Publicações, digitalização e disponibilização de acervo na Biblioteca Virtual Dois de Julho garantem amplo acesso às pesquisas sobre a memória da Bahia
A história do Brasil, em boa medida, se confunde com a história da Bahia, onde está a primeira capital do país e os primeiros povoamentos urbanos. Em 2011, diversas ações de formação garantiram uma maior divulgação da história da Bahia, para estudantes, pesquisadores e a população em geral. O Centro de Memória da Bahia, o Arquivo Público do Estado e o Memorial dos Governadores Republicanos da Bahia, localizado no Palácio Rio Branco, realizaram em 2011 exposições, cursos e seminários, difundindo os conhecimentos sobre os aspectos fundamentais da nossa história. O ano foi também marcado pelo lançamento da Biblioteca Virtual Dois de Julho, que reúne todo acervo digitalizado sobre a história da Bahia, entre documentos, artigos, livros, teses e dissertações para consulta on line.
Entre os fatos históricos marcantes celebrados em 2011 estão a inclusão do nome dos líderes da Revolta dos Búzios (Conjuração dos Alfaiates) no livro dos heróis nacionais e a relevância das lutas de independência do Brasil travadas na Bahia, celebradas em 25 de junho, na cidade de Cachoeira, e em 02 de julho, em diversos municípios baianos e em Salvador. Nestas oportunidades, a Fundação Pedro Calmon/SecultBA produziu material informativo, a exemplo de uma cartilha contendo rico material documental e analítico sobre a importância da Revolta dos Búzios para a consolidação dos ideais de República e Liberdade. Este material foi distribuído gratuitamente para escolas, bibliotecas e associações culturais, auxiliando o trabalho de educadores e pesquisadores. Além disso, um seminário e uma exposição, realizados no Palácio Rio Branco no mês de agosto, atraíram estudiosos e interessados.
Também nas comemorações ao Dois de Julho de 2011, a Fundação Pedro Calmon produziu materiais informativos como a Folha Literária, revistas, mapas com as principais batalhas travadas pela independência e os personagens da guerra. O material foi distribuído durante o Projeto Rota da Independência, uma parceria com o SAC Móvel, da Secretaria de Administração do Estado, que levou cidadania, serviços e conhecimento para os moradores dos municípios do Recôncavo Baiano. Entre os dias 25 de junho e 02 de julho, uma caravana percorreu as cidades de Cachoeira, São Gonçalo dos Campos, Muritiba, Maragojipe, São Francisco do Conde, Santo Amaro e Governador Mangabeira, levando história e livros, graças à presença do veículo da Biblioteca Móvel. Em Salvador, além das bibliotecas públicas, as celebrações à Independência do Brasil na Bahia aconteceram no bairro de Pirajá, com cortejo literário, e na Praça do Campo Grande, com o projeto Ao Pé do Caboclo, uma animada feira de livros, com recital poético e música.
Arquivo Público - Segunda principal instituição arquivística do Brasil, o Arquivo Público da Bahia empreendeu esforços com a finalidade de preservar e assegurar o acesso ao patrimônio documental sob a sua custodia. Neste ano, destaca-se a criação e a implantação do Laboratório de Digitalização e a aplicação da Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE). Em relação à política Estadual de Arquivos merece registrar a realização, em Salvador no mês de outubro, das Oficinas Técnicas do Conselho Nacional de Arquivos (CONARQ) e da I Conferência Nacional de Arquivos – Etapa Regional Nordeste, preparatória para o encontro nacional que ocorreu em Brasília. O Arquivo Público da Bahia, em parceria com o CONARQ, realizou três oficinas técnicas sobre gestão arquivística de documentos digitais e impressos, ministradas por especialistas nacionais. Registrou-se a participação de mais de 500 interessados, entre técnicos e gestores de instituições arquivísticas.
Integrando as comemorações pelo Bicentenário da Imprensa na Bahia, houve o lançamento da coleção digitalizada “A Idade D’Ouro do Brazil”, a primeira Gazeta da Bahia, que circulou no dia 14 de maio de 1811, uma fonte de pesquisa a ser consultada para o entendimento da sociedade baiana nas primeiras décadas do século XIX. O lançamento, que ocorreu na Biblioteca Pública do Estado da Bahia, contou com uma conferência da pesquisadora Maria Beatriz Nizza da Silva, autora dos livros Diário Constitucional e Idade d’Ouro do Brazil.
Os pesquisadores de história também comemoraram o lançamento, em CD-ROM, do Catálogo de Documentos Manuscritos "Avulsos" da Capitania da Bahia (1604-1828), custodiados pelo Arquivo Histórico Ultramarino, em Lisboa. O acervo, de reconhecida importância para a pesquisa histórica do Período Colonial brasileiro, refere-se ao período em que Salvador era a capital da Colônia (1549-1763). O acesso ao acervo microfilmado e digitalizado, composta de 293 rolos de microfilmes e 63 CD’s, assegura o resgate do patrimônio arquivístico comum entre Brasil e Portugal. A diretora do Arquivo Público, Maria Teresa Matos, informa que os benefícios do Projeto Resgate motivaram a aquisição de um sistema híbrido de microfilmagem e digitalização planetário Zeutschel OK 300/301 - instrumento alemão com os mais altos padrões de qualidade - para dar início à conversão dos documentos originais para o formato digital. “Essa conquista integra o projeto de modernização do acesso e da difusão de acervos do Arquivo Público da Bahia, e visa garantir preservação e segurança do patrimônio arquivístico da Bahia e do Brasil”, ressalta.
Memória - O Centro de Memória da Bahia ampliou importantes ações de divulgação da história, como o curso Conversando com sua História que, em 21 palestras gratuitas, abordou diversos aspectos da História da Bahia do período colonial à atualidade, desenvolvidas por historiadores, professores universitários, doutores e mestres em História, atraindo cerca de 2.120 interessados. Além disso, foi realizado, em parceria com a Secretaria de Educação da Bahia, o seminário: “História da Bahia: desafios e perspectivas”. O evento reuniu professores e especialistas para discutir a inclusão da história da Bahia nos currículos dos ensinos fundamental e médio. Para ampliar os conhecimentos sobre os anos obscuros da Ditadura Militar no Brasil, em dezembro de 2011, foi apresentado à sociedade o projeto Memórias Reveladas das Lutas Políticas na Bahia (1964-1980), que será desenvolvido pelo Centro de Memória, com vistas a assegurar o resgate da história por meio de documentos e depoimentos orais.
Duas importantes iniciativas para a divulgação da história encerraram o ano: o lançamento da Revista História da Bahia, que na edição 2011, aborda o período desenvolvimentista baiano ocorrido entre os anos de 1945 e 1964; e o lançamento da Biblioteca Virtual 2 de julho, com acervo composto por documentos do Arquivo Público do Estado, Centro de Memória da Bahia, das Bibliotecas Públicas e de centros acadêmicos de pesquisa. Trata-se de uma biblioteca híbrida que disponibiliza conteúdos na integra para download, além de oferecer serviço de referência eletrônico ao disponibilizar links e referências dos materiais. Para ter acesso aos conhecimentos produzidos e divulgados sobre a Bahia, basta acessar o portal da BV 2 de julho, no endereço: www.bv2dejulho.ba.gov.br.
“É nosso papel, como guardiões e divulgadores da história da Bahia, empreender todos os esforços para garantir o amplo acesso aos conhecimentos sobre nossa formação e os processos da nossa história. O uso das novas tecnologias tem auxiliado o trabalho de gestores e pesquisadores e a Fundação Pedro Calmon está atenta a essas ferramentas. A Biblioteca Virtual Dois de Julho exemplifica essa iniciativa. Conhecer a história da Bahia é direito de todos e essencial à cidadania”, defende o historiador Ubiratan Castro de Araújo, diretor-geral da Fundação Pedro Calmon.
FONTE: Site da Fundação Pedro Calmon
Nenhum comentário:
Postar um comentário