Ruy Espinheira escreveu uma nota no jornal A Tarde de 02/06/2011 em que caracteriza as ações afirmativas como responsável pelo que ele chama de nossa “mediocridade”. O deputado Luiz Alberto reagiu à nota no dia 11/06/2011 e, logo em seguida, se levantaram a favor de Espinheira Jorge Roriz (13/06) e Carlos Eugênio Ayres (14/06) . Enviei a nota abaixo ao espaço “Opinião do Leitor” em apoio a Luiz Alberto. Espero que seja publicada.
"A desestabilização da zona de conforto causada pelo ingresso massivo de estudantes negros/as ao ensino superior fere de modo incisivo suscetibilidades e aciona justificativas que partem de um modelo de racionalidade hierárquico que mantém intocadas as assimetrias que observamos entre nós negros/as e demais segmentos da sociedade. Na medida em que o “racismo que não se revela” é denunciado por ações que põem a nu o seu modus operandi e mostram de que forma os privilégios são mantidos, surgem ataques fundados em argumentos extremamente frágeis, como o da “mediocrização do povo". Prefere-se recorrer ao argumento de que as cotas ferem o princípio do mérito mesmo quando avaliações feita por universidades como a UFBA atestam que o desempenho dos estudantes que ingressaram via sistema de cotas é igual ou superior aos não-cotistas. Se “somos menos do que nós mesmos” é por que historicamente assim o fizemos, sufocando a nossa diversidade em prol de um modelo cultural que não questiona (e resiste a questionar) seus próprios fundamentos."
Zelinda Barros, antropóloga, Coordenadora do Projeto de Incentivo à Permanência de Estudantes Cotistas do CEAO/UFBA.
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