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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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terça-feira, 16 de novembro de 2010

Semana da Consciência Negra na Saúde: uma questão de equidade - BA

(Clique na imagem para amplia-la)

Escola Olodum lança cartilha Revolta dos Malês - BA

A Escola Olodum lança no dia 17 de novembro, às 16 horas, em sua sede no Pelourinho, a cartilha “Revolta dos Malês - A saga dos muçulmanos baianos”.
Desde 1984, a Escola Olodum trabalha com educação interétnica, participando do processo de efetivação da Lei Federal nº 10.639/03, que prevê a inclusão da temática afrobrasileira nos currículos das redes de ensino.
De forma lúdica, nos traços do cartunista Mauricio Pestana e com o patrocínio da Petrobras, a Escola Olodum retrata o extraordinário episódio, nem sempre presente nos livros de história, acontecido de 25 a 27 de janeiro de 1835, na cidade de Salvador, capital da então província da Bahia,  que se soma a muitos outros fatos que demonstram a coragem, a determinação e a capacidade dos negros, de se insurgirem contra a exploração, opressão e a tirania da sociedade e seus governos.
Perplexa com o descaso dos históricos movimentos sociais baianos, a Escola Olodum, ao trazer a tona à história da Revolta dos Malês, busca provocar a construção de uma pedagogia propulsora de novas relações étnico-raciais, coletivizando experiências de ensino e aprendizagem e mostrando a verdadeira história dos afrobrasileiros para os educadores e para a juventude.

Apareça e pegue seu exemplar gratuitamente.
Mais informações:
ESCOLA OLODUM
Coordenação: Mara Felipe e Cristina Calacio
Rua das Laranjeiras, 30 – Pelourinho 40026-230 Salvador – Bahia
Telefone/Fax: 71  34926585  / 3322 8069
E-mail: escolaolodum@uol.com.br
www.olodum.com.br

Países africanos comemoram independência política, mas avançam pouco no combate às desigualdades

15/11/2010

Eduardo Castro
Correspondente da EBC para a África
Maputo (Moçambique) – Este ano, duas das últimas grandes possessões africanas que se transformaram em países, Moçambique e Angola, celebraram 35 anos de independência. Para o presidente de Cabo Verde, Pedro Pires, que lutou não só pela independência do próprio país como também participou da luta de Guiné-Bissau, as nações africanas de língua portuguesa têm, como grande benefício desse processo de libertação, o Estado de Direito. “A vida após as independências não foi fácil, com muitos obstáculos e alguns conflitos”, afirmou o presidente, em visita a Moçambique nesta segunda-feira (15).
“Em fase de aperfeiçoamento ou já mais sólido, esse instrumento permite programar o futuro e ganhar muito mais, com avanço nos diversos domínios. O Estado de Direito nos permite ter muita esperança e garantir que vamos ganhar o desafio”, disse o líder cabo-verdense.
Nos países lusófonos, a independência demorou mais a chegar do que no restante da África. A ditadura portuguesa de Oliveira Salazar, que durou de 1933 a 1968, e que prosseguiu até 1974 sob o comando de Marcello Caetano, nunca abriu mão das chamadas províncias ultramarinas, empenhando-se em guerras para manter a posse dos territórios em Angola, Moçambique, Guiné Portuguesa (Guiné-Bissau), Cabo Verde e São Tomé e Príncipe. Mas, tão logo a Revolução dos Cravos derrubou o governo totalitário, em 1974, os países africanos também ganharam liberdade política. Primeiro Guiné-Bissau, no mesmo ano, e os demais, em 1975.
Para estudiosos e protagonistas, a autonomia política ainda não se refletiu em liberdade plena, não só nos países mais populosos da lusofonia na África, mas no continente como um todo. “Livre significaria os países africanos serem efetivamente soberanos. Mas, no contexto atual, os Estados não conseguem decidir por si próprios os seus destinos”, analisou o historiador moçambicano Sérgio Maungue, investigador do Arquivo Histórico e professor de história e antropologia. “Usava-se o chavão do imperialismo; hoje fala-se de globalização. Mas, no fundo, consegue-se perceber que os propósitos são os mesmos: manter os países africanos ancorados no sistema mundial, sob controle de determinados países”, completou.
O historiador ressaltou que a independência política foi o primeiro passo. “Visava, depois, a um desenvolvimento econômico, de serviços e intervenções nacionais. Mas o que se verifica agora é que os países africanos não têm conseguido a soberania que permite levar isso a cabo. Falta o componente econômico para consolidar a parte política já conseguida. Esse era um dos objetivos que levaram ao movimento de independências que se iniciou em 1960”.
O processo de ocupação territorial, exploração econômica e domínio político da África por nações europeias (França, Reino Unido, Portugal, Holanda e Espanha) começou no século 15, na busca de novas rotas para o Oriente e de mais mercados produtores e consumidores. Quatro séculos depois, com a expansão do capitalismo industrial, países como Alemanha, Bélgica e Itália também se lançaram na corrida para ocupar o Continente Africano, aumentando a presença europeia. Em 1884, a Conferência de Berlim dividiu a África entre os europeus. Somente a Etiópia e a Libéria mantiveram-se independentes.
Como lembra Martin Meredith, no livro O Estado da África – Uma História dos 50 anos de Independência, os negociadores “frequentemente traçaram linhas retas sobre os mapas, levando pouco ou nada em consideração a miríade de monarquias tradicionais existentes na realidade”. Metade das novas fronteiras impostas era composta de desenhos geométricos perfeitos, separando etnias em nações diferentes ou reunindo tribos inimigas em um único país.
Terminada a 2ª Guerra Mundial (1939-45), a difusão de ideias democráticas e o nacionalismo, influenciados pelas disputas locais e pela Guerra Fria, levaram aos processos de independência no continente. Em 1950, somente Egito e África do Sul tinham se libertado de seus colonizadores. Dez anos depois, 17 países conseguiram autonomia em um único ano (1960): Alto Volta (hoje Burkina Faso), Camarões, Costa do Marfim, Congo, Daomé (hoje Benin), Gabão, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, República Centro-Africana, Madagascar, Senegal, Somália, Chade, Togo e República Democrática do Congo (ex-Zaire).
Os últimos países africanos a alcançar a independência, na década de 1990, libertaram-se não mais de Estados europeus, mas de países africanos: a Namíbia separou-se da África do Sul e a Eritreia, da Etiópia. Mas, até hoje, ainda há territórios ocupados por europeus, como as possessões espanholas no Marrocos e as ilhas de Santa Helena, Ascensão e Tristão da Cunha, do Reino Unido. Já as ilhas Reunião e Mayotte decidiram, em consulta popular, se manter sob controle da França.
O camaronês Achille Mbembe, professor de história e ciência política da Universidade de Witvatersrand, em Joanesburgo (África do Sul), publicou este ano o livro Saindo da Grande Escuridão – Ensaio sobre a África Descolonizada. Nele, defende que a descolonização é um processo inalcançado, “fictício” como a democratização. De acordo com o acadêmico, o adversário não é mais externo; é a desigualdade e a estrutura de exploração que permanecem intactas no Continente Africano.
Edição: Vinicius Doria

Palmares lança edital pela valorização da diversidade étnica

Reconhecer e valorizar a diversidade étnico-cultural afro-brasileira em nosso País por meio da formação técnico-cultural de jovens negros – este é o objetivo do edital Juventude Negra, implementado pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Cultural Palmares. O projeto será lançado nesta sexta-feira (12) pelo presidente da Fundação, Zulu Araújo, durante a abertura da Semana da Consciência Negra na Universidade Federal de Roraima. O edital é voltado para pessoas jurídicas, organizações sem fins lucrativos e instituições ligadas à educação.
O diferencial do edital é a sua proposta pedagógica, elaborada de modo a articular as ações com as demandas da comunidade na qual a instituição esteja contextualizada. Cerca de R$ 6 milhões serão disponibilizados aos dez projetos selecionados para a implantação dos Núcleos de Formação Cultural da Juventude Negra – NUFOC. Duas instituições serão selecionadas em cada uma das cinco regiões brasileiras.
Os Núcleos oferecerão prioritariamente uma sólida formação em produção cultural. No total, serão capacitados 6 mil jovens negros em todo o Brasil durante a vigência do projeto. A expectativa é a de que os NUFOCs proporcionem aos jovens negros, entre 16 e 25 anos, conhecimento e envolvimento com a história e a cultura afro-brasileiras e os estimulem a refletir sobre seu papel na sociedade.
A Fundação Cultural Palmares realizará sete oficinas durante o mês de novembro para divulgar o edital. A primeira acontece nesta sexta-feira (12) em Boa Vista (RR). A juventude de Salvador (BA); Recife (PE); Brasília (DF); Porto Alegre (RS); São Paulo (SP) e Rio de Janeiro (RJ) também receberão a capacitação que será ministrada por técnicos da instituição. As capacitações serão transmitidas por videoconferência ou webconferência para outras regiões.
Para a oficina que deve acontecer em Salvador, na sede do Banco do Nordeste do Brasil, instituição que apoia o projeto, está confirmada a transmissão por videoconferência para os demais estados nordestinos, nas sedes do banco localizadas nas capitais.

ABRANGÊNCIA DO PROJETO PEDAGÓGICO
As iniciativas devem apresentar um planejamento de ensino que contemple obrigatoriamente propostas relativas a:
a) Formação em história e cultura afro-brasileiras;
b) Formação técnica em um segmento cultural;
c) Formação técnica com ênfase em gestão, tributação e legislação para o Terceiro Setor;
d) Criação do material didático a ser utilizado;
e) Orientação para encaminhamento de alunos ao mercado de trabalho, empreendimentos comunitários, atividades voluntárias e outros;
f) Emissão de certificação para a referida formação.
Além disso, as propostas devem observar os seguintes critérios:
· Cada instituição deve definir: carga horária, conteúdos e metodologia de ensino.
· O processo seletivo deverá ser estruturado com critérios claros e democráticos, e que atinjam diretamente o público do projeto.
· O sistema de ensino pode ser presencial ou semipresencial.
· Como toda a infra-estrutura para a realização do projeto é de responsabilidade do proponente, as propostas já devem apontar as disponibilidades e os diferenciais físicos para abrigar o Núcleo.
· Caso a instituição já possua programas nesse contexto, é interessante articular as iniciativas para ampliar os resultados.

INSCRIÇÕES
O Edital foi publicado no Diário Oficial da União no dia 27/10/2010 e poderá ser encontrado nos sites da Fundação Palmares (www.palmares.gov.br) e do Ministério da Cultura (www.cultura.gov.br).
Inscrições de propostas devem ser feitas até 11 de dezembro de 2010 pelo sistema SALIC, do MinC (http://sistemas.cultura.gov.br/propostaweb/)
As dúvidas poderão ser respondidas pelo endereço eletrônico editalnufoc@palmares.gov.br, ou pelo telefone (61) 3424-0185.


JUVENTUDE NEGRA

NUFOC - Núcleo de Formação Cultural da Juventude Negra

Reconhecer e valorizar a importância da diversidade étnico-cultural afro-brasileira em nosso País, por meio da formação técnico-cultural de jovens negros. Este é o objetivo do projeto Juventude Negra, implementado pelo Ministério da Cultura e pela Fundação Cultural Palmares, que está com inscrições abertas a instituições de ensino superior e entidades culturais, historicamente comprometidas com a cultura afro-brasileira.
Sob a coordenação do Departamento de Fomento e Promoção da Cultura Afro-brasileira da Palmares, o projeto Juventude Negra está sendo viabilizado por meio do I Edital Procultura - Núcleo de Formação Cultural da Juventude Negra. O Edital selecionará 10 projetos, visando a implantação de 10 Núcleos de Formação Cultural - NUFOC, em 10 Estados brasileiros. Serão selecionadas duas instituições em cada região (Norte, Nordeste, Sudeste, Sul e Centro-Oeste).

QUEM PODE PARTICIPAR
As instituições e entidades interessadas em participar do Edital e implantar um NUFOC devem ser ligadas diretamente a Universidades e Faculdades, públicas ou privadas, de todas as cinco regiões do País - ou manter parcerias sistêmicas com as mesmas.
Vale frisar que a formação técnico-cultural prevista trata não apenas de capacitar tecnicamente os alunos, mas, também, apresentar a eles, por meio de um módulo comum, temas relativos à História da África e à cultura afro-brasileira. Com isso, o principal diferencial deste projeto será a proposta pedagógica apresentada, elaborada de modo a articular as ações com as demandas da comunidade na qual a instituição esteja contextualizada, e os resultados pretendidos.
A expectativa é a de que o envolvimento com a história e a cultura afro-brasileiras estimule os alunos, de forma geral, a refletir sobre seu papel na sociedade, particularmente no que diz respeito à forte influência da cultura africana na formação das bases culturais brasileiras, desenvolvendo uma consciência crítica. De forma particular, que esses jovens se identifiquem com novas posturas, criando novas oportunidades para experimentarem novos "olhares" sobre as ferramentas e os mecanismos de trabalho nas diferentes áreas da cultura e sobre os seus resultados.

O QUE SERÁ O NUFOC
Os Núcleos de Formação Cultural da Juventude Negra deverão oferecer capacitação técnico-cultural a jovens negros entre 16 e 25 anos de idade, viabilizando a sua formação como produtores culturais, aptos a atuar no mercado de trabalho e em suas comunidades, desenvolvendo e consolidando experiências na área.
Cada NUFOC terá como meta atuar diretamente com 600 jovens negros, todos provenientes das classes C, D e E, e escolhidos por processo de seleção. Estes alunos serão divididos em duas turmas: a primeira será composta por 300 universitários, que receberão um programa de formação e uma bolsa de apoio. A outra turma, com 300 alunos que tenham concluído o ensino médio, não receberá bolsa de apoio, mas, sim, um programa especial de formação e auxílio-transporte.
No total, serão capacitados 6 mil jovens negros em todo o Brasil

sábado, 13 de novembro de 2010

Concerto "Dia da Consciência Negra em Vera Cruz" - BA

Oficina de Artes de Itaparica e Paparotti Concertos em parceria com a Prefeitura Municipal de Vera Cruz convidam você para

Concerto "Dia da Consciência Negra em Vera Cruz"
Obras musicais ligadas às culturas africana e afrodescendente

20 de novembro de 2010, 19 horas
Igreja Matriz do Sagrado Coração de Jesus, Mar Grande

Orquestra de Berimbaus da Capoeira União de Itaparica
Coro Infanto Juvenil de Itaparica
Coro Infanto Juvenil de Vera Cruz
Sandro Machado (tenor)
Lançamento em Vera Cruz
Livro Maria Felipa de Oliveira, Heroína da Independência da Bahia
de Eny Kleide Vasconcelos Farias
 
Participação: R$ 5,00
Entrada franca para menores de 25 anos

Moradores de Itaparica: transporte gratuito (ida e volta) para o concerto
Saída às 18h15 da Prefeitura de Itaparica via Escola Criança Feliz
Para confirmar presença, por favor, responda a este e-mail colocando a palavra "Itaparica" no campo Assunto.

Atenciosamente,

François Starita                                      
Omara Silvia da Conceição Santos    
Coordenadores do Projeto

Cyrene Paparotti
Diretora artistica do Projeto
  
Tel : 71 87 40 44 87


Patrocinadores
Brasilgás, Comercial Coroa, Empresa Renato Aragão Advogados Associados, Floricultura Vitória Régia, Hotel Sonho de Verão, Lyder da Construção, Mariju Presentes, Marlúcio Pereira Corretor de Imóveis, Pousada Arco-Íris, Pousada Brisa, Restaurante A Casa do Vizinho, Restaurante Pimenta de Cheiro, Restaurante Volta ao Mundo, Serralheria Ferro Bom, Serralheria Ideal

Colaboradores
Biblioteca Juracy Magalhães Júnior, Escola Criança Feliz - Itaparica, Escola do Sagrado Coração de Jesus - Vera Cruz, Fundação Maria Felipa,
Paróquia do Sagrado Coração de Jesus, Prefeitura Municipal de Itaparica,
Pró-mar, Terra do Meio

Brasil 2011: Estado festejará Ano Internacional dos Afrodescendentes distribuindo livro racista nas escolas (Eliane Cavalleiro)

A sociedade competitiva e os preconceitos geram uma violência que deve ser combatida pela escola. Ensinar a viver juntos é fundamental, conhecendo antes a si mesmo para depois conhecer e respeitar o outro na sua diversidade. A melhor maneira de resolver os conflitos é proporcionar formas de buscar projetos e objetivos em comum, através da cooperação, pois assim ao invés de confrontar forças opostas, soma-se a diversidade para fortalecer as construções coletivas (Jacques Delors, UNESCO, MEC, Cortez Editora, São Paulo, 1999).
De acordo com Delors, a transmissão de conhecimento sobre a diversidade humana, bem como a tomada de consciência das semelhanças e da interdependência entre todos os seres humanos do planeta constituem fundamentos da educação. Entretanto, às vésperas do Ano Internacional dos Afrodescendentes, o Ministério da Educação do Brasil rejeita consideração do Conselho Nacional de Educação, que atento às Leis que regem a Educação Nacional, pondera sobre a distribuição do livro de literatura infantil Caçadas de Pedrinho[1], de Monteiro Lobato, que, originalmente publicado no ano de 1933, difunde visão estereotipada sobre o negro e o universo africano, apresentando personagens negras subservientes, pouco inteligentes, até mesmo aludindo a animais como o macaco e o urubu quando se referem à personagem negra, como no trecho: trechos da obra dizem: "Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou, que nem uma macaca de carvão".
Os movimentos sociais negros há tempos reivindicam ação substantiva por parte do Estado brasileiro em políticas públicas para a educação das relações étnico-raciais. Os movimentos sociais brancos e a elite, por sua vez, recusam toda e qualquer medida que visa combater o racismo e seus derivados na sociedade brasileira. Por sua vez, identificam-se setores progressistas da sociedade que lutam pelos direitos humanos, direitos das mulheres, gays e indígenas, mas que infelizmente se calam diante da luta antirracista.
Na questão em debate, de maneira previsível, debocham da pesquisadora e professora universitária e conselheira do CNE Nilma Lino Gomes, responsável maior pelo parecer, que possui formação intelectual que não fica atrás de nossa elite branca, uma vez que possui doutorado pela Universidade de São Paulo e Pós-Doutorado na Universidade de Coimbra, sob orientação de um dos maiores nomes da intelectualidade atual, a saber, Boaventura de Sousa Santos é. Mesmo com esse histórico intelectual, ela tem sido vista pelos racistas de plantão como incompetente e racista ao inverso. Isso somente reforça a obsessão pela continuidade da estrutura racista em nossa sociedade. Sobre o autor, Monteiro Lobato, nascido no século XIX, eugenista convicto, diz-se apenas ser uma referencia clássica. Certamente uma clássica escolha da elite nacional, que do alto de sua arrogância e prepotência acredita que seus eleitos sejam intocáveis e não passíveis de qualquer crítica e consideração.
O MEC tem o dever de combater qualquer tipo de situação discriminatória para qualquer grupo racial. Assim, o que deve ganhar nossa atenção nessa contenda é o fato de que mesmo o edital do PNBE/2010, estabelecido pelo MEC/FNDE, ter traçado como objetivo a “Observância de princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano” e ter estabelecido, conforme anexo III do referido edital, que “Serão excluídas as obras que: 1.3.1. veicularem estereótipos e preconceitos de condição social, regional, étnico- racial, de gênero, de orientação sexual, de idade”, temos um ministro que defende a distribuição irrestrita do livro por compreendê-lo como adequado para a educação de crianças em pleno processo de socialização.
Considerando que os doutos e doutas que administram o MEC leram Jaques Delors, Paulo Freire, Edgar Morin e tantos outros que adoram citar, não se pode alegar ingenuidade por parte da equipe diretiva do MEC, que aceitou parecer favorável à compra e à distribuição desse livro nas escolas públicas, cujo conteúdo fere o próprio edital por eles instituído. O que deve tomar o centro dessa discussão é o fato de o MEC anunciar uma política que vai ao encontro do disposto nas leis e também das reivindicações dos movimentos negros organizados, em nível nacional e internacional, mas na prática permitir o descumprimento de seu edital.
Ao ferir o edital, o próprio MEC abre precedente para que que as editoras, cujas obras tenham sido excluídas por veicularem estereótipos, reivindiquem também a distribuição dos livros excluídos.  Por que somente Lobato com estereótipo racial? Que tal o MEC também distribuir literatura sexista? Que tal textos com manifestações anti-semitas?  Será que assim a  sociedade se incomodaria?
Mas, por enquanto, mais uma vez magistralmente setores conservadores e/ou tranquilos com as consequências da discriminação racial nesta sociedade buscam inverter a discussão, de modo a que o maior problema passe a ser o tal “o racismo ao revés e a radicalidade dos movimentos negros”, e joga-se para debaixo do tapete o que deveria ser o centro da análise: o esfacelamento dos objetivos de combater a disseminação de estereótipos e preconceitos na política do PNBE, MEC.
Sejamos de fato coerentes e anti-racistas, reconheçamos a não-observação aos critérios do estabelecidos no Edital do PNBE/2010, insistamos na pergunta e exijamos do MEC uma pronta resposta: o que de fato ele tem realizado, quanto tem investido e qual a consistência e a efetividade de suas realizações, sobretudo em comparação com o que tem investido nas demais questões ligadas à diversidade e aos grupos historicamente discriminados? Dos livros selecionados pelo PNBE 2010, quantos favorecem a educação das relações de gênero? Quantos promovem o conhecimento positivo sobre a história e cultura dos povos indígenas?  Se o MEC tivesse respeito por nós, seríamos informados sobre o cumprimento das metas para a implementação do artigo 26ª da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) (Lei n. 9394/96), que se refere à obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileiras, indo ao encontro de tratados internacionais como a Convenção Contra a Discriminação na Educação (1960) e o Plano de Ação decorrente da III Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Intolerância Correlata (2001), ambos sob os auspícios da Unesco.
Em 17 de abril de 2008, em entrevista à Agência Brasil, apos receber críticas sobre o retrocesso nas políticas para o combate ao racismo, o diretor do Departamento de Educação para Diversidade e Cidadania do MEC, Armênio Schmidt, confirmou a suspensão da distribuição de material didático e de ações de formação de professores na área étnico-racial em 2007. Segundo ele, a interrupção, apenas externa, nas ações voltadas à questão racial ocorreu por causa das mudanças no sistema de financiamento do MEC. Para o diretor tal suspensão se justificava pelo fato de o MEC estar, em 2007, “construindo uma nova forma de indução de políticas, de relação com estados e municípios, que foi o Programa de Ações Articuladas”. Para ele: “Durante o ano passado [2007] realmente não houve publicações e formação de professores. Mas, na nossa avaliação, não houve um retrocesso, porque isso vai possibilitar uma nova alavanca na questão da Lei [10.639]. Agora estados e municípios vão poder solicitar a formação de professores na sua rede, e o MEC vai produzir mais publicações e em maior número”[2].
Em 2010, além de não percebermos o fortalecimento da política, tampouco a retomada das publicações e uma consistente e sistemática formação de professores, flagramos o MEC permitindo a participação de livro cujo conteúdo veicula estereótipos e preconceitos contra o negro e o universo africano, constituindo assim flagrante inobservância das normas estabelecidas.
O atual presidente Lula, em seu começo de mandato, evidenciou, no campo da educação, a importância do combate ao racismo, promulgando a Lei 10.639/03, que, como já mencionado, alterou a LDB, tornando obrigatório o ensino de história e cultura afro-brasileiras na Educação Básica. Tal alteração contou com a pronta atenção do CNE, que, sob responsabilidade da conselheira Petronilha Beatriz Goncalves e Silva, elaborou as Diretrizes Curriculares Nacionais para o ensino das Relações Étnico-Raciais e de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (CNE/CP 3/2004), cuja homologação foi assinada pelo então ministro da Educação, Tarso Genro. Contudo, embora conte com 83% de aprovação por parte da população e tenha ao longo de seu mandato visitado várias vezes o continente africano e discursado eloquentemente sobre a necessidade de reconhecimento do valor dos afrodescendentes na formação de nosso Estado Nacional, ele encerra seu mandato permitindo  um declínio acentuado na elaboração e na implementação de políticas anti-racistas no campo da educação.
Se em 2003 podíamos reconhecer, ainda que timidamente, o fato de o combate ao racismo fazer parte da agenda política brasileira; em 2010, devemos denunciar o descompromisso com essa luta. Descompromisso que pode ser percebido pela redução acentuada do orçamento para a educação das relações raciais, pelo enxugamento da equipe de trabalho da Coordenação Geral de Diversidade e Inclusão Educacional/SECAD/MEC, responsável pela implementação das ações de diversidade étnico-racial. Ainda vale ressaltar que houve a retirada do portal de diversidade da rede do MEC; a interrupção de publicações sobre o tema para a formação de profissionais da educação, pelo frágil apoio que das secretarias de educação para o cumprimento do proposto no parecer CNE/CP 3/2004. Essas constituem algumas referências negativas, entre várias outras apontadas pelos estudos sobre o tema.
Nós negros, cidadãs e cidadãos, que trabalhamos duramente longos anos para a eleição do presidente Lula esperávamos mais. Esperávamos mais tanto do presidente quanto da sua equipe executiva que administra a educação brasileira. Esperávamos minimamente que ao longo desses anos a equipe tivesse compreendido o alcance e o impacto do racismo em nossa sociedade. Esperávamos que eles, respeitando os princípios de justiça social, independentemente dos grupos no poder, emitissem manifestações veementes pelo combate ao racismo na educação. Pelo visto as promessas de parcerias e acolhimento das nossas considerações eram falsas.
O que temos como resposta, para além do silêncio de toda Secretaria de Educação, Alfabetização e Diversidade, é o posicionamento por parte do ministro, que não vê racismo na obra, colocando-se favorável à sua distribuição irrestrita, que, em companhia de outros elementos no cotidiano escolar, sabemos, contribuirá para a formação de novos indivíduos racistas, como já se fez no passado. Sem dúvida, o discurso do ministro mostra-se engajado com sua própria raça, classe e gênero. O mais irônico é saber que em pleno século XXI o Brasil será visto como um país que avança na economia e retrocede nos direitos humanos da população negra.
Muitos admiram Monteiro Lobato. Eu admiro Luiz Gama que se valeu das páginas da imprensa em defesa da liberdade dos escravizados e disse, sintetizando nossa ainda atual resistência cotidiana: “Em verdade vos digo aqui, afrontando a lei, que todo o escravo que assassina o seu senhor, pratica um ato de legítima defesa”. O conhecimento é a arma que dispomos para lutar pela defesa de nossa história, nossa existência, bem como do futuro de nossos filhos e filhas. Essa é uma luta desigual, portanto desonesta. Mas ainda que muitos queiram nosso silêncio, seguiremos lutando e denunciando essa forma perversa de racismo que perdura na sociedade brasileira.


[1] Tal obra foi selecionada pelo Programa Nacional Biblioteca na Escola/2010, que objetiva a “seleção de obras de apoio pedagógico destinadas a subsidiar teórica e metodologicamente os docentes no desenvolvimento do processo de ensino e aprendizagem nos respectivos campos disciplinares, áreas do conhecimento e etapas/modalidades da educação básica” (Brasil. Edital PNBE 2010. Brasília: MEC/FNDE, 2010).
[2] Agência Brasil. Pesquisadora aponta retrocesso na política de combate ao racismo nas escolas. Disponível em: http://verdesmares.globo.com/v3/canais/noticias.asp?codigo=216721&modulo=450. Acessado em: novembro de 2010.

Escola Olodum lança cartilha Revolta dos Malês - BA

A Escola Olodum lança no dia 17 de novembro, às 16 horas, em sua sede no Pelourinho, a cartilha “Revolta dos Malês - A saga dos muçulmanos baianos”.
Desde 1984, a Escola Olodum trabalha com educação interétnica, participando do processo de efetivação da Lei Federal nº 10.639/03, que prevê a inclusão da temática afrobrasileira nos currículos das redes de ensino.
De forma lúdica, nos traços do cartunista Mauricio Pestana e com o patrocínio da Petrobras, a Escola Olodum retrata o extraordinário episódio, nem sempre presente nos livros de história, acontecido de 25 a 27 de janeiro de 1835, na cidade de Salvador, capital da então província da Bahia,  que se soma a muitos outros fatos que demonstram a coragem, a determinação e a capacidade dos negros, de se insurgirem contra a exploração, opressão e a tirania da sociedade e seus governos.
Perplexa com o descaso dos históricos movimentos sociais baianos, a Escola Olodum, ao trazer a tona à história da Revolta dos Malês, busca provocar a construção de uma pedagogia propulsora de novas relações étnico-raciais, coletivizando experiências de ensino e aprendizagem e mostrando a verdadeira história dos afrobrasileiros para os educadores e para a juventude.

ESCOLA OLODUM
Coordenação: Mara Felipe e Cristina Calacio
Rua das Laranjeiras, 30 – Pelourinho 40026-230 Salvador – Bahia
Telefone/Fax: 71  34926585  / 3322 8069

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Lauro de Freitas promove Audiência Pública "A Universalização da Cultura de Matriz Africana" - BA

A Secretaria Municipal de Governo através da Superintendência de Promoção da Igualdade Racial (SUPPIR), dentro da programação do Novembro Negro – Estado e Sociedade Consolidando a Cultura de Matriz Africana convidam a todas /os participantes da religião de matriz africana, simpatizantes, estudantes, gestores da Igualdade Racial, líderes do movimento negro e comunidade em geral para participar da Audiência Pública – A Universalização da Cultura de Matriz Africana a se realizar no dia 12 de Novembro de 2010 (sexta-feira) na Câmara de Vereadores de Lauro de Freitas às 17:00 hs. Contaremos com a presença de Vilson Caetano, Raimundo Bujão e Dj Branco (CDCN / CMA HipHop)  na plenária.

Organização:

PMLF/SEGOV/SUPPIR
Comissão especial do Novembro Negro 2010,

Mais informações:
Tel:
(71) 3369-9958/9959    Fax: (71) 3369-9959

II Semana de Geografia Negra - BA

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quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Semana da Consciência Negra na UCSal - BA

A  “Semana da Consciência”, projeto realizado pelo Centro Acadêmico de Comunicação Social da Universidade Católica do Salvador em parceria com o Coletivo AFROCOM (Coletivo Afro dos Estudantes de Comunicação) e a CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras), tem como objetivo apresentar uma parte da história dos negros no Brasil focando a época em que viveu “Francisco”, o nosso Zumbi dos Palmares líder absoluto entre os quilombolas e herói brasileiro.
Com essa apresentação temos a finalidade de conscientizar os jovens sobre um pouco da real cultura negra, desmistificando aspectos religiosos e sociais que vêm através dos aspectos étnicos. Percebemos que existem jovens, negros, que não assumem sua origem, sua etnia e sua cultura. Muitas vezes essa não aceitação vem da falta de conhecimento sobre tudo q engloba ser negro.

Pretendemos dar começar um processo de acorde nesses jovens dentro dessa atividade. Exibiremos o filme “Quilombo” de 1982 baseado no livro Ganga Zumba de João Felício dos Santos e Palmares  de Décio de Freitas. Filme esse que aborda muito bem a situação dos negros no Brasil em 1650.
Dia 23 de novembro as 19h
Painel de abertura “Abrindo Caminhos” que abordará os temas: Educação, Comunicação e Religiosidade todos em contemplação ao negro.
Dia 24 de novembro 19h
o CineAFRO, exibiremos um filme relativo a Semana Negra e no final discutiremos
Dia 25 de novembro 19h
Intervenção artística que findará o nosso evento.
Cremos que essa atividade será um ponta pé inicial para abertura das mentes jovens com relação a cultura negra. Esse incentivo faz com que as pessoas se tornem benevolentes com a nossa história.

Mais informações:
Andréa Chaves
AFROCOM
CONEN
Promoter de Eventos
55 (71) 8747-7262

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CESE apoiará 10(dez) empreendimentos populares - BA

A Coordenadoria Ecumênica de Serviços – CESE, através de seu Programa Produção Comunitária e Renda, lançou o edital para selecionar e apoiar dez (10) empreendimentos econômicos populares, rurais ou urbanos, que realizam a produção de bens ou serviços e o beneficiamento da produção. Os empreendimentos selecionados terão o apoio na construção de sua viabilidade e sustentabilidade econômica e da sua sustentabilidade socioambiental, disponibilizando ferramentas e apoios nas áreas de produção, gestão, formação, inserção de produtos no mercado e comercialização.

Mais informações: http://www.dmtssa.blogspot.com

Exposição "Força, beleza e sabedoria que inspiram o mundo" - BA


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VI Caminhada contra a Violência, a Intolerância Religiosa e pela Paz - BA

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Casa de Angola celebra os 35 anos de independência do país - BA

O Centro Cultural Casa de Angola na Bahia tem a honra de convidar V. Exa. e Exma. Família para participar da celebração dos 35 anos de Independência de Angola, a ter lugar no dia 11 de Novembro de 2010, pelas 18h00, na Sede da Instituição – Praça dos Veteranos, 05 – Baixa dos Sapateiros. Haverá uma exposição fotográfica denominada “Angola Hoje”, apresentação cultural, momento musical com Mateus Aleluia e em seguida coquetel.

Atenciosamente,
Djair Nepomuceno
ADM/FIN
Casa de Angola na Bahia
(71)3321-4495

Curso: "Pensamento Negro Contemporâneo" - DF

A Universidade de Brasília, por meio do Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX) oferece curso gratuito "Pensamento Negro Contemporâneo, edição 2º Semestre/2010. O curso apresenta duas modalidades: a) como disciplina de graduação na UnB, oferecida aos estudantes na grade de matrícula no módulo livre (4 créditos) e b) como curso de  Extensão para interessados da comunidade em geral,  portadores de diploma do segundo grau, professores da rede pública e privada e técnicos.

O conteúdo programático contém temas como racismo, representação social, resistência negra no Brasil, cultura e identidade negra, políticas de ações afirmativas, entre outros temas de reflexão sobre as relações étnico-raciais brasileiras.

Com início em 27 de setembro, com nscrições por turmas, o curso tem carga horária de 60 horas-aula. Serão oferecidas 4 turmas (A, B, C e D). As aulas serão ministradas pelos professores Ivair Santos, Edson Cardoso e Sales Augusto.

Turma A  segunda-feira - 19h às 22h40  Pavilhão João Calmon  AT 132
Turma B -  quartas-feiras  08h às 11h40  - Pavilhão João Calmon - AT 116
Turma C -  quintas-feiras  19h às 22h40 - Pavilhão João Calmon  - AT 053
Turma D -  sextas-feiras -  14h às 17h40 - Pavilhão João Calmon    AT 132

PERÍODO DE INSCRIÇÕES de 20/09/2010 (segunda-feira) a 30/09/2010 (sexta-feira), das 8h30 às 11h40 e das 14h30 às 17h30.
Local: Núcleo de Promoção da Igualdade Racial (NPIR/DEX) Decanato de Extensão -Prédio da Reitoria Informações: Telefone: 31070322/31070323/31070324 (NPIR/DEX) C/ Fabiana Gomes, Paulo Pacheco, Renata Matos

Saiba mais
Ofertado com grande procura desde o segundo semestre letivo de 2006,O curso nasceu de um pedido feito por representantes do movimento EnegreSer, que vinha discutindo essa estratégia para fortalecimento da temática  e  sentia a necessidade de institucionalizá-la, o que foi acatado pelo Decanato de Extensão (DEX), em seu compromisso de  ampliar o trabalho de ação afirmativa desenvolvido pela universidade nos últimos anos, além de buscar a  garantia do acesso.

Informações: NPIR/DEX c/Fabiana Gomes, Paulo Pacheco, Renata Matos - Telefone: 31070322/31070323/31070324 -igualdaderacial@unb.br

Bolsas especiais para negros e negras

Ministério das Relações Exteriores
Instituto Rio Branco
O Instituto Rio Branco (IRBr) e o Conselho Nacional Do Desenvolvimento Científico E Tecnológico (CNPq)  estabelecem as normas e tornam pública a realização de Processo Seletivo para o “Programa de Ação Afirmativa do Instituto Rio Branco – Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia”, que conta com a participação da Secretaria Especial dos Direitos Humanos - SDEH, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial – SEPPIR - e da Fundação Cultural Palmares - FCP.


Cargo Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia.

Vagas Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia R$25.000,00.

>>> Inscrições <<<

de 08 de novembro a 26 de novembro 2010
A inscrição para concorrer à Bolsa-Prêmio de Vocação para a Diplomacia é gratuita e deverá ser efetuada no período entre 10 horas do dia 8 de novembro de 2010 e 23 horas e 59 minutos do dia 26 de novembro de 2010.

O/a candidato/a deverá preencher ficha cadastral, no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/irbrbolsa2010 e remeter via SEDEX, cópias dos documentos exigidos pelo Edital, e AQUI, que, para agilizar, colocamos anexado.


terça-feira, 9 de novembro de 2010

Instituto Mídia Étnica realiza projeto na África

Até o próximo dia 16 de novembro, o Projeto Panáfricas estará na África registrando sons e imagens do continente de onde saíram para o mundo milhões de seres humanos, com sua rica cultura, arte, ciência e forma de vida. O material colhido na viagem à Nigéria, Gana e África do Sul - primeira etapa do projeto – integrará uma série de televisão sobre o panafricanismo e a diáspora africana.

Essa descoberta das origens dos afrodescendentes e sua luta pela cidadania está sendo conduzida pelo historiador cubano, Carlos Moore (www.drcarlosmoore.com), grande conhecedor da trajetória de ícones da luta negra pelo mundo, com os quais conviveu em diferentes países, como Fela Kuti, Cheikh Anta Diop, Aimé Cesaire, Malcolm X, entre outros. O ativista Carlos Moore está retornando à África após mais de duas décadas, para fazer o lançamento da versão africana do livro: Fela: this bitch of the life, biografia de Fela Kuti, lançada originalmente em 1982 e que em breve terá sua versão em português. Trata-se da primeira biografia escrita sobre um artista africano.

A equipe do Panáfricas é formada pelo publicitário Paulo Rogério Nunes, produtor execuivo do Projeto, e pelos jornalistas André Santana, Lucas Santana e Mateus Damasceno, que também é cineasta e está sendo responsável pelas imagens. Damasceno é o presidente da Associação Baiana de Cinema e Vídeo (ABCV). Paulo Rogério e André Santana são diretores da série de TV Panáfricas e integram o Instituto Mídia Étnica (www.midiaetnica.org), organização social que há cinco anos vem realizando projetos sobre mídia, tecnologia e relações étnicas, utilizando, inclusive, o audiovisual. Alguns vídeos produzidos pelo Instituto Mídia Étnica podem ser conferidos no Portal: www.correionago.com.br

Mateus Damasceno e Lucas Santana fazem parte da produtora baiana Caranguejeira, que tem experiência na produção de cinema e vídeo, com produtos premiados como o documentário: Bolívia, para além de Evo, fruto da experiência dos profissionais no país latino-americano. Mateus é o diretor de fotografia da serie Panáfricas e Lucas, o técnico de áudio e som direto.
Roteiro de viagem
A entrada na África aconteceu em 08 de outubro, pela Nigéria, país de 140 milhões de habitantes. A pauta principal no país foi o legado político e musical de Fela Kuti, criador do Afrobeat e principal referência para os nigerianos. A equipe visitou as cidades de Abuja, capital da Nigéria, Abeokuta, onde Fela Kuti nasceu e Lagos, a segunda maior cidade da África e o maior contigente negro do mundo. Foi em Lagos onde Fela criou uma comunidade chamada Kalakuta, que propunha a liberdade e solidariedade entre seus habitantes. Em Lagos também está o Africa Shrine, casa de show que se eternizou na história da música pelas apresentações de Fela e hoje é conduzida por seus filhos, a produtora Yeni e o músico Femi Kuti.

O Panáfricas entrevistou amigos, músicos e familiares de Fela, cinco dos seus filhos e duas das suas ex-esposas. Além de registrar o cotidiano de Lagos, com sua tumultuada rotina de megalópole (mais de 15 milhões de habitantes) e sua flagrante desigualdade social. Na segunda etapa da viagem, a equipe visitou Accra, capital de Gana, primeira nação africana a ser tornar independente do colonialismo europeu, em 1957. A pauta principal em Gana foi a importância de Kwame Nkrumah, herói da independência e primeiro presidente do país livre, e W.E.B. Du Bois, intelectual e ativista afro-americano, que escolheu viver em Gana. Ambos são considerados os pais do panafricanismo, pela contribuição ideológica e prática na luta pela soberania africana e união entre as nações africanas e os países da diáspora. O Panáfricas registrou uma importante entrevista com Carlos Moore sobre o panafricanismo. As locações foram o Instituto de Estudos Africanos, da Universidade de Ghana, o Panafrican Centre, Memorial Kwame Nkrumah.

Em Gana, além da capital, a equipe visitou as cidades de Cape Coast e Elmina no litoral do país, onde registrou imagens dos fortes de onde embarcaram para as Américas milhares de africanos sequestrados pelo comércio escravista. A última parada dessa primeira etapa do Projeto Panáfricas está sendo a África do Sul, país que ficou marcado pelo regime segregacionista do apartheid, cujas leis estabeleciam as diferentes oportunidades e direitos entre brancos e negros, até o início da década 1990. No país que sediou a última Copa do Mundo, estão sendo enfocados as contribuições de ativistas como Steve Biko e Nelson Mandela, através de entrevistas e registros nas cidades de Joanesburgo e Pretoria. O Panáfricas fez imagens surpreendentes dos arredores de Joanesburgo, a mais desenvolvida cidade da África subsaariana, onde estão localizados os township (comunidades segregadas criadas pelo apartheid): Soweto e Lenasia. Assim como Soweto era o local reservado aos negros, tornando-se ícone da luta contra o apartheid, Lenasia mantinha a populacão indiana bem distante do centro de Joanesburgo.

A viagem começou no dia 08 de outubro e o retorno ao Brasil será no dia 16 de novembro. O projeto pretende filmar também em outros países africanos e da diáspora negra como Etiópia, Tanzânia, Martinica, Jamaica, Estados Unidos e Índia.
Confira imagens e notícias no Blog: www.panafricas.blogspot.com

Por Andre Santana

Fonte: Correio Nagô

Palestra “Identidades Nacionales y Transnacionales. Acción y Negociación por el Reconocimiento en los Garifuna” - BA

Na ocasião, será exibido o Documentário "Los hijos del destierro. Memorias del pueblo Garifuna de América Central"

Prof. Carlos Agudelo (CEMCA– Centtrro de Esttudiios Mexiicanos y Centtrroamerriicanos) investigador AFRODESC-EURESCL  

Onde? CEAO – Auditório Milton Santos, Largo 2 de Julho, Centro
Quando? 19/11/2010,  às 17:30 h

“Vão das Letras” homenageia Zumbi dos Palmares com literatura negra - BA

Programação terá bate-papo com o escritor José Carlos Limeira e apresentação do poeta Giovane Sobrevivente e Grupo Choque Cultural.

Em meio às comemorações do mês pelo Dia da Consciência Negra (20 de novembro), a próxima edição da Feira de Livros Vão das Letras, que acontecerá no dia 14 de novembro, das 12h às 18h, será em homenagem à literatura afro-brasileira, com a participação de escritores e poetas negros que estarão reunidos no Vão Livre do Teatro Castro Alves (Campo Grande) para celebrar a memória do líder Zumbi dos Palmares.
A Feira é uma realização do Núcleo do Livro, Leitura e Literatura da Fundação Pedro Calmon/SecultBa, em parceria com  o Teatro Castro Alves e a Câmara Bahiana do Livro (CBaL), e acontece junto com o projeto Domingo no TCA que, neste dia, às 11h,  trará o Sarau do João, com  artistas, instrumentistas, músicos, poetas, cantores e compositores convidados, com ingressos a R$ 1,00 (inteira).
Programação - Às 12h30 acontecerá a apresentação de Giovane Sobrevivente e Grupo Choque Cultural, que irão recitar poemas ao som de percussão. Às 15h, ocorrerá a Conversa com o escritor, com José Carlos Limeira, escritor que Integra o Coletivo de Escritores Negros Brasileiros e participa da publicação Cadernos Negros, do Grupo QuilombHoje, em homenagem ao Novembro Negro.
Além da programação, o público poderá conferir e comprar livros a preços reduzidos das livrarias: RV Quadrinhos e Mídia Louca. As editoras, Grupo Editorial Record, Edufba e os Sebos Cantinho da Pituba e Sebo da Praia também estarão presentes na Feira.  Editoras e escritores independentes interessados em vender suas obras no local, devem procurar a CBaL para confirmar sua presença.
Criada com o objetivo de promover o livro e a leitura na cidade de Salvador, além de divulgar a literatura produzida na Bahia, a Feira vem se tornando ponto de encontro de escritores, poetas, livreiros, leitores e o público interessado em cultura.  Para este mês, continua a presença de Sebos, que disponibilizarão livros a preços populares; venda de artesanato, Bazar da Rampa, estande para trocas de livros e BookCrossing.
ConvidadosO escritor José Carlos Limeira tem trabalhos traduzidos em vários idiomas, objeto de teses e dissertações no Brasil e no exterior. Organiza recitais e coletâneas poéticas, tendo participado do Encontro de Escritores das Américas no Século XXI. Além de colaborar com vários jornais e revistas nacionais e estrangeiras, como o jornal Multicampi e as Revistas Administração Pública Vista e Revista, Conhecer e Revista do Cepaia. O Grupo Choque Cultural é um grupo de teatro que surgiu em 1994, no bairro de San Martins em Salvador, e tem como objetivo discutir a cidadania através da arte.
 
 
 
Serviço:
 
O que: Feira de Livro Vão das Letras
Onde: No Vão Livre do Teatro Castro Alves – Campo Grande
Quando: Dia 14 de novembro (domingo), das 12h às 18h
Quanto: Grátis
Contato: (71) 3116-6677
 
  Assessoria de Comunicação
FPC - Fundação Pedro Calmon - SecultBA
(71) 3116-6918 / 6919
 

Seminário "Planejando um futuro digno: a cara de Salvador entre o passado e o futuro" - BA

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O Centro de Estudos e Ação Social (CEAS) anuncia a realização, em sua sede (Estrada de São Lázaro, 101, Federação), no dia 13 de novembro (sábado), das 8h30min às 17h, do seminário Planejando um futuro digno: a cara de Salvador entre o passado e o futuro

Trata-se de uma iniciativa da sociedade civil para debate dos projetos de intervenção urbanística em Salvador e suas consequências para as comunidades populares -- incluindo obras planejadas em função da Copa 2014, o polêmico projeto Salvador Capital Mundial, o Metrô, a Via Expressa, a ponte Salvador-Itaparica e outros. 

O seminário contará com a presença de movimentos sociais, lideranças comunitárias, arquitetos, urbanistas, juristas, engenheiros, estudantes e demais interessados nos destinos do planejamento urbano de Salvador


Para maiores informações e inscrições gratuitas -- com vagas limitadas -- ligue para (71) 3247-1232 e procure Manolo ou Catarina, ou entre em contato através do correio eletrônico:

cadernosdoceas@gmail.com ou
revista@ceas.com.br .


Atenciosamente,
Centro de Estudos e Ação Social