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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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terça-feira, 18 de outubro de 2011

II Pensando Áfricas e suas diásporas / II Semana da Consciência Negra - MG

MARIANA - OURO PRETO – MINAS GERAIS
UFOP - 30/11; 01 e 02/12/2011
Inscrições: de 18/10 a 08/11/11
Contato: neab.ufop@gmail.com
Maiores informações: http://neabufop.blogspot.com

APRESENTAÇÃO
A Segunda Semana da Consciência Negra - anual – e o II Pensando Áfricas e suas diásporas – que acontece duas vezes ao ano tem como objetivo propiciar e articular um diálogo, dentro e fora da Universidade, sobre a influência e relevância da cultura africana em nossa formação sócio-cultural.

Os dois eventos se inserem dentro das ações do NEAB/UFOP para visibilizar a pujança da história e cultura afrodescendente da região.
Uma das grandes demandas da Comunidade desta região é a necessidade de valorização da Cultura Afrobrasileira, devido ao grande contingente de afrodescendentes que nem sempre possuem acesso ou conhecimento da importância de seus antepassados para formação de nossa identidade brasileira.

Com mostras e atividades que evidenciam a riqueza e potencialidade das culturas negras e suas manifestações em nosso país, a UFOP se apresenta como palco de reflexões sócio-culturais, e estímulo à valorização de nossa afrobrasilidade.

Convidamos a todas e todos interessados no tema que se inscrevam e apresentem suas pesquisas, reflexões e experiências que com certeza contribuirão para a construção não apenas de um belo evento, mas também de um Brasil mais afrodemocrático.


EIXOS TEMÁTICOS/GRUPOS DE TRABALHOS
Os Grupos de Trabalho serão alocados nos eixos temáticos abaixo relacionados.

EDUCAÇÃO, CURRÍCULO E RELAÇÕES RACIAIS
HITÓRIA DO NEGRO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
AS ÁFRICAS E DUAS DIÁSPORAS NA LITERATURA
CULTURA, MEMÓRIA E TERRITORIALIDADES URBANAS E RURAIS
HISTÓRIA DO NEGRO NO BRASIL
LINGUAGENS, ARTES E PERFORMATIVIDADES NEGRAS
SAÚDE DA POPULAÇÃO NEGRA
TECNOLOGIAS E A QUESTÃO RACIAL
RELIGIOSIDADES AFROBRASILEIRAS


NORMAS PARA PARTICIPAÇÃO
A participação no ocorrerá por: a) inscrição simples (garantindo a participação apenas como ouvinte) e b) com submissão de trabalho. As inscrições serão feitas somente VIA E-MAIL em
conformidade com os prazos estabelecidos.

As inscrições de trabalho poderão ser feitas nas seguintes modalidades: Comunicação Oral ou Pôster. Nessas modalidades serão aceitos como trabalhos resultados parciais ou finais de estudos e pesquisas, além de relatos de experiências educacionais e artísticas com a temática de história e cultura afrobrasileira e africana.

Para inscrever trabalhos no evento, é necessário enviar e-mail para neab.ufop@gmail.com. Escreva no campo ASSUNTO da mensagem o nome de sua modalidade de apresentação (COMUNICAÇÃO ou PÔSTER).

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Kassandra Muniz
DELET/ICHS/UFOP
Coordenadora do GELCI (Grupo de estudos sobre linguagens, culturas e identidades)
Coordenadora do NEAB/UFOP (Núcleo de estudos afro brasileiros)
tel.             (31) 3557 9404       (secretaria DELET)
tel.             (31) 8550 4580     

Multiculturalismo e seus impactos para o desenvolvimento das sociedades da África e da diáspora africana - BA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB), SALVADOR - BA, 8 A 10 DE NOVEMBRO DE 2011 
Muitos dos problemas intratáveis de formação e desenvolvimento nacional na África têm decorrido da incapacidade dos países de conviver com as diferenças primordiais acentuadas pelo tráfico de escravos, colonialismo, neo-colonialismo, a imposição da cultura ocidental, das religiões estrangeiras e a globalização. Sem dúvidas, isso vem dificultando as possibilidades de aproveitar das vantagens da riquíssima herança multicultural do continente. 


O multiculturalismo refere-se essencialmente à valorização, aceitação e promoção de diversas culturas dentro de uma mesma sociedade, embora o debate esteja longe de estar resolvido. É um fato comprovado que o aproveitamento judicioso de diversidade pode agilizar o desenvolvimento e acelerar o crescimento dum país. Contudo, a realidade da África é outra. 


Apesar do fato que o continente possui a maior concentração de nacionalidades étnicas do mundo (onde alguns dos países têm mais de 300 grupos étnicos), lamentavelmente, a incapacidade de administrar o pluralismo no continente vem sendo um grande fator provocando os maiores problemas de desenvolvimento tais como a miséria, falta de infra-estruturas, mortalidade maternal e infantil, doenças evitáveis, violência comunal, conflitos inter-étnicos e guerras separatistas que continuam a deixar seqüelas graves na vida das populações da África e da Diáspora. 


Ademais, Africanos e descendentes de africanos na Diáspora ao longo do tempo são vítimas da discriminação racial, crise identitária e marginalização econômica, social, política e cultural. Foi à luz desses fatos e percebendo a urgência de reverter esse quadro que as Nações Unidas declararam o ano 2011 como O Ano Internacional para as Pessoas de Descendência Africana. 


Tendo em vista tudo isso e muito mais, o Centro de Artes e Civilização Negro-Africanas (CBAAC), Nigéria, em parceria com o Grupo Pan-Africano de Pesquisa e Estratégias Políticas (PANAFSTRAG), Nigéria em colaboração com a Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (SECULT), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a Fundação Pedro Calmon, a Secretaria Especial para Políticas de Igualdade Racial, Presidência da República (SEPPIR) e a Fundação Cultural Palmares, organizam a sétima conferência global africana sobre o tema: Multiculturalismo e seus impactos para o Desenvolvimento das Sociedades da África e da Diáspora Africana.

O Colóquio, a ser realizado na cidade Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Salvador, Bahia, de 8 a 10 de novembro de 2011, reunirá mais uma vez grandes figuras pan-africanistas, historiadores, acadêmicos, ativistas, militantes e pesquisadores negro-africanos vindo dos quatro cantos do mundo.
Objetivos
i. Avaliar até que ponto o multiculturalismo tem promovido ou impedido o desenvolvimento da África e dos povos de origem africana na Diáspora.

ii. Promover pesquisas e estudos sobre o multiculturalismo na África e na Diaspora.

iii. Promover a compreensão da ligação íntima existindo entre o multiculturalismo e a política de identidade na África

iv. Melhorar a compreensão da natureza multicultural da África mostrando como o continente poderia aproveitar sua diversidade e pluralidade no processo do seu desenvolvimento.


Resultados almejados
No fim do colóquio, espera-se que as seguintes metas teriam sido atingidas:

i. Chamar atenção para os aspectos multidimensionais do multiculturalismo na África;

ii. Promover uma plataforma para melhor aproveitamento das vantagens que traz a diversidade cultural para o desenvolvimento sustentável da África e suas populações;

iii. Aprender das experiências de outros povos que souberam aproveitar a sua pluralidade étnica para promover a harmonia e evitar conflitos.

iv. Desenvolver estratégias adequadas para proteger e promover as culturas das minorias na África e na Diáspora 

Link: http://www.cbaac77.com/multiculturalism_portuguese.php
         http://www.cbaac77.com/new-pictures/pdf/TRANSLATE.pdf

Bahia sediará Encontro Ibero-Americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes

Escrito por Karla Leandro Rascke   
Sex, 07 de Outubro de 2011 19:06
Conhecida como Roma Negra, por ser a capital com maior percentual de negros fora da África, Salvador, prepara-se para um grande acontecimento mundial. A ONU vai concluir a programação do Ano Internacional dos Afrodescendentes, na capital baiana, nos dias 18 e 19 de novembro, com o encontro de países ibero-americanos, caribenhos e africanos. A organização do evento ficará a cargo do Itamaraty, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e da Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia, com o apoio da Serinter. Também foi nomeado embaixador especial da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib) , para a comemoração do Ano Internacional dos Afrodescendentes, o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira.

Após se passarem 10 anos da II Conferência Mundial Contra o Racismo, Xenofobia e  Intolerâncias correlatas, ocorrida em Durban (África do Sul/2001), em que a vereadora participou como delegada do Brasil, Olívia, que faz parte da organização do encontro na Bahia, destacou nas últimas reuniões que o evento coloca o Brasil na vanguarda da articulação dos direitos dos afrodescendentes, uma vez que o EUA e o Canadá, não reconhecem a conferência de Durban. "É importante que o Brasil assuma esse papel de protagonista, aproveitando o evento para que ações sejam desenvolvidas no sentido de elevar a situação do afrodescendente no país, destacando a necessidade de termos mais negros no poder", pontuou Olívia.

Militante das causas negras, na última reunião, a vereadora Olívia sugeriu ao comitê organizador, que o secretario geral da ONU seja convidado, aumentando assim o peso internacional do Encontro, que tem como objetivos principais dar visibilidade aos subsídios sociais e culturais dos afrodescendentes, estimular o intercâmbio de conhecimentos, cooperação regional, nacional e internacional sobre o assunto, além de colaborar para a formulação de políticas públicas voltados à população negra. Salvador foi escolhida para sediar o evento, pelo fato do Brasil ser considerado modelo de boas práticas compensatórias e de inclusão social da população afrodescendente.

São esperados em torno de 15 chefes de estados, entre eles a presidente Dilma Roussef, além de autoridades de países africanos, parlamentares e representações do movimento social negro.

Fonte: http://www.oliviasantana.org.br/mostraNoticia.asp?id=1043
 

II Encontro: Dançando Nossas Matrizes, de 3 a 6 de NOV 2011, em Salvador - BA


Com o propósito de promover espaços de discussão sobre formação, produção artística, memória e necessidade de políticas públicas voltadas para as Danças Afros, o Coletivo de Professores e Artistas das Danças de Matrizes Africanas – DNM, realizará nos dias 3, 4, 5 e 6 de novembro de 2011, das 9h às 22h, no Espaço Xisto Bahia e Biblioteca Pública do Estado - Barris, Salvador-Ba, o II Encontro Dançando Nossas Matrizes: um diálogo entre as Danças Afros Brasileiras.

Com uma programação, inteiramente gratuita, composta por: debates, oficinas de danças, percussão e estética, exposições, intervenções e apresentações artísticas. Este evento irá reunir profissionais das diversas linguagens artísticas, pesquisadores, representantes de instituições e do governo do estado, estudantes e pessoas interessadas em discutir sobre as Danças Afros, seus desdobramentos e necessidades. É com este objetivo que convidamos V.Sa. para fazer parte desta iniciativa.

Agradecemos pela atenção dispensada e contamos com vossa presença.

Soiane Gomes – Diretoria de Comunicação e Cultura
Coletivo de Professores e Artistas de Danças de Matrizes Africanas na Bahia

Programação completa: www.dancandonossasmatrizes.blogspot.com
Contatos: (71) 8764-1491 / 9943-8559 / 8759-2481

domingo, 16 de outubro de 2011

A palavra herdada dos pais africanos

A África está na ponta da língua dos brasileiros. A partir de março, as escolas públicas do País passam a receber o primeiro material didático produzido aqui sobre a história do continente, atendendo a uma lei publicada em 2003, que determina o ensino da história e da cultura africanas aos estudantes. Esse material foi preparado pela Universidade Federal de São Carlos com base na coleção de oito volumes da História Geral da África, compilada pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e agora lançada comercialmente pela Cortez Editora.

A reportagem é de
Antonio Gonçalves Filho e publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo, 15-10-2011.

Simultaneamente, chega às livrarias outra coleção,
Literatura e Afrodescendência no Brasil: Antologia Crítica, quatro volumes publicados pela editora da Universidade Federal de Minas Gerais que cobrem desde a produção de autores afrodescendentes nascidos antes de 1930, como Luiz Gama - de quem também é lançado Com a Palavra, Luiz Gama - até contemporâneos como Paulo Lins, autor do polêmico Cidade de Deus. Finalmente, para os interessados no diálogo com línguas próximas a nós vindas do outro lado do Atlântico, a Bertrand Brasil publica o Dicionário Yorubá-Português, do ensaísta e especialista em cultos africanos José Beniste. Ele traz 18 mil verbetes e uma introdução básica ao aprendizado e à pronúncia do idioma. Vale o esforço: afinal, trata-se de uma língua falada por 30 milhões de pessoas na Nigéria, sul de Benin e nas repúblicas de Togo e Gana.

O interesse pela cultura africana no País está mobilizando a universidade brasileira. Só a antologia crítica de literatura, organizada pelo professor
Eduardo de Assis Duarte, da Faculdade de Letras da UFMG, contou com a colaboração de 61 pesquisadores vinculados a 21 instituições do ensino superior nacionais e seis estrangeiras. Eles selecionaram 100 escritores de todas as regiões do Brasil, apresentando ao leitor ensaios críticos que não dispensam excertos das obras e dados biográficos curiosos como os do citado líder abolicionista Luiz Gama (1830- 1892), primeiro escritor brasileiro a se assumir afrodescendente, filho de uma quitandeira Nagô e de um fidalgo português.

O primeiro volume é dedicado aos autores precursores, cobrindo o período que começa no século XVIII (com
Domingos Caldas Barbosa), passa por Luiz Gama, Machado de Assis e avança até Lima Barreto. O segundo volume analisa obras de escritores nascidos nas décadas de 1930 e 1940 (como Nei Lopes e Muniz Sodré). O terceiro volume, que abarca os contemporâneos, apresenta um ensaio sobre 39 literatos nascidos na segunda metade do século passado (como Paulo Lins e Ana Maria Gonçalves). O último volume, além de depoimentos de autores como Abdias Nascimento, reúne textos críticos de, entre outros, Silviano Santiago, e reflexões sobre o projeto de uma literatura afro-brasileira.

Dito assim, parece estar em curso uma espécie de evangelização africana por meio da literatura. E está. Séculos de colonização e eurocentrismo embranqueceram
Machado de Assis a tal ponto que os críticos não param de atribuir as invenções literárias do brasileiro à influência do irlandês Laurence Sterne (1713-1768). Também os publicitários da agência contratada pela Caixa Econômica Federal ressaltaram num comercial supostos traços caucasianos do escritor - que era mulato e neto de escravos alforriados. Os homens da publicidade carregaram nas tintas - mais do que Bernardelli no famoso retrato pintado do autor - e usaram um ator branco para interpretar o escritor na propaganda comemorativa dos 150 anos da instituição. No comercial, Machado aparece como correntista da instituição, mais alvo que o Monte Fuji. Internautas revoltados com o que consideraram racismo conseguiram fazer com que a Caixa tirasse o anúncio do ar.

"Ainda vivemos sob a hegemonia dos valores etnocêntricos, brancos, cristãos e ocidentais", diz o organizador da antologia crítica sobre literatura e afrodescendência no Brasil,
Eduardo de Assis Duarte. "Ela é silenciosa e constante, vem do nosso passado escravista, em que o negro era considerado apenas força de trabalho", conclui. Isso explica, em parte, a razão de a literatura dos afrodescendentes ter como principal característica a autorreferência. São textos autobiográficos porque, como diz o professor, "é raro encontrar o negro como tema da escrita do branco na literatura brasileira canônica". Se os escritores afrodescendentes insistem em falar da condição de escravizado é porque o país "multiétnico" esqueceu deliberadamente os pioneiros autores negros e pintou um retrato ambíguo de figuras como Machado de Assis.

Assis Duarte
, autor de um livro sobre o fundador da Academia Brasileira de Letras, Machado de Assis Afrodescendente (Editora Crisálida, 2007), vai contra a tese dos que defendem a neutralidade do escritor na questão abolicionista. Para o professor, os textos do acadêmico contradizem o possível abstencionismo do romancista de Memórias Póstumas de Brás Cubas. Segundo Assis Duarte, Machado usou 23 pseudônimos para atirar petardos nos jornais antiabolicionistas. O "embranquecimento" do bruxo de Cosme Velho faria parte do silencioso projeto de "genocídio do negro brasileiro" que viria a ser denunciado muitos anos depois pelo escritor Abdias Nascimento, morto em maio, ao nadar contra a corrente do rio da mestiçagem de Gilberto Freyre. Este, conclui o professor, estaria empenhado em camuflar a memória do passado africano e negar a alteridade dos afrodescendentes. "Nenhum país passa pela escravidão impunemente", observa. "Autores como Machado e Lima Barreto pagaram caro por isso."

O último, diz
Assis Duarte, ainda teve a má sorte de ser visto como um "autor de subúrbio", acusado de tudo, "inclusive de desleixo verbal e falta de profundidade psicológica". Mulato num Brasil eugênico, Barreto testemunhou (aos 7 anos) a abolição da escravatura, mas morreu, aos 41 anos - meses depois da Semana de Arte Moderna -, dependente de álcool e deprimido, após ser internado por diversas vezes em clínicas psiquiátricas. "Muito se fala de Triste Fim de Policarpo Quaresma, mas, seis anos antes, em Recordações do Escrivão Isaías Caminha, ele já denunciava a hipocrisia da sociedade brasileira, que relegou os negros ao campo dos subalternos." No livro, marcado por referências autobiográficas, Lima Barreto fala do filho de uma mulata que sai do interior para estudar Medicina no Rio e não consegue, acumulando frustrações pelo caminho.

Lima Barreto
tampouco se rendeu aos estereótipos dos quais nem mesmo os escritores modernistas escaparam, de acordo com o professor. "A mulata, na literatura canônica brasileira, de Rita Baiana a Gabriela, é sexy e estéril, foi moldada para suprir as necessidades do leitor das elites", analisa. "Em contrapartida, a Clara dos Anjos de Lima Barreto entrega-se por amor e fica grávida." Em tempo: Clara é mulata, filha de um carteiro de subúrbio. O amante, Cassi Jones, é branco, sardento, de classe social superior e malandro. Não pensa muito para eliminar aqueles que cruzam seu caminho. Guarda, enfim, algum parentesco com os pitboys do Brasil contemporâneo.

A reação natural à violenta discriminação racial do escritor de origem africana no Brasil foi a criação, nos anos 1960, de grupos literários articulados com os ideais pan-africanistas. "Poetas e ficcionistas se organizaram em grupos como o carioca Negrícia e o gaúcho Palmares, que nascem do impulso de resgatar a questão do negro como vítima do embranquecimento e para combater o mito da escravidão benigna, que de benigna não teve nada", comenta Assis Duarte. A organização em coletivos, como a dos poetas paulistas fundadores dos Cadernos Negros (livros em formato de bolso), seria apenas um manifesto político ou uma tendência? "Os Cadernos são, desde 1978, a principal vitrine da comunidade afrodescendente", responde o professor, que ainda assim não arrisca destacar um nome entre os contemporâneos.


Não haveria no Brasil dos afrodescendentes um escritor incendiário como James Baldwin (1924-1987) - autor de
Da Próxima Vez, o Fogo (1963), dois ensaios sobre a condição dos negros na América e suas relações com o cristianismo e o islamismo - ou uma Toni Morrison (Nobel de Literatura de 1993), autora de romances em que a mulher negra é quase sempre a protagonista. "Uma das explicações para isso é que os negros americanos foram alfabetizados muito antes dos brasileiros, como prova a autobiografia de Frederick Douglas, publicada em 1845, que fugiu dos EUA para a Inglaterra e voltou como militante abolicionista." Referindo-se a Baldwin, nascido numa família pobre do Harlem, o professor lembra que o escritor, embora tenha abandonado a religião, frequentou a Igreja, assim como Mahommad Gardo Baquaqua, africano traficado para o Brasil em 1844 e que, batizado pelos mórmons como José da Costa, publicou a autobiografia em inglês, dez anos depois. "Como não admitiam a intermediação para a palavra do Senhor, todos tinham de aprender a ler a Bíblia e isso fez uma diferença tremenda."

O Brasil, na época, estava mais interessado em taxar mercadorias importadas e mal acabara de entrar no circuito de comunicação - 1844 foi o ano da primeira transmissão por telégrafo de Morse. Machado era um menino de 5 anos e os escravos nem sonhavam em ser alfabetizados. "Mesmo quando ele começou a escrever, seus leitores eram da elite branca, não havia a crença no livro como redenção." A expressão da cultura dos afrodescendentes continuou sendo oral nos anos seguintes, isso quando o debate da questão racial pegava fogo nos EUA e os movimentos de afirmação da identidade negra ganhavam força, nos anos 1920, com a poesia militante de Langston Hughes, aponta Assis Duarte. "Só nos anos 1930 é que o rádio passou a ser o porta-voz dos negros brasileiros, ainda assim por causa dos compositores de música popular."


Uma característica dos autores contemporâneos afrodescendentes, segundo o organizador da coleção de literatura afrodescendente no Brasil, é o uso da mídia eletrônica "como forma de estabelecer um contato mais direto com o público". É o caso do escritor carioca
Paulo Lins, ex-morador da Cidade de Deus que começou sua carreira numa cooperativa de poetas - reafirmando a tese dos coletivos - e assinou vários roteiros para cinema e televisão. Outra característica é a predominância da poesia sobre a prosa. A descoberta mais surpreendente da coleção é a da participação regional dos escritores no bolo afrodescendente: o maior pedaço é do Sudeste, mais rico e desenvolvido. Dado que talvez explique outro ainda mais curioso, o do crescimento do número de mulheres afrodescendentes no mundo literário, antes dominado pelos homens.

sábado, 15 de outubro de 2011

I Seminário de Educação "Os povos africanos no Brasil" - SP

A quem interessa a queda da Ministra Luiza Bairros?

Com certeza não interessa ao povo negro brasileiro, nem ao movimento negro autônomo, comprometido e protagonista, que luta por políticas públicas efetivas de combate o racismo e à discriminação racial, e que se pauta pelo compromisso indelével com a população negra, que, apesar dos propalados avanços da última década, ainda enfrenta a violência racial em sua vida cotidiana.
No momento em que circulam fortes rumores na ESPLANADA, de que o PLANALTO pretende “esvaziar” os ministérios voltados para a defesa de direitos (SDH, SPM, SNJ e SEPPIR), que seriam substituídos por um único GRANDE MINISTÉRIO, jogando mulheres, negros, juventude, torturados da ditadura, entre outros, mais uma vez, numa vala comum, no famoso CALDEIRÃO DA DIVERSIDADE, o que tem um grande apelo no imaginário racista brasileiro, que insiste em nos negar identidade, história, cultura e especificidades, não é de se estranhar, que o ‘jornal a Folha de São Paulo’, cumprindo o seu papel histórico, inicie o processo de desgaste de três ministras, exatamente de três das pastas “INDESEJADAS”.
O que nos surpreende é ver determinados segmentos do Movimento Negro cerrando fileira com esta reação conservadora, dando um verdadeiro tiro no pé. Entendemos o descontentamento desses setores, acostumados a uma relação de compadrio, de balcão, sem editais ou chamada pública, e que agora se sentem "desprestigiados", “não apoiados”, na gestão da ministra Luiza Bairros. A Função da SEPPIR não é, e não pode ser, a de atender às demandas individuais e individualistas, de uma ou outra pessoa, de uma ou outra Entidade. Um ministério de promoção da igualdade racial só se justifica se for capaz de pensar e traçar políticas públicas para a maioria desta nação, formada por nós, negros e negras.
PORQUE CONFIAMOS NA GESTÃO LUIZA BAIRROS
 Primeiro, por ser a ministra Luiza Bairros uma mulher negra, fruto genuíno das lutas e contradições da nossa história, e da luta do Movimento Negro; e também por que a mesma se cercou de militantes que aliam capacidade técnica e compromisso com a luta pela igualdade racial.
Aos que criticam uma suposta deficiência e falta de habilidade política, afirmo que estão confundindo politicagem com o fazer político, no seu sentido maior da busca do bem comum. Graças à articulação desta gestão da SEPPIR, a expressão “enfrentamento ao racismo”, entrou no PPA, pela primeira vez, subvertendo a histórica negativa do Estado Brasileiro em reconhecer a existência do racismo como elemento estruturante da desigualdade brasileira. E assim, também pela primeira vez, os povos tradicionais de matriz africana, os chamados povos de terreiro, sustentáculos da nossa sobrevivência simbólica e física no país, entraram no PPA, o documento que “determina” para onde e para quem será destinado o orçamento do país nos próximos 4 anos.
Ministra Luiza Bairros, espero que a SEPPIR continue nessa trajetória de construção de políticas públicas para o povo negro, e que não ceda à pressão das vaidades de pessoas e “grupinhos”, sem compromisso real com o nosso povo e com a nossa cultura.
Àṣẹ Púpù Gbogbo wá[1].
                                                           Ribeirão Preto, outubro de 2011.

PAULO CÉSAR PEREIRA DE OLIVEIRA
SACERDOTE DA TRADIÇÃO YORÙBÁ

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Oficina sobre Direitos Indígenas e Direito à Cidade - SP

Caras(os) amigas(os), nós do Conselho Indigenista Missionário (CIMI), Pastoral Indigenista, Projeto Pindorama da PUC-SP, Comissão Pró-Índio de São Paulo (CPI-SP) e Centro Gaspar Garcia de Direitos Humanos gostaríamos de convidá-la(o) para a apresentação da pesquisa sobre a questão indígena, realizada pela Fundação Perseu Abramo e Instituto Rosa Luxemburgo. Em seguida faremos  debate  com os participantes sobre a questão dos Direitos Indígenas e Direito à Cidade.
 
Data: dia 15 de outubro de 2011 (sábado)
Horário: 14h às 17h30
Local: Centro Gaspar Garcia Direitos Humanos
Endereço: Rua Dom Rodó, 140, Ponte Pequena – Próximo à estação Armênia do metrô (saída pela rua Eduardo Chaves, virar à direita, seguir até a rua Guaporé, virar à direita. A rua Dom Rodó é a segunda à esquerda)
Mais informações: Geraldo, Claudia ou Melissa pelo telefone 11 3322 8604.
Contamos com a sua presença e contribuição no debate, até lá!!!!!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

História e Negritude no FLICA 2011 - BA

Joel Rufino dos Santos, Ana Maria Gonçalves e Luislinda Valois
Mediador: Márcio Meirelles
Dia: 14 de outubro de 2011 (sexta-feira)
Horário: 10h
 
“Negação da negação do homem negro”. Eis a contribuição de Jean-Paul Sartre para o conceito de negritude. Há outras contribuições, como a de Aimé Césaire, que cunhou o termo em 1935 como uma crítica à opressão cultural europeia. Mas voltemos à de Sartre, pois se encaixa à perfeição no atual estágio dos debates.
Brancos, pardos, mongólicos e negros esclarecidos concordam que a quantidade de melanina na pele não faz o homem, não tem a ver com superioridade ou inferioridade. Somente os racistas pensam diferente, ou melhor, não pensam, expõem toda sua ignorância, inclusive antropológica, pois não existe raça humana, existem etnias, a partir de conceitos culturais.

O racista não nega o homem negro. Aponta-lhe o dedo, acusador. Quem nega o homem negro, e há brancos e negros que o fazem, é quem nega a cultura negra, ou melhor, as culturas negras africanas subsaarianas. É quem vê como completa a obra de assimilação à cultura europeia iniciada pelos portugueses no século XV.
Assim, se negritude é, entre outras coisas, a “negação da negação do homem negro”, ela é a afirmação da resistência das culturas negras à assimilação, à aniquilação do negro enquanto ente cultural singular.
Joel Rufino dos Santos e Luislinda Valois passaram a vida a negar a negação do homem negro, a valorizar a cultura de matriz africana, a combater a opressão cultural europeia. Ana Maria Gonçalves escreveu o maior libelo contra essa negação. Então todos eles são contra a assimilação pura e simples? Sim, mas haverá debate, pois a Flica propõe a eles o crivo da História. A partir dela, não seremos todos pardos? Assimilados, portanto?
Fotos: Ângelo Duarte // Divulgação // Acervo Pessoal
Confira a programação completa do FLICA 2011 no site:
http://www.flica2011.com.br/

Fela Day Cachoeira, dia 15 de outubro (sábado), às 22h - BA


Fela Day é um evento que acontece simultaneamente em todo mundo para celebrar a data de nascimento de Fela Kuti, 15 de outubro. Em 2011, a histórica cidade do Recôncavo baiano participará da celebração com o Fela Day Cachoeira, que acontece no dia 15 de outubro, sábado, a partir das 22h, no Clube Balneário, e reunirá quatro dos mais conceituados e reconhecidos DJ’s da cena musical soteropolitana, Branco, Maira, Sartô e Sankofa para tocar a música que vem sendo considerada a mais expressiva e influente atualmente.

O Fela Day Cachoeira é um evento que integra o movimento de valorização da cultura de origem africana, através da divulgação do trabalho de um representante dessa cultura. Neste caso, o nigeriano Fela Kuti, ativista político e inventor do Afrobeat, gênero musical que alia as sonoridades africanas a letras politizadas.
A celebração será realizada todo ano na cidade heróica na data de nascimento de seu homenageado, o músico e ativista político nigeriano Fela Kuti. Nesta primeira edição, a música e as imagens de Vj’s serão as principais vertentes. Nos próximos anos, ampliaremos as atividades com mesas de debate sobre cultura de origem africana, mostra de filmes e vídeos relacionados ao tema, entre outros.
O Fela Day Cachoeira tem apoio da Flica – Festa Literária Internacional de Cachoeira – que acontece de 11 a 16 de outubro na cidade. A Flica reconhece o Fela Day Cachoeira como ação cultural complementar à vasta programação da primeira festa literária da Bahia.

Serviço:
Fela Day Cachoeira
Onde: Clube Balneário, Pitanga de Cima, Cachoeira-BA
Quando
: 15 de outubro de 2011, sábado, 22h
Quem:
DJ Branco, DJ Maira, Dj Sartô e Dj Sankofa
Quanto:
R$10
Informações:
            (71) 9151-0631       / cmahiphop007@gmail.com

(Clique na imagem para ampliá-la)

Memorial da América Latinaconvida para a 4ª Etapa do Ciclo de Palestras “Primeiro Encontro com Pesquisadores da Literatura Latino-Americana Contemporânea”

19 de outubro – 19h30 (Quarta-feira)
Biblioteca Latino-Americana
Palestrantes convidados: Rita Couto e Daniel Glaydson Ribeiro.
Tema do debate: “Literatura e Modernidade na América Latina”.
Em sua palestra, Rita Couto discute o conceito de modernidade no poema “Altazor” (1931), do poeta chileno Vicente Huidobro. Para realizar a análise, discorre num primeiro momento sobre o conceito de modernidade em quatro autores: Jürgen Habermas, Walter Benjamin, Teixeira Coelho e Henri Lefebvre. Posteriormente, aplica-o na leitura do poema.
Daniel Ribeiro também faz uma leitura do poema “Altazor”, assumindo as postulações do gênero épico e suas condições de desenvolvimento na modernidade e na América.Coordenação acadêmica: Professores Maurício Silva, Rita Couto e Murilo Jardelino.
Palestra seguida de lançamento de livros.

Entrada Franca - serão fornecidos atestados de presença.
Informações:
Tel.: (11) 3823-4780
FUNDAÇÃO MEMORIAL DA AMÉRICA LATINA
Av. Auro Soares de Moura Andrade, 664 – Metrô Barra Funda – São Paulo - SP

Defesa de tese do POSAFRO/UFBA sobre Literatura Afro-brasileira - BA

O Programa Multidisciplinar de Pós-Graduação em Estudos Étnicos e Africanos (Pós-Afro) convida para a defesa da tese "Afrobetizar: análise das relações étnico-raciais em cinco livros didáticos de literatura para o ensino médio”, de Fabiana de Lima Peixoto.  A cerimônia de defesa acontecerá no dia 20 de outubro (quinta-feira), às 14h30, no Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO).
A banca examinadora será composta pelos professores Paulo Vinicius Silva (UFRPR), Silvio Roberto Oliveira (UNEB), Ana Lucia Silva Souza (UFBA) e Maria de Fátima Ribeiro (Pós-Afro/UFBA), além da professora Florentina da Silva Souza (Pós-Afro/UFBA), orientadora da tese.

O que: Defesa de Tese de Doutorado
Quando: 20 de outubro (quinta-feira), às 14h30.
Onde: Auditório Milton Santos (CEAO), Largo Dois de Julho.
Mais informações:             (71) 3283-5508       / posafro@ufba.br

Seppir e AGU promovem seminário sobre ações afirmativas, 26 e 27 de outubro - DF

Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir)  e  a Advocacia Geral da União (AGU) promovem nos próximos dias 26 e 27 de outubro o seminário Promoção da Igualdade Racial e Ações Afirmativas no Ensino Superior. 
O evento vai ocorrer no auditório do Edifício Sede II da AGU – Setor de Indústrias Gráficas – SIG, Quadra 06, Lote 800, térreo. Brasília – DF.
Foram convidados especialistas do governo, da academia, da sociedade civil organizada e operadores do direito para discorrer sobre as questões jurídicas relacionadas aos programas e medidas especiais adotadas pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades no acesso ao ensino superior.
 
Programação
Data: 26 e 27 de outubro, de 2011
Local: Setor de Indústrias Gráficas – SIG, Quadra 06, Lote 800, Ed. Sede II da AGU, térreo.
1º DIA
18hRecepção
8h30 às 19h20
Solenidade de abertura com a Ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Promoção da igualdade Racial e o Advogado-Geral da União , Luís Inácio Lucena Adams
19h30 às 21h
Painel: As ações afirmativas e a inclusão da população negra nas universidades.
2º  DIA
8h30 Recepção
9h às 11h30
Mesa-redonda 1: As ações afirmativas, o ingresso no ensino superior e constitucionalidade.
12h às 14hIntervalo
14h às 16h
Mesa Redonda 2:  Experiências de Ações Afirmativas nas universidades brasileiras.
16h às 16h20Intervalo
16h 30 às 18h3
 
Fonte: IgualdadeIdentidade Ricardo Leão

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Documentarista Adrian Cowell morre em Londres

 

Morreu na segunda-feira 10, de insuficiência respiratória, em Londres, o documentarista Adrian Cowell. Com um trabalho histórico de registro da destruição da Amazônia, ele estava vindo ao Brasil, onde chegaria dia 12, para finalizar a versão brasileira do filme Killing For Land (Matando pela terra, em tradução livre), inédito aqui, que aborda a violência no sul do Pará. Aos 77 anos, Cowell seguia filmando.
Cowell foi companheiro dos irmãos Villas Boas em expedições antes mesmo da criação do Parque Indígena do Xingu, registando tanto o cotidiano dos índios, quanto o trabalho dos sertanistas e as ameaças, por garimpeiros e fazendeiros. Trabalhou também com Apoena Meirelles, outro grande sertanista, no contato dos índios uru-eu-wau-wau, em Rondônia. Filmou, quase ininterruptamente, por 50 anos no Brasil. Seu trabalho começou em 1958, quando ainda era estudante. Foi mais intenso, sobretudo, nos anos 1980, quando fez a premiada série para TV “A Década da Destruição. E todo o seu trabalho, que são mais de sete toneladas de filmes, foi doado para a PUC de Goiás, para o Brasil, onde a consulta está disponível. O Acervo Adrian Cowell é um material fabuloso constituído de filmes 16 mm, fitas de vídeo, áudios, cassetes, slides e diários de campo sobre a Amazônia. (Informações no site http://imagensamazonia.pucgoias.edu.br/)
Cowell produziu o maior registro documental da memória da Amazônia nesse período. “Tem coisas que não existem em lugar nenhum,  que não está escrito, mas está registrado apenas pelo trabalho do Adrian.  E ele doou de volta para o Brasil”, diz Stella Penido, da Fiocruz, que auxiliava a restauração dos filmes. “Era incansável. E ele estava vindo ao Brasil, morreu trabalhando.” Amiga pessoal, diz Stella: “A vida dos seres humanos é como um trabalho de tecedura. Termina o trabalho com delicados fios, tecidos do inicio ao fim (Buda). Acho que não é nenhum exagero pensar que a vida do Adrian foi um bonito trabalho tecido com delicados e atentos fios do inicio ao fim. (obrigada, querido Adrian)”.
Imagem da série 'Destruição do Índio'

Vicente Rios, seu câmera, co-diretor no Brasil e que se tornou seu grande parceiro de trabalho a partir da “Década da Destruição”, está concluindo um documentário sobre Cowell, que vai se chamar “Visões da Amazônia”. “Faltava duas ou três frases, que ele iria completar agora”, disse Rios, chocado pela notícia. O filme, que contém cenas de bastidores das filmagens e também a visão de Cowell sobre a natureza, inclui sequencias inéditas como Cowell conversando com Orlando Villas Bôas sobre a memória de ambos dos tempos do Xingu, na casa do sertanista, em São Paulo.
Adrian Cowell nasceu em Tongshan na China, em 2 de fevereiro de 1934, e concluiu seus estudos na Universidade de Cambridge. Em um encontro que tivemos, no Rio de Janeiro, ele me explicou com um característico sotaque britânico, que aprendeu a falar português com o cacique Raoni. Em suas lembranças, sempre falava bem humorado, e extremamente dedicado e fiel tanto a seus princípios humanitários, quanto a seus parceiros, como os sertanistas, amigos índios, seringueiros.
Por um longo período, ele alternou viagens entre áreas de conflito na Amazônia e Myanmar, filmando a guerra civil no país, que viria a ser o objeto da série Opium, filmada ao longo de oito anos.
Quando Adrian Cowell decidiu filmar a destruição da Amazônia, em um trabalho documental de fôlego inigualável,  tudo podia acabar. Os índios, os seringueiros, a floresta. A Amazônia em sua totalidade. O trator do desenvolvimento, em curso e a todo vapor durante a ditadura militar, queria trazer o progresso, ou a idéia de “um progresso”, sobre um território visto como hostil e inabitado. Mas haviam os índios, os seringueiros e a biodiversidade no caminho. Na década de 1980, “nunca tanta matéria viva foi queimada como em Rondônia em toda a história”, apresenta o narrador de “A Floresta que virou Cinza”, da premiada série de cinco filmes chamada “A Década da Destruição”, em que ele filmou, ao longo de dez anos, a maior destruição já vista de um ambiente. Ganhou reconhecimento público em premiações como da British Academy (BAFTA), o Emmy Founders e o Golden Gate.
“A Década da Destruição” é o maior projeto de documentação da devastação da Amazônia jamais realizado. A seriedade, o comprometimento demonstrado pelo documentarista ao longo dos dez anos, surpreendem pelo acompanhamento incansável das histórias dos personagens, que são acompanhados por esse período. Também a coragem, como nas filmagens de tiroteios entre posseiros de terra e pistoleiros, em festas e tiroteios em garimpos, como o registro de um garimpeiro morto por um tiro de fusil, a escravidão na produção de carvão, ameaças de fazendeiros.

Acervo doado pelo documentarista para a Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Enquanto ainda era pouco conhecido pela imprensa brasileira, Chico Mendes já era filmado por Cowell, tanto os empates que fazia nos seringais, quanto em reuniões internacionais. Amigo pessoal do seringueiro, o filme, “Chico Mendes, eu quero viver”, foi concluído em 1991. O mesmo com o Padre Josimo, assassinado no Tocantins.
Em um email, escrito há três semanas, ele me disse, comentando a recente onda de assassinatos no sul do Pará: “Sem dúvida estes assassinatos possuem alguma influencia um sobre o outro. Antes de nossa proposta de filmar Chico, fiz uma decisão para a serie A Década da Destruição. Decidi que foi essencial mostrar o motivo porque tantos colonos estavam invadindo as florestas amazônicas. Resolvi fazer um filme sobre as brigas para terra em Para. Fui com Vicente Rios ao Sul de Para para encontrar com Padre Josimo – um padre negro de CPT.  Combinamos de filmar o trabalho e vida dele, mas antes que desse tempo para iniciar a filmagem,, ele foi assassinado.  Logo depois, encontramos Chico e combinamos filmar ele  (Chico viria a ser morto ao longo das filmagens)  Padre Josimo foi um caso famoso naquele tempo e tenho ainda um foto do Chico fazendo um comício num seringal embaixo de um foto do Josimo”
Uma outra série de extremo fôlego é “Os últimos isolados”, sobre os povos indígenas que vivam, ainda isolados, na floresta, enquanto se produzia a ocupação engendrada pelo regime militar. O documentarista acompanhou de perto o trabalho dos sertanistas da Funai, descrevendo o entorno dos territórios onde viviam os índios ameaçados – e que deveriam travar o primeiro contato com a sociedade ocidental. A “Destruição do Índio”, outra série memorável, reporta a difícil relação entre os povos indígenas e a colonização.
Rever o trabalho de Adrian Cowell hoje é explorar as mazelas que marcaram a exploração e a devastação da Amazônia desde o início da sua ocupação recente, engendrada durante a Ditadura. A obra que deixou vai ensinar muitas gerações de brasileiros a compreender melhor o país em que vivem – e que está sendo destruído.