Fonte:http://www.palmares.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=132
(16/06/2008 - 14:04)
No município de Rio Piracicaba em Minas Gerais, a Escola Municipal Bernardo Ferreira Guimarães mostrou como a lei nº 10.639/03 pode ser aplicada no dia-a-dia de uma escola e como a comunidade pode conhecer um pouco mais da cultura afro-brasileira com os estudantes. Os professores, pedagogos e alunos da escola desenvolveram no ano de 2005 um trabalho com a cultura afro-brasileira, chamado: "Negro, nossas raízes".
Com um projeto pioneiro, escola e comunidade começaram a conhecer melhor suas próprias raízes por meio de atividades multidisciplinares que valorizavam a cultura afro-brasileira. Claro que no começo houve dificuldades. Era um misto de curiosidade e rejeição, principalmente dos alunos. Na oficina de confecção de bonecas, por exemplo, muitas meninas afro-descendentes não queriam fazer suas bonecas semelhantes ao seu tom de pele e as meninas brancas curiosamente só queriam fazer bonecas negras. Com o passar do tempo e a interferência dos professores para que se fizesse de fato uma identificação com a imagem do negro, as barreiras foram quebradas e todos começaram a entender que fazem parte de uma mesma cultura.
Desse projeto saiu um livro que se chama: Educação Étnico-racial e o projeto Caxambu: Nossa história, nossa vida. Com a organização de Agda Consolação Vieira, o livro mostra a experiência do trabalho não só em 2005 como também em 2006 e 2007. No último ano, o projeto se tornou institucional e toda a escola discutiu a temática com tópicos específicos para cada turma. Foi nesse ano também, de acordo com o livro, que a comunidade escolar se tornou mais eficaz e participativa.
O livro dividido em quatro partes mostra todo o processo do trabalho desenvolvido, desde a formação dos professores e pedagogos para ensinarem os alunos até as estórias do povo africano, as danças, os costumes, a culinária e uma pequena enciclopédia de animais da África.
No trabalho também aparecem poemas feitos pelos estudantes, um estudo sobre plantas medicinais e a criação de um museu para socializar as descobertas do projeto. Foi uma maneira que uma escola encontrou de aproximar seus alunos de sua própria cultura, sem precisar fazer isso de forma imposta ou cansativa. Uma descoberta que fortaleceu toda a comunidade e que trará um futuro menos desigual, pelo menos em relação à educação étnico-racial, ao município de Rio Piracicaba.
Luisa Picanço - FCP/MinC
Nenhum comentário:
Postar um comentário