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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO
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terça-feira, 16 de dezembro de 2008
segunda-feira, 15 de dezembro de 2008
Divergências e falta de quórum adiam audiência pública sobre cotas nas universidades
15/12/2008 - 17h57
A audiência pública conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ); de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH); e de Educação, Cultura e Esporte (CE) tem como objetivo instrumentar os senadores sobre a matéria.
O projeto prevê subdivisões da percentagem das vagas destinadas a alunos das escolas públicas de ensino médio. Desse total, uma parte se destinaria a alunos cuja renda per capita familiar não seja maior que 1,5 salários mínimos, e outra parte aos alunos que se autodeclarem negros, pardos e indígenas, de acordo com o percentual estadual apurado pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano 2000.
O autor do requerimento para a realização da audiência, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), disse que da forma como está redigido o projeto "acaba havendo um certo preconceito contra o branco pobre". Em sua avaliação, o projeto traz uma coisa, enquanto seus defensores dizem que está escrita outra.
- O branco pobre está contemplado, mas não naquela metade em que deveria estar. Na realidade, o negro entra ali também, junto com o índio e o pardo. Então nós precisamos estabelecer bem como vai ser essa divisão. Porque se ficar obscuro, o grande desprotegido passa a ser o branco pobre que recebe menos que 1,5 salários mínimos. Nós vamos estabelecer uma cota muito grande, que vai contemplar todos os grupos raciais menos o branco pobre - alertou.
Demóstenes disse que o projeto "está muito mal redigido", insistindo que a lei precisa ser clara. O senador assinalou que não se trata de ter opinião sobre A ou B, mas de saber o que está sendo votado para evitar que uma mudança radical do sistema educacional brasileiro seja aprovada de qualquer maneira e acabe prejudicando mais do que beneficiando.
- Não é algo simples; é muito profundo. Se formos votar assim, amanhã é a Justiça que vai decidir. Vamos ficar quatro, cinco, dez anos, para a Justiça decidir isso. Então vamos clarear, saber o que está sendo votado e o brasileiro vai compreender o que vai ser votado. Bom ou ruim, vence a maioria sempre - lembrou
A relatora da matéria na CCJ, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), disse que, do seu ponto de vista, o texto do projeto está claro e que a questão é política. Para ela, o projeto está tramitando no Congresso Nacional há quase dez anos porque "muitos não querem que a lei seja aprovada".
Serys ressaltou que os pobres, os negros, os índios e os pardos não têm chance de chegar à universidade pública.
- É um momento decisivo na sociedade brasileira para que eles tenham oportunidade. Eu espero que chegue o dia em que não seja mais preciso cota, mas, enquanto precisar, nós temos que trabalhar para que isso aconteça - afirmou.
Ricardo Icassatti / Agência Senado
Ideli sugere votação em Plenário, na quarta-feira, de projeto que amplia vagas em universidades para estudantes de escolas públicas
As cotas para negros: por que mudei de opinião
especialista em Políticas Públicas e Governo (EPPG/UFRJ), professor
e escritor, caucasiano e de olhos azuis.
Roberto Lyra, Promotor de Justiça, um dos autores do Código Penal de 1940, ao lado de Alcântara Machado e Nelson Hungria, recomendava aos colegas de Ministério Público que "antes de se pedir a prisão de alguém deveria se passar um dia na cadeia". Gênio, visionário e à frente de seu tempo, Lyra informava que apenas a experiência viva permite compreender bem uma situação.
Quem procurar meus artigos, verá que no início era contra as cotas para negros, defendendo – com boas razões, eu creio – que seria mais razoável e menos complicado reservá-las apenas para os oriundos de escolas públicas. Escrevo hoje para dizer que não penso mais assim. As cotas para negros também devem existir. E digo mais: a urgência de sua consolidação e aperfeiçoamento é extraordinária.
Embora juiz federal, não me valerei de argumentos jurídicos. A Constituição da República é pródiga em planos de igualdade, de correção de injustiças, de construção de uma sociedade mais justa. Quem quiser, nela encontrará todos os fundamentos que precisa. A Constituição de 1988 pode ser usada como se queira, mas me parece evidente que a sua intenção é, de fato, tornar esse país melhor e mais decente. Desde sempre as leis reservaram privilégios para os abastados, não sendo de se exasperarem as classes dominantes se, umas poucas vezes ao menos, sesmarias, capitanias hereditárias, cartórios e financiamentos se dirigirem aos mais necessitados.
Não me valerei de argumentos técnicos nem jurídicos dado que ambos os lados os têm em boa monta, e o valor pessoal e a competência dos contendores desse assunto comprovam que há gente de bem, capaz, bem intencionada, honesta e com bons fundamentos dos dois lados da cerca: os que querem as cotas para negros, e os que a rejeitam, todos com bons argumentos.
Por isso, em texto simples, quero deixar clara minha posição como homem, cristão, cidadão, juiz, professor, "guru dos concursos" e qualquer outro adjetivo a que me proponha: as cotas para negros devem ser mantidas e aperfeiçoadas. E meu melhor argumento para isso é o aquele que me convenceu a trocar de lado: "passar um dia na cadeia". Professor de técnicas de estudo, há nove anos venho fazendo palestras gratuitas sobre como passar no vestibular para a EDUCAFRO, pré-vestibular para negros e carentes.
Mesmo sendo, por ideologia, contra um pré-vestibular "para negros", aceitei convite para aulas como voluntário naquela ONG por entender que isso seria uma contribuição que poderia ajudar, ou seja, aulas, doação de livros, incentivo. Sempre foi complicado chegar lá e dizer minha antiga opinião contra cotas para negros, mas fazia minha parte com as aulas e livros. E nessa convivência fui descobrindo que se ser pobre é um problema, ser pobre e negro é um problema maior ainda.
Meu pai foi lavrador até seus 19 anos, minha mãe operária de "chão de fábrica", fui pobre quando menino, remediado quando adolescente. Nada foi fácil, e não cheguei a juiz federal, a 350.000 livros vendidos e a fazer palestras para mais de 750.000 pessoas por um caminho curto, nem fácil.. Sei o que é não ter dinheiro, nem portas, nem espaço. Mas tive heróis que me abriram a picada nesse matagal onde passei. E conheço outros heróis, negros, que chegaram longe, como Benedito Gonçalves, Ministro do STJ, Angelina Siqueira, juíza federal. Conheço vários heróis, negros, do Supremo à portaria de meu prédio.
Apenas não acho que temos que exigir heroísmo de cada menino pobre e negro desse país. Minha filha, loura e de olhos claros, estuda há três anos num colégio onde não há um aluno negro sequer, onde há brinquedos, professores bem remunerados, aulas de tudo; sua similar negra, filha de minha empregada, e com a mesma idade, entrou na escola esse ano, escola sem professores, sem carteiras, com banheiro quebrado. Minha filha tem psicóloga para ajudar a lidar com a separação dos pais, foi à Disney, tem aulas de Ballet. A outra, nada, tem um quintal de barro, viagens mais curtas. A filha da empregada, que ajudo quanto posso, visitou minha casa e saiu com o sonho de ter seu próprio quarto, coisa que lhe passou na cabeça quando viu o quarto de minha filha, lindo, decorado, com armário inundado de roupas de princesa. Toda menina é uma princesa, mas há poucas das princesas negras com vestidos compatíveis, e armários, e escolas compatíveis, nesse país imenso. A princesa negra disse para sua mãe que iria orar para Deus pedindo um quarto só para ela, e eu me incomodei por lembrar que Deus ainda insiste em que usemos nossas mãos humanas para fazer Sua Justiça. Sei que Deus espera que eu, seu filho, ajude nesse assunto. E se não cresse em Deus como creio, saberia que com ou sem um ser divino nessa história, esse assunto não está bem resolvido. O assunto demanda de todos nós uma posição consistente, uma que não se prenda apenas à teorias e comece a resolver logo os fatos do cotidiano: faltam quartos e escolas boas para as princesas negras, e também para os príncipes dessa cor de pele.
Não que tenha nada contra o bem estar da minha menina: os avós e os pais dela deram (e dão) muito duro para ela ter isso. Apenas não acho justo nem honesto que lá na frente, daqui a uma década de desigualdade, ambas sejam exigidas da mesma forma.. Eu direi para minha filha que a sua similar mais pobre deve ter alguma contrapartida para entrar na faculdade. Não seria igualdade nem honesto tratar as duas da mesma forma só ao completarem quinze anos, mas sim uma desmesurada e cruel maldade, para não escolher palavras mais adequadas.
Não se diga que possamos deixar isso para ser resolvido só no ensino fundamental e médio. É quase como não fazer nada e dizer que tudo se resolverá um dia, aos poucos. Já estamos com duzentos anos de espera por dias mais igualitários. Os pobres sempre foram tratados à margem. O caso é urgente: vamos enfrentar o problema no ensino fundamental, médio, cotas, universidade, distribuição de renda, tributação mais justa e assim por diante. Não podemos adiar nada, nem aguardar nem um pouco.
Foi vendo meninos e meninas negros, e negros e pobres, tentando uma chance, sofrendo, brilhando nos olhos uma esperança incômoda diante de tantas agruras, que fui mudando minha opinião. Não foram argumentos jurídicos, embora eu os conheça, foi passar não um, mas vários "dias na cadeia". Na cadeia deles, os pobres, lugar de onde vieram meus pais, de um lugar que experimentei um pouco só quando mais moço. De onde eles vêm, as cotas fazem todo sentido.
Se alguém discorda das cotas, me perdoe, mas não devem faze-lo olhando os livros e teses, ou seus temores. Livros, teses, doutrinas e leis servem a qualquer coisa, até ao nazismo. Temores apenas toldam a visão serena. Para quem é contra, com respeito, recomendo um dia "na cadeia". Um dia de palestra para quatro mil pobres, brancos e negros, onde se vê a esperança tomar forma e precisar de ajuda. Convido todos que são contra as cotas a passar conosco, brancos e negros, uma tarde num cursinho pré-vestibular para quem não tem pão, passagem, escola, psicólogo, cursinho de inglês, ballet, nem coisa parecida, inclusive professores de todas as matérias no ensino médio.
Se você é contra as cotas para negros, eu o respeito. Aliás, também fui contra por muito tempo. Mas peço uma reflexão nessa semana: na escola, no bairro, no restaurante, nos lugares que freqüenta, repare quantos negros existem ao seu lado, em condições de igualdade (não vale porteiro, motorista, servente ou coisa parecida). Se há poucos negros ao seu redor, me perdoe, mas você precisa "passar um dia na cadeia" antes de firmar uma posição coerente não com as teorias (elas servem pra tudo), mas com a realidade desse país. Com nossa realidade urgente. Nada me convenceu, amigos, senão a realidade, senão os meninos e meninas querendo estudar ao invés de qualquer outra coisa, querendo vencer, querendo uma chance.
Ah, sim, "os negros vão atrapalhar a universidade, baixar seu nível", conheço esse argumento e ele sempre me preocupou, confesso. Mas os cotistas já mostraram que sua média de notas é maior, e menor a média de faltas do que as de quem nunca precisou das cotas. Curiosamente, negros ricos e não cotistas faltam mais às aulas do que negros pobres que precisaram das cotas. A explicação é simples: apesar de tudo a menos por tanto tempo, e talvez por isso, eles se agarram com tanta fé e garra ao pouco que lhe dão, que suas notas são melhores do que a média de quem não teve tanta dificuldade para pavimentar seu chão. Somos todos humanos, e todos frágeis e toscos: apenas precisamos dar chance para todos.
Precisamos confirmar as cotas para negros e para os oriundos da escola pública. Temos que podemos considerar não apenas os deficientes físicos (o que todo mundo aceita), mas também os econômicos, e dar a eles uma oportunidade de igualdade, uma contrapartida para caminharem com seus co-irmãos de raça (humana) e seus concidadãos, de um país que se quer solidário, igualitário, plural e democrático. Não podemos ter tanta paciência para resolver a discriminação racial que existe na prática: vamos dar saltos ao invés de rastejar em direção a políticas afirmativas de uma nova realidade.
Se você não concorda, respeito, mas só se você passar um dia conosco "na cadeia". Vendo e sentindo o que você verá e sentirá naquele meio, ou você sairá concordando conosco, ou ao menos sem tanta convicção contra o que estamos querendo: igualdade de oportunidades, ou ao menos uma chance. Não para minha filha, ou a sua, elas não precisarão ser heroínas e nós já conseguimos para elas uma estrada. Queremos um caminho para passar quem não está tendo chance alguma, ao menos chance honesta. Daqui a alguns poucos anos, se vierem as cotas, a realidade será outra. Uma melhor. E queremos você conosco nessa história.
Não creio que esse mundo seja seguro para minha filha, que tem tudo, se ele não for ao menos um pouco mais justo para com os filhos dos outros, que talvez não tenham tido minha sorte. Talvez seus filhos tenham tudo, mas tudo não basta se os filhos dos outros não tiverem alguma coisa. Seja como for, por ideal, egoísmo (de proteger o mundo onde vão morar nossos filhos), ou por passar alguns dias por ano "na cadeia" com meninos pobres, negros, amarelos, pardos, brancos, é que aposto meus olhos azuis dizendo que precisamos das cotas, agora..
E, claro, financiar os meninos pobres, negros, pardos, amarelos e brancos, para que estudem e pelo conhecimento mudem sua história, e a do nosso país comum pois, afinal de contas, moraremos todos naquilo que estamos construindo.
Então, como diria Roberto Lyra, em uma de suas falas, "O sol nascerá para todos.. Todos dirão – nós – e não – eu. E amarão ao próximo por amor próprio. Cada um repetirá: possuo o que dei. Curvemo-nos ante a aurora da verdade dita pela beleza, da justiça expressa pelo amor."
Justiça expressa pelo amor e pela experiência, não pelas teses. As cotas são justas, honestas, solidárias, necessárias. E, mais que tudo, urgentes. Ou fique a favor, ou pelo menos visite a cadeia.
domingo, 14 de dezembro de 2008
Estudantes cotistas valorizam mais a vaga na universidade, revela estudo
De acordo com a pedagoga, os cotistas negros obtiveram notas melhores do que os demais alunos em 27 cursos da UnB. No curso de música, por exemplo, as notas dos cotistas são 19% superiores às dos demais estudantes. Eles também se destacam em cursos como matemática, em que a diferença é de 15%, artes cênicas (14%), artes plásticas (14%), ciências da computação (13%) e física/licenciatura (12%).
De acordo com Claudete Cardoso, uma das explicações para o melhor desempenho é que os cotistas valorizam mais o fato de passar no vestibular e entrar na universidade, o que para eles pode representar uma possibilidade de mobilidade social.
“Até porque [geralmente] eles não conseguem entrar na universidade, então vêm as cotas, eles têm uma chance maior e tem sido atribuído esse melhor desempenho deles a um maior esforço para preservar a vaga, para chegar ao fim do curso”, disse a pesquisadora, em entrevista à Agência Brasil.
O estudo também mostrou que, em geral, os alunos cotistas têm desempenho melhor nos cursos da área de humanidades, rendimento semelhante ao dos demais na área de saúde e notas inferiores em alguns cursos de exatas, particularmente as engenharias. Isso porque são cursos que requerem uma base melhor do ensino médio, segundo Claudete.
“O aluno já entrou sabendo que uma das dificuldades é a barreira do vestibular, por isso a instituição das cotas. Na universidade ele precisa dessa base, é uma base que ele necessariamente vai ter que ter, então a dificuldade que ele encontra no vestibular se repete na universidade, por isso a diferença entre eles é bem maior e o cotista vai pior do que o não-cotista”, explicou.
Isso justifica as notas menores em cursos como engenharia civil (41% inferior às dos não-cotistas), engenharia mecatrônica (-32%) e engenharia elétrica (-12%).
Por outro lado, o caso do curso de matemática – no qual, apesar de ser da área das ciências exatas, os cotistas têm notas melhores – se justifica por ser um curso pouco prestigiado, não só na universidade, mas também socialmente e em termos de remuneração para o profissional.
De acordo com Claudete, em geral, os alunos acabam desistindo da carreira, já que o curso demanda um esforço relativamente grande, mas nem sempre dá o retorno profissional desejado. Para os cotistas, a visão é diferente. “Eles dão muito valor ao curso, mesmo que seja um curso de baixo prestígio social.”
Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/12/14/materia.2008-12-14.7115375794/materia_view
II Bahia Afro Festival Film - BA
O II Bahia Afro Festival Film acontece em Salvador a partir
desta segunda-feira, dia 15 de dezembro, com um seminário
que discutirá o uso do audiovisual no ensino da história da
África e da cultura afro-brasileira.
O Festival prossegue até o dia 21 de dezembro, exibindo
filmes gratuitos na Senzala do Barro Preto, sede do Ilê
Aiyê, no Curuzu.
A cerimônia de abertura será dia 16 de dezembro, às 20h,
com o filme "Até Oxalá vai a guerra", sobre a demolição
de um terreiro de
Candomblé pela Prefeitura de Salvador.
E o encerramento contará com um grande show de música
negra, com Aloísio Menezes, Márcia Short, Wil Carvalho,
Gerônimo e o DJ Sankofa.
PROGRAMAÇÃO
Baff – Senzala do Barro Preto – ILÊ AIYÊ
Dia 16 de dezembro (terça-feira)
20h
SOLENIDADE DE ABERTURA
Exibição:
“Jornal do Festival” 08 '
“Até Oxalá vai a Guerra”
de Carlos Pronzato e Stefano Barbi. prod.:Mestiça Filmes.
Doc cor. 40' Brasil 2008
sinopse: Em fevereiro de 2008, a prefeitura de Salvador,
demoliu o terreiro de candomblé OYÁ ONIPÓ NETO, configurado um ato
de intolerância religiosa, e violência frente as influências
culturais e africanas na Bahia.
Debate com a presença dos realizadores e convidados especiais.
Dia 17 de dezembro (quarta-feira)
Das 10 às 12h
“Jornal do festival”
“Coletânea de desenhos animados com personagens afro–descendentes”
“Orixás da Bahia”
de Lázaro Faria – Prod. Casa de Cinema da Bahia
Doc. Cor 40' Brasil 2000.
sinopse: Filme educativo cultural sobre 10 (dez) orixás de
origem yorubá. Este filme teve a supervisão de Mãe Stella de
Oxóssi, uma das mais importantes yalorixás do Candomblé.
Das 14 às 16h
Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart House Film Boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
sinopse: pontuado ritmicamente aos sons de flauta e piano, a
câmera passeia livremente por um grupo de Ballet Creole,
revivendo gestos e expressões de liberdade.
Filme: “Jornal do Festival”
Filme “Nappy Heads” - de Sabrina Moella - prod. Hart House Film
Boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
Filme: “Sete Dias em Burkina”, de Carlinhos Antunes e Márcio
Wernek – prod. Linha do tempo e Mundano prod.
Doc. Cor 52' Brasil 2006
sinopse: Documentário que retrata a história e a cultura de
Burkina Faso, país da África Ocidental, apontado pelo IDH
- Índice de Desenvolvimento Humano – como o penúltimo país
mais pobre do mundo. O país abriga um dos festivais de
música mais importante do continente, o NAK – Festival Noites
Atípicas de Koudougou.
Das 17 às 19h.
Filme: “Jornal do Festival”
Filme: “Mandinga em Manhatan” de Lazaro Faria – prod. Casa
de Cinema da Bahia
Doc. Cor 50' Brasil 2005
sinopse: o filme retrata a diáspora da capoeira a partir
da Bahia e sua chegada aos cinco continentes, através dos
mestres de capoeira.
Filme: “Samba riachão” de Jorge Alfredo – prod. Truq cine
vídeo
Doc. Cor 80' Brasil 2001
sinopse: Samba Riachão percorre os caminhos sinuosos de
um artista popular negro,pobre e famoso que vestido de
malandro e possuído pelo samba, se tornou uma lenda viva
ao povo brasileiro.
Das 20 às 22h.
Filme: “Jornal do Festival”
“Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house film boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
Filme: ”NZINGA” de Octávio Bezerra – prod. Rode de la
Creta
ficção cor 120' Brasil
sinopse: o filme é sobre a teia da percussão, desde
o toque ancestral do candomblé até a música
contemporânea afro-brasileira e retrata um Brasil
mestiço que ginga protegido pela rainha NZinga.
Dia 18 de dezembro (quinta-feira)
A partir das 10h
Filme: “Jornal do festival”
“Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house film boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
Filme: “O pescador de estrelas” de Marcela Rincon
– prod. Animação cor 12' Colômbia
sinopse: um tributo a imaginação infantil e a
tradição oral do pacífico colombiano tendo como
cenário as praias de Pianguita para contar uma
história de amor salpicada de fantasias.
Filme: “Coletânea de desenho animado” animação cor 71'
Das 14 às 16h.
Filme: “Jornal do festival”
Filme: “Orixá da Bahia “ - prod. Casa de Cinema da Bahia
Doc. Cor 40' Brasil 2000
Filme: “Em nome de Cristo” - de Roger M'Bala
prod. Abyssa filmes/amka filmes
ficção cor 82' Africa 1993
sinopse: numa pequena aldeia da costa africana,
vive um pobre criador de porcos desprezado por
todos. Um dia, teve a visão de um deus criança
que o escolhe para salvar seu povo. Ele se torna
então Magloire. primeiro primo de Cristo, funda
uma seita, e a aldeia fica dividida entre
seguidores e acusadores estabelecendo o conflito.
Das 17 às 19h
Filme: “Jornal do festival”
Filme: “A Vênus da Lapa”, de Flávio Leandro
prod. Jabi Onsky prod.
Ficção cor 12' Brasil 2007
sinopse: baseado em um conto de Lígia fagundes
Telles, narra a vida de um mecânico que se apaixona
por um travesti num cabaré do RJ.
Filme: “DRUM” de Zola Mazeko
prod. Black roots pictures
ficção cor 104' Africa do Sul 2004.
sinopse: Drum é um filme sobre a vida de um
jornalista famoso em Sofhia Town, bairro símbolo
da resistência cultural em Johannesburg - África
do Sul. O jornalista denuncia as condições que os
negros vivem na época da segregação.
Das 20 às 22h.
Filme: “Jornal do festival”
Filme: “Manuel Zapata, abridor de caminhos”, de
Maria Lopez.
Prod. Azul e Naranja prod.
Doc. Cor 28' Colômbia 2007
sinopse: a vida de Manuel Zapata, um dos afro -
colombianos mais destacados do século XX, escritor, antropólogo e cientista social. Zapata, mais que isso, um vagabundo aventureiro apaixonado por viagens e pela natureza, sempre buscando caminhos para seu povo.
Filme: “Negro Pacífico” de Andrea Arboleda e J. Muñoz
prod. Manu generacion áudio virtual
Doc. Cor 52' Colômbia 2004
sinopse: o documentário põe em cena a vida de “El
suave”, que regressa a sua terra para reencontrar
sua mãe e sua história.
Filme: “Até Oxalá vai a guerra” de Carlos Pronzato
e Stefano Barbi.
Prod.: Mestiça Áudio. Virtual
Doc. Cor 40' Brasil 2008
Dia 19 de dezembro (Sexta-feira)
Das 10 às 12h.
Filme: “Jornal do Festival”
Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house film boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
Filme: “Coletânea de desenhos animados dos com
personagens afro–descendentes”
de Lázaro Faria – Prod. Casa de Cinema da Bahia
animação cor 71'
Das 14 às 16 h.
Filme: “Jornal do Festival”
Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house filme boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
Filme: “Sete dias em Burkina”
de Carlinhos Antunes e Márcio Werneck
prod. Linha do tempo / mudano produções
Doc. Cor 52' Brasil
Filme: “Família Alcântara”
de Lilian e Daniel santiago
prod. Terra firme digital
Doc. Cor 56' Brasil 2004
Sinopse: a Família Alcântara é composta por 65
pessoas e suas origens remetem-se à bacia do
Rio Congo, no continente africano. Atualmente
vivem na cidade de João Monlevade, na região
mais conhecida como Vale do Aço. Através de um
intenso trabalho cultural seguem sua história,
mantida por séculos de tradição oral.
Das 17 às 19h
Filme: “Jornal do Festival”
Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house filme boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
Filme: “DRUM” de Zola Mazeko
prod. Black roots pictures
ficção cor 104' Africa do Sul 2004.
A partir das 20h
Filme: “Jornal do Festival”
Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house film boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
Filme: “Cidade das mulheres” de Lázaro Faria
prod. Casa de cinema da Bahia
Doc. Cor 72' Brasil 2004.
Filme: “Balé de pé no chão”
de Lilian Santiago e marina Monteiro
prod. Terra firme digital
Doc. Cor 52' Brasil 2005.
Sinopse: a origem a ascensão de Mercedes batista, a
1º bailarina clássica negra brasileira, que após
enfrentar as discriminações e preconceitos, se torna
a famosa e respeitada bailarina no Brasil e no
exterior, um exemplo de talento e determinação.
Dia 20 de dezembro (Sábado)
A partir das 20h.
· CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO
Filme: “Jornal do Festival”
Homenageados:
· Luiz Orlando (in memorian) - Cineclubista
· Ruth de Souza - Atriz
· Antônio Carlos dos Santos - Vovô do Ilê Aiyê
· João Silva - Publicitário
l Premiação de melhor Filme com entrega do troféu
“Casa de Cinema da Bahia”
l Menções honrosas com troféus.
Filme: “exibição do filme premiado”
Show Musical de encerramento com os artistas:
· Will Carvalho
· Aloísio Menezes
· Gerônimo
· Márcia Short
sábado, 13 de dezembro de 2008
quarta-feira, 10 de dezembro de 2008
Leis e decretos no Brasil relativos aos escravos e africanos
Manda castigar com açoites os escravos capoeiras presos em flagrante delicto.
Chegando ao conhecimento de S. Real a desagradavel certeza de reiterados factos praticados pelos negros capoeiras em prejuizo do socego e tranquilidade publica, a ponto de chegarem a quebrar com pedras as vidraças de alguma casa desta Cidade; sem que das ulteriores ordens para evitar estes e outros acontecimentos tenha resultado o util fim, que era de esperar; Manda o Principe Regente, pela Secretaria de Estado dos Negocios da Guerra, estranhar ao Coronel Commandante do Corpo da Guarda Real da Policia, o pouco cuidado que tem tomado em prevenir taes acontecimentos, autorisando-o novamente para que, logo que qualquer escravo capoeira fôr achado neste flagrante delicto, seja immediatamente levado ao Posto mais vizinho, e ahi soffra a pena de 100 açoites, sendo logo depois entregue a seu senhor, quando outra culpa não tenha commettido: devendo o referido Coronel Commandante, que ficar responsável pelo deleixo em que cahir o activo cumprimento desta ordem, facilitar 4 dias de licença à proporção do numero dos delinquentes que capturar. Paço, 6 de janeiro de 1822 – Carlos Frederico de Caula.
DECRETO – DE 25 DE JUNHO DE 1831
Proibe a admissão de escravos como trabalhadores ou como officiaes das artes necessarias, nas estações públicas da Provincia da Bahia.
A Regência em nome do Imperador , o Senhor D. Pedro II. Tem Sanccionado e Manda que se execute o que resolveu a Assembleia Geral Legislativa, sobre Resolução do Conselho Geral da Provincia da Bahia.
Art. 1º – Nas Estações publicas desta Provincia não serão admittidos escravos, como trabalhadores, ou como officiaes das artes necessarias; enquanto houverem ingenuos ou libertos, que nella queiram empregar-se.
Art. 2º – Os ditos ingenuos ou libertos serão convidados para trabalharem, ou exercitarem as respectivas artes, por meio de editaes, não sómente affixados nos lugares publicos e portas das Estações; mas ainda impressos em folhas, declarando-se nelles os jornaes, que hão de vencer, e outras quaesquer vantagens, se as houver.
Art. 3º - Ainda depois do prazo de mercado nos editaes, apparecendo pessoas livres, que queiram ser admittidas, devel-o- hão logo ser, excluindo-se os escravos, que estejam trabalhando, ou exercendo alguma arte, porque não houvesse pessoas livres.
Art 4º - O Chefe de qualquer Repartição Publica, que contravier as presentes disposições , pela primeira vez será obrigado a pagar a sua fazenda aos escravos os jornaes vencidos; e no caso de estares já pagos, reporá a sua importancia, que reverterá em proveito do municipio. Pela Segunda vez, ficará sujeito à mesma pena, e a tres mezes de suspensão. E pela terceira vez, de mais declarado inhabil, para continuar no exercício do emprego.
Manoel José de Souza França, do Conselho do mesmo Imperador, Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Justiça, encarregado interinamente dos do Imperio , o tenha assim entendido, e faça executar.
Palacio do Rio de Janeiro em vinte e cinco de Junho de mil oitocentos trinta e um, decimo da Independencia e do Imperio.
FRANCISCO DE LIMA E SILVA
JOSÉ DA COSTA CARVALHO
JOAO BRAULIO MONIZ.
Manoel José de Souza França
FONTE: Mensagem eletrônica de João Jorge - Olodum
Lançamento de "Cadernos Negros - v. 31" - SP
na FAM - Faculdade das Américas
Rua Augusta, 973 - a três quarteirões da Av. Paulista - Metrô Consolação
Entrada Franca.
Lançamento do livro:
CADERNOS NEGROS - Volume 31
Autores: Ademiro Alves (Sacolinha), Claudia Waleska, Cuti, Dirce Pereira do Prado, Edson Robson Alves dos Santos, Elio Ferreira, Esmeralda Ribeiro, Fausto Antonio, Jamu Minka, Luiz de Oliveira, Márcio Barbosa, Mel Adun, Miriam Alves, Neurival, Tico de Sousa, Rubens Augusto, Sergio Ballouk, Sidney Oliveira e Ruimar Batista.
Shows, bate papo literário afro, encenações, coquetel e noite de autógrafos.
Maiores informações: www.quilombhoje.com.br
quilombhoje@quilombhoje.com.br
As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição
Mário Theodoro (org.) Luciana Jaccoud Rafael Guerreiro e Osório Sergei Soares / Brasília, 2008 |
O livro apresenta um conjunto de estudos enfocando diversos aspectos da questão racial no Brasil. Inicia com um enfoque histórico (capítulo 1), que analisa a formação do mercado de trabalho brasileiro à luz do passado escravista e da transição para o trabalho livre. Na seqüência, há um capítulo (2) sobre a discriminação racial e a ideologia do branqueamento que ganham força, sobretudo a partir da abolição. O terceiro capítulo trata do tema racial tendo em vista as diferentes abordagens sobre a questão da mobilidade social, proporcionando um rico quadro da trajetória dos estudos relacionados ao tema. Os capítulos 4 e 5 tratam dos dados mais recentes sobre as desigualdades raciais, extraídos da Pnad: um sobre os aspectos demográficos outro sobre os diferencias de renda. Já o capítulo 6 trata das políticas públicas de combate à desigualdade racial no Brasil, seus limites e abrangência. Finalmente, no capítulo 7 são apresentadas algumas conclusões com base no que foi discutido nos capítulos anteriores. Solicitação de exemplares: glaucia@ipea.gov.br |
segunda-feira, 8 de dezembro de 2008
Câmara reconhece prática de capoeira como profissão
Mabel retirou a exigência de inscrição do mestre capoeirista na Confederação Brasileira de Capoeira.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na última quarta-feira (3), em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 7150/02, do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que reconhece a prática de capoeira como profissão. O projeto já aprovado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público segue para a análise do Senado.
Pela proposta, o capoeirista passa a ser considerado atleta profissional, apto a participar de eventos públicos ou privados mediante remuneração. A capoeira já é reconhecida como manifestação cultural de dança, de luta ou de outras formas de competição.
A CCJ aprovou o parecer do relator, deputado Sandro Mabel (PR-GO), pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa do projeto, com emenda que suprime a exigência de inscrição do mestre capoeirista na Confederação Brasileira de Capoeira (CBC). Segundo Mabel, essa exigência criaria indesejável reserva de mercado, em conflito com o princípio do livre exercício profissional.
Íntegra da proposta:
- PL-7150/2002
Pela coletividade (Zelinda Barros)
Movimentos sociais como o feminismo, que nas últimas décadas têm sido responsáveis pela renovação da agenda política e reorientação na formulação de políticas públicas, convivem em seu momento atual com uma fragmentação interna que, em vez de refletir a saudável pluralidade política na luta por afirmação de direitos de maiorias tornadas minoritárias, tem sido extremamente prejudicial à ampliação de suas ações. Na medida em que interesses de grupos que acederam ao poder público formal reproduzem práticas outrora denunciadas quando se constituíram em forças com propósitos transformadores, a credibilidade dos grupos que ainda se dedicam seriamente a atividades indispensáveis à consolidação democrática aos poucos é comprometida. É necessária uma mudança similar à que deve ocorrer na economia, voltada majoritariamente à reprodução auto-referenciada de capitais especulativos. A alienação do capital, constituído em valor em si mesmo, é comparável à alienação provocada pela busca pelo “empoderamento” das mulheres, palavra recorrentemente utilizada como artifício justificador da manutenção das hierarquias racial e de gênero. Muitas ações que são ditas “empoderadoras”, como oficinas, cursos e outros, muitas vezes escondem justamente o seu compromisso com a manutenção de fronteiras e reprodução de práticas discriminatórias ou contribuem para que as desigualdades prossigam intocadas. Não é o caso de abolir tais iniciativas, que em si não são prejudiciais, mas prestar atenção ao processo no qual elas são forjadas. Muitas vezes persiste a mesma distribuição desigual de atribuições, a mesma busca pelo destaque individual e o desrespeito às diferenças que se diz considerar. Na estrutura formal, chegamos a um ponto em que os grupos que defendem interesses de gênero e raciais se alternam e são mantidas divisões que contribuem para o insucesso das ações propostas. Ou não há, no contexto atual, nenhum elemento que nos credencie a afirmar a possibilidade de construção de identidades coletivas - o que eu ainda duvido, ou temos aí a necessidade de uma profunda reflexão acerca dos rumos que estamos imprimindo à luta por interesses coletivos e da alteração desses rumos. Insisto mais uma vez: a pluralidade é saudável e necessária, mas o desrespeito, a desqualificação, a auto-promoção, a busca desenfreada pelo “poder” são fortes ingredientes de um processo estéril e autofágico em movimentos em que são propostas ações que visem à coletividade.
Encontro com a dramaturga, poeta e romancista angolana Isabel Ferreira - BA
DATA: Terca-Feira, 9 de dezembro de 2008.
HORÁRIO: 16h.
LOCAL: Instituto de Letras/UFBA
Campus Universitario de Ondina
ENTRADA FRANCA
Grupo de Estudos de Literaturas/Culturas Africanas / ILUFBA.
Livro resgata as primeiras imagens de professores e alunos negros
O exemplar é recheado de 54 fotos raras e inúmeros textos que contam a história dos primeiros professores e alunos negros nas escolas da Primeira República (1889 a 1930), nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso. De acordo com Lúcia, naquela época os negros ocupavam cargos de destaque nas escolas públicas - eram diretores, por exemplo - e representavam boa parte do quadro de docentes. Da mesma forma, alunos brancos e negros dividiam a mesma sala de aula, em semelhante proporção.
Veja a fotogaleria com fotos do livro
- Escrevi diversos artigos sobre o assunto e as pessoas diziam que eu era louca, que os negros só começaram a estudar para ser professor na década de 1960. Então, me senti desafiada a provar aquilo. Demorou dez anos, desde o dia que achei a primeira foto, mas aí está o resultado - comemora Lúcia, que é pesquisadora associada do Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira, da UFF, e professora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).
Reforma educacional afasta os negros das escolas
- Entre 1910 e 1930 ocorreu um processo de branqueamento das posições de prestígio e das salas de aula. Muitos intelectuais achavam que a solução para o desenvolvimento do Brasil era a imigração da população européia. Então, foram criadas regras para afastar os negros.
As normas fizeram parte de uma reforma educacional brasileira do início do século passado, que no Rio aconteceu em 1927. Pelas regras implementadas, professores com mais de quatro obturações dentárias, sem algum dos dentes, ou não nascidos na cidade do Rio de Janeiro não eram aceitos nas escolas. Além disso, foi criado um programa de estímulo à aposentadoria, conta Lúcia.
- Com os alunos, o processo foi parecido. Eles precisavam preencher um formulário escolar que mais parecia uma ficha médica, que acabava por discriminar os mais pobres, em sua maioria negros.
Cotas contribuem para a formação de uma elite negra, dia Lúcia
O resultado dessa política, a professora acredita, é sentido ainda hoje no reduzido número de negros no magistério - apenas 4,3%, segundo dados do último Censo - e nas universidades. Para resolver o problema, ela se diz a favor da reserva de vagas para estudantes negros, adotada por algumas instituições, entre elas a Uerj.
- Pesquisas já comprovaram que os cotistas não diminuíram a qualidade do ensino dessas universidades. Pelo contrário, eles são os mais esforçados. As políticas afirmativas são essenciais para que criemos uma elite negra no país. Se elas não são a solução definitiva, são pelo menos a temporária - defendedomingo, 7 de dezembro de 2008
Audiência pública Quilombo dos Alpes
Em virtude dos acontecimentos no Quilombo dos Alpes, socializamos que o Quilombo em conjunto com o Movimento Negro está em Vigília nos dias 06 e 07 de dezembro, pois a Comunidade ainda ameaçada pelo assassino de suas duas lideranças quilombolas Joelma e Guinho, está com dificuldades de garantir sua segurança, seja pela Brigada Militar, Polícia Civil e a própria Polícia Federal, a qual competia a segurança do Quilombo , uma vez que, diante do processo de Titulação aberto no INCRA, deveria ter sua segurança garantida pelo Poder Público Federal.
Também chamamos as organizações e movimentos sociais para uma mobilização em Frente ao Palácio da Polícia Civil do Estado, na segunda feira , 08 de dezembro com concentração a partir das 8.30 da manhã , para um ATO DE PROTESTO CONTRA A VIOLÊNCIA NOS TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS E EM ESPECIAL, OS ASSASSINATOS DE JOELMA E GUINHO DIRIGENTES DA ASSOCIAÇÃO QUILOMBOLA DOS ALPES NO DIA 4 DEZEMBRO E CONTRA A NEGLIGÊNCIA DO ESTADO EM TODAS SUAS ESFERAS, SOBRETUDO COM RELAÇÃO A SEGURANÇA PÚBLICA.
Dia 11 de dezembro ocorrerá uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores , às 10 horas da manhã com o objetivo garantir a segurança da comunidade, apurar os fatos e fazer justiça social a partir da titulação imediata da comunidade.
ASSOCIAÇÃO DA COMINIDADE REMANESCENTE DOS ALPES D. EDWIRGES
Escritora guineense lança livro no CEAO - BA
O DESAFIO DO ESCOMBRO. Nação, identidades, pós-colonialismo na literatura da Guiné-Bissau. Rio de Janeiro: Garamond, 2007, 422 p.
O DESAFIO DO ESCOMBRO é um estudo pioneiro de Moema Parente Augel que trata da literatura contemporânea da Guiné-Bissau, numa abordagem plural à luz dos Estudos Culturais, cruzando conhecimentos e questionamentos sobre ancestralidades, identidades e resistências culturais às velhas e novas formas de colonialismo. A autora, neste ensaio lúcido e consistente, acompanha os diversos momentos da poesia e da prosa guineenses, enquanto espaço de projeção identitária, detectando o papel que assumem seus escritores que, desconstruindo a história hegemônica, se empenham na afirmação da nacionalidade, através das representações simbólicas que fazem a singularidade dessa literatura quase desconhecida, mesmo do público de língua portuguesa.
A conjuntura literária da Guiné-Bissau dos anos 90 em diante é decididamente marcada pela força da dicção de Abdulai Sila e o tratamento do inverso em Mistida; pela recuperação da memória ancestral no cantopoema de Odete Semedo No fundo do canto; pelo acerto de contas de Filinto de Barros com os “Comandantes” e a visão dos esquecidos em Kikia Matcho; pelo riso irônico, divertido e participante das crônicas de Carlos Lopes em Corte Geral , assim como pela multifacetada busca identitária e pela afirmação da diferença nos poemas de Tony Tcheka, Félix Sigá, Huco Monteiro, Respício Nuno, entre outros.
Moema Parente Augel, em O DESAFIO DO ESCOMBRO, analisa e apresenta esses autores e seus textos descolonizados, onde os ecos da opressão colonial e seus prolongamentos transparecem no tecido literário, interligando as práticas de resistência e recuperação da história à arquitetação do futuro. A obra ressalta como esses escritores partem dos destroços de uma utopia em ruínas, promovendo o ressarcimento da auto-estima e do respeito; lutam contra a anulação cultural do acervo simbólico tradicional e a homogeneização redutora das diferenças que constituem a especificidade guineense; apontam pistas para a revivência do espírito identitário da comunidade nacional. Elevando suas vozes testemunhais, reabilitam a história dos vencidos e plasmam, com seus textos, a representação simbólica de uma comunidade de destino, de história e de cultura: a Guiné-Bissau;
Nota sobre a autora:
Moema Parente Augel é Licenciada em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), Mestra em Ciências Humanas pela mesma Universidade e Doutora em Literaturas Africanas pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Radicada na Alemanha, foi professora de Português e Cultura Brasileira nas Universidades de Bielefeld e Hamburgo, encontrando-se aposentada desde 2006. Dedica-se há décadas à literatura afrobrasileira e à literatura guineense. Tendo vivido na Guiné-Bissau entre 1992 e 1998, vem publicando uma série de estudos a respeito, destacando-se a Nova Literatura da Guiné-Bissau ((Bissau: INEP, 1998, 466 p.). Outras publicações: Ora di kanta tchiga. José Carlos Schwarz e o Cobiana Djazz (1997); Schwarze Prosa. Prosa Negra. Afrobrasilianische Erzählungen der Gegenwart. (1992); Schwarze Poesie. Poesia Negra. Afrobrasilianische Dichtung der Gegenwart (1988, 1988².); Visitantes estrangeiros na Bahia oitocentista (1980).
NÃO FALTEM!
quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Coleção retrata a história do negro no Brasil
Publicação da Caros Amigos Editoral traz um mosaico que mescla o histórico e o contemporâneo, buscando o resgate da História do Negro no Brasil. A publicação enfoca as lutas e a força de uma das culturas mais vigorosas que constituem e constróem nossa nação em todos os aspectos da sua vida.
Redação - Carta Maior
"O negro construiu basicamente, a riqueza no Brasil. Durante 400 anos, dos 500 que o Brasil tem de existência, o negro foi a classe trabalhadora." Essa frase de Joel Rufino orienta todo o trabalho da coleção de fascículos Os Negros, nova publicação da Caros Amigos Editora.
A coleção traz um mosaico dinâmico que mescla o histórico e o contemporâneo, buscando o resgate da História do Negro no Brasil. A publicação enfoca as lutas e a força de uma das culturas mais vigorosas que constituem e constróem nossa nação em todos os aspectos da sua vida.
Atendendo à lei 10.639 de 2.003 que institui o ensino de História da África nas escolas, os fascículos oferecem material de consulta ao público em geral, professores e alunos.
Produzido pela equipe da Caros Amigos conta com a preciosa contribuição de Joel Rufino dos Santos, negro, historiador, que com seu olhar nos ajuda a dar voz ao outro lado da História. Cada um dos 16 números com 32 páginas apresenta um tema:
1- Resistências e rebeliões I
2- O que é racismo
3- As muitas religiões
4- Os fazedores
5- Resistência e rebeliões II
6- Música Popular
7- O melhor futebol do mundo
8- Música erudita
9- As muitas religiões II
10- Bravas mulheres
11- Os movimentos
12- As muitas religiões II
13- Arte afrobrasileira
14- Resistências e rebeliões III
15- Américas negras
16- Quem construiu o Brasil
No total são 512 páginas. O fascículo número oito trará uma capa dura para encadernar a coleção e no dezesseis um índice onomástico. Para maiores informações, clique AQUI.
terça-feira, 2 de dezembro de 2008
Lançamento do livro "O guardador de memórias", de Isabel Ferreira - BA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDO DE LINGUAGENS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS I
Encontro com a escritora angolana
ISABEL FERREIRA
A escritora autografará seu livro O guardador de memórias
Dia 03 de dezembro de 2008, às 16 horas
Local: UNEB – CAMPUS I Cabula
Sala 03 do Prédio da Pós-Graduação/Salvador/Bahia
segunda-feira, 1 de dezembro de 2008
II Encontro de Performance e Política das Américas e 8º Colóquio do Nepaa - RJ
A programação completa já está disponível no Bomgá da Mata - www.bomgadamata.org.
Maiores informações podem ser obtidas no campus da Unirio, Av. Pateur, 436, fundos, Urca, Rio de Janeiro, fone (21) 2542-2565.