SEGUIDORES DO BLOG

.

.

CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



.

Pesquisa personalizada

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Lançamento do livro "Tudo pelo trabalho livre!", de Robério de Souza, no CEAO - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Seminários "Corpo e política" (UFRB) discutem negritude e mestiçagem em Cuba - BA

logotipo-com-assinatura

Universidade Federal do Recôncavo da Bahia
Centro de Artes Humanidades e Letras
Grupo de Pesquisa Corpo e Cultura
 
Seminários: Corpo e Política
Intelectuais negros em Cuba e o discurso da mestiçagem (1928-1952)
 
Nova Imagem (3)
 
Fábio Nogueira
Doutorando em Sociologia (USP)
Professor Assistente IMS/UFBA
 
Quando: 31 de agosto de  2011 – 19:00hs
Onde: Pós-Graduação em Ciências Sociais - CAHL/UFRB (Prédio do Hansen) 

domingo, 28 de agosto de 2011

No prelo - Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica

Cidinha da Silva

Recebo e-mail efusivo de Eduardo de Assis Duarte, autor de "Machado de Assis Afro-descendente: escritos de caramujo" (antologia - Pallas/UFMG), avisando que a coleção Literatura e afrodescendência no Brasil: antologia crítica, organizada por ele, está quase pronta, sai em outubro! Serão 4 volumes numa caixa (editora da UFMG), totalizando 2028 páginas, com estudos e excertos de 100 escritoras e escritores afro-brasileiros. Literatura e Afrodescendência no Brasil é fruto de pesquisa realizada em todas as regiões do país com vistas ao mapeamento e estudo da literatura produzida pelos afrodescendentes desde o período pré-colonial. Integraram o projeto 61 pesquisadores, vinculados a 21 instituições de ensino superior brasileiras e 6 estrangeiras. O resultado revela 100 escritoras e escritores oriundos de tempos e espaços diversos, apresentados a partir de ensaios críticos - contendo dados biográficos, estudo da obra, relação de publicações e de fontes de consulta - a que se segue um conjunto de excertos. O primeiro volume é dedicado a escritores nascidos antes de 1930, tais como: Paula Brito, Gonçalves Dias, Maria Firmina dos Reis, Luiz Gama, Machado de Assis, José do Patrocínio, Cruz e Sousa, João do Rio, Lima Barreto, Lino Guedes, Antonieta de Barros, Solano Trindade, Abdias Nascimento, Carolina de Jesus, Ruth Guimarães e Carlos de Assumpção, dentre outros. As capas dos 4 volumes reproduzem obras do artista ouropretano Jorge dos Anjos, que gentilmente colocou toda o seu acervo à disposição do projeto. Estou lá no volume dedicado às autoras e autores mais recentes, presença que muito me honra e alegra. Quando vi os excertos de minha obra selecionados fiquei especialmente feliz, alguns por serem textos que eu não escolheria, nos quais, portanto, foram percebidos aspectos importantes que não tiveram destaque para mim, e outros, por serem textos que a mim dizem muito, mas têm merecido leitura analítica mais ou menos superficial. Estou agora curiosa para saber como meu trabalho foi analisado, mas outubro já-já chega. Estão previstos lançamentos em Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Que todo mundo apareça para prestigiar este trabalho fundamental de Eduardo de Assis Duarte. 

sábado, 27 de agosto de 2011

Carta às esquerdas (Boaventura de Sousa Santos)

Livre das esquerdas, o capitalismo voltou a mostrar a sua vocação anti-social. Voltou a ser urgente reconstruir as esquerdas para evitar a barbárie. Como recomeçar? Pela aceitação de algumas ideias. A defesa da democracia de alta intensidade é a grande bandeira das esquerdas.

Não ponho em causa que haja um futuro para as esquerdas mas o seu futuro não vai ser uma continuação linear do seu passado. Definir o que têm em comum equivale a responder à pergunta: o que é a esquerda? A esquerda é um conjunto de posições políticas que partilham o ideal de que os humanos têm todos o mesmo valor, e são o valor mais alto. Esse ideal é posto em causa sempre que há relações sociais de poder desigual, isto é, de dominação. Neste caso, alguns indivíduos ou grupos satisfazem algumas das suas necessidades, transformando outros indivíduos ou grupos em meios para os seus fins. O capitalismo não é a única fonte de dominação mas é uma fonte importante.

Os diferentes entendimentos deste ideal levaram a diferentes clivagens. As principais resultaram de respostas opostas às seguintes perguntas. Poderá o capitalismo ser reformado de modo a melhorar a sorte dos dominados, ou tal só é possível para além do capitalismo? A luta social deve ser conduzida por uma classe (a classe operária) ou por diferentes classes ou grupos sociais? Deve ser conduzida dentro das instituições democráticas ou fora delas? O Estado é, ele próprio, uma relação de dominação, ou pode ser mobilizado para combater as relações de dominação?


As respostas opostas as estas perguntas estiveram na origem de violentas

clivagens. Em nome da esquerda cometeram-se atrocidades contra a esquerda; mas, no seu conjunto, as esquerdas dominaram o século XX (apesar do nazismo, do fascismo e do colonialismo) e o mundo tornou-se mais livre e mais igual graças a elas. Este curto século de todas as esquerdas terminou com a queda do Muro de Berlim. Os últimos trinta anos foram, por um lado, uma gestão de ruínas e de inércias e, por outro, a emergência de novas lutas contra a dominação, com outros atores e linguagens que as esquerdas não puderam entender.

Entretanto, livre das esquerdas, o capitalismo voltou a mostrar a sua vocação anti-social. Voltou a ser urgente reconstruir as esquerdas para evitar a barbárie. Como recomeçar? Pela aceitação das seguintes ideias.


Primeiro, o mundo diversificou-se e a diversidade instalou-se no interior de cada país. A compreensão do mundo é muito mais ampla que a compreensão ocidental do mundo; não há internacionalismo sem interculturalismo.


Segundo, o capitalismo concebe a democracia como um instrumento de acumulação; se for preciso, ele a reduz à irrelevância e, se encontrar outro instrumento mais eficiente, dispensa-a (o caso da China). A defesa da democracia de alta intensidade é a grande bandeira das esquerdas.


Terceiro, o capitalismo é amoral e não entende o conceito de dignidade
humana; a defesa desta é uma luta contra o capitalismo e nunca com o capitalismo (no capitalismo, mesmo as esmolas só existem como relações públicas).

Quarto, a experiência do mundo mostra que há imensas realidades não capitalistas, guiadas pela reciprocidade e pelo cooperativismo, à espera de serem valorizadas como o futuro dentro do presente.


Quinto, o século passado revelou que a relação dos humanos com a natureza é uma relação de dominação contra a qual há que lutar; o crescimento económico não é infinito.


Sexto, a propriedade privada só é um bem social se for uma entre várias
formas de propriedade e se todas forem protegidas; há bens comuns da humanidade (como a água e o ar).

Sétimo, o curto século das esquerdas foi suficiente para criar um espírito igualitário entre os humanos que sobressai em todos os inquéritos; este é um patrimônio das esquerdas que estas têm vindo a dilapidar.


Oitavo, o capitalismo precisa de outras formas de dominação para florescer,
do racismo ao sexismo e à guerra e todas devem ser combatidas.

Nono, o Estado é um animal estranho, meio anjo meio monstro, mas, sem ele, muitos outros monstros andariam à solta, insaciáveis à cata de anjos indefesos. Melhor Estado, sempre; menos Estado, nunca.


Com estas ideias, vão continuar a ser várias as esquerdas, mas já não é provável que se matem umas às outras e é possível que se unam para travar a barbárie que se aproxima.

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo e professor catedrático da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (Portugal).

IV Jornada de Estudos sobre Etnicidade de Pernambuco - PE

A temática da etnicidade tem estado presente em diversos contextos do mundo atual, tentando dar conta de fenômenos que explicitam variadas formas de diferenciação social. No Brasil, país multicultural e pluriétnico, o termo tem sido utilizado de forma indiscriminada, possibilitando muitos equívocos. Identidade étnica, interculturalidade, multicuturalidade, pluralidade cultural e transculturalidade, entre outros, são conceitos que se relacionam com a noção de etnicidade, mas tal afinidade não é devidamente tratada e aprofundada. Esta constatação nos impulsionou a propor um evento que pudesse dar conta dos diversos processos em que a etnicidade  é acionada e, assim, criar um ambiente propício para o debate  e para a  interlocução entre pesquisadores e profissionais interessados no tema. A IV Jornada de Estudos sobre Etnicidade de Pernambuco, debaterá as noções e conceitos acima referidos e sua interface com os processos sociais contemporâneos. Com tal propósito, o eixo condutor será Interculturalidade, Identidade e Movimentos Sociais.

“O governo da Bahia continua com a cabeça branca”

A frase não é nova, mas repetida durante a manifestação Arte Negra Rebelada ontem na frente do palácio Rio Branco, sede da Secretaria de Cultura da Bahia, ganhou um significado adicional. Além de comparar os governos calistas com o atual, comparar as cabeças brancas de ACM e Wagner,  sintetiza também a motivação do protesto: para o  Fórum de Performance Negra da Bahia, o  governo e as políticas públicas para a cultura na Bahia nunca contemplaram e nem contemplam a arte produzida por negros. Leia mais aqui.

O grupo de cerca de 40 manifestantes, vestidos de branco, veio das escadarias da Igreja do Paço, com paradas paradas com recital de poesia no Largo do Pelourinho, em frente a Casa de Jorge Amado,  na sede da Fundação Cultural, na Gregório de Mattos, na porta da Faculdade de Medicina, no Terreiro, ao monumento a Zumbi,  na Praça da Sé, finalmente, na porta do Palácio Rio Branco, na Praça Municipal.
Na porta da Fundação Cultural,  o ator Ângelo Flávio leu um manifesto em que reafirmou a falta de apoio cultural aos grupos de teatro com formação negra e lembrou que nas últimas duas décadas apenas cinco grupos receberam incentivo do Estado.

A mudança do formato licitação par o de editais não alterou a  exclusão, segundo Ângelo, porque as comissões julgadoras dos editais privilegiam a lógica dominante.  “É só olhar o perfil dos selecionados para ver que reflete exatamente os grupos de interesse das comissões julgadoras” , disse, ao reivindicar a inclusão de representantes negros nas comissões dos editais. Leia entrevista com Ângelo aqui.
Com apitos e palavras de ordem contra o racismo,  carregando uma faixa grafitada nas escadarias da Igreja do Paço e durante o percurso, os manifestantes encerraram o protesto nas escadarias do palácio Rio Branco, onde, depois de um breve desentendimento com a segurança antes de ser liberada uma tomada para ligar a caixa de som, o grupo encerrou o ato com mais discursos e poesia.
 
FONTE: Bahia na Rede

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Minicurso "Estudos Africanos: Relações Índia e África" - BA

Professora: Renu Modi, Ph.D
Universidade de Mumbai – Índia
Local: Ceao, Largo dois de julho.
Dias: 13,14 e 15 de setembro.
Horário: 18 às 21 horas.
Valor: 30 reais.

Haverá tradução simultânea com Raquel de Souza.

Nota biográfica: A professora Renu Modi foi convidada pelo Sephis para vir ao Brasil participar do programa Lecture Tour. Trata-se de um ciclo de palestras sobre tema relevante para os Estudos Africanos no Brasil. A pesquisadora dará especial atenção às relações entre Índia e África e também ao que concerne às migrações de africanos e relações raciais. Renu Modi é pesquisadora sênior do Centro de Estudos Africanos da Universidade de Mumbai, na Ìndia. Ela é cientista política graduada pelo Lady Shri Ram College for Women, em Nova Delhi. Seus livros recentes são: Beyond Relocation: the Imperative of Sustainable Resettlement ( ed. Sage, New Delhi, 2009) and South- South Cooperation: Africa on the Centre Stage ( ed. Palgrave Macmillan, United Kingdom, August 2011). Ela também publicou sobre relações econômicas entre índia e África numa perspectiva tanto histórica quanto contemporânea. Ela também já trabalhou como consultora para desenvolvimento social com o Banco Mundial em 2005.

Inscrições: Alyxandra Gomes, coordenadora. 
e-mail: alyxandrasephisbrasil@gmail.com ou 071872469364.

Professora Renu Modi

4º Encontro Municipal da Mulher Negra - PR

(Clique na imagem para ampliá-la)

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Amanhã: Arte negra rebelada - BA

O FPNB - Fórum de Performance Negra da Bahia que representa cerca de 35 grupos entre Cias de Teatro e Dança Negros em todo Estado, junto a outros grupos e ativistas do movimento negro, conclama a sua participação no ATO público “ARTE NEGRA REBELADA” na sexta feira dia 26/08/11 às 13:30 A concentração será na Escadaria de Gerônimo, Pelourinho – de onde os manifestantes partirão até a rua Chile.

PRÓPOSITO
O Ato tem o propósito de ALERTAR a sociedade e as autoridades do ESTADO e União sobre a histórica e discriminatória ausência de políticas públicas efetivas para a produção do teatro e da dança negra em Salvador e no estado da Bahia. O Ato será de caráter lúdico, com recital de poesias e leitura de seu manifesto coletivo. Para demonstração de nossa unidade em solidariedade nessa ação, solicitamos a todos e todas que venham trajados de BRANCO e tragam sua poesia em forma de protesto!!

DIÁGNÓSTICO
• Para não irmos muito longe, façamos um recorte de 20 anos pra cá. Os grupos de formação negra que receberam incentivos do Estado para produção artística em teatro ao longo de duas décadas não ultrapassam do número ínfimo de 5;
• Os Festivais de Teatro em todo o país - e principalmente na Bahia - alijam as produções negras da programação oficial, inviabilizando com isso a dinamização e intercambio cultural dos artistas negros;
• As produções negras de modo geral tem investido verba independente na execução de seus respectivos produtos culturais;
• A contínua falta de investimento dificulta a qualidade das produções negras, gerando com isso uma baixa estima nos artistas envolvidos – bem como descrença aos que pretendem investir em sua vocação artística essencial. Em muitos caosos, esse descrédito geral do Estado leva-os a desempenhar outras funções, desistindo do fazer artístico, causando, assim, um extermínio cultural;
• O cachê oferecido aos artistas profissionais negros ainda são relativamente menores que aos brancos. Basta uma auditoria salarial séria para se constatar, também, que os percussionistas recebem o menor salário da banda, que os bailarinos de matriz africana recebem menos que os bailarinos de tradição Européia, assim como o movimento hip hop, artistas negros do reggae, entre outras performances artísticas e culturais negras.

IMPACTO
A Arte é um patrimônio cultural da humanidade e reflete a identidade do seu povo. Nem só de pão vive e prospecta o homem, a mulher e a criança, mas de poesia também! Se não houver negros em cena – e no imaginário - será trágico para todos os povos mas principalmente para o povo negro !!!
Atenciosamente,
Salvador, Agosto de 2011

Release:
Arte Negra Rebelada
Artistas da cidade de Salvador vão às ruas na próxima sexta-feira lutar contra o genocídio da cultura negra.

Acontece em Salvador, no dia 26 de agosto de 2011, o ato público Arte Negra Rebelada com artistas de diversos segmentos, como teatro, dança, música, além de representantes do movimento negro. A concentração ocorrerá às 13h30min, na escadaria do “Gerônimo”, no Pelourinho e segue até o Palácio Rio Branco, na rua Chile, em frente a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia.

Organizado pelo Fórum de Performance Negra da Bahia, que representa cerca de 35 grupos, entre Cias de Teatro e Dança Negros em todo Estado, junto a outros grupos e ativistas do movimento negro, o ato tem intenção de chamar atenção da sociedade civil e autoridades sobre a situação da arte negra no Estado e no país, no caso a ausência de políticas públicas efetivas para esta parcela da população.

A Arte Negra Rebelada, uma manifestação cultural que irá acontecer pelas ruas do Pelourinho, mostrará para a sociedade a sua cara preta, pois a arte também deve refletir a identidade de seu povo. Através de recital de poesia, música e dança, os artistas irão cobrar e propor ao Estado políticas públicas para a arte negra. Para que não aconteça um extermínio cultural é preciso dinamizar a cultura nacional, fortalecendo as identidades sem subordinar às diversidades. Para tanto, durante o percurso será lido um manifesto produzido pelo coletivo com dados concretos que afirma que o povo negro brasileiro está fora da cena, porém este povo existe e está pronto para o diálogo com as autoridades competentes e com a sociedade civil.

No contexto que se encontra o país, aproveitando que a Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes e sabendo que Salvador é a cidade com o maior contingente negro fora da África com 87% de população negra, se faz necessário reconhecer a composição expressiva de artistas negros que aqui vivem e produzem trabalhos magníficos. Um exemplo desse não reconhecimento que é nos últimos 20 anos os grupos de formação negra do estado da Bahia que receberam incentivo do Estado para produção artística em teatro, ao longo de duas décadas, não ultrapassam o número de cinco. Por tanto, é necessário parar de inviabilizar as produções negras e valorizar esse trabalho feito com profissionalismo e amor disponibilizando todo o suporte que precisam.

Serviço
O Quê: Ato Público Arte Negra Rebelada
Quando: 26 de agosto de 2011 (sexta-feira)
Onde: Concentração na escadaria de “Gerônimo”, no Pelourinho e segue até o Palácio Rio Branco, na rua Chile, em frente a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia

Contato
Organizador do Ato: Diretor de Teatro e membro fundador do CAN - Coletivo Abdias Nascimento
Ângelo Flávio – (71) 8882-4601 ou (71) 9111-4825
Assessoria de Imprensa: jornalista Camila de Moraes – DRT 14.833 – (71) 8127-7035 ou (71) 9302-3921
ATIVISTA ABDIAS NASCIMENTO

Celebração da Semana da Nigéria em Salvador - BA

05/09/2011 -1º DIA

1) CERIMÔNIA DE ABERTURA 10:00H - 12:00H Pestana Hotel


2) MESA REDONDA SOBRE “O POTENCIAL CULTURAL E TURÍSTICO DA NIGÉRIA E DO BRASIL” 13:00H - 16:00H Pestana Hotel

06-09-2011 - 2º DIA

1)ABERTURA OFICIAL DA EXPOSIÇÃO DE ARTE NIGERIANA PELO HONORÁVEL MINISTRO DE TURISMO, CULTURA E ORIENTAÇÃO NACIONAL, CHIEF EDEM DUKE. 10:00H – 12:00H Casa da Nigéria no Pelourinho


2)VISITAÇÃO AOS SÍTIOS HISTORICOS.14:00H – 18:00H

3)PERFORMANCES DE GRUPOS CULTURAIS NIGERIANOS E BRASILEIROS COM O BALÉ FOLCLÓRICO DA BAHIA. 19:00H, Praça do Pelourinho


07-09-2011 - 3º DIA

1)PARADA CULTURAL COM ARTISTAS NIGERIANOS E BRASILEIROS 13:00H
Ruas do Pelourinho

2)DOCUMENTÁRIO SOBRE A GRANDE LEGENDA AFRICANA: FELA ANIKULAPO KUTI 18:00H - Sankofa Cultural African Centre

Audiência Pública sobre as Experiências Comunitárias Pedagógicas da Promoção da Igualdade - BA

Convite

 

 

A Comissão Especial da Promoção da Igualdade da Assembléia Legislativa da Bahia tem a honra de convidá-lo para Audiência Pública sobre as Experiências Comunitárias Pedagógicas da Promoção da Igualdade: Steve Biko, Olodum, Ilê Aiyê, Male de Bale e Opó Afonjá. O evento acontecerá no dia 30 de Agosto, às 9h30, na sala das comissões José Amando.

Atenciosamente,

 Bira Corôa

Deputado Estadual PT/Ba.

 Informações:

Assessoria da Comissão:

Lindinalva de Paula

E-mail: lindidepaula@bol.com.br, lindidepaula@yahoo.com.br

Fones: (71)3115-7035/5279/7150

Fax: (71)3115-5539

EMUS/UFBA promove "Intercâmbios Etnomusicológicos" - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

E aqueles que eram pra dar segurança!

Não é com satisfação que viemos denunciar: Jaques Wagner e ACM vestem a mesma farda facista! As cabeças que descansam hoje no mirante de Ondina como as de ontem, têm a mesma cor! Nós, estudantes negras e negros residentes na cidade de Cachoeira estamos juntos com outras entidades do movimento social e professores da UFRB organizados para denunciar o racismo, a banalização da violência e o abuso do poder na conduta da Polícia e da política de (in)segurança pública do Estado da Bahia perante a comunidade de Cachoeira.
A agressão policial, física e verbal, da qual foi vítima a estudante negra Flávia Pedroso durante a apresentação de bandas de Reggae do Recôncavo nos festejos da Boa Morte é o ponto comum onde se encaixam várias das mais diversas formas do genocídio cultural e político da população negra. Uma prática contínua que tem os pés fincados na Casa Grande. Em pouco tempo os manipuladores da democracia e da insegurança reprimiram uma manifestação cultural e política da juventude negra do Recôncavo desligando o som e agredindo com tapas membros da produção, agrediu com palavras irrepetíveis à mulher negra e negaram o direito à denúncia dos crimes de racismo e violência contra a mulher, assim como exames de corpo de delito. Enquanto isso rodou mais de 50 quilometros com a jovem negra numa viatura da Polícia Militar para acusá -la de desacato à autoridade por ter perguntado o nome de uma das policiais agressora. Exigimos respeito aos direitos civis da população e repudiamos a manipulação da lei e do direito do cidadão quando coloca como réu a vítima de agressão racista e machista. Nossa ação política soma-se a esse conjunto de fatos para evidenciar que não é de hoje que a truculência do poder estatal criminaliza a juventude negra, negando-lhe a liberdade de denúncia e expressão, mesmo via música negra, e exigi o cumprimento dos direitos políticos da população negra violados pelo mesmo Estado.
Assim como em Salvador e região metropolitana, a população negra nas periferias de Cachoeira vive sofrendo estas agressões e violações de seus direitos. Nas rotineiras rondas que fazem nestas localidades os policiais além de revistar as fraldas de crianças e “implantar” droga no bolso dos jovens, têm obrigado as mulheres do Candomblé a retirarem o Ojá que protegem seu Ori argumentando procedimento de revista rotineira.
A invasão ao Terreiro do Ventura, motivo de Caminhada do povo de Axé da cidade em 19 de novembro de 2010 e a agressão policial sofrida pela Iyalorixá Ya Bernadete no Assentamento Dom Helder Camara em Ilhéus, demonstram que este conjunto de situações trata-se de uma ofensiva da qual nenhum negro e nenhuma negra estão a salvo. Denunciamos tais agressões contra as sacerdotisas do Candomblé, tradição religiosa do povo negro de Cachoeira e da Bahia. O ódio religioso verificado nas diferentes formas de violência às religiões de matriz africana reiteram as tentativas de genocídio cultural como face do racismo estrutural contra o povo negro do Brasil. Falando a partir da experiências das escravizadas em Cachoeira vemos a resistência secular do povo negro. Estes eventos se conformam em v erdadeiras atrocidades contra o sagrado das Y ias no lugar da mais importante organização de mulheres negras, da mais antiga Irmandade de Mulheres Negras do Candomblé. Sua história e outras do povo negro do Recôncavo nos inspira a resistir até os dias de hoje, justamente por confrontar o sistema escravista que sempre teve a polícia como seu braço armado, legitimado pelo estado para prender e matar “negros fujões e rebelados”, nossas lideranças, para as quais a Boa Morte se organizava para compra da Alforria.
Agressões da PM da Bahia à jovens negros/as tem sido recorrente nos fins de semana, no São João de Cachoeira, assim como foi no dia 13 de agosto do ano corrente, quando foi contra todos os nossos direitos sociais e individuais. Não há qualquer justificativa que possa nos convencer das agressões nas abordagens. Trata-se de uma prática sistemática de violação dos direitos constitucionais do povo negro do Recôncavo a terra, lazer, informação e educação. No nosso quilombo urbano ou nos quilombos rurais castram nossa liberdade e instauram a insegurança entre nós, haja vista as irregularidades do último caso:
· quando uma pessoa é conduzida à Delegacia por policial civil ou militar, ela deve ser imediatamente apresentada ao Delegado de Polícia e tudo que acontecer com a pessoa dentro da Delegacia é de responsabilidade do Delegado de Polícia, a única autoridade Policial de fato;
· quando uma pessoa é agredida nas dependências da Delegacia, o Delegado também poderá responder por crime de tortura, assim como, as mulheres devem ser revistadas por policiais femininas, e que policiais não podem gritar com a pessoa, xingá-la, agredindo-a, o que configurar crime de racismo, violência à mulher injúria ou até mesmo de abuso de autoridade;
· todo policial deve estar identificado e quando solicitado deve apresentar sua carteira funcional.
Não aceitamos mais contar vidas e talentos aniquilados pelos estereótipos criados pela instituição policial, perseguindo e matando nossos jovens pobres e pretos. Não aceitamos que o policia exerça a segurança privada dos brancos detentores do capital econômico e político no Brasil, enquanto dispensa tratamento historicamente diferenciado para negros e brancos, pobres e ricos, mulheres e homens, homossexuais e heterossexuais.
A interiorização da violência (Mapa da Violência 2011) atinge não só nossas periferias através da Polícia como também pela grande mídia sensacionalista, instrumento ideológico de legitimação das truculências dos militares em nossas comunidades, sob a justificativa de combate ao narcotráfico. Outras formas de atuação repressora da (in)segurança pública no interior são as ações de milícias para o intimidamento de lideranças quilombolas e indígenas no campo, muitas vezes, militares acionados por “senhores de engenho” contemporâneos que não aceitam perder seus privilégios na concentração de terra e renda. A região do Recôncavo e Sul da BA são as principais áreas de atuação dessas organizações criminosas.
A violação que vem sofrendo a centenária Roça do Terreiro do Ventura e outros terreiros de Candomblé da região, os ataques de grileiros e fazendeiros ao povo dos quilombos do São Francisco do Paraguassu e do Vale do Iguape e as agressões gratuitas às mulheres negras que têm seus territórios invadidos é comum na rua pelos (ir)responsáveis pela manutenção da (in)segurança pública. Esses ataques são apoiados por parlamentares representantes dos ruralistas, grileiros e latifundiários que em Brasília contestam a constitucionalidade do decreto 4887/03 que regulariza territórios quilombolas, pela Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI 3239/04), de autoria dos DEM, (ex-PFL) em tramitação no STF (Supremo Tribunal Federal).
É tempo de lutar por REPARAÇÃO AO POVO NEGRO. O Estado agora é que deve nos pagar indenizando a dívida social para com a população negra e pelos crimes de lesa a humanidade conforme Deliberações da Conferência Internacional de Durban em 2003.
“Nunca morremos, nunca morreremos calados, não silenciaremos!”
O povo de Cachoeira e do recôncavo está gritando BASTA! Não queremos mais dormir e acordar com medo da violência, não precisamos de uma polícia que atua de maneira truculenta, racista, homofóbica, machista e genocida, agindo em favor de grupos de poder. Exigimos uma Audiência Pública para tratar do problema da Segurança Pública na cidade.
REAJA À VIOLENCIA RACIAL ! REAJA OU SERÁ MORTA ! REAJA OU SERÁ MORTO ! REPARAÇÃO JÁ!
Núcleo de Negras e Negros Estudantes da UFRB - NNNE
Comunidade do Viradouro, Cachoeira - BA
Movimento Negro Unificado - MNU
Associação de Familiares e Amigos de Presidiários – ASFAP
Quilombo Xis – Ação Cultural Comunitária
Campanha REAJA!
Posse Conscientização e Consciência - Lauro de Freitas
JACA - Juventude Ativista de Cajazeiras
Centro Acadêmico de Jornalismo da UFRB
Movimento Rumo ao Socialismo
Movimento de Mulheres do Subúrbio
Coletivo Contra Corrente
Coordenação Regional de Estudantes de Ciências Sociais/UFBA
Coletivo Além dos Muros
Coletivo Aqüenda! de Diversidade Sexual!
Barricadas fecham ruas, abrem caminhos!
ENECOS - Executiva Nacional dos Estudantes de Comunicação Social


V Fórum Identidades e Alteridades e I Encontro Nacional Educação e Diversidade - SE


(Clique nas imagens para ampliá-las)


CEAO promove curso "Por uma Antropologia da alimentação" - BA

Para uma Antropologia da Alimentação (Módulo I)

Professor: Jeferson Bacelar
Período do curso: 12 a 29 de setembro de 2011
Carga horária: 20 horas (75% de freqüência mínima para obtenção de certificado)
Horário: 18:30 às 20:30 horas (segunda-feira, terça-feira e quarta-feira; na última semana o curso se estenderá até quinta-feira)
Local das aulas: Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO)
Investimento: Estudantes - R$ 30,00; Profissionais - R$ 40,00
Número de vagas: 30 (trinta)
Período de inscrição: 29 de agosto a 02 de setembro de 2011, das 14:00 às 17:00 no CEAO (Largo Dois de Julho).
Local das aulas: Auditório Milton Santos (CEAO, Largo Dois de Julho)
Informações: cealimentacao@gmail.com

Programação:
Semana I – Uma visão geral
Aula 01
Dia 12/09 Sabores e Saberes: uma introdução

Aula 02
Dia 13/09 Comida e Cultura: cozinha e identidade cultural

Aula 03
Dia 14/09 As transformações dos sistemas alimentares

Semana II – Teorias antropológicas da alimentação
Aula 04
Dia 19/09 Comida é boa para pensar

Aula 05
Dia 20/09 História e Alimentação

Aula 06
Dia 21/09 Os dilemas da modernidade


Semana III – Antropologia e Alimentação no Brasil
Aula 07
Dia 26/09 Antropologia brasileira e alimentação

Aula 08
Dia 27/09 Antropologia e alimentação na Bahia

Aula 09
Dia 28/09 Alimentação no Brasil

Aula 10
Dia 29/09 Alimentação na Bahia

Bibliografia básica:
Brillat-Savarin. A Fisiologia do Gosto. São Paulo: Companhia das Letras, 1995.
Trefzer, Rudolf. Clássicos da Literatura Culinária. Os mais importantes livros da História da Gastronomia. São Paulo: Editora SENAC São Paulo, 2009.
Contreras, Jesus & Gracia-Arnaíz, Mabel. Alimentación y cultura: perspectivas antropológicas. Barcelona: Ariel, 2005.
Contreras, Jesus. Antropologia de La Alimentación. Madrid: Eudema, 1993.
Flandrin, Jean-Louis e Montanari, Massimo (orgs). História da Alimentação. São Paulo: Estação Liberdade, 1998.
Freyre, Gilberto. Casa Grande & Senzala. Intérpretes do Brasil volume 2. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 2ª edição, 2002.
Cascudo, Luís da Câmara Cascudo. História da Alimentação no Brasil. São Paulo/ Belo Horizonte: Editora USP/ Itatiaia, 1983.
Dória, Carlos Alberto. A formação da culinária brasileira. São Paulo: PubliFolha, 2009
(Série 21)
Lody, Raul. Santo também come. Rio de Janeiro: Pallas, 1998.
Lima, Vivaldo da Costa. A Anatomia do Acarajé e outros escritos. Salvador: Corrupio, 2010.
Castro, Josué de. Fome: um tema proibido. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

terça-feira, 23 de agosto de 2011

IPR e UNEB promovem curso de Extensão Direito e Relações Raciais - BA

O Instituto Pedra de Raio em parceria com o Colegiado do Curso de Direito da UNEB de Salvador e com o apoio da SEPROMI/BA promove o curso de Extensão Direito e Relações Raciais em Salvador.
 
O curso está previsto para acontecer, a 1ª edição, entre os dias 21 a 24 de setembro, e a 2ª edição entre dias 12 a 15 de outubro, no auditório Ivete Sacramento, DCH I, Cabula, Salvador. A carga horária será de 40 horas e haverá entrega de certificado ao final do curso de extensão.
 
O investimento para o curso é de R$ 100,00 (cem reais) com material didático incluso. As inscrições deverão ser feitas no Colegiado do Curso de Direito da UNEB através do telefone 71 3117-2257 e na sede do IPR através do telefone 71 3241-3851.
 
O curso será ministrado pelo professor de filosofia do direito, advogado e mestre em Direito Público pela UNB, Sérgio São Bernardo.

Um dos objetivos do curso é analisar a produção legislativa e jurídica que tratam das relações rétnicas/aciais no Brasil, do seu período colonial até a contemporaneidade, e também compreender os sistemas de garantias de direitos e de políticas promocionais para os grupos étnicos vulnrabilizados.

O curso é destinado a estudantes, profissionais, lidernaças do movimento social, e pessoas que desejem aprofundar seus conhecimentos sobre a temática numa perspectiva emancipatória.

Mais informações acesse www.pedraderaio.org.br

Curso "Introdução aos Estudos Africanos e da Diáspora" - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)
 
Caros/as professores/as,

Em nome do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros, gostaríamos de convidá-los/as a participar do curso na modalidade a distância "Introdução aos Estudos Africanos e da Diáspora".
Contamos com todos(as) para a divulgação e participação do curso.
Estamos a disposição para dirimir quisquer dúvidas pelo telefone (48) 33218525, nos horários abaixo:

Tamires (Segunda-feira 09h ás 13h, Quinta-feira 09h ás 13h e das 15h ás 17h, Sexta-feira das 08h ás 10h)
Fábio (Segunda a Sexta-feira das 09h ás 13h)
Amanda (Quinta e Sexta-feira das 08h às 13:30)
Mônica (Segunda, Quinta e Sexta-feira das 09h ás 13h)

Para mais informações, clique aqui.

Desde já agradecemos a atenção.

Ciclo de Palestras "Por uma pedagogia dos indicadores sociais" - RJ

O Laboratório de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e  Estatísiticas das Relações Raciais (LAESER) do Insitituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, convida para o primeiro Ciclo de Palestras - "Por uma pedagogia dos indicadores sociais" .

O Ciclo de Palestras do LAESER iniciará com debates tendo por referência o  2º Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010 e o Tempo em Curso – Atividade  intitulada “Lendo o Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010 e o Tempo em Curso”.
 
Primeiro encontro:
Data: 26 de agosto de 2011
Local: Sinpro/Rio - Rua Pedro Lessa Nº35/2º andar

Como primeiro evento, faremos a  análise dos indicadores na área de educação, tendo por referência o 2º Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010 – Capítulo VI – “Acesso ao sistema de ensino e indicadores de proficiência”.
 
Palestrantes:
 
Marcelo Paixão (Professor do Instituto de Economia da UFRJ e coordenador do Laeser)
Azoilda Loretto (Professora doutora em comunicação e cultura e coordenadora pedagógica do Laeser)
 
Contamos com a presença de tod@s,

Equipe do LAESER

OAB quer ingressar como amicus curiae para defender cotas raciais no STF

Brasília, 22/08/2011 - O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) aprovou hoje (22), por unanimidade, seu pedido de ingresso, na condição de amicus curiae, na Argüição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) número 186, que discute a constitucionalidade do sistema de cotas raciais nas universidades públicas. Após longo debate conduzido pelo presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, e com base no voto do relator na OAB, o conselheiro federal Luiz Viana Queiroz (Bahia), os 81 conselheiros federais aprovaram o ingresso da entidade na ADPF em apoio à política afirmativa temporária de cotas. A ADPF foi ajuizada pelo Partido Democratas no Supremo Tribunal Federal em julho de 2009.
O relator da matéria na OAB defendeu o apoio da OAB ao sistema de cotas com base em princípios constitucionais como o da igualdade, mantendo-se a autonomia das universidades, e da dignidade da pessoa humana, com o fim de reverter as desigualdades históricas que existem no Brasil em relação aos negros. Outro ponto integrante do voto de Luiz Viana Queiroz é a necessidade de exame proporcional de cada caso, uma vez que a proporção de negros varia drasticamente de Estado para Estados no Brasil. O voto do relator teve como principal base a audiência pública realizada pela OAB Nacional sobre o tema em abril do ano passado.
A presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade da OAB, Silvia Nascimento Cerqueira, enalteceu a votação por aclamação da matéria e afirmou que toda a população negra do país aguardava com ansiedade o posicionamento da OAB sobre a matéria. "A partir da decisão da entidade máxima da advocacia tenho certeza de que esse tema será visto com outros olhos a partir de agora", afirmou.