UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB), SALVADOR - BA, 8 A 10 DE NOVEMBRO DE 2011
Muitos dos problemas intratáveis de formação e desenvolvimento nacional na África têm decorrido da incapacidade dos países de conviver com as diferenças primordiais acentuadas pelo tráfico de escravos, colonialismo, neo-colonialismo, a imposição da cultura ocidental, das religiões estrangeiras e a globalização. Sem dúvidas, isso vem dificultando as possibilidades de aproveitar das vantagens da riquíssima herança multicultural do continente.
O multiculturalismo refere-se essencialmente à valorização, aceitação e promoção de diversas culturas dentro de uma mesma sociedade, embora o debate esteja longe de estar resolvido. É um fato comprovado que o aproveitamento judicioso de diversidade pode agilizar o desenvolvimento e acelerar o crescimento dum país. Contudo, a realidade da África é outra.
Apesar do fato que o continente possui a maior concentração de nacionalidades étnicas do mundo (onde alguns dos países têm mais de 300 grupos étnicos), lamentavelmente, a incapacidade de administrar o pluralismo no continente vem sendo um grande fator provocando os maiores problemas de desenvolvimento tais como a miséria, falta de infra-estruturas, mortalidade maternal e infantil, doenças evitáveis, violência comunal, conflitos inter-étnicos e guerras separatistas que continuam a deixar seqüelas graves na vida das populações da África e da Diáspora.
Ademais, Africanos e descendentes de africanos na Diáspora ao longo do tempo são vítimas da discriminação racial, crise identitária e marginalização econômica, social, política e cultural. Foi à luz desses fatos e percebendo a urgência de reverter esse quadro que as Nações Unidas declararam o ano 2011 como O Ano Internacional para as Pessoas de Descendência Africana.
Tendo em vista tudo isso e muito mais, o Centro de Artes e Civilização Negro-Africanas (CBAAC), Nigéria, em parceria com o Grupo Pan-Africano de Pesquisa e Estratégias Políticas (PANAFSTRAG), Nigéria em colaboração com a Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (SECULT), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a Fundação Pedro Calmon, a Secretaria Especial para Políticas de Igualdade Racial, Presidência da República (SEPPIR) e a Fundação Cultural Palmares, organizam a sétima conferência global africana sobre o tema: Multiculturalismo e seus impactos para o Desenvolvimento das Sociedades da África e da Diáspora Africana.
O Colóquio, a ser realizado na cidade Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Salvador, Bahia, de 8 a 10 de novembro de 2011, reunirá mais uma vez grandes figuras pan-africanistas, historiadores, acadêmicos, ativistas, militantes e pesquisadores negro-africanos vindo dos quatro cantos do mundo.
Objetivos i. Avaliar até que ponto o multiculturalismo tem promovido ou impedido o desenvolvimento da África e dos povos de origem africana na Diáspora.
ii. Promover pesquisas e estudos sobre o multiculturalismo na África e na Diaspora.
iii. Promover a compreensão da ligação íntima existindo entre o multiculturalismo e a política de identidade na África
iii. Promover a compreensão da ligação íntima existindo entre o multiculturalismo e a política de identidade na África
iv. Melhorar a compreensão da natureza multicultural da África mostrando como o continente poderia aproveitar sua diversidade e pluralidade no processo do seu desenvolvimento.
Resultados almejados
No fim do colóquio, espera-se que as seguintes metas teriam sido atingidas:
i. Chamar atenção para os aspectos multidimensionais do multiculturalismo na África;
ii. Promover uma plataforma para melhor aproveitamento das vantagens que traz a diversidade cultural para o desenvolvimento sustentável da África e suas populações;
iii. Aprender das experiências de outros povos que souberam aproveitar a sua pluralidade étnica para promover a harmonia e evitar conflitos.
iv. Desenvolver estratégias adequadas para proteger e promover as culturas das minorias na África e na Diáspora
http://www.cbaac77.com/new-pictures/pdf/TRANSLATE.pdf
Bahia sediará Encontro Ibero-Americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes |
Escrito por Karla Leandro Rascke | |
Sex, 07 de Outubro de 2011 19:06 | |
Conhecida como Roma Negra, por ser a capital com maior percentual de negros fora da África, Salvador, prepara-se para um grande acontecimento mundial. A ONU vai concluir a programação do Ano Internacional dos Afrodescendentes, na capital baiana, nos dias 18 e 19 de novembro, com o encontro de países ibero-americanos, caribenhos e africanos. A organização do evento ficará a cargo do Itamaraty, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e da Secretaria de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia, com o apoio da Serinter. Também foi nomeado embaixador especial da Secretaria Geral Ibero-americana (Segib) , para a comemoração do Ano Internacional dos Afrodescendentes, o ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira. Fonte: http://www.oliviasantana.org.br/mostraNoticia.asp?id=1043Após se passarem 10 anos da II Conferência Mundial Contra o Racismo, Xenofobia e Intolerâncias correlatas, ocorrida em Durban (África do Sul/2001), em que a vereadora participou como delegada do Brasil, Olívia, que faz parte da organização do encontro na Bahia, destacou nas últimas reuniões que o evento coloca o Brasil na vanguarda da articulação dos direitos dos afrodescendentes, uma vez que o EUA e o Canadá, não reconhecem a conferência de Durban. "É importante que o Brasil assuma esse papel de protagonista, aproveitando o evento para que ações sejam desenvolvidas no sentido de elevar a situação do afrodescendente no país, destacando a necessidade de termos mais negros no poder", pontuou Olívia. Militante das causas negras, na última reunião, a vereadora Olívia sugeriu ao comitê organizador, que o secretario geral da ONU seja convidado, aumentando assim o peso internacional do Encontro, que tem como objetivos principais dar visibilidade aos subsídios sociais e culturais dos afrodescendentes, estimular o intercâmbio de conhecimentos, cooperação regional, nacional e internacional sobre o assunto, além de colaborar para a formulação de políticas públicas voltados à população negra. Salvador foi escolhida para sediar o evento, pelo fato do Brasil ser considerado modelo de boas práticas compensatórias e de inclusão social da população afrodescendente. São esperados em torno de 15 chefes de estados, entre eles a presidente Dilma Roussef, além de autoridades de países africanos, parlamentares e representações do movimento social negro. |
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