
A União Estadual dos Estudantes do Rio de Janeiro promove uma homenagem na abertura da Bienal de Arte e Cultura ao Grande líder do Movimento Negro Carlos Alberto Caó Primeiro Presidente Negro da UEE-BA União Estadual do Estudantes da Bahia e também primeiro Vice-Presidente negro da UNE ocupando a pasta de Relações Internacionais, destacou-se na luta em defesa dos direitos dos negros no Brasil. Como parlamentar constituinte, legislou a respeito da tipificação do crime de racismo, lei que leva o seu nome. Como jornalista no estado do Rio de Janeiro e como cidadão, sempre assegurou, ainda que por seu protesto individual, que a igualdade em oportunidade fosse garantida aos de cor de pele negra, irmãos na raça com ele. Iniciou no jornalismo cedo, aos 15 anos de idade no Movimento Estudantil. Trabalhou em grandes jornais e revistas nacionais. Devido a seu destaque, Caó foi homenageado pela Câmara dos Deputados no dia 18 de Novembro de 1999, em comemoração à Zumbi dos Palmares, grande ícone da luta da raça negra, dia em que também foi comemorado o Dia Nacional da Consciência Negra com uma homenagem especial aos 10 anos da Lei Caó. Também, no dia 23 de Novembro de 2001, foram entregues troféus às personalidades negras e não negras, que se destacaram na luta contra o racismo.
Apesar disso, sua vida não foi marcada sempre por honrarias e reconhecimentos, muito pelo contrário, somente depois de muito esforço Caó conseguiu ver-se vitorioso em seus propósitos contra o racismo no Brasil. Ele nos conta algumas das dificuldades que viveu para conseguir aprovar sua lei:
“É evidente que uma lei polêmica encontraria resistência à sua aplicação”, afirmou seu autor contextualizando o momento na Assembléia Constituinte. “Primeiramente fomos esmagados na Comissão de Sistematização (responsável por elaborar os artigos constitucionais). O projeto foi rejeitado e a explicação era de que estava mal redigido e poderia, com a intenção de garantir direitos, cercear a liberdade de expressão. O que era totalmente absurdo”.
Caó rebateu às críticas deixando a muitos outros deputados sem maiores argumentações, com os seguintes termos: “quantas propostas mal formuladas foram aprovadas por esta Comissão, na explicação de se estar votando no conteúdo e não na forma e ainda por haver uma Comissão de Revisão Final para aparar todas as arestas possíveis? E a respeito do cerceamento da liberdade de expressão, quando os judeus se insurgiram contra as emissões radiofônicas de Hitler, estariam eles violando a liberdade de expressão nazista?” A partir daí, o parlamentar decidiu escrever ele mesmo a nova versão para a lei, para que não pairasse dúvidas quanto à qualidade do texto. O que conta ter feito inclusive à lápis.
Por fim, sua aprovação em separado, obteve mais votos que o conjunto de toda a Constituição.
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