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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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quarta-feira, 19 de agosto de 2009

UNEB promove o "1º. Colóquio Internacional AfricAméricas: literaturas e culturas" - BA

O 1º. Colóquio Internacional AfricAméricas: literaturas e culturas, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens da Universidade do Estado da Bahia, tem como tema os trânsitos e diálogos entre o continente africano e as Américas. De caráter interdisciplinar, este evento tem por objetivo divulgar pesquisas e promover debates sobre as manifestações da cultura negra na contemporaneidade, envolvendo pesquisadores, artistas e escritores, não só do Brasil, como de outros países. Uma das principais finalidades do Colóquio é discutir as representações das culturas afrodescendentes em diversas linguagens, como cinema, literatura, música, bem como em diferentes áreas das ciências humanas.

Site do Evento: http://www.africamericas.uneb.br/

sábado, 15 de agosto de 2009

Lançamento do livro "O Poder dos Candomblés" - BA

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Colóquio Internacional "O ensino da História e Cultura da África e da Diáspora" - DF

COLÓQUIO INTERNACIONAL
O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA DA ÁFRICA E DA DIÁSPORA
De 09 a 13 de NOVEMBRO de 2009
BRASÍLIA-BRASIL

INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, a história da África foi sendo distorcida na mesma medida em que seu povo foi sendo desumanizado. O comércio de escravos através do Saara, do Atlântico e do Índico foram os fatores responsáveis pela dispersão das populações africanas para o Oriente Médio, Europa, Caribe, as Américas e Ásia - lugares estes, onde a presença das culturas africanas foi recriada.
Visando promover uma melhor compreensão e aproximação entre a África e a Diáspora, o Centro de Artes e Civilizações Negras e Africanas (CBAAC) do Ministério da Cultura, Turismo Orientação Nacional da Nigéria juntamente com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República do Brasil (SEPPIR) e um grupo de parceiros tem investido em ações voltadas para a comunidade africana internacional. O Colóquio Internacional sobre O Ensino da História e Cultura da África na Diáspora e o Ensino da História e Cultura da Diáspora na África, realizado na cidade do Rio de Janeiro – Brasil, em novembro de 2008, pode ser considerado um marco nessa direção.
Neste sentido, o Governo Brasileiro tem investido em ações internacionais que priorizem as relações com países do Sul e estimulem projetos de cooperação nas áreas educacionais, econômicas e sociais, visando ampliar diálogos e intercâmbio.
Além disto, a sociedade civil mobilizada busca informações sistematizadas sobre as sociedades africanas, suas histórias e culturas, a fim de implantar efetivamente a Lei 10.639/03, que institui no currículo oficial da Rede Nacional de Ensino, a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, nos termos das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Parecer CNE/CP 3/2004 e Resolução CNE/CP 1/2004).
Assinala-se que a União Africana e a UNESCO estão implementando o projeto História Geral da África - Parte II, que objetiva construir um núcleo de conteúdos pedagógicos comuns em todos os países membros da União Africana, a partir dos 8 volumes, resultantes da primeira parte deste projeto lançada em 1971, escritos por especialistas africanos(as) e pesquisadores(as) da História Africana e da Diáspora.
A iniciativa visa à integração regional e a unidade africana. Importa destacar que existem iniciativas, cada vez mais freqüentes no espaço diaspórico, no sentido de escrever a história das
populações de ascendência africana, ressaltando as suas contribuições, não apenas demográfica, mas também sócio-política e cultural para a conjuntura histórica contemporânea.
A SEPPIR e o CBAAC do Ministério da Cultura, Turismo e Orientação Nacional do Governo da Nigéria organizam em conjunto, com diversos parceiros nacionais e internacionais, o Colóquio Internacional: O Ensino da História e Cultura da África e da Diáspora, que será realizado no período de 09 a 13 de novembro de 2009, em Brasília - Brasil, com a participação de 150 pessoas da África e da Diáspora, como estímulo ao intercâmbio sul-sul de professores(as) e estudantes oriundos(as) de universidades e instituições de pesquisa localizadas nos países africanos e da diáspora, reunindo educadores(as), pedagogos(as), especialistas em história africana e diaspórica, antropólogos(as), pesquisadores(as) em tradição oral, sociólogos(as), lingüistas, literatos(as), cineastas, entre outros(as).

OBJETIVOS
Aprofundar a compreensão da história africana e da história dos povos de ascendência africana na Diáspora;
Conhecer e avaliar iniciativas pedagógicas para o ensino das histórias e culturas da África e da Diáspora;
Fomentar o intercâmbio acadêmico e a divulgação de pesquisas históricas, culturais e de conhecimentos na África e na Diáspora;
Enfatizar as conexões do ensino da História da África e da Diáspora;
Debater experiências de implementação dos planos de educação que contenham a História da África e da Diáspora.

RESULTADOS PREVISTOS
Aprofundamento da compreensão do conhecimento da história dos valores africanos e da diáspora para a humanidade;
Estímulo ao intercâmbio sul/sul de professores e alunos de universidades, e instituições de pesquisa, localizados nos países africanos e na diáspora;
Incentivo à realização e disseminação da produção acadêmica dos países da África e da Diáspora.

TEMAS
Experiências de Ensino da História da África e da Diáspora na Educação Fundamental e Média.
(Historiar a África e a Diáspora)
Experiências de Formação de Professores na África e na Diáspora.
(História da África e da Diáspora: Questões Pedagógicas e Metodológicas)
Estratégias de Consolidação do ensino da História da África e da Diáspora.
(Estudos Regionais na História da África e da Diáspora; História e Racismo na África
e na Diáspora; Estratégias de Mudanças e Direitos Civis, Políticos, Econômicos,
Culturais, Humanos e Sociais na África e na Diáspora)
História e Historiografia Africana e diaspórica
(Historiar a África e a Diáspora, Arqueologia e a pré-história da África e da diáspora; Ideologias da libertação na África e na Diáspora; Comércio de Escravo e as Reparações: Trans-Saara e Transatlântico; Língua, História e Cultura; Capital Social e Desenvolvimento; Colonialismo, Neo-Colonialismo na História e Cultura Africanas).
Cultura e sociedades africanas e diaspóricas (Identidade Africana Global, Sistemas de Conhecimento, Faculdade criadora e as artes: Cultura popular, Música, Teatro, Cinema e Folclore, Religião, Espiritualidade e Valores africanos, Gênero na História da África e da Diáspora).

APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS E EXPERIÊNCIAS
O Colóquio consistirá de conferências, mesas-redondas, apresentação de pôsteres de experiências, além de sessões de comunicação para apresentação de artigos.
Os(as) interessados(as) em participar do Colóquio devem encaminhar resumos que detalhem a pesquisa ou a experiência didática em desenvolvimento ou concluída, mas que, sobretudo apresente os resultados alcançados, sejam eles parciais ou conclusivos.
As comunicações devem ser realizadas por pesquisadores(as) em história e cultura africana ou diaspórica. Acrescenta-se que há grande expectativa de que as sessões de pôsteres incluam, sobretudo, professores de Ensino Fundamental e/ou Médio que tenham desenvolvido trabalhos sobre esses temas.
Os resumos devem incluir o título, o nome de autor(es), afiliação institucional, endereço, número de telefone e e-mail. Fonte Times New Roman, 12 pt. Espaço 1,5. 300 palavras.
Os resumos de trabalho e experiências devem conter os objetivos, uma breve descrição do contexto, como se desenvolveu ou se desenvolve a iniciativa, e os resultados alcançados.
Todos os resumos para análise devem estar em formato eletrônico e serão recebidos no máximo até o dia 10 de setembro de 2009.
Os(as) autores(as) cujos resumos forem aceitos serão notificados a partir do dia 05 de outubro de 2009. O texto completo para apresentação deverá ser entregue em formato eletrônico até a data de realização do Colóquio.
Para os(as) participantes selecionados(as), existe a possibilidade de financiamento da participação: translado aéreo até Brasília, hospedagem e alimentação durante os dias do Colóquio.

Os resumos devem ser enviados para: diaspora.africa@gmail.com

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Homenagem a Candeia - RJ

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Ubiratan Castro de Araújo lança o livro "Sete Histórias de Negro" - BA

Brasília, 11/8/06 - O historiador e presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Ubiratan Castro de Araújo, lança na próxima quarta-feira, em Salvador, mais uma obra literária. Membro da Academia Baiana de Letras, o historiador Ubiratan Castro de Araújo lança o livro "Sete Histórias de Negro". O livro integra mais uma obra de Ubiratan Castro, autor de "A Guerra da Bahia", "Salvador era assim. Memórias da Cidade", Sete Histórias de Negro trata da união entre a cultura oral e escrita, em uma história que integra personagens negros dentro de um cotidiano baiano de ser e viver.

Doutor em História pela Université de Paris IV e Mestre em História pela Université de Paris V, Ubiratan Castro de Araújo receberá autoridades, artistas e representantes do movimento negro baiano em sessão de autógrafos a ser realizada a partir das 18h do próximo dia 16, na Casa do Benin, no Centro Histórico do Pelourinho.

Audiência Pública em São Francisco do Paraguaçu tem presença de Ministro, Deputado e Secretária - BA


Os conflitos e denúncias decorrentes da situação do Quilombo de São Francisco do Paraguaçu (Cachoeira/BA) motivaram a realização de uma Audiência Pública com a presença do Ministro Edson Santos, titular da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade (SEPPIR), do Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA) e de Luiza Bairros, Secretária de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (SEPROMI).

O evento aconteceu nessa quinta-feira (12), na sede da Associação dos Remanescentes do Quilombo do Paraguaçu e também recebeu representantes de outras comunidades quilombolas da região. A audiência deu maior dimensão à gravidade dos conflitos que envolvem os quilombos baianos e os grandes fazendeiros.

Em relatos, a comunidade de São Francisco destacou o medo estimulado pelas ameaças que vem sofrendo. “Nós vivemos pressão e ameaça todos os dias, temos medo de perder mais uma pessoa aqui, eu fui ameaçado mais uma vez por uma fazendeira, precisamos de ajuda. Minha filha está deprimida, minha mulher foi maltratada, desde dezembro não durmo direito”, afirma Crispim dos Santos, conhecido como Rabicó.
Ao discursar, o Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA) apontou a necessidade de maior agilidade na tramitação dos processos das comunidades quilombolas: “é preciso que as autoridades garantam segurança para a comunidade, e urgência nos processos de titulação das comunidades quilombolas, esse caso aqui é de morte anunciada”.
O Ministro Edson Santos reafirmou o interesse dos governos estadual e federal em garantir celeridade no processo. O titular da SEPPIR havia participado, no início da manhã, de uma reunião em que estavam presentes o Governador da Bahia, Jaques Wagner e secretária Luiza Bairros (SEPROMI) em que a situação dos quilombolas havia sido colocada em pauta.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação
Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA)
Brasília:
Daniela Luciana (DRT/BA 1998)
61 3215-5954 / 61 8179-9316 - daniela.silva@camara.gov.br
Salvador: Naiara Leite (DRT/BA 2823)
71 2223-9149 / 71 8229-8159

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Seminário "Escravidão, trabalho e identidades na Bahia setecentista" - BA

Seminário Permanente com Pesquisadores Baianos

Escravidão, trabalho e identidades na Bahia setecentista

Carlos Francisco da Silva Jr.
Mestrando em História
pela Universidade Federal da Bahia

Daniele Santos de Souza
Mestranda em História
pela Universidade Federal da Bahia

Coordenação:
João José Reis
Universidade Federal da Bahia
Pós-doutor em História
pela Universidade de Londres, Inglaterra

data e horário:
sexta-feira
21 de agosto de 2009
16:00h

inscrições e informações:
(71) 3243 2491 | 3243 2666
academico@fcmariani.org.br
entrada franca mediante inscrição

Temática afro-brasileira terá publicação de obras didáticas

Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) é responsável pela produção do material

Estarão prontas este ano as primeiras obras didáticas sobre a temática étnico-racial, história e cultura afro-brasileira para uso de professores e estudantes do ensino fundamental das redes públicas. A criação desses materiais é de responsabilidade do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A instituição foi selecionada por edital, em 2008.

O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFSCar, Valter Roberto Silvério, informa que a instituição está criando quatro livros para professores e quatro para alunos do primeiro ao nono ano do ensino fundamental. A abordagem dos conteúdos segue o que determina a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Valter Silvério explica que a produção dos materiais sofreu seis meses de atraso, porque demorou a liberação dos recursos. A previsão é entregar os materiais no final de 2009.

História da África

Paralelamente à produção dos livros para professores e alunos, o núcleo de estudos trabalha na tradução da língua francesa para o português de quatro dos oito volumes da coleção História Geral da África. A coleção da Editora J. Kizerbo foi publicada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no final dos anos 1980, e é obra de referência sobre o continente africano. Do conjunto, quatro livros já têm tradução para a língua portuguesa.

Os oito volumes dividem os conteúdos em: metodologia e pré-história, antiga civilização, África do século VII ao XI, África do século XII ao XVI, África dos séculos XVII e XVIII, África do século XIX até 1880, a dominação colonial de 1880 a 1935, e de 1935 aos anos 80.

Em abril deste ano, a UFSCar venceu outro edital do Ministério da Educação para desenvolver um curso de especialização à distância sobre diversidade e relações étnico-raciais. O curso de 360 horas será ministrado pela instituição em pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB). O projeto prevê a abertura de duas mil vagas.

Pedidos dos municípios

Em 2008, o Ministério da Educação selecionou 27 universidades públicas, federais e estaduais, para organizar cursos de formação de professores (aperfeiçoamento, especialização ou extensão) e produção de materiais didático-pedagógicos na temática étnico-racial. Os materiais didáticos e a qualificação de professores foram solicitados por 72% dos municípios nos planos de ações articuladas (PAR), em 2007 e 2008.

Para executar essa tarefa, as 27 universidades receberam R$ 3,6 milhões do Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior (Uniafro). Cada projeto recebeu entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. Das 27 instituições, a UFSCar foi selecionada para criar materiais didáticos e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul para produzir vídeos.

O Plano de Ações Articuladas (PAR) é um diagnóstico e planejamento das ações educacionais realizado por estados e municípios para um período de cinco anos, de 2007 a 2011.

(Assessoria de Comunicação do MEC)

Participação das mulheres negras na política é tema de seminário - DF

12/08/2009 - 15:58

As mulheres cada vez mais assumem o papel de chefes de família, aumentam sua escolaridade e ampliam a participação no mercado de trabalho. No entanto, ainda recebem menores salários e acumulam a maioria das tarefas domésticas. Essa realidade é apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se soma a outro dado preocupante: apesar de formarem a maior parcela do eleitorado (51,7% em 2008), elas não ocupam na mesma proporção os espaços institucionais da vida política nacional. No caso das mulheres negras, a diferença é ainda mais acentuada.

O tema estará em debate no Seminário Empoderamento das Mulheres Negras e Participação Política, que será realizado de 13 a 15 de agosto, no Airam Hotel (SHN quadra 5, bl. A, subsolo), em Brasília.

A solenidade de abertura, às 18h desta quinta-feira (13 de agosto), contará com a presença do ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, e da ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire. Ambas as secretarias são parceiras nesta iniciativa, que conta com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O objetivo do seminário é promover o diálogo entre mulheres negras vinculadas a partidos políticos e militantes das várias articulações nacionais do movimento social, com a expectativa de reunir 150 participantes de todo o país. A inserção da temática racial e de gênero na agenda política leva em conta as diretrizes do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Plano Nacional de Promoção de Igualdade Racial.

Os painéis, debates e grupos de trabalho colocarão em pauta vários aspectos do conceito de empoderamento, que passou a ser empregado na década de 1960, nos Estados Unidos, pelos movimentos negros que reivindicavam direitos civis. Na prática, empoderar significa dar voz e visibilidade às minorias sociais, para que tenham capacidade de ação e decisão individual e coletiva sobre temas que afetam diretamente suas vidas. É um processo que implica em elevação da auto-estima e pensamento crítico.

Confira a programação do Seminário
13/08 (quinta-feira)
18h: Solenidade de Abertura
- Edson Santos, ministro da Igualdade Racial/SEPPIR
- Nilcéa Freire, ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres/SPM
- Kim Bolduc, representante da Organização das Nações Unidas e do PNUD no Brasil
- Fátima Cleide, senadora ( PT- RO)
- Janete Pietá, deputada (PT- SP), representante da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial
Coordenação: Martvs das Chagas, subsecretário de Políticas de Ações Afirmativas (SubAA) da SEPPIR
19h - Painel "As ações afirmativas e a construção do empoderamento de mulheres negras", com Sueli Carneiro, doutora em Educação pela Universidade de São Paulo e Diretora do GÉLEDES Instituto da Mulher Negra.

14/08 (sexta-feira)
Das 9h às 11h - Painel "Organização contemporânea das mulheres negras"
- Matilde Ribeiro, doutoranda em Serviço Social, ativista do movimento feminista e do movimento de mulheres negras, ex-ministra da SEPPIR
- Creusa Maria Oliveira, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos (FENATRAD) e integrante do Conselho Estadual da Mulher da Bahia
- Ana José Lopes, coordenadora do Fórum Nacional de Mulheres Negras
- Lucia Xavier, secretária executiva da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras
- Aurina Oliveira Santana, reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
Coordenação: Maria do Carmo Ferreira da Silva, coordenadora do Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial
Das 14h às 16h - Painel "Organização partidária e mecanismos de empoderamento"
- Maria Cristina de Almeida, vereadora de Macapá (AP) pelo PSB e secretária nacional do Movimento Negro do PSB
- Olívia Santana, vereadora de Salvador (BA) pelo PC do B, ativista do movimento feminista e do movimento negro
- Edialeda S. Nascimento, presidente da Secretaria Nacional do Movimento Negro do PDT
- Maria Rosalina Santos, vereadora de Queimada Nova (PI) pelo PT e integrante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ)
- Íris Araújo, deputada federal (PMDB/GO) e presidente nacional do PMDB
- Maria Aparecida da Silva Abreu, secretária nacional de Combate ao Racismo do PT
- Benedita da Silva, secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro
Coordenação: Ivonete Carvalho, diretora de programas da Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (SubCom) da SEPPIR

15/08 (sábado)
Das 9h às 10h45 - Painel "Comunicação e políticas de promoção de igualdade racial"
- Jacira Silva, jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e representante da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira DF)
- Maurício Pestana, publicitário e cartunista, presidente do Conselho Editorial da Revista RAÇA BRASIL
- Viviane Ferreira, graduada em Cinema Digital pela Escola Livre de Cinema e coordenadora de formação e produção do Grupo Mulheres de ODUN
Coordenação: Manuela Pinho, subsecretária da Planejamento da SEPPIR
Das 10h30 às 12h - Debate
Das 14h às 17h - Grupos de trabalho
Coordenação GT 1: Oraida Abreu, secretaria executiva do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade racial (CNPIR)
Coordenação GT 2 : Eloá Kátia, assessora técnica SubAA
Coordenação GT 3: Bárbara Oliveira Souza, gerente de projetos da SubCom
Das 17h30 às 19h30 - Plenária
Coordenação: Valéria de Oliveira, gerente da SubAA

Comunicação Social da SEPPIR /PR

domingo, 9 de agosto de 2009

Angela Davis: “Quando Obama visitar o Brasil, vai aprender algumas lições”

Aos 65 anos, Angela Davis continua a mostrar por que se tornou um ícone do movimento negro norte-americano nos anos 1970. Bastam minutos de conversa com a hoje pesquisadora e professora da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (EUA), para perceber a facilidade em expor, numa linguagem clara, linhas de raciocínio complexo, fruto do aprofundamento que marca sua produção acadêmica. Um exemplo é quando explica a visão que tem do feminismo, para além do embate de gênero. A jovem ativista de outrora continua também a fascinar a juventude. Este segmento foi o público mais constante nas palestras que ela realizou, na última semana, em Salvador, como convidada da ‘XII Edição da Fábrica de Ideias’, programa anual sediado no Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao/Ufba ). Coordenada pela doutora em sociologia Ângela Figueiredo e pelo doutor em antropologia Lívio Sansone, a Fábrica oferece treinamento para jovens pesquisadores em estudos étnicos. Angela Davis, inclusive, discorda de quem costuma apontar a juventude do mundo atual como apática, do ponto de vista político. Para ela, cada geração tem sua forma própria de atuação. “A minha postura é a de aprender com os jovens, porque sempre são eles que provocam as mudanças radicais”, afirma. Nesta entrevista concedida à repórter Cleidiana Ramos, com o auxílio da tradutora Raquel Luciana de Souza, Angela Davis falou, dentre outros assuntos, sobre as lições que o governo brasileiro pode oferecer a Barack Obama, em relação a uma política de maior aproximação com a África.

A TARDE | É a segunda vez que a senhora vem à Bahia. O que notou sobre a questão racial e de gênero aqui?

Angela Davis | O termo feminismo é ainda bastante contestado, como também é contestado nos EUA. Mas, eu descobri que há mulheres ativistas que estão fazendo um trabalho bastante semelhante. Então, nesse sentido, não faz diferença como uma pessoa se identifica. Tem mulheres que estão trabalhando nessas questões de violência contra a mulher, assistindo vítimas dessa violência e, ao mesmo tempo, pensando em formas de se erradicar um fenômeno que é uma pandemia por todo o mundo. São questões que eu acredito que perpassam as fronteiras nacionais. Acredito que ativistas nos EUA podem aprender muito com ativistas aqui do Brasil.

AT | Ao que a Sra. atribui a resistência ao termo feminismo?

AD | Há essa resistência ao termo feminismo porque pressupõe-se que se adotem posições vazias. Há posições antimasculinas, anti-homem. Quando feministas brancas formularam pela primeira vez essa noção de direitos das mulheres, elas estavam somente prestando atenção à questão de gênero e não prestavam atenção à questão de raça e de classe. E nesse processo elas racializaram gênero como branco e colocaram uma questão de classe como uma classe burguesa, mas as feministas negras argumentaram que você não pode considerar gênero sem considerar também a questão de raça, a questão de classe e a questão de sexualidade. Então isso significa que as mulheres têm de se comprometer a combater o racismo e lutar tanto em prol de mulheres como de homens.

AT | É uma visão bem diferente daquela que a maioria das pessoas tem sobre feminismo.

AD | O tipo de feminismo que eu abraço não é um feminismo divisivo. É um feminismo que busca a integração. Mas, como disse anteriormente, estou mais preocupada com o trabalho que as pessoas fazem e o resultado que alcançam do que se estas pessoas se denominam feministas ou não. Muito do trabalho histórico tem descoberto tradições e legados feministas de mulheres que nunca se denominaram feministas, mas nós as localizamos dentro de uma tradição feminista. Eu já vi trabalhos que falam sobre Lélia Gonzalez no Brasil denominando- a feminista e eu não sei se ela se considerava feminista. Tem também mulheres contemporâneas como Benedita da Silva. Eu não sei se ela se identifica como feminista.

AT | A senhora pensa em escrever algo sobre as suas impressões em relação à Bahia?

AD | Eu acho que sim. Mas eu teria de voltar aqui e passar um pouco mais de tempo fazendo uma pesquisa substantiva. Estou bastante impressionada com o ativismo das mulheres em Salvador e, em geral, aqui é um lugar maravilhoso.

AT | A Cidade das Mulheres, de Ruth Landes, trabalho realizado na década de 30, trata do poder feminino no candomblé da Bahia.

AD | Aqui no Brasil, o poder que as mulheres exercem é uma base muito poderosa para o poder feminista no Brasil. Eu escrevi um livro, Legados do Blues, e o meu argumento é que as mulheres do blues, durante os anos 20, ajudaram a forjar um feminismo da classe trabalhadora.

AT | Os EUA elegeram pela primeira vez um presidente negro. Passado esse primeiro semestre do governo Obama, como a senhora avalia as suas ações?

AD | Ele fez coisas boas e fez algumas coisas ruins. A minha posição em relação a Obama nunca foi de pressupor que um homem sozinho, independentemente de sua raça ou classe, pudesse salvar o país e o mundo. O que foi bastante entusiasmante em relação à sua eleição foi o que nós aprendemos sobre o país. O fato de que tantas pessoas estavam predispostas a votar nele nos diz que houve progresso. É claro que não atrapalhou o fato de ele estar disputando a eleição com o partido de George Bush. A segunda questão é que Obama apresentou-se como alguém conectado a uma tradição de luta negra. Ele se identifica com o movimento dos direitos civis, com figuras como Martin Luther King. Um homem negro que tivesse uma política conservadora não teria feito a diferença em termos de ponderarmos sobre onde estamos agora. A terceira questão e, provavelmente, a mais importante, é que Obama foi eleito porque os jovens criaram esse movimento em massa.

AT | Este é um aspecto bem interessante sobre a vitória de Obama.

AD | A eleição de Obama nos transmitiu o que estava acontecendo em termos de organização de uma juventude com um movimento de base. Eram jovens negros, brancos, latinos, indígenas. A minha esperança está na capacidade de esse movimento ir na direção correta. Por outro lado, Obama não tem tomado bons posicionamentos, como em relação à questão da manutenção das tropas militares no Afeganistão.

AT | O governo brasileiro adotou uma política de aproximação com os países africanos. Há muita esperança de que o governo Obama possa fazer o mesmo. Esta esperança, em sua opinião, pode se confirmar?

AD | Obama tomou uma boa decisão ao visitar à África. Ele visitou Gana. Isso prova que sua visita não era simplesmente em função das suas origens, mas também para discutir problemas sérios. Em, termos de relação entre os EUA e a África, principalmente na questão histórica, foi muito importante a visita de Obama aos fortes de Gana, da Costa do Cabo e à porta do não-retorno. Foi muito importante para os EUA verem isso. Os afro-americanos já conhecem esses lugares. Eles viajam ao Senegal, a Costa do Cabo, mas esta foi a primeira vez que essa conexão histórica entre EUA e a África foi evidenciada. Isso estimulou uma discussão sobre o papel da escravidão. Logo depois, por exemplo, houve reportagens sobre a plantação onde um bisavô de Michelle Obama foi escravo.

AT | As questões históricas ganharam destaque.

AD | Estas questões históricas são importantes. Mas o que eu considero ser muito difícil para Obama fazer é reconhecer os danos horrendos que o capitalismo causou à África. As políticas de ajustes estruturais do FMI e do Banco Mundial fizeram com que vários países africanos desviassem recursos de serviços sociais para setores lucrativos da economia. Acredito que isso é que tem de ser abordado. Eu sei que o Brasil tem uma posição mais progressista em relação à África. Então, provavelmente, quando Obama visitar o Brasil ele vai poder aprender algumas lições. Quando isso acontecer, estaremos extremamente felizes porque nós ficamos muito envergonhados quando o George Bush veio e disse: “Eu não sabia que havia negros no Brasil”.

AT | O que pensa sobre as ações afirmativas no Brasil?

AD | Não tenho acompanhado esta discussão rigorosamente. Mas, na minha primeira visita ao Brasil, em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, as pessoas estavam apenas começando a reconhecer que o Brasil não era uma democracia racial. As ações afirmativas ainda estão sendo muito atacadas nos EUA, mas têm sido responsáveis pela integração de várias instituições em lugares, por exemplo, como a África do Sul. Eu sei que aqui no Brasil elas acontecem no que diz respeito às universidades. As ações afirmativas são um instrumento muito importante. O discurso nos EUA modificou-se. No lugar de se falar sobre ações afirmativas fala-se agora sobre diversidade, o que é problemático. A administração de George Bush foi a administração mais diversificada na história dos EUA antes da administração de Obama. Mas ele colocou em seu governo negros e latinos conservadores. Essa diversidade tem sido definida como a diferença que não faz a diferença.

AT | Quando foi implantada a política de ações afirmativas nos EUA?

AD | Em 1977, tivemos o primeiro desafio jurídico às ações afirmativas. Isso aconteceu num caso levantado por um homem branco que não foi admitido para a Universidade da Califórnia e desde então há o caso de vários outros processos judiciais impetrados por brancos que argumentam ser vítimas de um racismo às avessas.

AT | No Brasil, o STF prepara-se para julgar a constitucionalidade das cotas a partir de uma provocação do DEM.

AD | A meu ver, deve-se desafiar pressuposições de que o caso trata apenas de homens brancos como indivíduos e mulheres negras como indivíduos que estão ali lutando por um emprego. As ações afirmativas nunca foram concebidas para ajudar indivíduos apesar do fato de que indivíduos se beneficiam das mesmas. A ideia é soerguer uma comunidade inteira. Trata-se de uma população que foi objeto de discriminação. Tanto nos EUA como no Brasil nós ainda vivemos com o sedimentos da escravatura. A escravidão não é somente algo que existe no passado. Habita o nosso mundo hoje em dia, com toda a pobreza, o analfabetismo. As ações afirmativas são um passo inicial em termos de se abordarem questões de escravatura, colonização. Esquece-se tudo isso. Parece que existem só duas pessoas: um homem branco e um homem negro, ou um homem branco e uma mulher negra.

AT | A senhora vem de uma geração muito politizada. Como analisa a ação política da juventude do mundo atual?

AD | Eu estou muito entusiasmada. Não sou o tipo de pessoa que gosta de deitar nos louros da minha geração. Eu sei que cada geração abre uma nova trilha. Frequentemente pessoas que se engajaram em movimentos pressupõem que cada geração tem de fazer a mesma coisa da mesma forma. A minha postura é a de aprender com os jovens, porque sempre são eles que provocam as mudanças radicais. Grande parte do meu ativismo é contra o complexo industrial carcerário. Este é um movimento cuja maioria é constituída por jovens que utilizam métodos diferentes. Eles utilizam representações culturalistas, como música, e usam novas formas de comunicação, como facebook. Estou aprendendo muito com isso.

AT | É um movimento interessante, então.

AD | Estou feliz que eles tenham feito isso, porque se transforma o terreno para que se possa desenvolver novas ideias, expandindo o nosso conhecimento sobre as possibilidades para a liberdade. Por isso eu acho tão importante prestar atenção nos jovens. Eu não acredito nessas pessoas que dizem que os jovens são apáticos que eles não estão fazendo nada. Nós precisamos acompanhar este movimento, de maneira que estas noções de liberdade se expandam e se tornem mais abrangentes porque eu não acredito que chegaremos num ponto no qual possamos dizer “isto é liberdade, nós chegamos ao topo da montanha e podemos parar de lutar”. Acho que será uma luta infinita e as vitórias que conquistamos nos permite imaginar novas liberdades. O discurso de Martin Luther King, conhecido como Eu tenho um sonho, fala sobre chegar ao topo da montanha. Ele nunca diz o que se vê ao chegar ao topo da montanha. Acredito então que cada geração vai criar novas imaginações do significado de ser livre.

Fonte: Jornal A Tarde, domingo, 09.08.09

Lançamento do Projeto "Inclusão Educacional nos Terreiros de Candomblé" - BA

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sábado, 8 de agosto de 2009

I Seminário Sul americano de Promoção da Igualdade - BA

Entre os dias 19 a 21 de agosto, numa realização do Conselho Federal da OAB e Comissão Nacional de Promoção da Igualdade, acontece no Hotel Tropical da Bahia, o I Seminário Sul americano de Promoção da Igualdade - sob o tema “A África e a América do Sul no Brasil”.

O evento de repercussão nacional e internacional reunirá personalidades e estudiosos que discutirão questões de relevância, tais como: Raça e Etnia nos Estados da América do Sul; Educação, Cultura e Estado Democrático de Direito; Promoção dos Direitos da Mulher; Ações Afirmativas e o Instituto da Reparação; Midia Étnica; Internacionalização dos Princípios da Igualdade; Promoção da Tolerância Religiosa.

As palestras estarão abertas ao público nos dias 20 e 21 de agosto no Hotel Tropical da Bahia, das 08:00horas às 12:30horas e das 14:00horas às 17:30horas.

Entre os principais preletores estão:

Cléa Carpi da Rocha
Secretária Geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
- -
Jurista, Escritor e Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
Mark Brecke –Cineasta e Fotógrafo Jornalístico
Russy D. Sumariwalla - Consultant on Philanthropy and Nonprofits

E os ministros :

Edson Santos
Ministro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial
Nilcéia Freire
Ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Presidente do Conselho Nacional de Direitos da Mulher

I SEMINÁRIO SUL- AMERICANO DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
“A África e a América do Sul no Brasil”
de 19 a 21 de agosto de 2009

PROGRAMAÇÃO

Cerimônia de Abertura

Conferência:

Raça e Etnia nos Estados da América do Sul

Painel I

Promoção dos Direitos da Mulher

Painel II

Ações Afirmativas e o Instituto da Reparação

Painel III

Educação, Cultura e Estado Democrático de Direito – Lei 10.639/2003.

Painel IV

Direito à Vida e a Comunidade Negra

Painel V

Internacionalização do Princípio da Igualdade

Painel VI

Mídia Étnica

Painel VII

Igualdade na Saúde e na Segurança

Painel VIII

Promoção da Orientação Sexual

Painel IX

Promoção da Tolerância Religiosa

Painel X

Estratégias para a Promoção da Igualdade


Marcus Garvey: um povo, uma luta, um destino - BA

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sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Estatuto da Igualdade Racial requer debate e acordo

A Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara dos Deputados vai realizar Audiência Pública sobre o substitutivo ao Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/2005). O requerimento foi aprovado nessa quarta-feira (05) e o autor, Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA), ressaltou a necessidade do debate para “acordar uma posição mínima, consensual” e responder aos “setores que ainda têm dúvidas da justeza e prioridade da aprovação”.

“Líderes quilombolas foram assassinados pela falta de um marco regulatório, precisamos ter uma legislação que garanta os direitos das comunidades”, alertou Luiz Alberto em relação a um dos pontos mais polêmicos do Estatuto, relativo às comunidades remanescentes de quilombos. Na Comissão Especial, a garantia dos direitos dos quilombolas é objeto de uma grande ofensiva da bancada ruralista

A Audiência Pública foi requerida a partir de uma solicitação direta do movimento social ao petista. Em ofício, a CONAQ – Coordenação de Articulação das Comunidades Quilombolas e o Movimento Negro Unificado ressaltaram: “não podemos aprovar uma lei com tanta importância sem um amplo debate com aqueles que serão os maiores envolvidos nas políticas que esperamos estar contempladas neste Estatuto”.

Nos dias 13 e 20 de maio, assim como no dia 08 de julho de 2009, foram marcadas reuniões para debate e votação do parecer do Relator na Comissão Especial que trata do Estatuto da Igualdade Racial. As reuniões foram adiadas ou canceladas pela falta de acordo em relação ao conteúdo do substitutivo, apresentado informalmente pelo Relator na reunião do dia 13 de maio.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação
Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA)
Brasília:
Daniela Luciana (DRT/BA 1998)
61 3215-5954 / 61 8179-9316 - daniela.silva@camara.gov.br
Salvador: Naiara Leite - 71 2223-9149 / 71 8229-8159

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Curso de Comunicação Política e Políticas da Comunicação - BA

Núcleo Omi-Dùdú e Grupo de Pesquisa Permanecer Milton Santos/UFBA, oferecem curso de formação para lideranças sociais e do movimento negro de setembro a novembro de 2009.


Responsável: Jornalista e Prof. Dr. Fernando Conceição.


Formato:

- Número de vagas: 40 (quarenta). GRÁTIS!

- 50 horas/aulas: de 1º de setembro a 19 de novembro de 2009.

- 04 horas semanais: Terças-feiras e Quintas-feiras, das 18h30 às 20h30.

- Quantidade: 03 módulos.


Processo de Inscrição e Seleção:

- Inscrições de 11 a 19 de agosto de 2009,das 09h às 17h, na sede do Omi-DuDu: Rua Monte Conselho N. 121, Rio Vermelho, próximo a 7ª Delegacia de Polícia.

- 30 das 40 vagas devem ser preenchidas por indicação de entidades do movimento social, incluindo o Movimento Negro, que deve selecionar até 2 candidatos por entidade. No ato de inscrição o candidato deve apresentar carta de indicação da entidade, xérox de Identidade, certificado ou histórico escolar e uma fotografia 3X4.

- As demais vagas devem ser preenchidas por candidatos avulsos, não indicados por entidades, mas que comprovem atuação social.

- Candidatos devem preferencialmente ter concluído ou estar no último ano do ensino médio.


Publico alvo:

Os agentes sociais, incluindo aí o Movimento Negro, necessitam interagir constantemente com os setores que gerem e administram a Comunicação no país. As lideranças sociais, desde jovens envolvidos com movimentos culturais e outros que atuam em associações de bairros, de mulheres, sindicais, estudantis, e de combate aos preconceitos raciais, de gênero e de classe, devem ser os principais interessados em apreender os mecanismos de domínio da Comunicação. É este o público que o curso aqui proposto quer abrigar. Para participar será necessário que esses agentes tenham disposição para leitura e vontade de discutir o novo. Nível médio de escolaridade formal é recomendável, embora não seja um obstáculo para quem queira aprender.

Objetivo do curso.

Colaborar para a formação e capacitação de lideranças dos movimentos sociais, incluído o Movimento Negro, no que tange às especificidades da Comunicação Política e das Políticas de Comunicação em vigor no Brasil e no mundo, em um momento em que a sociedade brasileira – preparando-se para mais uma campanha eleitoral em 2010 – passa por transformações políticas que devem resultar em maior diversidade e pluralismo democrático. O foco do curso são a Comunicação e a Política, assim como a relação intrínseca dessas duas esferas científicas.

É inegável o papel que a Comunicação, como ciência social aplicada, exerce nas atuais relações entre as pessoas e os grupos organizados, ou não, nas sociedades modernas. Parte da vida cotidiana dos seres humanos, a Comunicação é não apenas linguagem, mas instrumento e ferramenta de poder. Nesse sentido, os conteúdos programáticos terão como recorte a construção da imagem dos movimentos sociais pela Análise da imagem do negro nos meios de comunicação brasileiro.

Espera-se, portanto, criar possibilidades de produção de um discurso contra-hegemônico pelos movimentos sociais no enfrentamento das políticas de Comunicação vigentes. Para tanto, serão estudados veículos de comunicação alternativos: jornais, rádios, vídeo, cinema, TV e Internet, bem como, estudo da comunicação como campo de poder. Nada mais oportuno para o fortalecimento da consciência crítica dos agentes incumbidos na construção de uma sociedade mais democrática que proporcionar-lhes o acesso ao conhecimento científico. O curso de formação Comunicação Política e Políticas da Comunicação aqui proposto, visa suprir uma lacuna.

Os produtos finais do curso de capacitação e formação serão um jornal mural e um programa de rádio, frutos do módulo de práticas de Comunicação.


Mais informações:

- Paula Roberta - (71) 3334-5982 e 3334-2948

E-mail: paulaomidudu@yahoo.com

- Dj Branco – (71) 91510631

E-mail: cmahiphop007@gmail.com

Site: www.nucleoomidudu.org.br

Sepromi e Uneb lançam edital de iniciação científica para cotistas - BA

A permanência qualificada do estudante cotista no ensino superior é o objetivo do edital publicado hoje (04) pela Secretaria de Promoção da Igualdade (Sepromi) em parceria com a Universidade do Estado da Bahia (Uneb). Os 30 selecionados serão inseridos em programa de fomento a pesquisa, para desenvolvimento de estudos sobre Hierarquias Raciais, Africanidades e Cultura Negra na Bahia. As inscrições para participar da seleção estão abertas até 17 deste mês. A íntegra do edital está disponível no site http://www.sepromi.ba.gov.br/editais. O edital foi viabilizado graças a um convênio firmado entre a Sepromi e a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade (Seppir), da Presidência da República. Sob o título Qualificando a Permanência de Estudantes Cotistas na Uneb, o projeto implicará na concessão de bolsas de iniciação científica para os alunos pesquisadores. De acordo com o edital, os estudos deverão ser desenvolvidos considerando as interseções com as dimensões de gênero, sexualidade, geração e território.
Segundo a secretária de Promoção da Igualdade, Luiza Bairros, o objetivo é contribuir para a ampliação e sistematização dos conhecimentos sobre o funcionamento das políticas de promoção da igualdade racial e ações afirmativas, bem como de temas correlatos relativos às populações negras na Bahia. “Outra proposta é o incentivo à prática da investigação sistemática, a constituição e consolidação de grupos de pesquisa na Uneb, com temas relativos às experiências de populações negras”, afirmou.
Foco da Lei 10.639, o ensino de história e cultura afro-brasileira é um dos subtemas previstos no edital, que possibilitará ainda estudos sobre ações afirmativas para populações negras, cultura e memória afrobaiana e brasileira, relações e hierarquias raciais e de gênero. A consolidação do projeto implicará também na realização de várias atividades, entre as quais um seminário sobre Hierarquias Raciais, Africanidades e Cultura Negra

Assessoria de Comunicação
Secretaria de Promoção da Igualdade
camilla.franca@sepromi.ba.gov.br
(71) 3115-5142 / 3115-5132 / 9983 9721

terça-feira, 4 de agosto de 2009

27 de Outubro- Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra

A XII Conferência Nacional de Saúde, realizada em final de 2003, foi um marco para a população negra pois em seu relatório final apresentava mais de 70 deliberações que contemplava a perspectiva racial e de gênero.

Em agosto de 2004, foi realizado o I Seminário Nacional Saúde da População Negra pelo Ministério da Saúde em parceria com a SEPPIR/Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial. Durante o seminário, o Comitê Técnico de Saúde da População Negra do Ministério da Saúde foi instituído oficialmente, tendo como função assessorar o Ministério da Saúde na elaboração e desenvolvimento de políticas, programas e ações voltadas para a adequação do SUS às necessidades da população negra.

Na eleição de 2006, o movimento negro conquista uma vaga no Conselho Nacional de Saúde, e em novembro do mesmo ano é aprovada a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra(PNSIPN) , por unanimidade, pelo referido Conselho, fruto de mais uma estratégia bem sucedida do movimento negro e do movimento de mulheres negras no campo da saúde.. Os esforços no sentido de dar continuidade a luta que visavam manter a Saúde da População Negra na agenda das políticas públicas foi fundamental para que em abril de 2008 a PNSIPN fosse pactuada na CIT/Comissão Intergestores Tripartite.

Ainda em 2008 o sumiço dos recursos da saúde da população negra foi denunciado pelo Movimento Negro mobilizando ativistas e mostrando que ainda temos de ficar atentos às tomadas de decisões. No primeiro semestre de 2009, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra foi publicada em Diário Oficial, mas certamente ainda temos que continuar trabalhando para a redução das iniqüidades em saúde e garantir o direito humano à saúde para todas e todos nós.

Foi pensando nisso que as organizações negras elegeram o dia 27 de Outubro para marcar o Dia Nacional de Mobilização Pró- Saúde da População Negra, realizando uma série de atividades por todo o país. Esse é um compromisso de ativistas, pesquisadores, gestores e profissionais de saúde comprometidos com a causa, lideranças do movimento negro, mulheres negras, afro-religiosos e organizações anti-racista e de direitos humanos que acreditam que RACISMO FAZ MAL À SAÜDE.

Comece a pensar em uma atividade na sua cidade, no seu bairro, no seu terreiro, na sua igreja, na roda entre amigos, na sua organização ou comunidade ou na sua rádio comunitária. Convide os gestores, profissionais de saúde, conselheiros de saúde e conselheiros de promoção da igualdade racial pra conversar sobre o tema.

Utilize sua criatividade. Caso necessite mais informações faça contato conosco.

Semireligafro2007@ yahoo.com. br

27 de Outubro - Dia Nacional de Mobilização Pró-Saúde da População Negra
RACISMO FAZ MAL À SAÚDE

II CBPN inscreve ouvinte - BA

Estão abertas as inscrições para OUVINTE do 2º Congresso Baiano de Pesquisadores Negros que acontece na Universidade Estadual de Feira de Santana (UFES) no período de 24 a 26 de setembro de 2009. Este encontro de caráter interdisciplinar, que é uma promoção da Associação Baiana de Pesquisadores Negros (APNB) em parceria com universidades estaduais (UEFS, UNEB, UESB) e federais (UFBa, UFRB) do estado, tem como tema “Outros Caminhos das Culturas Afro-Brasileiras: Confluências, Diálogos e Divergências". O objetivo é reunir pesquisas e estudos sobre as culturas negras na Bahia, buscando mapear e entender as trajetórias históricoculturais dos negros nas várias regiões do estado. Uma das principais metas da APNB é, justamente, incentivar a emergência de novos temas e perspectivas de abordagens sobre questões atinentes às populações negras no Brasil em geral e na Bahia em particular.
Para inscrição e outras informações, os interessados devem acessar o portal www.apnb.org.br

domingo, 2 de agosto de 2009

Marilena Chauí fala sobre Racismo - SP

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Seminário “Rebeliões da população escrava e da plebe livre no Brasil - aplicações da lei 10.639/03” - BA

A Escola Olodum, patrocinada pela Petrobras, realiza em Salvador, nos dias 25, 26 e 27 de agosto de 2009, o Seminário “Rebeliões da população escrava e da plebe livre no Brasil - aplicações da lei 10.639/03”.

O Seminário ocorrerá no Auditório do Museu Eugênio Teixeira Leal, Rua do Açouguinho s/n Pelourinho - Salvador, das 14 às 18 horas e é voltado para profissionais da área da educação formal e não-formal, diretores e coordenadores da rede estadual e municipal de ensino, de escolas particulares e do movimento negro organizado.

O seminário tem a finalidade de fortalecer o debate nacional acerca das discussões voltadas para a implementação da Lei 10.639/03, buscando orientar profissionais de educação a trabalharem as rebeliões escravas e da plebe livre em sala de aula, esclarecendo suas dúvidas sobre como aplicar a inclusão do tema dentro do cotidiano escolar.

O seminário visa também celebrar os 211 anos da Revolta dos Búzios, mostrando como essa e outras rebeliões, como Cabanagem, Balaiada, Lanceiros Negros, Levante dos Malês e a Revolta da Chibata contribuíram para o fortalecimento da cidadania no nosso país

A verdadeira história da comunidade negra na construção do nosso país precisa ser contada e a Escola Olodum participa desse processo. Mande o seu nome completo e de sua instituição para o nosso e-mail e venha participar conosco dessa importante discussão.