Neste Mês Mulher, o momento não poderia ser mais oportuno para falarmos e homenagearmos esses alicerces, as nossas matriarcas da religião de matrizes africanas. Negras, Mulheres e Mães, de quem não se conta a verdadeira história, esquecem que os fundamentos das religiões de matrizes africanas organizadas no Brasil, sob suas diversas denominações, ergueram a construção da cultura brasileira produzindo um rico conjunto de matrizes simbólicas as quais foram determinantes para servir de apoio aos costumes, práticas, valores, que seriam difundidos a partir dos filhos libertos do escravismo cujas marcas identitárias forampassadas por seus ancestrais africanos.
“O sagrado é a categoria pela qual a cultura denota sua peculiar interpretação do homen e do mundo”. A pobreza esta diretamente relacionada à falta de oportunidades econômicas e de autonomia: à falta de acesso aos recursos econômicos, incluindo crédito, propriedade da terra e herança; à falta de acesso à educação, aos serviços de apoio e à mínima participação no processo de tomada de decisões. Esse processo histórico de exclusão social tem cor e sexo e engendra no seio da sociedade brasileira resistências teóricas, ideológicas e políticas, provocando a redefinição de estratégias para o combate à desigualdade como prioridade das políticas públicas.
As mulheres negras tem sido ao longo de sua história, as maiores vitimas das profundas desigualdades raciais e sociais em nossa sociedade. O resultado é um sentimento de inferioridade, de incapacidade intelectual e quase servidão vivenciada por elas. Estas em sua maioria, não usufruem os bens e serviços existentes e ainda estão expostas a todos os tipos de violência, resultando desta situação o seu aniquilamento físico, político e social. O presente seminário pretende refletir sobre a postura reativa assumida pelas sacerdotisas com o acirramento dos conflitos deflagrados pelas religiões pentecostais contra a religiosidade de matriz africana em nosso país como o acontecimento no terreiro Oyá Onipó Neto, os quais colocam em risco as fundações desta religiosidade enquanto sustentação simbólica que constitui a identidade do povo negro bem como a formação da cultura brasileira.
Os fatos ocorridos na tecitura das teias sociais revelam desacordos, desrespeitos, imposições, no sentido de retirar de cena o estatuto da diferença, da diversidade como prerrogativa central para a construção coletiva que ousamos tentar. As senhoras do segredo confidenciam que posturas reativas devem ser tomadas frente a posicionamentos que interferem na concepção do mundo considerando-se o estatuto da diferença e o da liberdade de posicionamento quer político, social, cultural, religioso. Neste sentido levantam-se a proteger os fundamentos mais preciosos da religiosidade os nossos orixás, inquices, caboclos, voduns, divindades do panteão africano, hoje, que englobam o universo dos afros-descendentes no Brasil, que recebem a denominação de cidadãos e cidadãs brasileiras(os).
Em tempo: no referido seminário será oficializada a “Confraria de Oyá” que reunirá mulheres iniciadas, adeptas, e simpatizantes de religiões de matrizes africanas.
O quê? Seminário “Iyabás, Iyás, Doné, Mametu Nkisi, Iyalaxés, Iyakererês, Ekedjis, Makotas, o Poder Feminino” e oficialização da "Confraria de Oyá"
Quando? 25 de Março, ás 9:00hs
Onde? Centro de Promoção da Igualdade, sede do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN)
Contato: Rosy Mary(71)3237-2859/8825-3142
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