e Revelação. A montagem garantiu o Prêmio de Revelação do Ano para o CAN. 0 Dia 14 traz o mesmo vigor e inovação presente no espetáculo “A Casa dos Espectros” (2006), texto de Adrienne Kennedy, dirigido pelo mesmo diretor e sucesso de crítica e público, que teve duas indicações ao Prêmio Braskem de Teatro em 2007.

Depois de causar desconforto com o texto da norte-americana Adrienne Kennedy, o diretor mergulha na desigualdade social brasileira e mostra a trajetória dos negros do navio negreiro à invisibilidade social, além das freqüentes chacinas que têm violentado a periferia da cidade. O espetáculo é intercalado por trechos de entrevistas que analisam a questão racial no Brasil.

“Acho que o espetáculo foi selecionado porque além do mérito artístico, ele propõe ao publico arte e reflexão, assumindo um compromisso ideológico sem prostituição estatal onde através do mecanismo artístico que toca e emociona, o espectador é conduzido a pensar sua parcela de responsabilidade na construção deste País, na construção de uma sociedade mais justa e igualitária.” explica o diretor, ressaltando a adequação deste espetáculo a um encontro como a Bienal da UNE. “Nada melhor do que uma platéia como esta, de estudantes de todo o país. Cidadãos e cidadãs que possuem a missão de conduzir este país, corrigindo erros passados e possibilitando novos olhares para esta nação e seu povo”, afirma Ângelo Flávio.

De forma não cronológica, sete atores interpretam personagens que retratam questões relacionadas à nossa formação étnico-racial e a desigualdades brasileiras. Corpos tensos, atemporalidade e movimentação são as marcas desse ditirambo negro. São temas do espetáculo os conflitos do dia-a-dia e a história do país marcado muitas vezes por uma política de embranquecimento, como ressaltam alguns historiadores, quando comentam a importação de mão-de-obra branca com a vinda dos imigrantes italianos para o sul do país.

O espetáculo conta com sonoplastia do cantor Dão e do DJ Cláudio Manoel - Angelis Sanctus. A dramaturgia e direção são de Ângelo Flávio. Formado em Direção Teatral pela Escola de Teatro da UFBA, Ângelo Flávio é um dos novos talentos da direção baiana. Sua trajetória está ligada à militância política em defesa dos direito humanos, através de um arte engajada e repleta de experimentações estéticas.

A Cia de Teatro Abdias do Nascimento (CAN) nasceu na Escola de Teatro da UFBA em 2002 e é formado por estudantes negros e negras. Eles passaram a discutir a constante ausência do negro em cena e em papéis principais, o inexistente estudo da Dramaturgia escrita por negros e sua aplicação na grade obrigatória curricular da instituição, além de debater o eurocentrismo que, até hoje, é cânone epistemológico nas universidades. O CAN, além das montagens sempre bem sucedidas e elogiadas pela crítica especializada e público em geral, vem realizando constantes atividades onde discutem ações de políticas afirmativas e democratização da cultura. Em seu currículo o grupo trás cinco montagens com a direção de Ângelo Flávio, seu fundador.

Serviço
Espetáculo “O Dia 14”
Dia 23 de janeiro, sexta-feira, às 20h
Local: Teatro Vila Velha (Passeio Público – Campo Grande).

Ficha técnica

“O DIA 14”
Direção e dramaturgia: Ângelo Flávio (As Irmãs de Brecht / A Casa dos Espectros).
Assistente de direção: Camila Bonifácio (PSICOSE / As Conjuradas).
Com o “Coletivo de Atores Negros Abdias do Nascimento”: Ive Carvalho (PSICOSE/ Sonho de Uma Noite de Verão), Vitória Bispo (Atores do Tempo Encarnado/ A Casa dos Espectros), Cleiton Luz (O Cid), Heloisa Machado (O Dia 14, indicação de Melhor Atriz), Léo Santys (O Dia 14, indicação de Melhor ator) e Fernando Neves (filme Eu me Lembro).
Cenografia: Aloísio Antônio & Marcos Costa (A Casa dos Espectros).
Coreografia: Liu Árison.
Produção: CAN e Daniele Borges
Design Gráfico: Cristiano Borges
Divulgação: Maíra Azevedo, Instituto de Mídia Étnica & Marcelo de Trói.
Trilha sonora: Dão & Cláudio Manoel.
Operador de Som: Ismael Fagundes
Iluminação: José Carlos N´gão
Operação de Luz: Felix.
Preparação corporal, figurino e maquiagem: Ângelo Flávio.

Mais informações:

Ângelo Flávio - Diretor
(71) 9114-4825 / 8882 4601 – angeloflavio@hotmail.com

sábado, 17 de janeiro de 2009

Cartilha "Doença Falciforme - A importância da Escola"

Venho anunciar que no final de 2008 ocorreu o lançamento da Cartilha "Doença Falciforme - A importância da Escola".Vitória muito importante aqui em Salvador que esperamos possa repercutir o mais rápido possível para outros lugares.Processo pensado e articulado com todos os cuidados, transversalizamos o debate da doença falciforme para o campo da escola e tivemos duas vitórias:1- Inclusão do tema no Plano Municipal de Educação, o que levará a ser um tema a ser trabalhado em sala de aula2- Lançamento desta cartilha, que envolverá capacitação de todos os professores. O manual foi elaborado considerando a necessidade de promoção de informações sobre o tema, uma vez que grande parte da população brasileira tem pouco conhecimento sobre Anemia Falciforme. A Associação Baiana das Pessoas com Doença Falciforme (ABADFAL) propôs a articulação do Programa de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme, implantado pela SMS, com outros órgãos da Prefeitura. Nesse contexto, a escola foi apontada como um importante multiplicador. Para tanto, fez-se necessário à realização de encontros entre os coordenadores técnicos destas Secretarias com a participação da ABADFAL, a aproximação entre Coordenadorias Regionais de Educação e os Distritos Sanitários de Saúde, para a produção de um material específico sobre Anemia Falciforme, que subsidiase os professores nas salas de aula. Baixando a cartilhaA cartilha para professores se encontra na internet para download.
Boa leitura, bom uso
Peço para que vcs divulguem este texto em toda sua rede de relacionamentos,para que alcancemos várias pessoas que precisam deste auxilio.Agradeço e nosso e-mail para contato é abadfal@ig.com.brabraços e obrigado

Projeto Onda Solidária de Inclusão Digital arrecada equipamentos de informática - BA

Solicitamos sua cooperação com a execução do projeto Onda Solidária de Inclusão Digital, realizando doações de equipamentos de informática em desuso. O Projeto Onda Solidária de Inclusão Digital faz parte do programa permanente de extensão da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Onda Digital [http://www.ondadigi tal.ufba. br], criado em 2004, sob a coordenação do Departamento de Ciência da Computação (DCC) do Instituto de Matemática. O objetivo principal é mobilizar os moradores de bairros carentes com o intuito de contribuir para o desenvolvimento sócio-cultural e econômico local, permitindo a esses a apropriação sustentável dos processos e ações desencadeadas por este projeto, para além do seu período de realização. Para tanto, iremos oportunizar aos jovens da comunidade trabalhar com diversas oficinas, visando criar e desenvolver competências locais, ampliando as possibilidades de inserção no mercado de trabalho dos jovens da localidade atendida.
Uma das atividades do projeto é a implantação de um Tabuleiro Digital com 20 (vinte) computadores oriundos de um processo de metareciclagem feito com equipamentos em desuso doados pela comunidade, empresas e instituições; um servidor e uma impressora, no Centro Comunitário da Rua Nova, situado à Rua da Inconfidência, SN, em Pirajá CEP 41.295-270.
O Onda Solidária de Inclusão Digital está sendo desenvolvido em conjunto pelos grupos de pesquisa da UFBA: GEC da Faculdade de Educação (FACED) e TISA do DCC, com a Associação de Fomento a Economia Solidária (Bansol) da Escola de Administração (EA) da UFBA, com o Centro de Processamento de Dados (CPD/UFBA) e com o apoio do Núcleo de Manutenção de Equipamentos de Pesquisa (NUMEP). A equipe de trabalho envolve professores, técnicos e estudantes da UFBA e pessoas da Comunidade.
As doações poderão ocorrer das seguintes formas:
1 - Entrega direta no Núcleo de Manutenção Politécnica - NUMEP End.: Rua Prof. Aristides Novis, 2 Federação - Escola Politécnica 3° e 4° andar. Tel Direto: 3245-6987 Tel Geral: 3283-9861 Fax: 3245-7540 E-mail: numep@ufba.br
2 - Caso haja uma grande quantidade de material a ser doado entre em contato pelo e-mail ondadigital@ ufba.br ou telefone (71) 3283-6293 para que possamos agendar um dia para buscarmos a doação. Ficamos no aguardo de sua valorosa e solidária doação.
Atenciosamente,
Equipe do ONDA SOLIDÁRIA DE INCLUSÃO DIGITAL
-- Profa. Débora Abdalla
Departamento de Ciência da Computação
Universidade Federal da Bahia e-mail abdalla@ufba. br

UNEB abre inscrições para vestibular em Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena - BA

EDITAL N° 004/2009

(Replubicado por ter saído com incorreção)

PROCESSO SELETIVO/VESTIBULAR UNEB/LINCEEI /2009

O Reitor da Universidade do Estado da Bahia, no uso de suas atribuições legais e em obediência às normas e procedimentos definidos na Resolução nº 500/2007 do Conselho Universitário - CONSU, torna público, para conhecimento dos interessados, que estarão abertas as inscrições para o Processo Seletivo Vestibular da UNEB destinado ao curso de Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena - LICEEI/UNEB, com as seguintes orientações:

1. DO PROCESSO SELETIVO/VESTIBULAR UNEB/LINCEEI/2009

1.1. A realização do Processo Seletivo Vestibular para o LICEEI/UNEB/2009 fica a cargo da Comissão Permanente de Vestibular – COPEVE e da Comissão composta de docentes e técnicos da UNEB responsáveis pela elaboração do projeto do curso. Às referidas Comissões cabe a responsabilidade de planejar, coordenar, executar e divulgar todas as informações pertinentes ao Processo Seletivo Vestibular para o LICEEI/UNEB/2009, de acordo com o calendário específico e as providências cabíveis.

1.2. O Processo Seletivo Vestibular para o LICEEI/UNEB/2009 está aberto exclusivamente para índios pertencentes às etnias e comunidades indígenas localizadas no Estado da Bahia que tenha concluído o ensino Médio (2º Grau) ou equivalente.

1.2.1 As 108 vagas disponíveis serão preenchidas preferencialmente por candidatos que, no ano de 2008, atuaram como docentes (educadores ou gestores) na educação escolar indígena.

1.3. Os resultados do Processo Seletivo Vestibular para o LICEEI/UNEB/2009 serão válidos apenas para o preenchimento de vagas oferecidas no Curso de Licenciatura Intercultural em Educação Escolar Indígena dos Departamentos de Educação do Campus VIII e X, localizados respectivamente em Paulo Afonso e Teixeira de Freitas.

2. DAS INSCRIÇÕES

2.1 Período: 19/01/2009 a 19/02/2009.

2.2 Valor: R$ 5,00 (cinco reais).

2.3 As inscrições para o Processo Seletivo serão realizadas exclusivamente pela modalidade Internet, através do acesso direto dos interessados via computador próprio, Lan House, Cyber Café e outros.

2.4 Dos Procedimentos para realização das Inscrições

Acessar o endereço www.selecao.uneb.br/liceei .

Ler integralmente o Edital do Processo Seletivo - LICEEI e os documentos Oficiais publicados e disponibilizado no sitio referido antes de efetivar a inscrição;

Clicar no link inscrição on-line, prestando bastante atenção às instruções, assim como à escolha da cidade para realização das provas, pólo e quotas;

Preencher o formulário de inscrição e clicar na opção enviar formulário;

Na tela de confirmação dos dados o candidato deverá verificar as informações digitadas. Caso haja necessidade de correção, clicar na opção voltar para formulário; nada havendo a corrigir, clicar na opção confirmar inscrição para enviar os dados digitados.

O sistema apresentará a tela do comprovante de pré-inscrição. O candidato deverá clicar na opção imprimir comprovante, em seguida clicar na opção gerar boleto para ter acesso ao boleto bancário, o qual deverá ser impresso, para pagamento da taxa de inscrição, preferencialmente no Banco do Brasil, não sendo permitido o pagamento em nenhuma outra modalidade que não seja através de boleto bancário.

As inscrições pagas através de outra modalidade que não a descrita na alínea "f", não serão computadas e efetivadas.

Após 48 horas da efetivação do pagamento, o candidato poderá acessar o site para verificar a situação da sua inscrição.

ATENÇÃO:

- A inscrição somente será considerada efetivada, após o pagamento da taxa de inscrição através do boleto;

- Não serão aceitas quaisquer reclamações sem a apresentação, pelo candidato, do comprovante de inscrição.

- O pagamento poderá ainda, ser efetivado em outras agências bancárias, conforme horário de funcionamento de cada localidade até o dia 20/02/2009.

Os candidatos inscritos até às 23h59min do dia 19/02/2009, poderão efetuar o pagamento na rede bancária até às 16h do dia 20/02.

O comprovante de pagamento deverá ser apresentado no dia da realização das provas.

O documento de identidade indicado no requerimento de inscrição deve ser o mesmo a ser apresentado, na sua forma original, sempre que solicitado durante todo o Processo Seletivo, particularmente no momento de realização das provas. Ele deve apresentar obrigatoriamente todas as seguintes características:

Assinatura e impressão digital do portador.

Fotografia que permita identificar claramente o portador.

Bom estado de conservação, sem rasuras ou adulterações.

Expedição por Secretaria Estadual de Segurança Pública (RG), pelas Forças Armadas, pela Polícia Militar, pelo Ministério do Trabalho, pela Polícia Federal (apenas para estrangeiros) ou por outros órgãos legalmente autorizados a emitir documento de identidade.

Os dados cadastrais informados no ato da inscrição e o pagamento do valor total da mencionada inscrição são de responsabilidade exclusiva do candidato, que responderá por eventuais erros ou omissões.

A UNEB não se responsabiliza por solicitação de inscrição via internet não recebida por motivo de ordem técnica dos computadores, falhas de comunicação, congestionamento das linhas de transmissão ou qualquer fator que impossibilite a transferência de dados.

Em nenhuma hipótese haverá devolução do pagamento efetuado.

O candidato com deficiência visual, motora ou auditiva, desde que essa deficiência justifique a realização das provas em situação especial a exemplo de – prova em braile ou ampliada, deverá indicar essa condição no ato da inscrição, a fim de viabilizar as condições especiais para realização das provas, desde que com a deficiência relatada e dentro das reais possibilidades da UNEB.

O pedido de inscrição do candidato implica conhecimento e aceitação tácita das normas e condições estabelecidas neste Edital bem como das instruções e/ou informações que venham a ser publicadas em Diário Oficial do Estado e divulgadas pela internet.

3. DOS CURSOS E VAGAS

O Curso ocorrerá em regime modular no turno diurno ao longo de quatro anos, sendo disponibilizadas 54 vagas no Departamento de Educação do Campus VIII (Paulo Afonso) e 54 vagas no Departamento de Educação do Campus X (Teixeira de Freitas).

3.1. Das 54 vagas disponíveis no Campus VIII – Paulo Afonso, 48 (quarenta e oito) serão reservadas aos candidatos atuantes na educação escolar indígena durante o ano de 2008 e 06 (seis) estarão disponíveis também para candidatos que não atuem em educação escolar indígena.

3.1.1. Para as 48 (quarenta e oito) vagas reservadas para candidatos atuantes em educação escolar indígena, poderão concorrer membros das etnias no Norte e Oeste da Bahia que dispõem de sistema de educação escolar indígena, a saber: Kaimbé, Kantaruré, Kiriri, Pankararé, Pankaru, Tumbalalá, Tuxá e Xukuru-Kariri da comunidade da Quixaba.

3.1.2. Às seis vagas disponíveis também para candidatos não atuantes em educação escolar indígena, poderão concorrer membros das etnias referidas no item anterior e membros de etnias e comunidades na mesma região que não dispõem de sistema de educação escolar indígena, a saber: comunidades de etnia Atikum, Truká, Kariri-Xocó e comunidade Tupan.

3.2. Das 54 vagas disponíveis no Campus X – Teixeira de Freitas, 51 (cinqüenta e uma) serão reservadas aos candidatos atuantes na educação escolar indígena durante o ano de 2008 e 3 (três) estarão disponíveis também para candidatos que não atuem em educação escolar indígena.

3.2.1. Às 51 (cinqüenta e uma) vagas reservadas para candidatos atuantes em educação escolar indígena poderão concorrer membros das etnias no Sul e Extremo Sul da Bahia que dispõem de sistema de educação escolar indígena, a saber: Pataxó, Pataxó Hã-Hã-Hãe, Tupinambá de Olivença, Tupinambá do Vale do Jequitinhonha .

3.2.2. Às três vagas disponíveis também para candidatos não atuantes em educação escolar indígena poderão concorrer membros das etnias referidas no item anterior.

4. DOS CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO

4.1. As vagas de que tratam os itens 3.1.1 e 3.2.1 acima serão distribuídas por cada etnia em cada um dos campi, segundo critério de proporcionalidade do número de escolas e de alunos matriculados em cada etnia no ano de 2008, garantido o mínimo de uma vaga por etnia. A classificação dos candidatos de cada etnia será feita por ordem decrescente da pontuação obtida nas provas.

4.2. Às vagas de que tratam os itens 3.1.2 e 3.2.2 acima concorrem todos os candidatos inscritos em cada região, os quais serão classificados por ordem decrescente da pontuação obtida nas provas, independente da etnia a que pertençam.

4.2.1 Candidatos não classificados para as vagas reservadas para atuantes em educação escolar indígena concorrem às demais vagas em igualdade de condições com os demais candidatos.

5. DAS PROVAS

5.1. DATA: 15 de Março de 2009

5.2. LOCAIS DA PROVA: Eunapólis, Ilhéus, Bom Jesus da Lapa, Paulo Afonso. HORÁRIO: Abertura dos portões: 08h20min.

Fechamento dos portões: 08h50min.

Início das provas: 09h00min

Duração das provas: 03h

5.3. Conteúdo das Provas

5.3.1 Redação sobre tema relativo à educação escolar indígena, com valor de 40 %.

5.3.2 20 (vinte) Questões objetivas distribuídas conforme os temas relacionados a

seguir, com valor de 60% em seu total:

a) RCNEEI E SEUS TEMAS TRANSVERSAIS;

b) POLÍTICA NACIONAL DE EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA;

c) DADOS DA EDUCAÇÃO ESCOLAR INDÍGENA NA BAHIA;

d) POLÍTICA INDIGENISTA;

e) DIREITOS INDÍGENAS.

5.4. CRITÉRIOS DE ELIMINAÇÃO

Será eliminado do Processo Seletivo Vestibular para o LICEEI/UNEB/2009 o candidato que:

- Não comparecer à prova no dia e hora de sua aplicação;

- Não obter pontuação na prova de redação.

5.4.1. Em qualquer tempo, mesmo após a matrícula, o candidato que tenha feito uso de documentos, declarações, informações falsas, ou outros meios ilícitos, será também eliminado do Processo Seletivo.

5.4.2. CRITÉRIOS DE eliminação na prova de REDAÇÃO

Será atribuída nota zero à redação que:

- Se afastar completamente do tema proposto;

- For escrita a lápis e

- for escrita de forma ilegível.

5.5. CRITÉRIOS DE DESEMPATE

Ocorrendo igualdade de pontos entre candidatos concorrentes em uma mesma modalidade, o desempate se fará comparando-se os resultados obtidos, sucessivamente, na Redação.

5.6. DIVULGAÇÃO DOS RESULTADOS:

Acontecerá até o dia 16 de abril, publicado no sítio da UNEB www.uneb.br e em Jornal de grande circulação da Capital.

6. MATRÍCULA:

A matrícula será efetivada mediante convocatória, no início de cada módulo letivo, sendo que, por ocasião da matrícula inicial no curso, os candidatos aprovados deverão apresentar os seguintes documentos:

- Certificado de Conclusão do Ensino Médio ou Equivalente (original e fotocópia);

- Histórico Escolar do Ensino Médio ou Equivalente (original e fotocópia);

- Carteira de Identidade (original e fotocópia);

- CPF (original e fotocópia) e

- Carteira de Reservista (original e fotocópia, para estudantes do sexo masculino);

- Título de Eleitor e comprovante de votação da última eleição (original e fotocópia);

- Duas fotos 3X4 recentes e iguais;

- Certidão de Nascimento ou Casamento (original e fotocópia);

- Procuração (quando realizada por terceiros);

- Declaração de vinculação a uma comunidade e etnia indígenas da Bahia, emitida por organização indígena devidamente constituída ou cacique que represente a respectiva comunidade ou etnia e

- Declaração de que atuou em educação escolar indígena no ano de 2008 emitida pela instituição oficial em que atua (Para os aprovados atuantes em educação escolar indígena).

7. DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS:

7.1 Outras disposições e instruções específicas contidas no caderno de provas, constituem normas que passam a integrar o presente Edital, devendo ser em tudo observadas e cumpridas.

7.2 O candidato não terá direito a reclamação posterior ou recurso de qualquer natureza.

7.3 Casos omissos serão resolvidos pela Comissão composta de docentes e técnicos da UNEB responsáveis pela elaboração do projeto do curso.

GABINETE DA REITORIA DA UNEB, 16 de janeiro de 2009.



Lourisvaldo Valentim da Silva

Reitor

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Somos todos delinqüentes acadêmicos?(Antonio Ozaí da Silva)

Será que eu falei
O que ninguém ouvia?
Será que eu escutei
O que ninguém dizia?
Eu não vou me adaptar
Me adaptar...

(Titãs)

“Como foi que chegamos a departamentos cheios de acadêmicos infantilizados?”

“A sabedoria de hoje diz: não formule grandes questões; não pergunte por que as coisas são como são”

“Gente demais acredita hoje que o trabalho intelectual diz respeito apenas a postos e promoções”

“Enquanto aceitarmos esse sistema, permaneceremos dentro da baleia”[1]

(Lindsay Waters, 2006, p.36, 53, 81 e 83

À guisa de alerta!

Ao contrário do que poderíamos imaginar, o homo academicus é muito suscetível à crítica. No ambiente universitário ardem as chamas das doutas vaidades e a racionalidade dita científica mascara sentimentos mesquinhos. Entre nós, os intelectuais, o narcisismo tende a ser acentuado e talvez isto contribua para compreendermos os melindres observáveis em nosso meio. Vaidade das vaidades![2]

A necessidade de distinção[3] não algo restrito ao egocentrismo individual, mas uma necessidade inerente ao campo acadêmico. [4] Não se trata, portanto, de identificar e condenar os pecadores, mas de analisar os pecados – e todos estamos sujeitos a cometê-los. Estas reflexões, bem claro, não se dirigem nem é uma peça acusatória a qualquer indivíduo em especial. Se a carapuça servir e encontre quem a vista, a culpa não é minha. O objeto, contudo, é o campo acadêmico; o objetivo é analisá-lo numa perspectiva crítica, com a esperança de contribuir para a auto-análise coletiva.

Maurício Tragtenberg

Em 1978, no I Seminário de Educação Brasileira, realizado em Campinas (SP), Maurício Tragtenberg falou sobre a “delinqüência acadêmica”. O jornalista Laerte Ziggiati registrou:

“Porém, no meio de muita discussão teórica, houve um momento em que grande parte do público presente explodiu em aplausos. Foi quando encerrou sua comunicação o professor Maurício Tragtenberg, da Faculdade de Educação da Unicamp e da Escola de Administração de Empresas de São Paulo (FGV). Maurício Tragtenberg, com sua longa experiência, rasgou o verbo e com grande coragem deu um retrato fiel e ao mesmo tempo sombrio da situação crítica da Universidade brasileira.” [5]

Tragtenberg, então, chamava a atenção de que a universidade não é neutra, mas sim uma instituição que expressa interesses e as contradições inerentes à sociedade. A universidade, porém, tende a obscurecer esse caráter pela afirmação da ideologia de um saber aparentemente neutro, que seria “objetivo” e “científico” e estaria acima dos antagonismos sociais. [6] Ele enfatiza o caráter classista da universidade. O saber legitimado no campus não é um saber ingênuo, desprovido da influência das relações de poder. Sua estrutura burocrática e autoritária fortalece a ordem e o poder, influencia o corpo docente e discente e é referência para a práxis no campus. Tanto professores quanto alunos reproduzem-na cotidianamente, dentro e fora da sala de aula.

Na universidade predomina o especialista. Ela produz uma espécie de taylorismo intelectual, com a divisão do conhecimento em disciplinas estanques e a instrumentalização do saber aplicado a fins empresariais e militares. Dessa forma, a universidade submeteu-se à racionalidade capitalista, transformando-se numa instituição tecnocrática. Sua função é formar os que contribuirão para a manutenção da ordem, fundada no despotismo nos locais de trabalho e no controle político e social abrangendo toda a sociedade. Seus institutos de pesquisa,

“cria[m] aqueles que deformam os dados econômicos em detrimento dos assalariados; nas suas escolas de direito, forma[m] os aplicadores de legislação de exceção; nas escolas de medicina, aqueles que irão convertê-la numa medicina do capital ou utilizá-la repressivamente contra os deserdados do sistema. Em suma, trata-se de um “complô de bela almas” recheadas de títulos acadêmicos, de doutorismo substituindo o bacharelismo, de uma nova pedantocracia, da produção de um saber a serviço do poder, seja ele de que espécie for” (TRAGTENBERG, 1990, p.11).

A universidade reproduz os valores predominantes na sociedade pela seleção e transmissão de conhecimentos legitimados institucionalmente; sua estrutura e pedagogia burocrática contribuem para a formação de indivíduos submissos, servis e desprendidos de qualquer preocupação de crítica social – mesmo nos chamados “cursos críticos”. Em suma, a universidade tende a se desincumbir de qualquer função crítica. Tragtenberg, com ironia, argumenta que quem deseje levar a sério o lema kantiano “Ouse conhecer”, terá que realizá-lo fora do campus: “Se os estudantes procuram conhecer os espíritos audazes de nossa época, é fora da universidade que irão encontrá-los” (Id., p. 13).

Estamos, assim, diante de uma universidade que produz intelectuais sem compromisso ético e social; intelectuais desresponsabilizados diante da realidade social que os cerca, cuja vinculação com o mundo real se dá pelos interesses econômicos e políticos individuais e corporativos. São especialistas voltados para os seus respectivos “feudos”, à cata de financiamentos e recursos materiais que lhes proporcionem status, conforto e as condições para uma boa vida. Não importam as fontes dos recursos e nem as finalidades sociais do conhecimento produzido, mas sim conseguí-los. Muitas vezes, tais práticas são encobertas pela retórica do “público”. “Em nome do “serviço à comunidade”, a intelectualidade se tornou cúmplice do genocídio, espionagem, engano e todo tipo de corrupção dominante, quando domina a “razão de Estado” em detrimento do povo”, enfatizou Tragtenberg. (Id., p.14-15).

Na disputa dos interesses individuais e corporativos, camuflados sob o discurso da “universidade pública”, “interesse público”, “bem-comum”, etc., os fins justificam os meios. Prevalece “a política de “panelas acadêmicas” de corredor universitário e a publicação a qualquer preço de um texto qualquer”, os quais “se constituem no metro para medir o sucesso universitário”. Neste universo, “a maioria dos congressos acadêmicos serve de “mercado humano”, onde entram em contato pessoas e cargos acadêmicos a serem preenchidos, parecidos aos encontros entre gerentes de hotel, em que se trocam informações sobre inovações técnicas, revê-se velhos amigos e se estabelecem contatos comerciais” (Id., p. 15). Eis a delinqüência acadêmica!

Entre a resistência e a adaptação

“Mesmo os intelectuais que são membros vitalícios de uma sociedade podem, por assim dizer, ser divididos em conformados e inconformados. De um lado, há os que pertencem plenamente à sociedade tal como ela é, que crescem nela sem um sentimento esmagador de discordância ou incongruência e que podem ser chamados de consonantes: os que sempre dizem “sim”; e, de outro, os dissonantes, indivíduos em conflito com sua sociedade e, em conseqüência, inconformados e exilados no que se refere aos privilégios, ao poder e às honrarias. O modelo do percurso do intelectual inconformado é mais bem exemplificado na condição de exilado, no fato de nunca se encontrar plenamente adaptado, sentindo-se sempre fora do mundo familiar e da ladainha dos nativos, por assim dizer, predisposto a evitar e até mesmo a ver com maus olhos as armadilhas da acomodação e do bem-estar nacional. Para o intelectual, o exílio nesse sentido metafísico é o desassossego, o movimento, a condição de estar sempre irrequieto e causar inquietação nos outros” (SAID, 2005, p.60, grifos nosso).

O modus vivendi do homo academicus pressiona constantemente para a adaptação. Ainda que tenha consciência crítica do campo acadêmico, são várias as armadilhas presentes no cotidiano. Na verdade, as exigências administrativas, burocráticas e acadêmicas impõem práticas e discursos legitimadores que nos cercam por todos os lados. Estamos sujeitos à lógica da concorrência: somos assalariados, submetidos a regras e normas burocráticas que regem o nosso dia-a-dia. Se, por exemplo, queremos passar de um nível para outro na escala da carreira, devemos apresentar a produção no período e somar o número de pontos exigidos. Se menosprezarmos esse procedimento, teremos prejuízos financeiros acumulados.

A necessidade de “pontuar” transforma a vida acadêmica numa espécie de contabilidade, na qual tudo o que fazemos é quantificado. Portanto, torna-se mais importante somar pontos do que a atividade em si. Publicar um artigo passa a ser muito mais uma necessidade administrativa, na medida em que vale “x” pontos para subir na carreira. A produtividade pressupõe quantidade. Assim, não importa se tem qualidade, a tiragem e onde foi publicado, menos ainda se será lido, mas sim se quem publicou tem os requisitos exigidos para que seja pontuado.[7] Este tipo de pressão favorece práticas nada condizentes com o que se espera de um ponto de vista ético.

Como salienta Waters (2006, p.12), “há um elo causal entre a demanda corporativa pelo aumento da produtividade e o esvaziamento, em todas as publicações, de qualquer significação que não seja gerar números”. A linha de montagem fordista-taylorista acadêmica produz coisas sem sentido, cujo principal objetivo é simplesmente atender à demanda por mais e mais “artigos”, “livros”, etc., dos organismos governamentais e privados que injetam dinheiro nas artérias da universidade. A ânsia por se agraciado pela oferta do “deus Estado” ou o “deus mercado”, contribui para a cultura produtivista. Nestas circunstâncias, “o produto é tudo que conta, não sua recepção, não o uso humano. Isso é produção apenas com o valor de um fim em si mesmo e praticamente mais nenhum outro” (Id., p. 42).

A pressão é ainda maior quando se tem em vista as exigências dos órgãos superiores em relação à pós-graduação. Aqui, trata-se da própria sobrevivência dos programas e do status proporcionado pelos vínculos aos mesmos. A necessidade de publicar e de apresentar produtividade, a qualquer preço, é ainda maior. Não é por acaso que nas ciências humanas adota-se uma prática muito comum em outras áreas, a qual consiste em aparecer como co-autor nos artigos dos orientandos. Muitas vezes, a co-autoria não se justifica e uma simples nota de agradecimento no rodapé faria justiça ao orientador, mas isso não conta ponto.[8] Em nome da sobrevivência do programa, e das necessidades docentes, entra-se no reino do vale tudo. Se, por exemplo, reprovar um pós-graduando pode prejudicar a avaliação do programa, então devemos aprová-lo, ainda que nada o justifique. Se você deseja participar tem que jogar o jogo, aceitar as regras e exigências. Há a opção de não participar, mas esta acarreta ônus (como não ter qualquer possibilidade de influência sobre as decisões e na escolha dos candidatos).

Em todas as áreas, a influência dos organismos superiores é determinante. Se você quer ter a mínima chance de ser agraciado com recursos, vencer um edital, etc., deve se submeter. E não basta ser submisso, tem que provar que está à altura do seu gesto, isto é, deve se enquadrar e corresponder às exigências de produtividade. O critério é mercadológico: ganha quem “produziu” mais, não importa a qualidade do que foi “produzido”. A injeção de recursos público e privado, num montante talvez sem precedentes, acirra a pressão para que os concorrentes se “qualifiquem” para conquistá-los. Criam-se diferenciações internas, hierarquias mantidas por recursos externos. Os agraciados terão melhores condições para incorporar alunos a seus projetos e de influenciá-los. Poderão manter a clientela e o fato de terem conquistado esta posição fortalece o status de vencedores. Não faltarão “mariposas” a rondar a luz que irradiam.

O crítico, se alguém ousar fazer esse papel, corre o risco de ser tachado de invejoso e ressentido, sem que se atente para o simples fato de que não aceitou jogar o jogo[9], isto é, fazer parte da concorrência. No mercado universitário, quem não se adapta está condenado a viver apenas do seu próprio salário e a não ter recursos, ainda que tenha projetos merecedores. Claro, a culpa é dele próprio. Os editais e as oportunidades são para todos e ninguém é culpado por ele não disputar. Se não está apto para a concorrência, problema dele. Será lembrado quando se tratar de atividades que não têm remuneração extra. E se alguém lhe oferece algo que envolva ganho extra e ele recusa em nome de princípios, será, na hipótese condescendente, considerado ingênuo ou chamado ironicamente de “franciscano” dos tempos modernos. Deve ser algum problema psicológico que a filosofia tomista explica, ou simplesmente bobeira.

Cada vez mais as relações na universidade são intermediadas pelas leis do mercado. Os projetos para os pobres, movimentos sociais, etc., tornam-se formas de ganhar dinheiro. Os governos, estadual e federal, injetam recursos que geram resultados duvidosos e paliativos para os que, em tese, são os destinatários. É preciso conhecer o “caminho das pedras”, saber onde estão e disputar as verbas (é preciso até mesmo reuniões que orientem, em nome da “competência” e “excelência” da instituição).[10] “Ser solidário”, “cumprir uma função social”, “engajar-se”, virou meio de vida (e com a aura de “militância intelectual”).

A estrutura universitária é irrigada com uma fonte que também representa renda extra. Isso é feito de maneira legal, com a aprovação e complacência dos departamentos e outros níveis decisórios no campus. Estabelece-se o pacto, tácito ou explícito, pelo qual “A” não cria problemas para a aprovação do projeto de “B” e vice-versa. E não importa como são articulados e manipulados os procedimentos para sua aprovação. Estamos no reino do vale tudo!

A universidade pública é assediada permanentemente por práticas e ideologia mercantis. Tudo se torna mercadoria. A docência por vocação, o amor ao conhecimento e o desprendimento dão lugar ao interesse egoísta enquanto fator direcionador da práxis acadêmica.[11] Predomina a “caça ao tesouro” e deve-se afastar tudo o que atrapalha sua conquista. Os fins que deveriam pautar a ação política-pedagógica e crítica da universidade tornam-se meios para atingir os objetivos particulares e/ou setoriais. O discurso da “universidade pública” torna-se estratégia para efetivá-los. A universidade aparece, então, como um grande bolo em constante disputa entre os grupos que se organizam para abocanhar os melhores pedaços. Quem pode mais, come mais! Dessa forma, os cargos e controle de espaços são fundamentais, em especial aqueles que, por sua natureza, controlam outros cargos a serem preenchidos pelos amigos e pessoas de confiança.

Até mesmo a criação de departamentos, cuja necessidade é duvidosa, se insere nessa lógica. Cada departamento criado gera mais cargos e uma estrutura que consome recursos sociais. Se não houvesse os recursos injetados nesta estrutura, provavelmente nada funcionaria. Quem quer ser chefe, coordenador, diretor, pró-reitor, reitor, etc., sem ganhar nada mais do que o seu salário como servidor? Afinal, desempenham funções importantes e são eleitos para tal. O problema é que quem paga a conta não são eles nem seus eleitores, mas a sociedade. Os defensores da “universidade pública” precisam ser remunerados para defendê-la. Não se trata de culpabilizar, é apenas a lógica do sistema. O óleo que lubrifica suas engrenagens é a moeda, e também o status e as facilidades que se tem ao se ocupar determinadas funções. Você tem a opção de participar ou não, com o bônus ou o ônus inerente à sua decisão.

Na universidade pública cobram-se taxas explícitas e implícitas. Artifícios da norma legal são utilizados para manter cursos de pós-graduação. Tudo dentro da mais perfeita ordem! E quem será insano a ponto de questionar a legalidade de práticas presentes em setores hierarquicamente poderosos na estrutura universitária? Quem terá a ousadia de afirmar que o lícito não é necessariamente ético? No “cemitério dos vivos” o questionamento dá lugar à vista grossa e à acomodação de interesses. E, afinal, na luta política é preciso manter as portas abertas para possíveis alianças à época das eleições internas.

Neste ambiente, a crítica e a resistência são formas de adaptação. Os “heróis da resistência” podem até manter o discurso crítico e radical, mas terminam por se acomodarem e se conformarem. Os sinceros vivem entre a angústia da observância dos princípios éticos e a negação destes, impostas pelas necessidades práticas e imediatas. Como o Dr. Johannes Georg Faust, personagem da obra de Goethe, devem obedecer ao pacto feito com o demoniáco Mefistófeles.

Ainda sobre o Lattes [12]

Talvez o Lattes seja a melhor expressão do mercado acadêmico em que se tornou a universidade pública. O Lattes tornou-se uma espécie de instituição avalizadora do status acadêmico e foi praticamente sacralizado enquanto referência para decisões que podem afetar a vida docente e discente. Se você não tem Lattes, simplesmente não existe. E não adianta apenas tê-lo, é preciso atualizá-lo. O que está no Lattes é tomado como verdadeiro, e ponto! Não consta do Lattes, não existe![13] Eis como nos forçam à adaptação.

Mas é possível resistir. Há imperativos que não temos como fugir, mas também não precisamos vender a alma àquele cujo nome não deve ser pronunciado. Em outras palavras, nos limites estabelecidos ainda somos senhores das nossas ações. Publicar a qualquer preço, render-se ao “produtivismo” e utilizar-se do vale tudo para “enriquecer o Lattes”, pode até gerar resultados que impressionem e nos deixem bem “qualificados” para disputar editais e outras coisas, mas certamente não é ético. A verdade é que as exigências éticas que fazemos aos outros (por exemplo, aos políticos) nem sempre são lembradas quando se trata dos nossos interesses particulares (ainda que travestidos de “interesse público”). Um dos maiores desafios que temos enquanto ser (es) humano (s) é conseguir manter a coerência entre o discurso e a prática. Nenhum de nós está livre de cair em contradição.

Os organismos financiadores e controladores ditam as regras e determinam o que é importante. Somos induzidos à adaptação acrítica, sem questionamento do como e de quem são os que decidem e direcionam os rumos do campo acadêmico. As práticas de mútuo favorecimento, clientelismo são fortalecidas pela necessidade de publicar, de somar pontos, “enriquecer o Lattes” e aumentar a “folha corrida”. Estabelecem-se relações de conveniências, pactos de hipocrisias que resguardam interesses recíprocos.

A pressão do Lattes influencia o mercado editorial acadêmico e até estimula plágios, comércio de trabalhos acadêmicos, etc. Hierarquiza-se a produção entre os que têm e os que não têm os recursos para financiar a publicação. Há até revistas que cobram para publicar e isto é visto por muitos como normal e natural. Se você tem money e pode pagar a edição do seu livro, não terá maiores dificuldades em conseguir a chancela de uma editora universitária ou mesmo privada. Há editoras cujo filão consiste basicamente em publicar textos acadêmicos, desde que os autores consigam financiamento. É capitalismo sem risco. Com injeção de dinheiro público, lucra-se antes e depois. E ainda garante-se a felicidade do autor e o seu Lattes.

Diante desta realidade, por que não investir na própria publicação? Livros publicados pelo próprio autor não é quantificado como qualquer outro? Por que submeter-se ao mercado editorial se podemos organizar nossa própria editora e publicarmos? Cooperativas de autores não são novidades, como também não é nova a prática de cotizar-se para financiar a publicação. Em determinadas circunstâncias até pode ser considerado desejável. O problema é quando o objetivo deixa de ser divulgar textos, idéias e trabalhos que não têm espaço no mercado editorial universitário e nas editoras privadas e passa a ser simplesmente “fazer o Lattes”, “somar pontos”, ser produtivo e ganhar a concorrência dos editais.

Aos que não têm como financiar seus trabalhos resta trilhar a via sacra e esperar até que, se tiver sorte, surja a oportunidade. Em tese, poderá publicar numa editora acadêmica, mas deve ter a paciência para esperar os trâmites burocráticos, os quais podem demorar meses e anos. Há a chance de ver seu livro publicado e deve agradecer aos céus por isso, mas será bem mais rápido e fácil se tiver o dinheiro.

A pressão pela publicação tem o efeito “positivo” de estimular a criatividade e “solidariedade” entre os indivíduos. Organizamo-nos para publicar uma obra, pois sabemos o quanto isso é importante para o coletivo. Pode ocorrer que o coletivo seja prejudicado devido à baixa produtividade dos docentes, com o risco de não ter recursos necessários para os projetos, que a pós-graduação seja inviabilizada e que os alunos não tenham a chance de aprovar seus projetos de pesquisa. Nosso Lattes precisa ser “enriquecido” em prol da coletividade; precisamos mostrar produtividade. Organizemos, então, uma obra com artigos de todos – não importa sobre o quê, nem se será lido. Melhor ainda se tivermos verba para publicar e garantir a chancela da editora.

Efeitos e conseqüências

“O problema é a insistência na produtividade, sem a menor preocupação com a recepção do trabalho. Perdeu-se o equilíbrio entre esses dois elementos – a produção e a recepção” (WATERS, 2006, p. 25).

Os efeitos dessa “corrida maluca” pela produtividade são nefastos e influenciam o cotidiano acadêmico desde a graduação. Logo cedo, os graduandos aprendem a jogar o jogo e percebem a importância de “encostar” na pessoa certa, aquela que abrirá as portas para um possível mestrado.[14] Por experiência concluem que o mais importante não é necessariamente o projeto de pesquisa ou o saber, mas sim conquistar a “proteção” dos mais “produtivos”, os que têm o Lattes mais extenso e que ocupam postos chaves no mundo acadêmico. Percebem que para se dar bem na carreira acadêmica precisam aceitar certas práticas e relações nem sempre justas e éticas.

O clientelismo caminha de mãos dadas com a bajulação, a adaptação e a submissão acrítica à linha teórica e ideológica do “protetor”. Em lugar de favorecer a autonomia do educando, investe-se na subordinação, na formação de séquitos e de discípulos dispostos a defender a verdade do mestre, mas incapazes de pensar pela própria cabeça. [15] E nem é preciso ser bom aluno, basta apenas se dar bem com o professor “X”, ainda que reprove ou se saia mal em outras disciplinas.

Este é também um jogo de mútuas vaidades. Os neófitos miram-se nos exemplos que têm diante de si, aprendem a serem servis e tornam-se catedráticos na arte da dissimulação. O servilismo tende a se aprofundar na medida em que aumenta a concorrência para ingressar na pós-graduação e é reproduzida nesta.

Pressionados pela exigência de mais e mais produtividade, os docentes reproduzem o servilismo na relação com os órgãos superiores. Mutilam-se para atender as normas e regras burocráticas decididas por um grupo seleto de indivíduos, os quais agem como deuses no Olimpo, cujas decisões são imperativas e moldam a prática cotidiana da maioria. Esta se submete. A perda do senso crítico e submissão à ordem acadêmica talvez representem o efeito mais infausto e preocupante.

As diretrizes emanadas dos órgãos superiores, e acatadas incondicionalmente no campus, favorecem o intelectual especialista. Valoriza-se o saber burocratizado, disciplinado, prisioneiro de fórmulas e padrões tidos como sinônimo do caráter científico. A forma passa a ser mais importante que o conteúdo. O discurso da transdisciplinaridade e multidisciplinaridade, tão em moda por certo período, não suplanta práticas fundadas na especialização. Os próprios critérios de avaliação desses organismos pressupõem consistência na área de pesquisa, ou seja, a constatação de que os pesquisadores se atêm aos mesmos “objetos”, por anos, décadas...

Ao anuir com os critérios positivistas da medição matemática do saber, como se este pudesse ser verdadeiramente mensurado, numa clara rendição às áreas do conhecimento acadêmico que priorizam a quantificação e também aos princípios mercadológicos cada vez mais influentes no campus, acentua-se o “produtivismo”. Na medida em que se prioriza a quantidade, compromete-se a qualidade do que é publicado. Claro, há muitos interesses a defender e é melhor não colocá-los em risco. Prevalece a mentalidade burocrática e conformista. É como se dissessem implicitamente que devemos “provar que não somos mentes independentes, que nos submetemos às regras e aos objetivos da alta produtividade”, escreve Lindsay Waters (Id., p. 87). A mediocridade caminha de mãos dadas com o conformismo.

O resultado é um ambiente acadêmico cada vez mais estressante e deprimente, povoado por indivíduos conformistas e apegados a interesses particulares e mesquinhos, fechados em feudos e lançados numa corrida desenfreada para conquistar posições, status e recursos materiais. O sonho dourado do sucesso, do reconhecimento dos pares, passa pela aceitação sem resistência ou questionamento da ideologia produtivista. A “Casa de Salomão” imaginada por Francis Bacon tem mais o aspecto de um imenso “cemitério dos vivos”.

Concluindo...

Passaram-se cerca de três décadas. Será que a situação denunciada por Maurício Tragtenberg foi superada?[16] Claro, as circunstâncias são outras, a sociedade e a universidade passaram por mutações. Parece-me, entretanto, que as observações de Maurício Tragtenberg permanecem atuais. Mesmo no nível puramente empírico é possível notar situações e atitudes que demonstram a permanência e intensificação dos aspectos que ele identificou como próprios da delinqüência acadêmica. Persistem práticas e atitudes delinqüentes e com o agravante de que parecem naturalizadas e aceitas como necessárias e “normais”. Perde-se a capacidade de escandalizar-se e encontram-se argumentos racionais para legitimá-las.

Não é fácil resistir à pressão pela adaptação. Vivemos a contradição da obediência à autoridade racional burocrática, às exigências inerentes à sobrevivência pessoal e acadêmica e, simultaneamente, a consciência da necessidade de negar e criticar o campo do qual somos partes. Eis o paradoxo do intelectual que, apesar de tudo, insiste em não se submeter. Nesses momentos, devemos nos mirar no exemplo de intelectuais como Tragtenberg, Bourdieu e Edward W. Said, entre outros, que mostraram a possibilidade de sobrevivermos sem fazer o sacrifício do espírito crítico e da liberdade, ainda que saibamos dos limites e dificuldades. Como escreveu Said (1993, p. 90):

“Em outras palavras, o intelectual propriamente dito não é um funcionário, nem um empregado inteiramente comprometido com os objetivos políticos de um governo, de uma grande corporação ou mesmo de uma associação de profissionais que compartilhem uma opinião comum. Em tais situações as tentações de bloquear o sentido moral, de pensar apenas do ponto de vista da especialização ou de reduzir o ceticismo em prol do conformismo são muito grandes para serem confiáveis. Muitos intelectuais sucumbem por completo a essas tentações e, até certo ponto, todos nós. Ninguém é totalmente auto-suficiente, nem mesmo o mais livre dos espíritos” (grifos nosso).

A exigência da adaptação é forte. Os inadaptados são vistos como um tipo em extinção. No reino do vale tudo na competição por prestígio e vantagens materiais e financeiras, a recusa só pode ser caracterizada como ingenuidade própria dos tolos. Não advogo o auto-isolamento ou uma atitude do tipo “ludista”, mas sim a necessidade de manter a lucidez e usar os meios que a própria universidade oferece, e o nosso trabalho intelectual, para combater o poder e as ilusões dos conformistas. O sentido da vida, e do viver, é mais profundo do que as fúteis vaidades e sonhos consumistas que acalentamos. É preciso tirar o véu que encobre a realidade e resistir aos devaneios de uma existência vazia de significados. É possível ser e agir diferente; é necessário resistir aos “inimigos da esperança”!

Referências

BOURDIEU, P. (1974) A economia das trocas simbólicas. São Paulo: Editora Perspectiva.

__________. (2000) O Poder Simbólico. Rio de Janeiro, Bertrand Brasil.

__________. (2004) Os usos sociais da ciência: por uma sociologia clínica do campo científico. São Paulo: Editora UNESP.

FROMM, E. (1977) TER ou SER?! Rio de Janeiro: Zahar Editores.

ORWELL, G. (2005) Dentro da baleia e outros ensaios. São Paulo: Companhia das Letras.

SAID, E. W. (2005) Representação do Intelectual: as Conferências Reiht de 1993. São Paulo: Companhia das Letras.

TRAGTENBERG, M. Sobre Educação, Política e Sindicalismo. São Paulo: Editores Associados; Cortez, 1990, 2ª ed. (Coleção Teoria e Práticas Sociais, vol 1).

VICENTE, F. G. D. “Latindo atrás do Lattes”. REA, nº 73, junho de 2007, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/073/73vieira.htm

WATERS, L. (2006) Inimigos da esperança: publicar, perecer e o eclipse da erudição. São Paulo: Editora da Unesp.

WEBER, M. (1993) Ciência e Política: duas vocações. São Paulo: Editora Cultrix.

ZIGGIATI, L. “A delinqüência acadêmica”. Folha de S. Paulo, Folhetim, 03.12.1978. Disponível em http://www.espacoacademico.com.br/007/07trag_delinquencia.htm



* Docente na Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Ciências Sociais.

[1] “As entranhas da baleia”, escreve George Orwell, “são apenas um útero grande o suficiente para conter um adulto. Lá ficamos, no espaço almofadado e escuro em que nos encaixamos perfeitamente, com metros de gordura entre nós e a realidade, capazes de manter uma atitude da mais completa indiferença, não importa o que aconteça” (2005, p. 135).

[2] Este aspecto me chamou a atenção desde a época em que era graduando, observando meus professores e professoras e outros seres que habitam o campus. A atuação na docência universitária confirmou minhas impressões. Não que a vaidade seja inerente e restrita ao ambiente acadêmico! A vaidade é própria do humano e todos somos, em maior ou menor intensidade, vaidosos. Porém, como afirma Max Weber (1993, p.107): “Nos meios científicos e universitários, ela chega a constituir-se numa espécie de moléstia profissional”. A vaidade pode até mesmo desempenhar um papel positivo, mas, a partir de determinados parâmetros, como no mito de narciso, torna-se patologia e envenena as relações humanas. Ver: Óleo de Lorenzo e Patch Adams: a arrogância titulada, REA, nº 28, setembro de 2003; Aqui jaz fulano de tal... e a sua superioridade!, REA, nº 30, novembro de 2003; Sobre a vaidade no campo acadêmico, REA, nº 45, fevereiro de 2005; Educação, opção política e preconceito acadêmico, REA, nº 66, novembro de 2006.

[3] É o que Pierre Bourdieu (1974, p. 109) chamou de lei da dialética da distinção. Devido à maneira como funciona o campo intelectual, os intelectuais, necessariamente, perseguem a distinção. Para ele, isto não constitui um defeito pessoal, um “vício da natureza” humana egoísta. Bourdieu observa que a mesma lei que impele o intelectual a perseguir a distinção “impõe também os limites no interior dos quais tal busca pode exercer legitimamente sua ação”.

[4] “Todo campo (...) é um campo de forças e um campo de lutas para conservar ou transformar esse campo de forças” (BOURDIEU, 2004, p. 22-23).

[5] Ver a entrevista publicada originalmente no Folhetim, Folha de S. Paulo, 03.12.1978 e, também, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/007/07trag_delinquencia.htm

[6] Num texto apresentado no Seminário de Reitores, realizado em João Pessoa (PB), em 1978, Tragtenberg afirma: “A universidade é uma instituição dominante, além disso, ligada à dominação. Até hoje a universidade brasileira formou assessores de tiranos, é o antipovo. Criada para produzir conhecimento, ela se preocupa mais em controlá-lo” (TRAGTENBERG, 1990, p.55).

[7] Por exemplo, um livro publicado por uma editora universitária, com uma tiragem de cerca de 500 exemplares, é reconhecido pelos critérios formais burocráticos e vale muito na contagem para a ascensão na carreira universitária. Outro livro, com tiragem de 15 mil, mas que, por ignorância do autor, tenha sido publicado por uma editora sem os pré-requisitos exigidos, não conta nada e não tem valor acadêmico algum. E estamos supondo que ambos sejam comercializados e que não encalhem, isto é, que tenham leitores interessados em adquiri-los e lê-los.

[8] A Revista Urutágua tem mostrado que essa prática é, no mínimo, problemática. Adotamos como critério a não aceitação de co-autoria e os artigos são devolvidos aos autores. Estes, geralmente orientandos e orientadores, conversam e se acertam. O artigo é, então, reenviado e de acordo com os nossos critérios, isto é, com apenas um autor.

[9] Bourdieu (2000, p.85), ensina que não jogar o jogo é o mesmo que decretar a própria 'morte social'. ("A única liberdade absoluta que o jogo concede é a liberdade de sair do jogo por meio de uma renúncia heróica a qual, a não ser que crie outro jogo, não obtém a ataraxia senão à custa daquilo que é, do ponto de vista do jogo e da illusio, uma morte social", escreve ele).

[11] Prevalece o modo TER em detrimento do SER. Como esclarece Eric Fromm (1977, p. 96): “Ter refere-se a coisas, e as coisas são determinadas e definíveis. Ser refere-se à experiência humana, e a experiência humana, em princípio, não é definível”. E, mais adiante: “O modo Ser tem como requisito a independência, a liberdade e a presença de razão crítica. Sua característica fundamental é ser ativo, não no sentido de atividade externa, de estar atarefado, mas no sentido de atividade íntima, de emprego criativo dos poderes humanos” (Id., p. 97).

[12] Escrevi sobre este tema na REA, nº 46, marco de 2005. Ver “A corrida pelo Lattes”. Sugiro também a leitura do artigo “Latindo atrás do Lattes”, publicado por Francisco Giovanni David Vieira na REA, nº 73, junho de 2007, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/073/73vieira.htm

[13] Recentemente, por exemplo, fui avaliado como possível orientador para o PIBIC e reprovado. Justificativa: Lattes desatualizado (ainda que houvesse enviado, segundo formulário interno, a relação solicitada da “produção intelectual”).

[14] É preciso considerar o contexto em que ocorre este intercâmbio. A racionalidade instrumental que impulsiona docentes e discentes faz parecer que a troca é entre iguais e que é justa. Ver “A corrida pelo Lattes”, já citado.

[15] Bem diferente das experiências que tive com os meus orientadores, os quais respeitaram e investiram na autonomia e crescimento humano e intelectual. Ver “Maurício Tragtenberg e a Pedagogia Libertária: anotações sobre a experiência do fazer a tese”, REA, nº maio de 2004, disponível em http://www.espacoacademico.com.br/036/36pol.htm

[16] Sugiro aos interessados a leitura na íntegra do texto de Maurício Tragtenberg, disponível na edição citada na bibliografia, na reedição pela Editora Unesp (2004) e também em http://www.espacoacademico.com.br/014/14mtrag1990.htm.


http://www.espacoacademico.com.br - © Copyleft 2001-2008

É livre a reprodução para fins não comerciais, desde que o autor e a fonte sejam citados e esta nota seja incluída