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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO
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segunda-feira, 1 de junho de 2009
Rio de Janeiro se mobiliza a favor das cotas
1º de junho/ Segunda-feira
às 14 horas
Em frente ao Fórum (Tribunal de Justiça)
Av. Erasmo Braga, 115 – Centro – Rio de Janeiro – RJ
O ato será em resposta a liminar do Deputado Flávio Bolsonaro que suspendeu os efeitos da Lei Estadual 5.346/2008, que Cria o Sistema de Cotas nas Universidades do estado do Rio de Janeiro.
O Deputado conservador, RACISTA e seus aliados na Justiça, querem VIOLENTAR um legítimo direito conquistado democraticamente pelos afro descendentes, que representam 47% do povo do Estado do Rio de Janeiro.
Companheiros:
Hoje são as cotas universitárias. Amanhã a liminar será para suspender o feriado do dia de Zumbi dos Palmares.
Centro de Pesquisas Criminológicas do Rio de Janeiro – CEPERJ
José dos Santos Oliveira – Diretor
Memória Lélia Gonzalez
www.leliagonzalez.org.br
Diretora do CEAO discute racismo em novo livro - BA
domingo, 31 de maio de 2009
Nunca tive namorada negra (Ivan Martins)
Um dos motivos é geográfico: desde a adolescência quase não há pessoas negras ao meu redor. Elas não estavam no colégio, não estavam na faculdade e não estão no trabalho, com raras e queridas exceções. É nesses ambientes - escola e emprego -- que se constroem relações duradouras de amor e amizade.
O outro motivo é vergonhoso: racismo. Deve haver um pedaço de mim que acha mulher branca mais bacana que mulher negra, independente de beleza, inteligência ou caráter. Mesmo tendo ancestrais negros, cresci numa sociedade em que a cor, os traços e os cabelos africanos são tratados como defeito. É difícil livrar-se desse lixo.
Ando pensando sobre essas coisas desde que tive uma discussão, dias atrás, com meu melhor amigo, sobre cotas raciais na universidade. Ele contra, eu a favor. Ele defende cotas econômicas, para jovens pobres oriundos das escolas públicas. Eu sinto que isso não é suficiente. Acredito que os negros têm sido sistematicamente prejudicados ao longo da história brasileira e fazem jus a políticas e tratamento preferenciais.
Penso nas namoradas negras que eu não tive. Elas não estavam na boa escola pública de primeiro grau onde eu entrei depois de um exame de admissão. Também não estavam na escola federal onde fiz o colégio. Ali só se entrava depois de um vestibular duríssimo. Na Universidade de São Paulo, onde estudei jornalismo, só havia um colega negro, nenhuma garota que eu me lembre.
Será que isso é apenas econômico? Duvido. Eu vim de uma família pobre e cheguei à universidade e à classe média. O mesmo fizeram minhas irmãs e meus amigos brancos. Os coleguinhas negros da infância - com poucas exceções -- não chegaram. Estavam em desvantagem. Tem algo aí no meio que é mais do que pobreza.
É fácil para mim enxergar que a linha de corte na sociedade brasileira não é apenas de renda. Ela é de cor também. Essa linha está dentro de nós, dentro de mim. Somos racistas, embora mestiços. Por isso me espanta que as pessoas não se inclinem generosamente pela idéia de uma reparação aos sofrimentos infringidos aos negros - até como forma de purgar essa coisa ruim e preconceituosa que trazemos dentro de nós.
Eu, que nunca tive uma namorada negra, gostaria que meus filhos vivessem num país melhor. Um país em que houvesse garotas e garotos negros na universidade pública, ao lado deles. Um país em que eles tivessem colegas de trabalho negros. Engenheiros. Médicos. Advogados. Jornalistas. Um país onde as pessoas pudessem se conhecer, se admirar e se amar sem a barreira do preconceito que ainda nos divide.
IVAN MARTINS É editor-executivo de ÉPOCA
FONTE: Revista Época, 27/05/2009
sexta-feira, 29 de maio de 2009
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Seminário divulga pesquisas sobre Ações Afirmativas - BA
Ações afirmativas:
representações e discursos em
ambientes de ensino-aprendizagem
Nadja Ferreira Pinheiro
Mestranda em Estudos Étnicos e Africanos
pela Universidade Federal da Bahia
Zelinda dos Santos Barros
Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos
pela Universidade Federal da Bahia
Coordenação
Paula Cristina da Silva Barreto
Universidade Federal da Bahia
Doutora em Sociologia
pela Universidade de São Paulo
data e horário:
quinta-feira
04 de junho de 2009
16:00h
local:
Fundação Clemente Mariani
Rua Miguel Calmon, 398
Ed. Conde Pereira Marinho
Comércio - 40015-010 - Salvador BA
inscrições e informações:
(71) 3243 2491 | 3243 2666
academico@fcmariani.org.br
entrada franca mediante inscrição
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Verdadeiro interesse nos “piratas” da Somália não é revelado, diz pesquisador
Koffi disse que os países europeus e os EUA querem continuar pescando sem autorização prévia no Golfo de Áden, na costa da Somália, além de utilizar o litoral do país africano para jogar lixo nuclear. Para isso, segundo Koffi, inventaram, como desculpa, que precisariam combater os chamados “piratas”, para assim, resolver a crise da Somália.
“Essa situação ajuda os navios europeus na região para a exploração do mar. Junto ao grupo de navios europeus e empresas tem o exército americano. Então, os piratas são eles.”
Desde que o governo da Somália entrou em colapso em 1991, nove milhões de somalis passam fome. O povo somali apoia os chamados “piratas”, pois, de acordo com Koffi, eles estariam lutando pelos pescadores tradicionais da região.
Koffi disse que o uso do termo “pirata” em pleno o século XXI não é adequado. Para ele, a denominação tem como objetivo tratar os grupos da Somália de forma negativa.
“Para receber o apoio dos outros países, tem que ter um discurso para desacreditar a luta desses ' rebeldes ' . Então, todo mundo passa a ver esses grupos, que para mim são grupos organizados, como terroristas”.
De São Paulo, da Radioagência NP, Desirèe Luíse.
26/05/09
Uerj vai recorrer; alunos apoiam a direção (Miriam Leitão)
A Uerj foi a primeira escola a adotar o sistema. Hoje, segundo professores com quem conversei, eles estão orgulhosos do desempenho dos cotistas e vão fazer uma ampla pesquisa para saber o resultado da política no mercado de trabalho. Eu fui lá para abrir a V Amostra de Estágios.
O que eu vi hoje lá foi uma platéia cheia da bela diversidade do Brasil: pretos, brancos, pardos, meninos, meninas, moradores de áreas diferentes do Rio, juntos, integrados, debatendo sobre riscos e oportunidades do mercado de trabalho. Uma prova viva de que conviver juntos no mesmo espaço, em pé de igualdade é o melhor remédio contra as desigualdades raciais brasileira.
A liminar, explicou o reitor, Ricardo Vieiralves de Castro, suspendeu a aplicação de uma lei que tem oito anos e às vésperas do vestibular. Se não for cassada prejudicará os estudantes que se inscreveram pelo sistema de cotas. E uma medida liminar, como se sabe não pode provocar prejuizos irreversiveis.
Sei que este assunto é polêmico, mas tenho há anos a mesma posição favorável às cotas. Já escrevi muito sobre o assunto, não vou repetir os argumentos. Já ouvi e li muitos argumentos contrários. Não me convenceram. As cotas sozinhas não vão resolver as desigualdades racias, mas são uma das armas para nos ajudar a superar o problema. Não, não acho que elas vão "implantar" o racismo no Brasil, não se implanta o que já existe. E estou convencida - fiquei hoje ainda mais - que a convivência de pessoas diversas, de áreas diferentes da cidade e da sociedade, com histórias diversas cria uma chance de menos distância social no Brasil. Na universidade que estudei só havia brancos. A que vi hoje era mais bonita, tinha mais a cara do Brasil.
As empresas modernas sabem que os times mistos são mais eficientes, que a diversidade no quadro de funcionários aumenta a capacidade de resposta da empresa aos desafios. A Uerj está fazendo a parte dela, que o mercado de trabalha entenda os novos tempos e suas chances.
I Seminário internacional Áfricas: historiografia africana e ensino de história - BA
O I Seminário internacional Áfricas: historiografia africana e ensino de história, busca promover debates que problematize a discussão sobre história da África na produção historiográfica contemporânea, o ensino da história do continente, e da diáspora.
Sendo uma iniciativa da PPG/UNEB, NEAB/UDESC, CECAFRO/PUC/SP e Casa das Áfricas, com o apoio do CNPq e do Governo do Estado de São Paulo, o seminário está aberto à participação gratuita da comunidade em geral. A participação é condicionada somente pelo efetivo interesse, porém as vagas são limitadas, por isso, é necessário fazer inscrição antecipada, que além de garantir a vaga, dá o direito ao uso de um dos 400 aparelhos de tradução simultânea (200 aparelhos por etapa) que serão disponibilizados pela organização do evento.
Ainda que o título faça referência ao continente africano, procura-se destacar assuntos que interessam as pessoas dedicadas no estudo e ensino de culturas de origem africana, e não somente nesse continente.
I Etapa: SALVADOR (dias 28 a 30 de maio)
ENDEREÇO:
UNEB – Campus I
Avenida Silveira Martins, 2555 - Cabula
Salvador-BA
Ponto de referência: Próximo ao Hipermercado Bompreço
Dia 28.05.2009
8:00 - 10:00 - credenciamento
10:00 - 12:00 - Mesas de comunicação coordenada
13:30 - 15:00 - Mesas de comunicação coordenada
15:00 - 18:00 - Mesa–redonda I- Estudos africanos: Diálogos entre antropologia, sociologia e história.
Prof. Dr. Dagoberto José Fonseca (UNESP)
Prof. Dr. Alain Kaly (UNICAMP)
Augustin Emane (Universidade de Nantes, França)
Prof. Dra. Maria Antonieta Antonacci (PUC-SP) ( coordenadora )
18:00 - 19:30 - Reunião de trabalho
19:30 - 22:00 - Cerimônia e conferência de abertura: Debates e produção historiográfica da África.
Prof. Dr. Boubacar Barry (Universidade Cheikh Anta Diop, Senegal)
Prof. Dra. Maria Antonieta Antonacci (PUC-SP) (coordenadora)
Dia 29.05.2009
8:30 - 12:00 - Mini-cursos:
Prof. Dr. Salomão Jovino ( A sala de aula no Atlântico negro ) ( Aruanda Mundi- Arte, Cultura e Educação S/C. )
Profa. Dra. Maria Nazareth Fonseca (PUC-Minas) (Literaturas africanas de expressão portuguesa)
Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB), Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB) e Profa. Me. Suely Santos Santana (UNEB) (África e Diáspora na Bahia: Uma proposta de ensino)
13:30 - 16:30 - Mesa de comunicação coordenada
16:30 - 18:00 - Mesa – redonda II: Perspectivas contemporâneas no ensino de história da África
Profa. Dra. Patrícia Santos Schermman (UNIFESP)
Prof. Me. Juvenal de Carvalho (UEFS)
Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB)
Prof. Dr. Paulino de Jesus Francisco Cardoso (UDESC) (coordenador)
18:30 - 20:00 - Mesa Redonda III: A importância da história da África para o estudo da Diáspora
Prof. Dr. Kabengele Munanga (USP)
Prof. Dr. Carlos Serrano (USP)
Prof. Me Edson Borges (UCAM
Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB) (coordenador)
20:30 - 22:00 - Conferência: O que os africanos têm a dizer sobre o ensino de história das Áfricas na África
Prof. Dr. Simão Souindola (UNESCO/ROTA DOS ESCRAVOS)
Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB) (coordenador)
Dia 30.05.2009
8:30 - 12:00 - Mini-cursos:
Prof. Dr. Salomão Jovino ( A sala de aula no Atlântico negro ) ( Aruanda Mundi- Arte, Cultura e Educação S/C. )
Profa. Dra. Maria Nazareth Fonseca (PUC-Minas) (Literaturas africanas de expressão portuguesa)
Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB), Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB) e Profa. Me. Suely Santos Santana (UNEB) (África e Diáspora na Bahia: Uma proposta de ensino)
13:30 - 16:00 - Mesa-redonda IV- História, pensamento e saberes no contexto das culturas africanas
Prof. Dr. Jacques Depelchin (CEAO/UFBA)
Prof. Dr. Aghi Bahi ( Université de Cocody Costa do Marfim)
Prof. Dr. Severino Ngoenha (Universidade Lousanne, Suiça)
Prof. Dr. Acácio Almeida dos Santos (Casa das Áfricas/ PUC-SP) (coordenador)
16:30 - 18:30 - Mesa redonda V Historiografia brasileira e o ensino de história: qual o lugar das Áfricas.
Prof. Dr. Marcelo Bittencourt (UFF)
Prof. Dr. Wilson R. Mattos (UNEB)
Prof. Dr. Paulino Cardoso (UDESC)
Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB) (coordenador)
20:00 - 22:00 - Conferência: O legado de Ki-Zerbo: historiografia africana e africanistas
Prof. Dr. Elikia M’Bokolo (École des Hautes Étude em Sciences Sociales , Paris)
Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB) (Coordenador)
terça-feira, 26 de maio de 2009
Programação da III Semana da África: 26/05, terça-feira - BA
9:00h - Sessão de Comunicação Coordenada
1- Trabalhos dos Estudantes Africanos na Bahia
Coordenador: Vasco Anaximes Cassimiro Menut- Estudante de Convênio Guiné-Bissau
Auditório / Sala: Auditório Milton Santos (CEAO)
2- Relações de Gênero: África e Brasil
Coordenadora: Tatiana Reis- Doutoranda em estudos Étnicos e Africanos
Auditório / Sala: Sala de aula de POSAFRO-CEAO
9:00h Mini –Curso / Oficina
1- Literatura Afro- Brasileira / Oficina – (Simone Santos- Mestranda em Estudos
Étnicos e Africanos)
Auditório / Sala: Sala de aula nº 01 CEAO
2. Contação de História Africana / Mini- Curso(Alyxandra Gomes- Doutoranda em
Estudos Étnicos e Africanos e Silvia Barbosa de Carvalho - Psicóloga, mestre em
Saúde Pública e Especialista em Estudos Africanos).
Auditório / Sala:Auditório Agostinho da Silva -CEAO
11:00h Mesa-redonda 2 : Os Estudos Africanos no Brasil
Palestrante 1 – Dra. Patrícia Scherman (Universidade Federal de São Paulo)
Palestrante 2 – Dr. Jacques Depelchin (Professor Visitante - UFBA)
Palestrante 3 – Dr. Nicolau Pares (Universidade Federal da Bahia).
Palestrante 4 – Dr. Wilson Trajano(Universidade de Brasília)
Debatedora – Artemisa Odila (Doutoranda em Ciências Sociais – UFBA)
Auditório / Sala: Auditório Milton Santos -CEAO
11:00h Mesa - redonda 3 : As Religiosidades e Culturas Africanas e da Diáspora
Palestrante 1 – Dr. Vilson Caetano (Universidade Federal da Bahia)
Palestrante 2 – Makota Valdina (Makota do Terreiro Tanuri Junssara)
Palestrante 3 - Dr. Flávio Gonçalves (Universidade Estadual de Santa Cruz)
Debatedor – Fábio Lima (Doutorando em Estudos Étnicos e Africanos – UFBA)
Auditório / Sala: Faculdade de Economia- Sala de Congregação
TARDE
14:30h Mesa – redonda 3: Literatura Africana e da Diáspora Negra
Palestrante 1 – Dra. Florentina Souza - (Universidade Federal da Bahia)
Palestrante 2 – Dra. Moema Augel – (Universidade Beliefeld – Alemanha)
Palestrante 3 – Odete Semedo(Doutoranda em Letras da PUC Minas Gerais)
Debatedora – Ms. Cláudia Santos(SEC)
Auditório / Sala: Auditório Milton Santos -CEAO
14:30h Mesa – redonda 5: Ações Afirmativas no Brasil
Palestrante 1 – Dr. Silvio Humberto (Universidade Estadual de Feira de Santana)
Palestrante 2 – Dr. Wilson Matos (Universidade do Estado da Bahia)
Palestrante 3 – Dr. Ari Lima (Universidade do Estado da Bahia)
Palestrante 4 – Dr. Paulino de Jesus (Universidade Estadual de Santa Catarina)
Debatedora: Ms. Vilma Reis (CEAFRO)
Auditório / Sala: Faculdade de Economia, Sala de Congregação.
17:00 h Mini –Curso / Oficina
2- Culinária Africana e Afro-brasileira/ Oficina (Orlando Santos - Mestrando em
Estudos Étnicos e Africanos e Valdinéia de Jesus Sacramento- Mestre em
Estudos Étnicos e Africanos UFBA )
Auditório / Sala: Pátio do CEAO
3. Sociedades crioulas na costa ocidental da África/ Mini-curso(Dr. Wilson Trajano
- UNB)
Auditório / Sala:Auditório Milton Santos- CEAO
17:00 h Mesa-redonda 6: A lei 10.639/03 : O Ensino de História da África no Brasil
Palestrante 1 – Ms.Denílson Lessa (Universidade do Estado da Bahia)
Palestrante 2 – Ms.Juvenal Carvalho (Universidade Federal do Recôncavo)
Palestrante 3– Zelinda Barros ( Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos- UFBA)
Palestrante 4 – Ms. Nádia Cardoso (SEC)
Debatedor - Fabio Baqueiro (Doutorando Em Estudos Étnicos e Africanos -UFBA)
Auditório / Sala: Faculdade de Economia- Sala de Congregação
19:00h Apresentação Cultural: Desfile de Roupa Africana
Endereços:
Centro de Estudos Afro-Orientais
Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho (em frente ao Hotel Capri) - CEP 40060-055. Salvador - Bahia - Brasil
Faculdade de Economia
Praça da Piedade, 06, Centro, Salvador - Bahia - Brasil
Mesa redonda sobre afrodescendência - BA
Joel Zito Araújo
Cineasta, roteirista e pesquisador. Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Pós-doutor pela University of Texas, em Austin, nos Estados Unidos. Dirigiu os documentários de longa metragem – O efêmero estado União de Jeová e A negação do Brasil; e um longa-metragem de ficção: Filhas do vento. Dirigiu ainda documentários de curta e média-metragem tematizando o negro na sociedade brasileira, dentre os quais: São Paulo abraça Mandela, Retrato em preto e branco, Ondas brancas nas pupilas pretas e A exceção e a regra. É autor do livro A Negação do Brasil – O Negro na Telenovela Brasileira.
Lepê Correia
Formado em Comunicação Social pela UFP e em psicologia, especialista em História de Pernambuco, mestre em Filosofia Política, mestrando em Teoria Literária, Pesquisador das tradições e Religiosidades Africanas. Com importante militância junto ao Movimento Negro, Correia também é integrante do Conselho Consultivo da Revista Palmares- Cultura Afro-Brasileira, editada pela FCP/MinC e colaborador em ações de Comunicação Social direcionadas à promoção e valorização da cultura afro-brasileira.
Maurício Pestana
É publicitário, cartunista, escritor e roteirista, com trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Sua extensa obra tem se destacado, principalmente pela luta em favor dos direitos humanos e cidadania plena das minorias brasileiras. É membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais e do Conselho Paulista de Leitura. Autor e co-autor de diversas publicações, como: Negro: Uma outra História – A Luta Quilombola; Cidade Tiradentes – Historia e Vida da Migração Negra na Cidade de São Paulo; Revolta dos Búzios – Uma Historia de Igualdade no Brasil; O Negro no Rio Grande do Sul; dentre outras.
Milton Gonçalves
Militante do movimento negro, ator e diretor de Teatro, Cinema e TV.
Noel dos Santos de Carvalho
Sociólogo, mestre em multimeios pela Universidade de Campinas (UNICAMP) e doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Possui experiência em investigações que relacionam as áreas de sociologia da cultura e sociologia das relações étnicas e raciais com ênfases em pesquisas sobre as representações sociais produzidas pelos meios audiovisuais, especialmente o cinema. Atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutoramento no Instituto de Artes da Universidade de Campinas (UNICAMP) sobre a representação do negro nos filmes brasileiros da retomada.
Zulu Araújo
Formado em arquitetura pela Universidade Federal da Bahia, Zulu Araújo acumulou experiência na gestão de programas culturais voltados aos negros. Entre outros cargos, foi conselheiro do Olodum e assessor especial da Secretaria de Cultura da Bahia. Ele foi responsável pelas atividades de comemoração dos 300 anos de Zumbi, em 1995. Ele assumiu a presidência da Fundação Cultural Palmares em março de 2007, órgão do qual já fazia parte da diretoria desde 2003.
Lançamento de festival abre Semana da África na Bahia - BA
FONTE: UFBA em Pauta
segunda-feira, 25 de maio de 2009
O Pan-Africanismo como proposta (João Jorge)
Pois desde que adquirir os primeiros conhecimentos acerca deste movimento, não mais observei, nos meus estudos sobre a história da África e de sua Diáspora, um outro combustível ideológico tão completo, excepcional e extraordinário capaz de tencionar as relações raciais.
O Pan-Africanismo acabou por tornar-se o mais eficiente e eficaz movimento de luta dos povos de ascendência africana do mundo pela liberdade, pois estava assentado no sentimento de solidariedade fraterna entre todos os povos negros que foram vítimas do colonialismo e/ou do racismo europeu. Também, porque o próprio Pan-Africanismo não se constituiu num movimento de mendicância por parte dos negros, mas sim numa busca verdadeira por justiça, onde o povo negro tivesse o mesmo direito de controlar suas vidas como qualquer outra raça.
Embora tenha sido, inicialmente, uma simples manifestação de solidariedade entre negros do Caribe e dos Estados Unidos, que pensavam num movimento único para os povos negros do mundo inteiro, o Pan-Africanismo tornou-se, após a II guerra mundial, um combustível ideológico revolucionário indispensável para os programas políticos adotados por líderes e organizações africanas anti-coloniais, tendo sido significativa sua influência no processo de libertação dos países africanos colonizados.
Assim, tomou dimensões globais. Como principais precursores, temos Marcus Garvey como pai do Pan-Africanismo messiânico e W. E. Du Bois, pai do Pan-Africanismo contemporâneo. O primeiro era favorável a um retorno dos negros à África ou a criação de um estado independente africano no Ocidente para aqueles que não quisessem fazer parte da redenção. Utilizando-se de um discurso extremamente populista, Garvey conseguiu com seu grande carisma arregimentar multidões de negros tanto nos EUA como no Caribe e África.
Enquanto o segundo W.E. Du Bois, foi o primeiro a defender que a unidade entre os negros americanos e caribenhos com os africanos deveria basear-se na compreensão de que a origem de sua dominação tinha uma raiz comum: o imperialismo. Ainda, dizia W.E.Du Bois, que o grande problema do século 20 seria o racismo.
O termo Pan-Africanismo foi cunhado pela primeira vez por Sylvester Willians, advogado negro de Trinidad, por ocasião de uma conferência de intelectuais negros realizada em Londres, em 1900. Willians levantava sua voz contra a expropriação das terras dos negros sul-africanos pelos europeus e conclamava o direito dos negros à sua própria personalidade e autodeterminação.
Apesar da ambigüidade do termo, o Pan-Africanismo pode ser entendido como movimento de solidariedade fraterna dos descendentes, ou ascendentes, do mundo todo, com vistas ao enfrentamento das diversas formas de exploração e descriminação racial. Atualmente, o Pan-Africanismo está presente no campo racial-político e cultural-religioso. Assentando-se nos princípios da solidariedade, unidade, autodeterminação, autonomia, justiça e igualdade. De todos os princípios aludidos acima, o da autodeterminação merece uma atenção especial, porque significa a liberdade propriamente dita, ou seja, o poder do povo negro de dispor do seu próprio destino, sem se sujeitar a dominação de nenhum outro povo.
Neste sentido, fundamento minha proposta com Malcolm X: “São capazes de imaginar o que pode acontecer, o que certamente aconteceria, se todos os povos de origem africana compreendessem algum dia que possuem vínculos de sangue, se compreendessem que todos possuem um objetivo comum... e que não teriam a menor dificuldade em alcançá-lo se se unirem (?)”.
E ainda: “fisicamente os afro-descendentes podem permanecer no Ocidente, lutando por seus direitos constitucionais, mas filosófica e culturalmente precisam desesperadamente voltar para África e desenvolver uma unidade ativa na estrutura do Pan-Africanismo.
3/11/2006 - Brasil - Afropress
25 de Maio: Dia da África (João Jorge)
Hoje dia 25 de maio, vamos celebrar em Salvador, Bahia, o Dia da África uma homenagem aos paises e povos africanos e a luta ela liberdade e igualdade. Esta data foi definida pela ONU através da Organização da Unidade Africana (OUA) - hoje apenas Unidade Africana, para comemorar o feito extraordinário das independências dos paises africanos do colonialismo na década de 60.
O Pan africanismo foi a ideologia que permitiu a independência do Ghana em 1958 e depois de diversos paises africanos com Nigéria, Benim, Senegal, Madagascar, ampliando o horizonte da diáspora africana nas Américas, no Caribe e no Brasil de milhões de descendentes do continente matriz da humanidade. A África e o berço da humanidade segundo os cientistas e o mais antigo continente na face da terra.
O dia 25 de maio é um dia de celebração da vitória contra o colonialismo, contra a escravidão, contra as desigualdades, contra a fome, contra as guerras, e tantos males que provocam a dor na África e no mundo. Todos nos descendentes do continente africano nos orgulhamos da derrota do mal e da vitória do bem com a libertação e auto governo dos países africanos.
Porem, nos dias de hoje, as diversas Áfricas que conhecemos nos remetem a uma visão critica e menos heróica e saudosista, a homenagem que fazemos no dia 25 de maio e uma homenagem a uma África real com suas juventudes, seus governos, suas mulheres, seus sonhos de progressos, e de liberdade econômica e política no mundo de hoje.
Neste momento, o Olodum vive apaixonadamente a busca pelo conhecimento da historia da África do Sul, o berço da humanidade, a origem da vida, local onde o ser humano se separou dos animais na cadeia evolutiva, que será um dos nossos destinos em 2010, uma rica e poderosa nação africana, cujo povo derrotou o apartheid e que a superação deste regime conciliou negros,mestiços e brancos,seus heróis lendas são os nossos guias.
Olodumaré - Salve a África e nos ajude a libertar a ultima cidade do mundo que vive sob o apartheid. A cidade do Salvador 460 anos de opressão para o povo negro.
domingo, 24 de maio de 2009
A lei 10.639/03 : O Ensino de História da África no Brasil - BA
Esperamos vocês por lá!
26/05 ( terça-feira)
17:00 h Mesa-redonda 6: A lei 10.639/03 : O Ensino de História da África no Brasil
Palestrante 1 – Ms. Denílson Lessa (Universidade do Estado da Bahia)
Palestrante 2 – Ms. Juvenal de Carvalho (Universidade Estadual de Feira de Santana)
Palestrante 3 – Zelinda Barros (Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos/CEAO /UFBA)
Palestrante 4 – Ms. Nádia Cardoso (Secretaria de Educação e Cultural - BA)
Debatedor - Fabio Baqueiro (Doutorando Em Estudos Étnicos e Africanos - UFBA)
Auditório / Sala: Faculdade de Economia - Sala de Congregação
sexta-feira, 22 de maio de 2009
Festival Mundial das Artes Negras tem lançamento na Bahia - BA
Contatos: fesman@palmares.gov.br
Telefone: (71) - 2105-2047
III FESTIVAL MUNDIAL DAS ARTES NEGRAS
20h - ABERTURA
Convidados:
Presidente do Brasil
Presidente do Senegal
Ministro da Cultura do Brasil
Ministro das Comunicações
Governador do Estado da Bahia
Secretário de Cultura do Estado
- Lançamento do selo comemorativo da capoeira pelos Correios. O presidente dos Correios, e os presidentes do Brasil e do Senegal obliteram o selo.
- Apresentação do III Festival Mundial de Artes
- Discursos autoridades
Roteiro Artístico
Capoeira - Balé Folclórico da Bahia
Gilberto Gil (Canta La lune de Goreé)
Balé do Senegal
Margareth Menezes - Óya Tetê
Fréres Guisse
Grupo Gêge Nagô
Margareth Menezes + Gêge Nagô
Balé Folclórico da Bahia e Balé do Senegal - Afixirê
Grupos Culturais - Ilê Ayê, Cortejo Afro, Male e Gandhy
Gilberto Gil - Hino do FESMAN
Assecom/FCP/MinC
quinta-feira, 21 de maio de 2009
Estudantes Africanos da UFBA promovem a "Semana da Africa" - BA
- ÁFRICA: DINÂMICAS SOCIAIS, POLÍTICAS E CULTURAIS NA CONTEMPORANEIDADE
de 25 a 27 de maio de 2009
Salvador, Bahia - BRASIL - No dia 25 de maio de 1963, a Organização da Unidade Africana (OUA), hoje denominada União Africana (UA) foi criada pelos lideres africanos, com a sede permanente em Addis-Abeba, capital da Etiópia. Esta é uma data histórica comemorável em toda a África como o dia da solidariedade, e também da reflexão dos acontecimentos sócio-políticos e econômicos do continente. No Brasil, até hoje a história da África tem sido mascarada e desfigurada, pela “força dos fatos”, ou seja, pela ignorância. O que se sabe da África no Brasil, de uma forma generalizada, são informações transmitidas através da imprensa nacional, estereotipada e deturpada pela mídia. Na contramão da “força dos fatos” a semana da África lançou a idéia de re-pensar a África através da complexidade que qualquer continente exige. Assim, a terceira edição da Semana da África convida a todos para mais uma reflexão sobre as relações entre Brasil e África. Trazendo para o cenário o debate sobre as dinâmicas sociais, políticas e culturais, enfatizando a literatura, as religiões, relações de gênero, cinema, intercâmbio educacional, enfim dando visibilidade a uma herança mais que significativa para o Brasil.
Objetivos
. Discutir o papel da mulher negra na África e no Brasil .
.Refletir sobre as diversas representações da África presentes no imaginário brasileiro.
. Analisar a importância da África nas ressignificações culturais e identitárias do negro brasileiro.
. Discutir o ensino de História da África e a Efetivação da lei 10.639/03.
. Problematizar sobre as políticas de intercâmbio cultural entre Brasil e África.
Abertura e Programação
A abertura da Semana da África será dia 25.05 às 19:00 h na Reitoria da Universidade Federal da Bahia. O evento terá como conferencista o Congolês Dr. Jacques Depelchin - Professor Visitante - UFBA.Aqui você poderá acessar a programação completa.
Já para saber as chamadas para a apresentação dos trabalhos basta clicar aqui.
FONTE: Blog Semana da África