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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO
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quarta-feira, 30 de julho de 2008
Curso "Diáspora, Política e Economia" - SP
De 15 julho à 16 de agosto
Investimento
20 reais
Horário
Aos sábados das 08h às 12h.
Início: 16 de agosto
Término: 18 de outubro
Local:Igreja Santa Ifigênia – Largo Santa IfigêniaCentro de São Paulo - Próximo: Estação do Mêtro São Bento
Conteúdo geral:
Cidadania e direitos - Economia, Finanças e Política - África Contemporânea e migrações - Diáspora e Relações Raciais no Brasil - Políticas públicas e saúde da população negra
Participação:
Retirar e encaminhar o formulário nesses endereços:www.idabdiaspora.blogpsot.com
E-mail: idabdiaspora@gmail.com
A/C Cleide Vitorino – Rua Wenceslau Brás, n. 146 sala 707 – Praça da Sé São PauloTel: 3534-3156/9600-7069/97002258
OrganizaçãoIDDAB – Instituto do Desenvolvimento da Diáspora Africana no Brasil
Abertas inscrições de cadidaturas ao CNPIR
Chamada Pública: SEPPIR publica edital para seleção de projetos voltados para comunidades quilombolas
Edital prevê R$ 3 millhões para ações de desenvolvimento local e organização de arranjos produtivos em comunidades
Pela primeira vez a SEPPIR abre edital para apoiar projetos voltados para as comunidades quilombolas em 22 estados. Entidades que tenham no mínimo 3 anos de funcionamento podem apresentar projetos para atender, prioritariamente, as comunidades quilombolas inseridas nos 60 territórios que fazem parte do programa Territórios da Cidadania, de acordo com as seguintes linhas temáticas:
1. apoio ao fortalecimento da capacidade técnica e operacional das organizações e comunidades quilombolas
2. apoio ao fortalecimento institucional e ao controle social
3. apoio ao planejamento estratégico e organização comunitária
4. protagonismo das Mulheres e Jovens Quilombolas
5. intercâmbio de experiências
O valor mínimo financiado é de R$ 100 mil e o máximo de R$ 200 mil. Cada entidade só poderá apresentar uma proposta. O prazo de execução dos projetos é de 1 ano.
"Estamos prevendo o aporte de R$ 3 milhões para apoiar projetos voltados para o desenvolvimento de comunidades quilombolas em todo o país. Com isto, esperamos fortalecer a organização destas comunidades e sua sustentabilidade. O Programa Brasil Quilombola tem levado para as comunidades serviços públicos essenciais como energia elétrica e saneamento básico. Em parceria com ministérios, governos estaduais e prefeituras, garantimos ações na área de saúde e educação mas é fundamental dar as condições para que estas comunidades alcancem a autonomia. Por isso, o foco dos projetos a serem apoiados está no fortalecimento institucional e operacional. Decidimos pelo Edital por ser uma forma mais transparente e democrática de definir ações, com regras e prazos divulgados amplamente", afirma Alexandro Reis, subsecretário de Comunidades Tradicionais da SEPPIR.
Para mais informações acesse o edital e os anexos abaixo.
http://www.presidencia.gov.br.../.arquivos/edital_chamada_publica.pdf
http://www.presidencia.gov.br.../arquivos/anexo2chamada_publica.pdf
http://www.presidencia.gov.br/estrutura_presidencia. .. da_publica.pdf
Assessoria de Comunicação Social da SEPPIR/ PR
Rede GRUMIN promove preparatória ao Fórum Nacional de Mulheres Indígenas - RJ
Caso não esteja vendo a imagem , clique em :
Monografia analisa impactos das ações do Instituto Steve Biko - BA
Participarão da banca os professores: MSc. Miguel Vergara (UESC), MSc.Antônio Pádua (UFBA) e o seu orientador Prof. Dr. Henrique Tomé (UFBA).
Título: ANÁLISE DOS IMPACTOS SOCIO-ECONÔMICOS E CULTURAIS DAS AÇÕES DO INSTITUTO STEVE BIKO NO VESTIBULAR DA UFBA
Data - 31/07/2008
Horário – 9h
Local – Sede administrativa do Instituto Steve Biko
Endereço – Rua do Paço, 04, 2º andar.
Largo do Carmo Pelourinho – Enfrente á Igreja do Carmo.
Telefone – 8706-2013/3241-8708
terça-feira, 29 de julho de 2008
UNEB promove ciclo de palestras "África contemporânea: artes, culturas e mídias" - BA
sexta-feira, 25 de julho de 2008
quarta-feira, 23 de julho de 2008
FOQUIBA promove seminário sobre quilombos educacionais - BA
DIAS; 25/07 às18H
( Credenciamento a partir das 17h no local do evento)
26/07 das 8h30min ás 17h
LOCAL: COLÉGIO LANDULFO ALVES- CALÇADA
O Fórum de Quilombos educacionais da Bahia - FOQUIBA- foi criado em 21 de outubro de 2001, é fruto do amadurecimento das organizações negras no sentido de atuar em rede para superação das desigualdades raciais em nossa sociedade, sobretudo no campo educacional com pressuposto de uma pedagogia anti-racista e inclusiva. Além de se constituir em espaço político para a organização dos Quilombos Educacionais em rede, respeitando sempre autonomia administrativa de cada instituição, o Foquiba garante a eqüidade participativa entre os membros por acreditar que essa é melhor maneira para atuar conjuntamente, considerando cada especificidade das entidades que a compõem. Os Quilombos Educacionais são experiências organizativas que surgem de maneira particularizadas no seio da comunidade negra.
Atualmente o Fórum congrega 07 instituições distribuídas em pontos estratégicos da região metropolitana de Salvador: Quilombo Milton Santos (IAPI); Quilombo Irmã Santa Bakhita (Sussuarana); Instituto Cultural Steve Biko (Pelourinho); Quilombo Semear (São Gonçalo do Retiro); Coequilombo (Plataforma); Quilombo Cabricultura (Cabrito de Baixo) e Quilombo do Orubu (Cajazeiras), atuando com grupos socialmente vulneráveis em sua maioria jovens negros e negras oriundos de escolas públicas e residentes em bairros periféricos, cujo objetivo é adentrar a universidade como forma de superação das desigualdades sócio-raciais.
O 2º seminário procura reunir os quilombos educacionais atuantes na rede e outros quilombos na perspectiva de discutir o papel dos quilombos educacionais na formação de negros e negras. Será um momento oportuno para trocar experiências, conhecer novas experiências, além de discutir a nossa identidade coletiva e como estamos trabalhando a Cidadania e Consciência Negra dentro dos Quilombos educacionais.
Este encontro procura também difundir na comunidade negra a atuação do Fórum de Quilombos Educacionais que atualmente está participando do PAE( programa de Apoio Estratégico) financiado pela CESE que é nossa grande parceira para realização deste encontro.
Por isso sejam todos muito bem vindos ao nosso encontro!! Pode entrar que a casa é sua.
2º SEMINÁRIO DO FOQUIBA
Data: 25 e 26/07
Local: Colégio Landulfo Alves- Água de Meninos
Tema: O papel dos quilombos educacionais na formação dos negr@s.
Público: Coordenadores, professores e estudantes dos quilombos educacionais.
PROGRAMAÇÃO
DATA: 25 DE JULHO (Sexta- feira)
17h- Credenciamento
18h- Abertura do Seminário: Vanda Cruz
18h30min- Exposição do Tema: o Papel dos quilombos educacionais na formação dos negros/as por Silvio Humberto dos Passos Cunha.
19h30min- Apresentação dos Quilombos Educacionais.
20h15- Exposição do tema: Educação X Qualificação Profissional- Profª Célia Oliveira
20h30min- Plenária
21h- Apresentação Musical – Grupo Pérola Negra
21h20min Coquetel de encerramento
SÁBADO DIA 26 DE JULHO
8h30min- Apresentação artística do grupo Choque Cultural
9h- Mesa redonda: Identidade Coletiva do Foquiba
1° bloco: A formação político-racial dos quilombos educacionais
Debatedores: Coordenador/a geral ou pedagógico de cada quilombo da rede.
10h- intervalo (Grupo musical Dicionário Periférico)
10h30min- 2° bloco: Pertencimento étnico a partir dos quilombos educacionais
Debatedores: 01 aluno/a de cada quilombo educacional da rede
11h30mim- Plenária
12h20mim- almoço
13h30mim – Apresentação artística - Nova Aliança (Bakhita)
13h45min- Formação dos grupos de trabalho
Grupo 1- CCN para além dos quilombos educacionais
Coordenação: Altair Pacheco (Orobu) e Maria da Conceição Freitas (Biko)
Grupo dois: Relações de gênero na educação inclusiva
Coordenadores: Marta( Ceafro) e Sueli Santana ( Biko)
Grupo três: Cotas hoje: acesso e permanência na Universidade
Haroldo Barbosa (Coequilombo) e Michel Chagas (Biko)
15h- Apresentação dos grupos de trabalho
16h- Avaliação e encaminhamento do Seminário
16h40mim- Encerramento com agradecimentos e apresentação musical - Os Agentes (Bakhita).
GRATUITO.
REALIZAÇÃO: FOQUIBA
APOIO: CESE
INFORMAÇÃO: FOQUIBA@YAHOO.COM.BR
VANDA: 99776025/8799-5732
Mulheres Negras: ancestralidade e resistência em luta por caminhos de igualdade - BA
O Dia da Mulher Afro-Latino-Americana e Caribenha foi criado em 25 de julho de 1992, durante o I Encontro de Mulheres Afro-Latino-Americanas e Afro-caribenhas, em Santo Domingos, República Dominicana. Estipulou-se que este dia seria o marco internacional da luta e da resistência da mulher negra. Tendo em conta a condição de opressão de gênero e racial/étnica em que vivem as mulheres negras, explícita em muitas situações cotidianas.
Nós, mulheres negras estamos nas ruas para denunciar e combater o racismo e o sexismo/machismo estamos reafirmando a trajetória de luta de nossas ancestrais, mulheres que foram arrancadas de suas famílias, sociedades, culturas, modos de viver na África, mulheres que criaram um modo de vida neste continente chamado América.
Mulheres como Nany na Jamaica, como Jacuba, Júlia, Dorothea, Una e Effa nas Guianas que enfrentaram os senhores de escravos, mulheres como Rosa Parks que se recusou a dar o seu lugar num ônibus a um homem apenas por este ser branco iniciando nos Estados Unidos o Movimento dos Direitos Civis. Mulheres como Maria Felipa que lutou na guerra da independência na Bahia, mas não é lembrada no Dois de Julho, Zeferina, Luisa Mahim. Mulheres negras que cotidianamente trazem na pele, no rosto, no cabelo, no sorriso a sua força e a certeza de que podem mudar essa situação.
Nós, mulheres negras estamos evidenciando hoje/estamos aqui para denunciar como a nossa sociedade é perversa, como ela maltrata as suas filhas e filhos, como ela, mata as nossas crianças, adolescentes e jovens negros. Essa sociedade mata com a violência do aparelho repressor do Estado, mas mata também quando não pune estes agressores, mata quando nos empurram para a marginalidade, mata quando não investe na saúde pública, quando deixa que as nossas jovens morram em função dos abortos clandestinos por falta de atendimento médico e por pura hipocrisia dessa sociedade. Mata quando nos empurram para as ocupações em prédios públicos abandonados onde os ratos são os nossos animais de estimação, onde moradia digna é piada. Esta sociedade nos mata quando fecha os olhos à violência doméstica, nos mata quando riem por sermos negras e nos impõe um modelo de beleza branca que é cruel. Mata quando permite que o a educação pública básica não atenda as necessidades do nosso povo.
Muitas mulheres morreram e morrem por tudo isso, mas nós estamos bem vivas e lutando para reafirmar o nosso compromisso com as lutas dessas mulheres e das nossas ancestrais de construir um espaço de poder em que o racismo e o sexismo/machismo sejam permanentemente combatidos.
Poder para o povo negro! Poder para a Mulher Negra!
Negras e Negros rumo à presidência
Estaremos realizando no dia 25 três grandes atividades:
Pela manhã uma Audiência Pública; Exigindo a reabertura imediata da DEAM de Periperi convidados; OAB, Ministério Público, ANAAD, governo do estado e outras representações ás 09h no Colégio Estadual de Praia Grande - Rua Rosalvo Barbosa Romeu S/N – Periperi
A tarde a II Caminhada Mulheres Negras Ancestralidade e Resistência em Luta por Caminhos de Igualdade, concentração ás 14h do Campo Grande até a Praça Castro Alves
Uma Questão de Gênero e Raça – Prêmio Luiza Mahim reflexão na temática da Mulher Negra, suas lutas e resistência. Teremos a entrega do prêmio a 10 mulheres negras
Local; Terreiro Oxumaré ás 19h – Vasco da Gama
O objetivo das atividades é proporcionar um espaço formação e discussão sobre o papel da mulher negra na sociedade.
Entidades que estão construindo as atividades:
Coletivo de Entidades Negras
Fórum de Entidades do Subúrbio
Grupo Amuleto
Afoxé Ilê Oya
Afoxé filhos de Nanã
Círculo Palmarino
Aspiral do Reggae
Grupo de Estudante Cotista da UFBA – Mojubá
Afoxé Kuabalagwaze
Monas Odara
Terreiro Oxumaré
Ilê Axé Omim Ewá
Ginga do Negro
Grupo de Mulheres do Alto das Pombas
Fórum da Juventude Negra
Grupo de Cultura Popular Vandré
Associação Rastafary
Afoxé Filhos do Congo
Atitude Quilombola
Associação Renascer Mulher
Grupo de Mulheres SILOÉ
Centro de Educação Ambiental São Bartolomeu
Núcleo de Mulheres da Rede Aiyê
Ass. Rastafary Cultural Linda Flor
Resistência Comunitária
Sociedade B. e Recreativa do Calabar
Ilê Axé Omim Ewá
Furação 2001
Contatos. Lindinalva de Paula 9933-4033
Raimunda – 9115-2432
Esperamos contar com a participação de todos e todas
terça-feira, 22 de julho de 2008
A ativista Angela Davis do “Panteras Negras” realiza conferência em Salvador - BA
Angela Davis militou politicamente nos anos 60 e se tornou emblemática em relação à defesa dos direitos civis do negro e da mulher na sociedade norte-americana, tornando-se uma figura afirmativa e revolucionária que é lembrada como referência estética e intelectual para a comunidade negra dos EUA e do mundo.
Filha de uma família de negros de classe média, Angela desde a escola atuou politicamente em movimentos da esquerda. A imagem de Angela teve maior visibilidade a partir de 1969, quando foi coagida a parar de lecionar pelo então governador da Califórnia, Ronald Reagan, por ser integrante do movimento comunista. Posteriormente, Angela foi injustamente acusada de ser a dona da arma que matou um juiz, num julgamento que durou cerca de dezoito meses.
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Hoje, Angela Davis é escritora, filosofa, professora universitária e continua sua vida na militância contra a pena de morte, o sistema carcerário estadunidense, e em defesa de causas sociais e étnicas.O encontro com Angela Davis será no auditório de videoconferências do IAT, na Paralela, e tem como público-alvo estudantes, pesquisadores, educadores e gestores da rede pública de ensino.
Endereço
Instituto Anísio Teixeira - IAT
Estrada da Muriçoca, s/n - Paralela - Salvador
Tel: 3116-9019
Ética e racismo ambiental (Por Robert Bullard - Sociólogo e Diretor do Environmental Justice Resource Center)
A tomada de decisões ambientais muitas vezes reflete os acordos de poder da sociedade predominante e das suas instituições. Isto prejudica as pessoas de cor, enquanto oferece vantagens e privilégios para as empresas e os indivíduos das camadas mais altas da sociedade. A questão de quem paga e quem se beneficia das políticas ambientais e industriais é fundamental na análise do racismo ambiental.
O racismo ambiental fortalece a estratificação das pessoas (por raça, etnia, status social e poder), o lugar (nas cidades principais, bairros periféricos, áreas rurais, áreas não-incorporadas ou reservas indígenas) e o trabalho (por exemplo, se oferece uma maior proteção aos trabalhadores dos escritórios do que aos trabalhadores agrícolas).
Este conceito institucionaliza a aplicação desigual da legislação; explora a saúde humana para obter benefícios; impõe a exigência da prova às “vítimas” em lugar de às empresas poluentes; legitima a exposição humana a produtos químicos nocivos, agrotóxicos e substâncias perigosas; favorece o desenvolvimento de tecnologias “perigosas”; explora a vulnerabilidade das comunidades que são privadas de seus direitos econômicos e políticos; subvenciona a destruição ecológica; cria uma indústria especializada na avaliação de riscos ambientais; atrasa as ações de eliminação de resíduos e não desenvolve processos precautórios contra a poluição como estratégia principal e predominante. A tomada de decisões ambientais e o planejamento do uso da terra em nível local acontecem dentro de interesses científicos, econômicos, políticos e especiais, de tal forma que expõem às comunidades de cor a uma situação perigosa. Isto é particularmente verdade no Hemisfério Sul e, também, no Sul dos EUA, região que foi convertida numa “área de sacrifício”; um buraco negro para os resíduos tóxicos. Fora disso, ela está impregnada pelo legado da escravidão e pela resistência braça à justiça eqüitativa para todos.
O Hemisfério Sul (e também o Sul dos EUA) se caracteriza por políticas ambientais equivocadas e pela concessão de significativas deduções fiscais. A aplicação simplificada das normas ambientais deu lugar a que o ar, a água e a terra dessas regiões sejam mais contaminadas pelas indústrias, principalmente das multinacionais estadunidenses.
No Corredor Industrial do Baixo Mississipi, na Luisiana, têm-se estabelecido empresas petroquímicas que produzem agrotóxicos, gasolina, tintas e plásticos. Os ecologistas e os residentes locais o apelidaram de “Beco do Câncer”, sendo que os benefícios fiscais que recebem essas indústrias poluentes criaram poucos postos de trabalho para esses elevados custos. A revista Time denunciou que na Luisiana foram eliminados U$ 3,1 bilhões em impostos sobre propriedades de empresas poluentes. As cinco companhias mais poluentes receberam U$ 111 milhões em benefícios no último decênio. Este exemplo se aplica a inúmeras empresas dos países do Hemisfério Sul.
Existe uma correlação direta entre a exploração da terra e a exploração das pessoas. De forma geral, os indígenas são a parte da população que se defrontam com algumas das piores formas de poluição, entre elas a do mercúrio usado nos garimpos e as populações marginais que vivem perto dos lixões e aterros sanitários, incineradores e de outros tipos de operações perigosas praticadas pelas empresas mineradoras. A poluição industrial se manifesta também no aleitamento materno das mães das grandes cidades como São Paulo ou Nova Iorque. No caso dos EUA, as reservas dos indígenas norte-americanos, estão sendo sitiadas pelo “colonialismo radiativo”.
O legado do racismo ambiental institucional privou a muitas nações com grande número de indígenas de uma infra-estrutura econômica capaz de combater a pobreza, o desemprego, a educação e a atenção para a saúde e muitos outros problemas sociais. O racismo ambiental é evidente em escala mundial. O transporte de resíduos perigosos das comunidades ricas para as comunidades pobres não soluciona o crescente problema dos rejeitos em escala mundial. O transporte transfronteirizo de agrotóxicos proibidos, resíduos perigosos e produtos tóxicos e a exportação de “tecnologias perigosas” dos EUA – país onde a regulação e a legislação são rigorosas – para nações com uma infra-estrutura e uma legislação mais fracas, coloca em evidência a desigualdade normativa.
Os diferentes interesses e os acordos assinados pelos representantes do poder permitiram que as sustâncias venenosas dos ricos sejam oferecidas aos pobres como remédio de curto prazo para paliar a sua pobreza. Esta situação se observa tanto no plano nacional (nos EUA, onde as instalações dos resíduos e as indústria “sujas” afetam desproporcionadamente as comunidades de baixa renda e as pessoas de cor), como no plano internacional (onde os resíduos perigosos se transportam dos países membros da Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico – OCDE aos Estados não pertencentes à mesma).
As pessoas de cor que se encontram em perigo nos países industrializados do Norte têm muito em comum com as populações dos países em desenvolvimento, que também estão ameaçadas pelas empresas poluentes. Por exemplo, grupos comunitários do Norco (Estado de Luisiana) e de Ogoni (Nigéria) identificaram a Shell como uma ameaça comum. Os ativistas da justiça ambiental têm se mobilizado em grupos dentro das cidades, bairros e vilas, desde Atlanta até o Equador; do Alaska até a África do Sul; das reservas dos indígenas dos EUA às selvas tropicais da Colômbia, El Salvador e do Brasil. Estes grupos têm se organizado, educado e empoderado a si mesmo, para desafiar o Governo e as empresas industriais poluentes.
O racismo ambiental se manifesta no trato desigual que recebem os operários. Milhares de trabalhadores do campo e as suas famílias estão expostos a perigosos agrotóxicos nas terras onde laboram. Igualmente eles são obrigados a aceitar salários e condições de trabalho inferiores ao nível médio. O racismo ambiental também se expande pelo entorno das funções exploradoras e escravizantes das empresas manufatureiras de roupa, da indústria microeletrônica e das indústrias extrativistas. Uma percentagem desproporcionadamente elevada de trabalhadores que se defrontam a condições trabalhistas e de segurança mínimas são imigrantes, mulheres e pessoas de cor.
Fonte: Revista Eco 21, ano XV, Nº 98, janeiro/2005.
Seminário Cátedra da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): Democracia e Igualdade Étnico-Racial - BA
UNEB promove Seminário Cátedra da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco): Democracia e Igualdade Étnico-Racial - Evento visa discutir implantação do programa de fomento à pesquisa - Dia 25/julho, em Salvador.
Com o objetivo de discutir a implantação da Cátedra da Organização das Nações Unidas para a Educação a Ciência e a Cultura (Unesco), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB) promove no dia 25 de julho o Seminário Cátedra Unesco: Democracia e Igualdade Étnico-Racial.
A iniciativa é uma parceria entre a Editora UNEB (Eduneb) e a Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PPG). O evento acontece às 8h30 no Auditório Jurandyr Oliveira, localizado no Departamento de Educação (DEDC) do Campus I, em Salvador. Entre os participantes do seminário estão o reitor Lourisvaldo Valentim, o pró-reitor de Pesquisa e Ensino de Pós Graduação (PPG) Wilson Matos, e o representante da Unesco, Célio Cunha.
O programa Cátedras Unesco tem como objetivo qualificar o ensino superior em países em desenvolvimento, através de redes temáticas de universidades internacionais. As instituições que integram o programa realizam diversas atividades integradas de pesquisa, além de parcerias institucionais e cooperação acadêmica.
Durante o seminário promovido pela UNEB, a PPG e a Eduneb apresentarão aos professores e pesquisadores convidados um perfil do programa e um projeto preliminar da universidade para implantar a sua Cátedra Unesco.
Foram convidamos cerca de 10 pesquisadores de diversos campi da instituição, que no evento apresentarão as pesquisas desenvolvidas na universidade voltadas para a temática étnico-racial. De acordo com o pró-reitor Wilson Mattos, a expectativa é que os participantes contribuam com a proposta para qualificar o pleito da universidade.
“Caso nossa proposta seja aceita, possuiremos um selo internacional de credibilidade, o que nos possibilitará integrar as diversas atividades do programa da Unesco”, salientou Matos. No Brasil, apenas 19 universidades integram o programa, mantendo 23 Cátedras temáticas. De acordo com a diretora da Eduneb Naddija Nunes, a implantação do programa na universidade, além de fortalecer a pesquisa, serve para qualificar a instituição. “Caso a proposta da UNEB seja aceita, seremos a primeira universidade do Norte e Nordeste a ganhar o selo. Para isso, o primeiro passo, será a definição das linhas de pesquisa e a escolha de um coordenador”, disse a diretora.
Seminário “Discutindo Ações para o Enfrentamento da Aids Junto à População Negra de Salvador” - BA
Local: Hotel Sol Barra ( Porto da Barra)
Data : 24 e 25 de Julho de 2008
Horário: 24/07/08 das 13:30 às 17:3025/07/08 das 08:30 às 17:30
Informações tel: 3186-1103
Inscrições pelo e-mail: saudedapopulacaonegra@yahoo.com.br, constando nome, nº de identidade e nome da entidade da qual faz parte.
Divulgue e Participe!
domingo, 20 de julho de 2008
UEFS promove "Encontros Criminológicos" - BA
Sua presença será muito importante para o nosso evento.
Grupo de Pesquisa em Criminologia - UEFS
"Visão criminológica do fenômeno criminal: perspectivas e desafios"
professora da Universidade Católica de Louvain (Bélgica)
professor da Universidade Católica de Louvain (Bélgica)
REALIZAÇÃO:
MAIORES INFORMAÇÕES
sábado, 19 de julho de 2008
Uespi aprova implantação do sistema de cotas no Vestibular 2009
O Conselho Universitário (CONSUN), da Universidade Estadual do Piauí UESPI, aprovou a implantação do sistema de reserva de vagas (cotas) no acesso aos cursos superiores ofertados pela Instituição, de acordo com o Programa de Ações Afirmativas para a UESPI: acesso e permanência com diversidade social e étnico-racial.
Serão reservados 10% do total de vagas, ofertadas no Vestibular, a estudantes oriundos de escolas públicas, que tenham cursado todo o ensino fundamental e médio em escolas da rede pública federal, estadual ou municipal do território brasileiro. Dentro desse percentual, será feito um recorte, em que 50% das vagas serão destinadas ao aluno de escola pública que se autodeclarar negro. O sistema de cotas passa a ser oferecido já no Vestibular 2009, no qual será feita uma reserva de 10% do total de vagas do concurso.
A decisão representa um marco na história da Universidade que, enquanto entidade comprometida com o tripé ensino, pesquisa e extensão e com a qualidade de vida do povo piauiense, insere-se no contexto dos debates acerca das Ações Afirmativas medidas especiais tomadas pelo estado com o objetivo de eliminar desigualdades historicamente acumuladas, garantindo a igualdade de oportunidade e tratamento, bem como de compensar perdas provocadas pela marginalização e discriminação.
A proposta de cotas elaborada pela comissão de Ações Afirmativas da UESPI busca não só proporcionar o acesso, mas também possibilitar a permanência do aluno na instituição, através de Programas e Projetos Acadêmico -Científico-Culturais.
A iniciativa começou a ganhar forma ainda no ano de 2004, no qual os encaminhamentos para uma política de cotas passaram a fazer parte de planejamento estratégico da Instituição. Tal tendência foi confirmada posteriormente, durante a elaboração do plano de desenvolvimento Institucional PDI.
Em 2005, foi realizado o I Seminário Sobre ações Afirmativas na UESPI, durante o qual foram discutidas as bases do sistema da reserva de vagas. No mesmo ano, duas professoras da instituição participaram de um seminário em Salvador BA relativo ao incentivo a políticas de acesso e permanência em Universidades Públicas. Em 2006, a UESPI foi visitada pelo coletivo de mulheres Esperança Garcia e por um representante do SEMCAD (Secretaria Municipal da Criança e do Adolescente), que teve como propósito a observação dos procedimentos de implementação da política de cotas na Universidade.
No mesmo ano, foi lançado o Plano Estadual da Política de Promoção da Igualdade Étnico-Racial, que apontou a UESPI como parceira na empreitada de desenvolver iniciativas de acesso às Universidades públicas, bem como a permanência.
Em 2007, a reitora Valéria Madeira participou de uma audiência pública na Assembléia Legislativa Estadual sobre o assunto já havendo uma proposta de lei para a reserva de vagas. Na ocasião, ficou acordado que a UESPI realizaria um segundo Seminário a fim de aprofundar as discussões sobre as cotas e que os parlamentares formassem uma comissão para dialogar com a Universidade. A referida comissão e um grupo de professores visitaram a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) para presenciar a experiência daquela IES com a oferta de cotas e, posteriormente, foi realizado o II Seminário sobre Ações Afirmativas no Ensino Superior.
Esta é uma grande contribuição para a qualidade de vida da população, pois estaremos contribuindo para a democratização do acesso aos Cursos Superiores, ressaltou a professora Socorro Machado, pró-reitora de Extensão, Assuntos Estudantis e Comunitários da UESPI, que frisou ainda o fato de que o percentual de vagas destinadas ao sistema de cotas será discutido anualmente pelo CONSUN, de acordo com as condições estruturais e orçamentárias da Instituição. A oferta de cotas na UESPI foi projetada para uma experiência de 12 anos, quando será reavaliada sua continuidade, em virtude de seu caráter temporário.
Edição: Allisson Paixão
sexta-feira, 18 de julho de 2008
Haddad anuncia a criação de universidade Afro-brasileira para 2009
Publicada em 17/07/2008 às 21h48mO Globo Online
RIO - Depois da Universidade Latino-Americana (Unila), agora é vez de uma universidade da África. É o que anunciou o ministro da Educação, Fernando Haddad, durante a cerimônia de sanção do projeto de lei que criou o piso nacional de R$ 950 para professores, nesta quarta-feira . Segundo Haddad, a idéia é que a instituição, que se chamará Universidade Federal de Integração Luso-Afrobrasileira (Unilab), forme estudantes para ajudar o desenvolvimento do continente. Para tanto, cerca de metade das vagas se destinaria a alunos brasileiros e a outra metade para africanos. A expectativa é que a Unilab comece a funcionar a partir do segundo semestre de 2009. Sua sede será em Redenção, no Ceará.
"Nós vamos encaminhar ao Congresso Nacional, nas próximas semanas, o projeto de lei para criar a universidade, voltada para os países da África, sobretudo os da língua portuguesa. Da mesma maneira que nós estamos preparando um projeto político-pedagógico ousado para a Unila, nós queremos a mesma coisa com a Universidade da África", disse o ministro ao site da Agência Brasil.
De acordo com Haddad, Redenção foi escolhida por ser o primeiro município que aboliu a escravidão. Além disso, existe a necessidade de uma instituição de ensino superior na região.
"Já estamos com um grupo de trabalho analisando a proposta em diálogo com os membros da CPLP (Comunidade de Países de Língua Portuguesa), com a UNESCO e com a nossa academia para que o projeto pedagógico atenda às necessidades da África e seja digno da nossa amizade com os povos africanos", antecipou Haddad.
O coordenador da comissão responsável pelo implantação da nova universidade, Paulo Speller, justificou que a África é a região mais pobre e miserável, e o Brasil tem uma relação histórica com ela na sua formação. De acordo com Speller, os cursos serão oferecidos em quatro áreas, definidas inicialmente a partir das demandas africanas, tais como ciências agrárias, saúde, formação de professores e gestão. O coordenador disse que haverá pólos da universidade em todos os países-membros da CPLP: Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, Timor-Leste, Cabo Verde e Portugal.
"Ela será financiada pelo governo brasileiro, mas já há a manifestação de organismos internacionais que querem participar, inclusive financiando", afirmou.
Segundo Speller, o anúncio oficial da criação da Unilab será feito na VII Conferência de Chefes de Estado e de Governo da CPLP, que se realizará no dia 25 de julho, em Lisboa
Encontro com a África e sua Arte Contemporânea - BA
Conferencistas Simon Njami e Fernando Alvim
25 de Julho, 18h30 - 22h
MAM
Qual a imagem que temos da arte africana? O que conhecemos da produção mais recente dos artistas provenientes dos 53 países que compõem este continente? O que de fato caracteriza a arte contemporânea da África?
No dia 25 de julho, dois dos principais dinamizadores da cena artística africana – Fernando Alvim e Simon Njami – estarão em Salvador para responder estas e outras questões, na Conferência África Contemporânea, no Museu de Arte Moderna da Bahia, às 19h.
A Conferência visa fortalecer o intercâmbio entre os artistas locais, o MAM e os curadores africanos, como uma etapa preparatória para a participação da Bahia na II Trienal de Luanda e para a realização da Mostra Pan-Africana de Arte Contemporânea, que acontecerá no MAM em 2010.
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Sobre Fernando Alvim
Vice-Presidente da Fundação Sindika Dokolo, Fernando Alvim é um dos principais atores da cena artística angolana. Trabalhando simultaneamente como artista e como comissário de exposições, Alvim levou para Bruxelas, em 1999, o Camouflage - um espaço expositivo cuja principal intenção era dar visibilidade à produção artística africana na Europa. Nos últimos anos, Alvim idealizou e continua a dirigir a Trienal de Arte de Luanda, uma das principais plataformas para a arte contemporânea angolana. Durante este ano, comissariou, juntamente com Simon Njami, o projecto "Check List - Luanda Pop", durante a Bienal de Veneza. "Check List", realizado a partir da coleção da Fundação Sindika Dokolo, reúne o trabalho de cerca de 30 artistas africanos e pretende dar uma visão do panorama mais significativo da criação africana dos dias de hoje.
Sobre Simon Njami
Editor-chefe da Revue Noire, revista iniciada em 1991 com o objetivo de mostrar uma outra África, Simon Njami iniciou sua carreira cultural com a organização do evento Ethnicolor, realizado em Paris, em 1987. Esta mostra reunia artistas europeus, africanos, norte-americanos, caribenhos, entre outros, com a proposta de que os espectadores adivinhassem a origem do artista através da observação de suas obras. Entre seus mais recentes trabalhos está a curadoria do evento África Remix (no Centre Georges Pompidou, em Paris).
Sobre a Fundação Sindika Dokolo
A Fundação Sindika Dokolo tem desenvolvido, nos últimos quatro anos, uma política cultural de produção de instrumentos e mecanismos culturais, econômicos e políticos para o desenvolvimento da arte contemporânea africana. A criação da Sindika Dokolo Coleção Africana de arte contemporânea, a sustentação do movimento cultural em Luanda, a produção da Primeira Trienal de Luanda e a concepção e a materialização do Primeiro Pavilhão Africano na 52ª Bienal de Veneza, tornaram-se fatos culturais no contexto africano e mundial, produzidos pela instituição.
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