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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Seminário "O Pólo Naval no Recôncavo da Bahia" - BA

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domingo, 10 de outubro de 2010

1º Seminário Afro-brasileiro de Artes Visuais - BA


O QUE? 1°Seminário Afrobrasileiro de Artes Visuais
QUANDO? De 30/11/2010 a 02/12/2010
ONDE?
Abertura do Evento CEAO - Centro de Estudos Afro Orientais
Palestras - Faculdade de Medicina da Bahia
INSCRIÇÕES?

De 04 a 18 de Outubro via e-mail: onipeero@gmail.com, sob o título: Inscrição 1º Seminário Afrobrasileiro de Artes Plásticas.
Enviar nome completo, data de nascimento, e-mail, endereço, telefone(s), nome da entidade que representa e função.
Confirmação de Inscrição via e-mail: De 01/11 a 08/11/10
 
Contato:
Lívia de Brito
Assessoria de Relações Públicas
Onipé Eró - Assoc. Afrobrasileira de Artistas Plásticos
(71) 8727-9603 / 9604-0912

Minicurso Literatura Afro-Brasileira: Práticas Pedagógicas - BA

ONDE: Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO – UFBA) - Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho, Salvador -Ba
QUANDO: 08 a 11 de Novembro
HORÁRIO: 18 ás 20 h

ABORDAGENS:
1. Literatura Negra - Profª Drª Florentina Souza & Letícia Pereira (Mestra em Letras)
2. Literatura infanto-juvenil Profª Elisa Silva (Mestranda em Literatura infanto-juvenil – UFBA) & Profª Ana Maria Carmo (Graduada em Letras Vernáculas – UFBA)
3. Literatura e mulher - Profª Francineide Palmeira (Doutoranda em literatura feminina afro-latina – CEAO/UFBA) & Fabiana Campos (Graduanda em Letras Vernáculas – UFBA)
4. Literatura e religião africana Profº Márcio Araujo (Graduado em Letras Vernáculas – UFBA), Profª Valdineia Santana (Graduada em Letras Vernáculas – UFBA) & Uilians Souza (Graduando em Letras com Inglês - UFBA)
Inscrições: R$ 10,00 (vagas limitadas)
Enviar e-mail com nome completo para: praticaspedagogicas@gmail.com

Será emitido certificado de participação.

Atenção: o minicurso será voltado para as práticas de ensino da Cultura e História Afro-brasileiras com base na Lei 10639. Por isso, convidamos os professores das escolas públicas e todos os interessados em participar.

Organização: Projeto EtniCidades: escritoras/es e intelectuais afro-latinas/os

sábado, 9 de outubro de 2010

III Seminário Nacional e IV Seminário Regional sobre Formação de Professores e Relações Étnico-raciais - PA



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II Seminário Nacional de Estudos de História e Cultura Afro-brasileiras e Indígenas - PB


Programação: 
16 DE NOVEMBRO DE 2010 (TERÇA-FEIRA)
08:30 às 11:30h
Credenciamento e atividades culturais
Rua: Antônio Guedes de Andrade 190
Catolé – Campina Grande (CEDUC I)
18:00 às 19:30h
Credenciamento e atividades culturais
19:30h
Conferência de abertura
Prof. Dr. Paulino de Jesus Fragoso (UDESC)

17 DE NOVEMBRO DE 2010 (QUARTA-FEIRA)

08:30 às 10:00h
Palestra: Dom José Maria Pires
10:30 às 12:00h
Mesa-redonda: Diálogo entre culturas: perspectivas para pensar a educação afro-brasileira e indígena
Profa. Dra. Rita Gomes do Nascimento (CNE/CEBE/CNPC)
Profa. Dra. Mirian de Albquerque Aquino (UFPB)
Prof. Dr. Elio Chaves Flores (UFPB)
Profa. Doutoranda. Ivonildes da Silva Fonseca (UEPB)
Prof. MSc. José Pereira Júnior (UEPB/UFCG) (mediador)
14:00 às 16:00h
Espaços de diálogo
16:15 às 18:15h
Mini-cursos
19:30h
Mesa-redonda: O ensino da história e cultura africana e afro-brasileira na escola: modos e formas de inclusão
Profa. Dra. Rosilda Alves Bezerra (UEPB) (mediadora)
Prof. Dr. Paulo Vinicius Batista da Silva (UFPR/ANPED)
Prof. Dr. Jocélio Teles dos Santos (UFBA/CEAO)
Prof. Dr. Luiz Tomás Domingos (UFPB)
Prof. Dr. Waldeci Ferreira Chagas (UEPB)

18 DE NOVEMBRO DE 2010 (QUINTA-FEIRA)

08:30 às 10:00h
Painel: A diversidade cultural na escola: o lugar dos afro-brasileiros e indígenas
Profa. Msc. Maria Gudmar dos Santos (Fórum da Diversidade Etnicorracial)
Profa. Eliane Bento da Silva (Comunidade do Matias)
Caboclinho
Profa. Msc. Maria do Socorro Pimentel (MNU-PB)
Profa. Lúcia de Fátima Júlio (Secretaria de Educação de Alagoa Grande)
Profa. Maria Luiza Inácio Pereira (MNU-PB)
Profa. Doutoranda Margareth Maria de Melo (UEPB/UERJ) (mediadora)
Prof. Mestrando Euclides Ferreira da Costa (Centro de Cultura Zumbi dos Palmares/UFPE)
10:30 às 12:00h
Mesa-Redonda: Experiências quilombolas, indígenas e de terreiro: educação, religiosidade e políticas públicas
Mãe Renilda Yá Doné de Oxossi (Ilé Tata do Axé/FICAMB)
Profa. Dra. Julie Antoinette Cavignac (UFRN)
Profa. Dra. Elizabeth Christina de Andrade Lima (UFCG)
Profa. Dra. Maria Lindaci Gomes de Souza (UEPB) (mediadora)
Prof. Dr. José Antonio Novaes da Silva (UFPB)
14:00 às 16:00h
Espaços de diálogo
16:15 às 18:15h
Mini-cursos
19:30h
Mesa-Redonda: A lei 10.639 e a história e cultura afro-brasileira e africana na educação
Profa. Dra. Vanda Lúcia Praxedes (UFMG)
Profa. Dra. Dayse Cabral Moura (UFPE)
Prof. Dr. Amauri Mendes Pereira (UEZO)
Prof. Dr. Luciano Mendonça (UFCG)
Prof. Dr. Jomar Ricardo da Silva (UEPB) (mediador)

19 DE NOVEMBRO DE 2010 (SEXTA-FEIRA)

08:30 às 10:00
Palestra: Prof. Dr. João Pacheco de Oliveira Filho
10:30 às 12:00
Mesa-redonda: Educação escolar indígena: dilemas e perspectivas
Profa. Dra. Juciene Ricarte Apolinário (UFCG)
Profa. Dra. Mercia Rejane Rangel Batista (UFCG) (mediadora)
Profa. Doutoranda Hellen Cristina Picanço Simas (FEPEAM/UFPB)
Prof. Dr. Renato Monteiro Athias (UFPE)
Prof. Dr. Edson Hely Silva (UFPE)
14:00 às 16:00h
Espaços de diálogo
16:15 às 18:15h
Mini-cursos
19:30h
Programação Cultural

* Mais informações:

Projeto Corpo-imagem dos Terreiros

experiência ritual e produção de presença
Projeto contemplado pelo edital de debates Cultura e Pensamento 2009/2010, tem por objetivo discutir a produção de imagens fotográficas no contexto dos rituais religiosos do candomblé, para gerar um repertório capaz de pensar criticamente a manifestação cultural de matriz africana no Brasil, e suas imagens. Esta série de mesas-redondas é um dos desdobramentos do projeto Representações imagéticas das africanidades no Brasil, um dos selecionados do Programa em 2007 na categoria Debates on-line, publicado na revista Studium.
As discussões ocorrerão em outubro e novembro próximos, tendo como ponto de partida a projeção de imagens dos fotógrafos-debatedores em cada mesa, seguida de suas respectivas palestras. A proposta é envolver o público nessa dinâmica, permitindo intervenções, perguntas e comentários, bem como uma entrada no universo mítico-ritual. Os curadores do projeto contribuirão como mediadores para promover um debate de caráter informal, no sentido de aproximar dos participantes para abranger públicos diversos, inclusive leigos nos assuntos tratados.
As mesas foram compostas de acordo com dois principais eixos conceituais:

I) O corpo-terreiro e a experiência ritual. Este eixo tem a finalidade de traçar o surgimento dos terreiros e sua importância da formação do território brasileiro como uma forma de resistência simbólica e cultural dos descendentes de escravos e a importância das manifestações religiosas para assegurar o patrimônio de origem africana e sua manutenção no contexto da diversidade étnica brasileira, considerando o universo étnico dos candomblés que vai além da presença única de negros – o que demonstra a forte influência que essa cultura teve na formação da identidade nacional. Este assunto foi formulado exemplarmente por Muniz Sodré (Fundação Biblioteca Nacional e UFRJ) no livro O terreiro e a cidade e nos serve como ferramenta teórica para formular essa questão. O geógrafo Rafael Sanzio Araújo dos Anjos (UNB) também a discute em suas preocupações geográficas, tratando especialmente dos territórios étnicos e das referências africanas pra o entendimento da cultura brasileira. Mohammed ElHajji (UFRJ) contribui trazendo para o debate o ponto de vista da diásporas africanas. Roberval Marinho (Opô Afonjá/UCB), Rita Nemenz (Tenda de Umbanda do Caboclo Imaraji) e Marco Aurélio Luz (SECNEB/Ilê Asipá) trazem as discussões sobre o cotidiano em diferentes aspectos de suas atuações tanto como escritores, como iniciados ao culto, revelando suas matrizes. Reginaldo Prandi discorre sobre as relações mitológicas e Marcelo Bernardo da Cunha (Mafro/CEAO/UFBA), sobre a iconografia das diásporas.

II) O corpo-imagem e a produção de presença. Este segundo eixo tem a finalidade de fazer ressoar a discussão inicial nas representações/apresentações imagéticas, ressaltando a produção de conhecimento e a criação de uma visualidade sobre a experiência, permitindo a exploração do campo conceitual das imagens fotográficas como agenciador de debates contemporâneos, que ressaltam no papel da imagem para a compreensão do universo cultural e sagrado dos terreiros. Cada um dos debatedores-fotógrafos convidados para este momento (André Vilaron, Duda Bentes, Jorge Luiz Alvarez Pupo, Diógenes Moura, Adenor Gondim, Bauer Sá, Aristides Alves, Vantoen Pereira Júnior. Christian Cravo, Mirian Fichtner) têm a finalidade de promover essa discussão no âmbito da produção imagética, por meio da análise de seus trabalhos fotográficos e de outros autores como Mario Cravo Neto, Pierre Verger, José Medeiros, especialmente trazidos por mim, Denise Camargo, como uma contribuição da curadoria deste projeto no inventário de referências visuais.

PROGRAMAÇÃO

(ainda sujeita a alterações e acréscimos)
[ Brasília/DF ]
Quando: 14/10/2010 – das 14h30 às 17h
Local: Auditório da Faculdade de Comunicação da Universidade de Brasília
Eixo Conceitual I
  • O projeto Corpo-imagem dos terreiros – Palestrante: Denise Camargo (curadora)
  • O território brasileiro, para pensar o espaço dos terreiros – Palestrante: Rafael Sanzio Araújo dos Anjos
  • Depoimento: Entender o cotidiano do candomblé, é entender a vida – Palestrante: Roberval Falojutogun Marinho
Eixo Conceitual II
  • Etno-documentação visual em terreiros do Distrito Federal – Palestrante: Duda Bentes
  • Arte-documentação dos terreiros – Palestrante: André Vilaron
  • Síntese: Paulo Rossi
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[ São Paulo/SP ]
Quando: 28/10/2010 – das 14h30 às 17h
Local: Auditório da Ação Educativa
Eixo Conceitual I
  • O cotidiano dos terreiros – Palestrante: Reginaldo Prandi
  • A experiência ritual na tradição banto – Palestrante: Rina Nemenz
Eixo Conceitual II
  • Um obi para a cabeça do mundo(Arte e religiosidade na Pinacoteca do Estado de São Paulo) – Palestrante: Diógenes Moura
  • Religiosidade africana e identidade fotográfica  – Palestrante: Jorge Pupo
  • Um díptico da experiência ritual – Palestrante: Denise Camargo
  • Síntese: Linguagem e experiência – Palestrante: Fernando Fogliano
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[ Rio de Janeiro/RJ ]
Quando: 11/11/2010 – das 14h30 às 17h
Local: Auditório do CFCH da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Praia Vermelha)
Eixo Conceitual I
  • Palestrante: Mohammed ElHajji
Eixo Conceitual II
  • Cavalo do santo – rituais afro-brasileiros no Rio Grande do Sul – Palestrante: Miriam Fichtner
  • Síntese: Paulo Rossi e/ou Denise Camargo
  • Também participarão das mesas-redondas: Milton Guran, Vantoen Pereira Júnior
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[ Salvador/BA ]
Data: 18/11/2010 – das 18h30 às 21h30
Local: Auditório do CEAO Universidade Federal da Bahia
Eixo Conceitual I
  • A dinâmica da civilização afro-brasileira – Palestrante: Marco Aurélio Luz
Eixo Conceitual II
  • Retratos: identidade, corpo e presença – Palestrante: Bauer Sá
  • Retratos: As irmandades religiosas – Palestrante: Adenor Gondim
  • Palestrante: Aristides Alves
  • Síntese: A iconografia das diásporas – Marcelo Bernardo da Cunha

Seminário Nacional Desafios e Perspectivas da Implementação da Lei 10.639/03 no Brasil - PE


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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Evento na Paraíba discute estudo de História e Cultura Afro-brasileiras e Indígenas - PB

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Educação para as relações étnicorraciais” é o tema do III Seminário Nacional de Estudos de Histórias e Culturas Afro-brasileiras e Indígenas, organizado pelo Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (NEAB-Í). O evento é promovido pela Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) através da ação conjunta de três grupos de pesquisa: História e Cultura Afro-brasileira, História, Cultura e Ensino e Cotidiano, cidadania e educação. Também integra a organização do evento a coordenação do Curso de Especialização em História e Cultura Afro-brasileira, realizado na da UEPB e um dos primeiros do gênero no Brasil. O seminário acontecerá de 16 a 19 de novembro, com atividades concentradas no Centro de Educação - CEDUC I, da UEPB, na unidade do bairro do Catolé.
A iniciativa é concretizada a partir das pesquisas e discussões efetuadas pelos grupos, bem como a partir das experiências didático-pedagógicas do referido Curso de Especialização, tendo por objetivo manter o diálogo entre universidade e sociedade acerca das histórias e culturas afro-brasileira e indígena, de modo a colaborar com a construção de novas relações sociais fundamentadas no respeito às diferenças culturais. Os interessados em participar já podem efetuar a inscrição online, até o dia 05 de novembro, no site www.neabiuepb.com.br 
O III Seminário Nacional de Estudos de História e Culturas Afro-brasileiras e Indígenas reunirá professores, pesquisadores, estudantes de graduação, pós-graduação, comunidades quilombolas e indígenas, bem como de terreiros e militantes negros para debater estratégias educacionais para a implementação das leis federais que permeiam essa área cultural, a saber: Lei 10639/2003, que traz a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Afro-Brasileira em todos os estabelecimentos educacionais do país; Lei 11/645/2008, que complementa a lei anterior, trazendo também a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura Indígena em todo o país.
O NEAB-I pretende incentivar a ampliação das discussões sobre a condição da população negra e indígena no Brasil contemporâneo, refletindo, principalmente, sobre o Estado brasileiro e a efetivação de ações inclusivas da população negra em todos os setores da sociedade. As inscrições estarão divididas em três categorias: 1) Estudante de Graduação, Graduados, integrantes de movimentos sociais e professores/profissionais da rede básica; 2) Estudantes de Pós-Graduação; 3) Professores Universitários.
Para obter mais informações acesse o site: www.neabiuepb.com.br ou no e-mail: contato@neabiuepb.com.br Tel:.(83) 3058-4663.

Ascom: Leonardo Guilherme

Livro de História e Cultura Afro-brasileira vence em 1º lugar o mais importante prêmio literário do Brasil

Entre os 21 livros que receberão o 52º Prêmio Jabuti, no dia 04 de novembro, em São Paulo, está “Uma História da Cultura Afro-brasileira”, dos autores Walter Fraga e Wlamyra R. de Albuquerque, que venceu em primeiro lugar, na categoria Didático e Paradidático. O livro aborda diversas referências sobre a história, a geografia e a cultura da África, sobre o tráfico de escravos e sobre suas condições de vida no Brasil. Em entrevista ao CORREIO NAGÔ, a Doutora em História Social pela Unicamp e professora adjunta da Universidade Estadual de Feira de Santana – BA, Wamyra R. de Albuquerque fala sobre a importância de ganhar o mais importante prêmio literário do Brasil e sobre o tipo de produção voltado para essa temática.

Wlamyra R. de Albuquerque

CN: Do que se trata o livro?
WA: O livro trata da cultura afro-brasileira numa perspectiva histórica. O que fizemos (o livro é co-autoria com Walter Fraga) foi escolher assuntos importantes da nossa história e, a partir de pesquisas de diversos autores, recontá-los enfatizando o papel decisivo que os povos africanos e descendentes tiveram na constituição da nossa cultura. Em “Uma História da cultura afro-brasileira” não tratamos as histórias destes povos como contribuições periféricas à cultura nacional, mas como forças dinâmicas que formaram os modos de viver no Brasil.
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CN: Para você qual a importância de ganhar o mais importante prêmio literário do Brasil?
WA: Sobre a importância do prêmio devo dizer que ainda estou numa nuvem de surpresa e felicidade, porque nunca imaginei que esta temática pudesse nos render um prêmio. O Jabuti é o mais importante prêmio literário do país, portanto estamos entre perplexos e orgulhosos pelo livro. Passado o susto, começo a pensar na importância desta premiação para dar visibilidade ao esforço de tantos autores que pesquisam e publicam nesta área.
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CN: Qual a importância deste tipo de produção, já que os professores ainda reclamam da falta de material pedagógico para cumprir a lei 10.639?
WA: Acho que para os professores este livro se soma ao empenho deles, tanto os da rede pública quanto da privada, em oferecer aos alunos conteúdos e abordagens mais antenadas com questões que ainda são difíceis de serem abordadas no espaço escolar. As discussões sobre raça e cultura nacional estão, e acho que continuarão a estar, em aberto na nossa sociedade, porque não fundamentais e sempre inacabadas. E é bom que seja assim. Um dos saldos positivos das políticas de inclusão racial foi o de tirar da sombra os debates sobre raça, identidades e culturas miscigenadas no Brasil. A gente espera que o livro ajude os professores a enfrentar estas questões com os seus alunos.


quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Posse de terra Quilombola é tema de audiência pública - BA

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A segurança da comunidade quilombola de Batateira, em Cairu, estará em debate numa audiência pública marcada para sexta-feira (08), às 9h, no Convento Santo Antônio, naquele município do Baixo Sul da Bahia. A comunidade vai se reunir com representantes do Governo do Estado e da prefeitura local, em busca de soluções para conflitos ocorridos na localidade por causa da posse de terra.

“A atuação da Sepromi é no sentido de preservação da cultura e das tradições, pela manutenção da comunidade, a garantia dos seus direitos e, nesse caso específico, da segurança”, afirma a secretária de Promoção da Igualdade, Luiza Bairros que, assim como membros do Conselho de Desenvolvimento da Comunidade Negra (CDCN), participará da audiência, visando ao fortalecimento dos quilombolas.

Segundo relato de moradores, desde maio deste ano, a comunidade tem sofrido constrangimentos por parte de um grupo que tem agredido, ameaçado e destruído o patrimônio físico de Batateira. Os Quilombolas acreditam que a ação é ensejada pela disputa das terras da comunidade, conforme descrito nos boletins de ocorrência registrados no mês passado, na 5ª. Corpin/Delegacia de Cairu. As denúncias dão conta de agressões físicas a idosos e crianças e da destruição de quatro casas.

Os quilombolas relataram outras ofensivas, ocorridas há cerca de um ano na região. Segundo contam, grupos diferenciados invadem as terras, dizendo-se proprietárias e causando transtornos à comunidade. Um dos casos envolve a construção de cercas em áreas de manguezais, prejudicando a produção pesqueira e os recursos naturais. A intervenção foi denunciada como crime ambiental e a posição das autoridades competentes em relação ao caso é aguardada com ansiedade.

Os moradores consideram os ataques arbitrários, pois habitam o território há várias gerações e a comunidade é certificada como Quilombola, pela Fundação Cultural Palmares, do Ministério da Cultura. Localizada na Ilha de Tinharé, nas proximidades da Vila de Garapuá, Batateira é formada por 28 famílias marcadas por fortes vínculos de consanguineidade, de relações culturais e afetivas. A sobrevivência é garantida pela pesca de caranguejo, lambreta, ostra, aratu, siri e peixes, com tarrafas e rede, além da caça ao guaiamum na restinga. Outras fontes de renda vêem do artesanato e da agricultura de subsistência.

SERVIÇO:
O QUE: Audiência Pública com a Comunidade Quilombola de Batateira
QUANDO: Sexta-feira - 08 de outubro
ONDE: Convento Santo Antônio, na Rua 2 de Março, s/nº - Centro - Cairu
QUEM PARTICIPA: Prefeitura de Cairu, Governo do Estado, Quilombolas

Fonte: Ascom / Sepromi

Manifesto em apoio a Gizele Martins, aluna da PUC e moradora da Maré

Por racismoambiental, 06/10/2010 16:47
 
Liberdade de imprensa passa, necessariamente, pela liberdade de opinião
Todos esperamos ter liberdade para manifestar livremente pensamento, para compartilhar ideias e ideais. Sentimo-nos ultrajados, profundamente ofendidos, quando alguém tenta calar a voz dos que defendem causas justas.Quando apontam de forma distorcida ideias defendidas, sem partir para o debate, mas para ofensas pessoais. Jornalistas, estudantes de comunicação, comunicadores populares são, em geral, os mais críticos a situações dessa natureza. O que dizer, então, quando isso ocorre numa universidade conceituada, numa turma de Jornalismo? Como se sentir diante de uma professora que insulta, ofende, humilha um estudante em nome de uma tal “imparcialidade”? Que critica e impõe como verdade seus preconceitos?
Infelizmente, foi o que aconteceu na manhã do dia 5 de outubro, na turma de jornalismo, na aula de “Laboratório de Jornalismo Impresso” da professora Marília Martins. A instituição de ensino: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio). Precisamente às 7h daquele dia, os estudantes entravam em sala para receberem suas notas da primeira avaliação semestral. Ao entregar os trabalhos e as notas, a professora, dirigiu-se à turma e, de forma – no mínimo – deselegante, começou a proferir ofensas contra uma das alunas.
A estudante em questão é Gizele Martins, figurinha conhecida na mídia sindical, nos movimentos sociais e, sobretudo, na Maré. Estudante do sétimo período de jornalismo, Gizele fez uma matéria sobre o direito à moradia, focando nas ocupações urbanas. O assunto havia sido previamente comunicado à professora, que autorizou a confecção da matéria.
Ao comentar sobre as avaliações, a professora disse que uma das alunas havia redigido uma matéria que, embora muito bem escrita, era “totalmente parcial”. Disse, ainda, que a estudante, que citou em seu texto o MST e o Movimento Sem Teto, em nenhum momento os considera “criminosos”. De acordo com relatos dos estudantes que assistiam à aula, a professora chegou a afirmar que “o que resta para esse tipo de jornalista que defende, que apóia criminoso, é a cadeia”. Ainda afirmou que os estudantes deveriam guardar seus diplomas, assim que o recebessem, “para ter uma cela de luxo na cadeia”.
E a professora não parou por aí. Chegou a afirmar que quem faz “esse tipo de jornalismo” (que defende causas sociais, que luta pelo interesse coletivo, que buscar trabalhar pela justiça social) “é parcial, criminoso, defensor do crime” e que o jornalista “deve ser processado, julgado por lei”. A turma, atônita, ouvia os absurdos.
Para finalizar, Marília Martins afirmou ser defensora da liberdade de imprensa (perguntamos: qual liberdade?) e disse que a estudante Gizele nunca terá espaço nos grandes jornais e nem onde ela trabalha. Ao final dos insultos, a aluna retirou-se de sala.
Os estudantes de jornalismo da PUC-Rio, especialmente os que presenciaram os ataques da professora, estão se mobilizando para solicitar à direção da universidade, com apoio político de outros movimentos da PUC-Rio, punição à docente.
E nós, abaixo-assinados, repudiamos veementemente a postura da professora que não agiu com ética para com a estudante. Além da questão ética, completamente ausente no episódio, faltou à professora senso de responsabilidade, total desconhecimento da função social de um docente e do papel verdadeiro do jornalista. Esses profissionais, ao contrário do que costumam apregoar os “escolões”, não são meros “copiadores da realidade”. São agentes políticos e sociais importante, que atuam não só no campo da informação, mas também da formação. O jornalista não é um robô, mas um cidadão que tem direito (já que vivemos em uma democracia) de expressar a livre opinião – ainda que tenha que seguir, em geral, linhas editoriais bastante conservadoras quando trabalham na imprensa comercial – o que não é o caso de Gizele, que estava defendendo ideias políticas numa universidade.
Assim como faltaram elementos importantes na conduta da professora, também sobraram outros lamentáveis. Sobrou muito preconceito, sobrou desinformação, sobrou distorção da realidade, sobraram acusações indevidas, sobrou assédio moral. Sobrou humilhação à estudante, sobrou criminalização dos movimentos sociais e do jornalismo combativo que atua na defesa desses movimentos.
Para dizer NÃO a essa prática preconceituosa e para exigir medidas efetivas da direção da universidade – reconhecida por sua qualidade no ensino, tanto na graduação quanto na pós-graduação – para que situações como essa não voltem a se repetir numa instituição de ensino, que tem como papel fundamental estimular o debate e a livre circulação de ideias, é que nos manifestamos.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

FCM promove curso “História e historiografia da África contemporânea” - BA


Marcelo Bittencourt
Universidade Federal Fluminense
Doutor em História
pela Universidade Federal Fluminense

data e horário:
18 a 22 de outubro de 2010
14:00 às 18:00h

local:
Fundação Clemente Mariani
Rua Miguel Calmon, 398
Ed. Conde Pereira Marinho
Comércio - 40015-010 - Salvador BA

investimento:
R$ 30,00

público-alvo:
Concluintes de cursos de graduação
e pós-graduandos em História e áreas afins

inscrições e informações:
(71) 3243 2491 | 3243 2666
academico@fcmariani.org.br

Escola de Teatro promove II Ipadê – Fórum Nata de Africanidade - BA

A Companhia de Teatro Nata, que está em cartaz em Salvador com a peça “Ogum, deus e homem”, promove o II Ipadê – Fórum Nata de Africanidade, nesta sexta-feira (dia 1.º de outubro), no Teatro Martim Gonçalves (Escola de Teatro da UFBA), no Canela. O evento, com entrada gratuita, está voltado para o debate de temas que colaborem na divulgação do Candomblé e das comunidades de Terreiro, combatendo a intolerância religiosa e todo tipo de racismo. Como parte da programação, haverá duas mesas-redondas: a primeira, às 14h, vai reunir a yalorixá Jaciara Ribeiro, do terreiro Axé Abassá de Ogum, do bairro de Itapuã; Vilma Reis, do Ceafro – UFBA; Luiza Bairros (secretária de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia/Sepromi) e Zebrinha, ator, dançarino, estudioso da mitologia afro e coreógrafo da peça “Ogum”. A segunda mesa-redonda, com início às 16h, reunirá a equipe artística, técnica e de produção do espetáculo “Ogum, deus e homem”, que permanece em cartaz até domingo (3 de outubro), no Teatro Martim Gonçalves, às 20h (ingressos gratuitos retirados até uma hora antes do início).  
“Ogum, deus e homem” tem o patrocínio da Petrobras e Ministério da Cultura, além de apoio institucional da Fundação Cultural do Estado da Bahia. É produzida por Kalik Produções Artísticas. Este foi o espetáculo escolhido por Fernanda Júlia (“Shirê Obá”) como sua montagem de conclusão no curso de Direção Teatral pela Escola de Teatro da UFBA, com texto escrito por ela e Fernando Santana. Foi a única montagem teatral do Nordeste contemplada no I Prêmio Nacional de Expressões Culturais Afro-brasileiras, promovido pela Fundação Palmares e Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves.

Manifesto dos Brancos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul em favor das cotas

Este texto é um manifesto escrito e subscrito por brancos que compõem a comunidade escolar da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Ele é uma retumbante admissão pública, por nossa parte, de que vivemos em um contexto de exclusão estrutural de negros e indígenas dos benefícios e espaços de cidadania produzidos por nossa sociedade e onde, ao mesmo tempo, é produzida uma teia de privilégios a nós brancos, que torna completamente desigual e desumana nossa convivência. Somos opressores, exploradores e privilegiados mesmo quando não queremos ser. O racismo não é um "problema dos negros", mas também dos brancos. É pelo reconhecimento destes privilégios que marcam toda nossa existência, mesmo que nós brancos não os enxerguemos cotidianamente, que exigimos a imediata aprovação de Ações afirmativas de Reparação às populações negras e indígenas na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
No Brasil vivemos em um estado de racismo estrutural. Já é comprovado que raça é um conceito biologicamente inadmissível, só existe raça humana e pronto. Mas socialmente, nos vemos e construímos nossa realidade diária em cima de concepções raciais. Portanto, raça é uma realidade sociológica. Não é uma questão de que eu ou você sejamos pessoalmente preconceituosos. Mas é só olhar para qualquer pesquisa que veremos como existe um processo de atração e exclusão de pessoas para estes ou aqueles espaços sociais, dependendo de sua cor. Não é à toa que não temos quase médicos negros, embora eles sejam a maioria nas filas dos postos de saúde; que quase não vemos jornalistas negros, mas estes são expostos diariamente em páginas policiais; que não temos quase professores negros, especialmente em posições com melhores salários, e vemos alunos negros apenas em escolas públicas enquanto, na universidade pública quase só encontramos brancos.
A situação dos indígenas não é diferente, quando eles ainda sofrem lutando pelo direito mínimo de ter suas terras e aldeias, mesmo isso lhes é surrupiado pelos brancos. Vamos parar com esta falácia de dizer que não aceitamos cotas raciais na universidade, porque não queremos ser racistas: se vivemos no Brasil, se fomos criados nesta cultura, se construímos nossas vidas dentro deste conjunto de relações onde a raça é um elemento determinante, somos todos racistas! Não fujamos da realidade. Não usemos a falsa desculpa de que não queremos criar divisões entre raças no Brasil. Nossa sociedade poderia ser mais dividida racialmente do que já é hoje?
O estudo de Marcelo Paixão intitulado "Racismo, pobreza e violência", compara o IDH dos brancos e dos negros dentro do Brasil. O IDH tenta medir a qualidade de vida das populações, combinando os três fatores que, por abranger, cada qual, uma imensa variedade de outros, seriam os essenciais para a medição: renda por habitante, escolaridade e expectativa de vida. Na última versão do IDH, de 2002, o Brasil ocupa o 73º lugar entre 173 países avaliados, mesmo possuindo todas as riquezas nacionais e sendo o 11º país mais desenvolvido economicamente no mundo. Porém, entre 1992 e 2001, enquanto em geral o número de pobres ficou 5 milhões menor, o dos pretos e pardos ficou 500 mil maior. [Consideram-se brancos 53,7% dos brasileiros; pretos ou pardos, 44,7%, que chamaremos, hora em diante de negros]. O estudo mostra que Brasil dos brancos seria, na média o 44º do mundo em matéria de desenvolvimento humano, ao passo que o Brasil dos negros estaria no 104º lugar!!!
Nada disso é novidade, porém, para quem aceita viver com os olhos minimamente abertos. Temos que reconhecer que vivemos num sistema estruturalmente racista, que se reproduz em cima de mecanismos constantes de exclusão e exploração dos negros e de privilégios naturalizados aos brancos. Em um sistema racista, pessoas brancas se beneficiam do racismo, mesmo que não tenham intenções de serem racistas. Nós brancos não precisamos enxergar o racismo estrutural porque não sofremos diariamente diversos processos de exclusão e tratamento negativamente diferencial por causa de nossa raça. Nossa raça (e seus privilégios) são tornados invisíveis dia-a-dia. Este sistema de privilégios invisíveis a nós brancos é que nos põe em vantagens a todo instante, por toda nossa vida, em todas as situações, e que destroça qualquer tentativa de pensarmos que estamos onde estamos apenas por méritos pessoais. Que mérito puro pode ter qualquer branco de estar no lugar confortável em que se encontra hoje, mesmo que tenha saído da pobreza, dentro de um sistema que lhe privilegiou apenas por ser branco, ao mesmo tempo em que prejudicou outros tantos apenas por serem negros?
Vamos apresentar uma breve listinha de circunstâncias em nossas vidas que expõem nossos privilégios de brancos e que, embora não percebêssemos, embora os víssemos apenas como relações naturais para nós, por sermos pessoas normais e "de bem", foram decisivas para nos trazer onde estamos (e por não serem vivenciados também por negros e indígenas, seu resultado é fazer com que seja tão desproporcional o número destas populações dentro da UFRGS, por exemplo): 1) Sempre pude estar seguro de que a cor da minha pele não faria as pessoas me tratarem diferentemente na escola, no ônibus, nas lojas, etc; 2) Estou seguro de que a cor da pele dos meus pais nunca os prejudicou em termos das busca ou da manutenção de um emprego; 3) Estou seguro de que a cor da pele dos meus pais nunca fez com que seu salário fosse mais baixo que o de outra pessoa cumprindo sua mesma função; 4) Posso ligar a televisão e ver pessoas de minha raça em grande número e muitas em posições sociais confortáveis e que me dão perspectivas para o futuro; 5) Na escola, aprendi diversas coisas inventadas, descobertas, grandes heróis e grandes obras feitas por pessoas da minha raça; 6) A maior parte do tempo, na escola, estudei sobre a história dos meus antepassados e, por saber de onde eu vim, tenho mais segurança de quem sou e pra onde posso ir; 7) Nunca precisei ouvir que no meu estado não existiam pessoas da minha raça; 8) Nunca tive medo de ser abordado por um policial motivado especialmente pela cor da minha pele; 9) Já fiz coisas erradas e mesmo ilegais por necessidade, e nunca tive medo que minha raça fosse um elemento que reforçasse minha possível condenação; 10) Posso ir numa livraria e perder a conta de quantos escritores de minha raça posso encontrar, retratando minha realidade, assim como em qualquer loja e encontrar diversos produtos que respeitam minha cultura; 11) Nunca sofri com brincadeiras ofensivas por causa de minha raça; 12) Meus pais nunca precisaram me atender para aliviar meu sofrimento por este tipo de "brincadeira"; 13) Sempre tive professores da minha raça; 14) Nunca me senti minoria em termos da minha raça, em nenhuma situação; 15) Todas as pessoas bem sucedidas que eu conheci até hoje eram da mesma raça que eu; 16) Posso falar com a boca cheia e ficar tranqüilo de que ninguém relacionará isso com minha raça; 17) Posso fazer o que eu quiser, errar o quanto quiser, falar o que eu quiser, sem que ninguém ligue isso a minha raça; 18) Nunca, em alguma conversa em grupo, fui forçado a falar em nome de minha raça, carregando nas costas o peso de representar 45% da população brasileira; 19) Sempre pude abrir revistas e jornais, desde minha infância, e estar seguro de ver muitas pessoas parecidas comigo; 20) Sempre estive seguro de que a cor da minha pele não seria um elemento prejudicial a mim em nenhuma entrevista para emprego ou estágio; 21) Se eu declarar que "o que está em jogo é uma questão racial" não serei acusado de estar tentando defender meu interesse pessoal; 22) Se eu precisar de algum tratamento medico tenho convicção de que a cor da minha pele não fará com que meu tratamento sofra dificuldades; 23) Posso fazer minhas atividades seguro de que não experienciarei sentimentos de rejeição a minha raça.
Esta realidade destroça meu mito pessoal de meritocracia. Minha vida não foi o que eu sozinho fiz dela. Muitas portas me foram abertas baseadas na minha raça, assim como fechadas a outras pessoas. A opção de falar ou não em privilégios dos brancos já é um privilegio de brancos. Se o racismo, e os privilégios dos brancos são estruturais, as ações contra o racismo devem ser também estruturais. Racismo não é preconceito: racismo é preconceito mais poder. Se não forçarmos mudanças nas relações e posições de poder em nossa sociedade, estaremos reproduzindo o racismo que recebemos. E agora chegou a hora de a universidade dizer publicamente: vai ou não vai "cortar na própria pele" o racismo que até hoje ajudou a reproduzir, estabelecendo imediatamente Cotas no seu próximo vestibular? Se mantivermos o vestibular "cego às desigualdades raciais" estaremos, na verdade, mantendo nossos olhos fechados para as desigualdades raciais que nós mesmos ajudamos a reproduzir sociedade afora.
Nós, brancos da universidade que assinamos esta carta já nos posicionamos: exigimos cortar em nossa própria pele os privilégios que até hoje nos sustentaram. Cotas na UFRGS já!


Leia materia completa: Manifesto dos Brancos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. | Portal Geledés

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Terreiro centenário de Cachoeira ameaçado de destruição - BA

A Roça do Ventura com árvores centenárias de valores religiosos, histórico e cultural esta sendo devastada arbitrariamente sem o alvará do CREA pois quando questionado ao responsável pela terraplanagem ele não emitiu nenhum documento que comprovasse a legalização da obra .
Segundo Cacau Nascimento, em seu Blog parte da Roça de Ventura, como é conhecido o terreiro de candomblé jêje marrin denominado Zô Ôgodô Bogum Malê Seja Hundê, está sendo invadida pelo posseiro da Fazenda Altamira, o advogado Ademir Passos. Segundo o ogan responsável pelo terreiro, um trator está desmatando a área, provavelmente para iniciar imediatamente a construção de um condomínio residencial. Segundo ele, o tratorista por pouco não derrubou uma árvore sagrada, plantada em 1878, que fica localizada no limite entre o terreiro e a fazenda.
 A fazenda Altamira, que a comunidade-terreiro do Seja Hundê chama de Roça de Cima, pertencia na década de 1870 a José Maria de Belchior, conhecido como Zé de Brechó. Nessa fazenda, ele, juntamente com a africana Ludovina Pessoa, a responsável pela fundação do terreiro do Bogum, de Salvador, fundaram o Seja Hundê de Cachoeira que depois da abolição da escravatura se transferiu para a uma roça contígua, a citada Roça de Ventura.
Vendido em 1904 pelas irmãs e herdeiras de Zé de Brechó aos filhos de Zacharias Milhazes, estes vendo muitas assombrações no lugar venderam, em 1912, ao advogado Moyses Elpidio de Almeida,  Em 1922 a fazenda foi adquirida pelo advogado Nelson Falcão em mãos de seu colega Moyses. Este, também assombrado, vendeu  a Aurino Longuinho (que ao ver numa assombração quase morre). Longuinho então revendeu , ou devolveu o pepino, ao Dr. Nelson, que legou a seus filhos, que, assombrados, legaram a seus netos, permanecendo até poucos dias atrás em mãos da última herdeira, Marta Falcão. Assombrada, doava, oferecia a propriedade apela bagatela de 20 mil reais (15 mil morria). Muito barata para uma propriedade de 12 hectares de terras bem localizadas e cheias de axé plantados por africanos.  Segundo Cacau Nascimento,o porquê da barateza era que o imóvel está até aqui atolado de dívidas com o INCRA, porque tudo desmoronou, a trerra perdeu a força, como todos os outros proprietários, se deu mal. O Seja Hundê está em processo de tombamento pelo IPHAN e no projeto está incluída a área onde originou o terreiro.
O empreendedor advogado Dr. Ademir Passos  tem lá suas razões para encarar o negócio. Ele é também posseiro da problemática e irregular fazenda Caquende, um balneário cheio de história, lugar onde acolheu Von Martius e Von Spix, mas que foi abandonado pelo ex-deputado e ex-vice-governador Edvaldo Brandão Correia. Dizem por aí que o Dr. Ademir pretende fazer um condomínio de luxo, algo do tipo Costa de Sauípe.

Movimento negro, artistas e religiosos realizam Caminhada pela Igualdade - BA

Igualdade de direitos, essa é a principal bandeira de luta das entidades que construíram o Movimento Negro na Bahia.  Depois de mais de 300 anos de escravidão no Brasil, o negro ainda precisa de reparação social, por centenas de anos sem políticas que os representassem. Onde muitas “batalhas” são travadas até hoje por essa libertação e reconhecimento.
A luta é por igualdade em todas as diversidades que existem no país, na Bahia. Por liberdade religiosa, cultura de paz, financiamento público e privado da cultura afro-brasileira, implementação na educação das leis 10.639 e 11.645 que inclui nos currículos escolares o ensino de história e cultura afro-brasileira e indígena, ações afirmativas na saúde, saneamento básico, moradia, educação, emprego e renda entre outras áreas. E nesse caminho o movimento reconhece que já aconteceram consideráveis mudanças.

É com essa proposta de concretização dessas mudanças, e principalmente de luta pela igualdade que as entidades como o Olodum, o Malê de Balê, Os Negões, o Muzenza, Cortejo Afro, Okambi, o Afoxé Filhos do Congo, Ilê Ayê, Unegro (União de Negros pela Igualdade), CEN (Coletivo de Entidades Negras), MNU (Movimento Negro Unificado), o CONEN (Coordenação Nacional de Entidades Negras), o Instituto Pedra de Raio, dentre outras representações importantes do Movimento Negro convocam toda população para participar da Caminhada pela Igualdade, que ocorrerá nesta quinta-feira (30/09) com concentração a partir das 16h no Campo Grande.

A Caminhada será aberta por religiosos de matriz africana e contará com a presença, além de entidades da militância do movimento negro, de representantes políticos, com apresentações artísticas.
Como símbolo de resistência e de luta será comemorado também na Caminhada os 212 anos da Revolta dos Búzios que aconteceu em 1978. “Apesar de ser uma história passada e vivida na Bahia, é assunto nacional. A Revolta dos Búzios é a base dos direitos humanos no Brasil. Foi a primeira vez que se escreveu um documento que se falava de oportunidades iguais no país”, explica o presidente do Bloco Afro Olodum, João Jorge Santos Rodrigues.

Bolsas para estudantes cotistas da UNEB - BA

Chamada Pública para seleção de estudantes regulares da UNEB, ingressos pelo sistema de cotas, que queiram concorrer a bolsas de estudos oferecidas pelo Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos - CEPAIA.
As Bolsas de Estudos do CEPAIA, constituem-se como uma importante ação universitária que objetiva atender ao princípio de garantir formas de apoio à permanência e sucesso dos estudantes ingressos na UNEB através do sistema de reserva de vagas para negros e indígenas, vinculando-os a atividades acadêmicas específicas que promovam a sua inserção na dinâmica universitária e contribua para a sua formação profissional integral.

DOCUMENTOS NECESSÁRIOS PARA INSCRIÇÃO - CANDIDATO À BOLSA DE ESTUDOS

a) Formulário de inscrição
b) Cópia do RG e CPF
c) Cópia do Comprovante de matrícula do 2º semestre de 2010
d) Cópia de documento oficial com número de inscrição no PIS ou CID
e) Cópia do comprovante de endereço
f) Apresentar comprovação de conta corrente no BANCO DO BRASIL, a qual não poderá ser conta conjunta ou conta poupança
g) Cópia do Histórico Escolar do curso, atualizado
h) Cópia do currículo atualizado (plataforma lattes - CNPq)
i) Declaração de que não possui vinculo empregatício nem percebe outra modalidade de Bolsa de Estudos
- Os documentos deverão ser encadernados em 02 vias, de igual teor, organizados na ordem especificada acima
- As cópias dos documentos solicitados deverão ser autenticados em cartório, ou ter sua autenticidade confirmada pelo NUPE ou Departamento caso contrário não serão aceitos para a inscrição.

Anexos


Mais informações: http://www.ppg.uneb.br/

Unesco e MEC lançam coleção sobre história da África para ajudar na implantação de lei


Obras serão utilizadas como base para a produção de materiais didáticos para alunos e professores

Sete anos depois de ser aprovada, a lei que inclui o estudo da cultura e da história da África como conteúdo obrigatório em todas as escolas brasileiras ainda não saiu do papel, na maioria do país. Um das razões é a falta de material de qualidade para que os professores possam trabalhar o tema com os alunos.

Para tentar preencher essa lacuna, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e Cultura (Unesco) lança em novembro uma coleção de oito volumes sobre a história da África. As obras serão utilizadas como base para a produção de materiais didáticos para alunos e professores.

O projeto é uma parceria do organismo com o Ministério da Educação (MEC). Segundo o coordenador da Área de Educação da Unesco no Brasil, Paolo Fontani, um diagnóstico feito pelos dois órgãos revelou que um dos principais entraves para a implantação da lei era a falta de materiais de qualidade. Fontani destaca que um diferencial desses livros é que eles foram elaborados por pesquisadores e historiadores africanos.

O lançamento deve ocorrer na semana do 20 de novembro, quando é comemorado o Dia da Consciência Negra. Como a coleção é muito extensa, paralelamente a Unesco e o MEC estão desenvolvendo em parceria com a Universidade Federal de São Carlos (UFScar) um material pedagógico que possa ser utilizado pelo professor em sala de aula, "mais ágil e de fácil consulta, focado nas necessidades da sala de aula", explica Fontani. Em outra fase, o projeto pode incluir o treinamento de professores, adianta Fontani.

"É a primeira vez que a Unesco faz isso em outros países com essa coleção. Definitivamente estamos na ponta, o Brasil será o primeiro a fazer esse trabalho nesse tipo de escala", aponta.
(Agência Brasil, 26/9)

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Já temos 100 seguidores!!!!

Olá, amig@s!

Já batemos a marca de 100 seguidores do nosso blog!!!
Espero que esta marca multiplique cada vez mais o número de ações antirracistas em nossa sociedade ainda tão desigual.

Êaaaa!

Salão de beleza nega-se a cortar cabelo de criança negra - BA

Funcionários do “Salão Fascínio”, localizado no andar térreo do Shopping Itaigara, em Salvador, recusaram-se hoje, dia 23 de setembro, a cortar o cabelo de uma criança negra, de seis anos, recomendando a mãe que “passasse a máquina”, pois aquele cabelo “não dava para ser cortado, nem desembaraçado”. A mãe da criança, a jornalista Márcia Guena, acusou os funcionários e a dona do salão de racismo e logo procurou a administração do shopping para formalizar a denúncia. Neste caso configura-se um duplo crime por tratar-se de racismo e de violação ao Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), por expor uma criança a uma situação vexatória.

Acompanhado da mãe, o menino M.S.G.S.O. entrou no salão por volta das 18:30, do dia 23 de setembro, quando Guena solicitou ao único funcionário homem do salão, para quem foi indicada pela atendente Selma (a qual foi identificada como dona do salão), um corte estilo “black”, mas não muito alto. O funcionário então respondeu que para “aquele cabelo” só dava para “passar a máquina”. A mãe então disse: “eu não solicitei que passem a máquina, mas que cortem o cabelo do meu filho. Eu já indiquei o corte que desejo”. O atendente repetiu: ”só dá pra passar a máquina”. Guena retirou a criança da cadeira e saiu imediatamente do salão para não expor a criança a uma discussão motivada pelo racismo explícito. Mas diante da violência cometida contra a criança, que foi exposta a uma situação vexatória, e a recusa  de cortar o cabelo de um negro, a mãe voltou com a finalidade de procurar a gerente e formalizar a denúncia de racismo.

Ao retornar, Guena disse para Selma que a recusa em cortar o cabelo de seu filho configurava-se racismo, um crime inafiançável e que iria formalizar a denúncia junto ao Ministério Público. Selma, identificada como Maria Tavares de Oliveira, contestou dizendo que a mãe estava errada e que seus funcionários disseram que não sabiam cortar o cabelo da criança e que seria muito difícil desembaraçá-lo. Por isso, só poderiam passar a máquina, insistindo na resposta inicial do funcionário.

A mãe retirou-se do local e procurou a administração do Shopping.  Guena foi recebida por Alda, que se identificou como administradora, e reconheceu a gravidade do problema, confirmando tratar-se sim de uma situação de racismo. Imediatamente ligou para Selma (Maria Tavares  Oliveira) reclamando da forma como foi realizado o atendimento.