A necessidade de numerar e entender a menstruação fez com que fosse criado um instrumento no centro da África entre 25.000 a 20.000 mil anos, denominado de Ishango.
Descoberto no ano de 1950, pelo geólogo belga Jean de Heinzelin e uma equipe de pesquisadores ao realizar escavações no Congo, próximo às margens do lago Rutanzige (antigo lago Alberto), quando procuravam uma grande civilização pré-histórica nessa região vulcânica,
o geólogo encontrou esse precioso objeto de 10 cm de comprimento, ornado com um cristal de quartzo em uma extremidade e que trazia três séries de entalhe agrupados. O cristal de quartzo que não pode ser separado do instrumento comprova que era usado para a gravação, em culturas que se acreditavam não ter o conhecimento da escrita.
O que chamou a atenção dos estudiosos foram à datação, o ineditismo e o uso matemático do instrumento.
Conforme Dirk huylebrouck: “O BASTÃO COMPORTA uma primeira coluna de entalhes unidas em pequenos grupos: de 3 a 6 entalhes; 4 e 8; 10; 5; e, finalmente, 7 entalhes. Duas outras colunas são constituídas por grupos de 11, 21, 19, 9 e 11, 13,17 e 19 entalhes.
Heinzelin via nesses entalhes um jogo aritmético: uma operação de duplicação dos números aproximada na primeira coluna, seguida do “ritmo” de 10=1, 20=1, 20-1, 10-1 e, na seguinte, os números primos entre 10 e 20. Contestado em 1972 pelo jornalista americano Alexander Marshack que afirmou que o bastão era um calendário lunar, porque a soma de cada uma das duas últimas colunas (11, 21, 19,9e 11, 13, 17,19) o resultado é 60, isto é, dois meses lunares, e a primeira coluna totaliza 48 traços, ou um mês e meio lunar.
O que deixou os estudiosos caucasianos perplexos foi que o bastão de Ishango é uma prova inconteste que os africanos já realizavam cálculos matemáticos 15 mil anos antes dos egípcios e 18 mil anos antes do surgimento da matemática na Grécia.
Coluna esquerda
Coluna do centro
Coluna direita
Na antigüidade o ciclo menstrual da mulher seguia as fases da lua com tanta precisão que a gestação era contada pelas luas. Com o passar dos tempos, a mulher foi se distanciando dessa sintonia e perdendo, assim, o contato com seus próprios ritmos e seu corpo, fato que teve como conseqüências vários desequilíbrios hormonais emocionais e psíquicos.
http://mulheresedeusas.blogspot.com/2008/01/lua-vermelha-da-menstruao-na-antigidade.html
Nos estudos da etnomatematica, observa-se que as primeiras comunidades tiveram a necessidade transcedental, criativa, objetivando a sobrevivência e a prosperidade grupal e o Ishango foi um instrumento que as mulheres africanas criaram através da observação da sua sexualidade e o calendário lunar adquirindo o conhecimento matemático para gerir e acompanhar os ciclos menstruais. Assim, o calendário lunar, não teria sido apenas métodos de conservação de tempo, mas também reflexiva da ressonância entre as fases da lua e do sagrado ciclos menstruais das mulheres.
Leia mais: http://paje.fe.usp.br/~etnomat/anais/CO01.html
As mulheres africanas e suas descendentes são o fruto da criação original de Javé, detentoras de conhecimentos milenares e de saberes equilibrados, possuindo a nobre missão de resgatar e manter através dos conhecimentos uma sociedade igualitária, onde a opressão do gênero masculino sobre o feminino,seja a cada dia questionado; e através do afrocentrismo e panafricanismo um sonho de perfazermos uma sociedade sem opressores e oprimidas.
FONTE: http://cnncba.blogspot.com/
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