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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU recebe amanhã (25/8) afrodescendentes para tratar da Rodada dos Censos de 2010

Grupo deve se reunir com o Grulac (Grupo de Países Latino-americanos e do Caribe) e a Unidade de Antidiscriminação das Nações Unidas em busca de apoio para o monitoramento dos afrodescendentes à Rodada dos Censos de 2010

O Plano de Ação de Durban volta a ser tema de discussão, na próxima semana, no Alto Comissariado de Direitos Humanos das Nações Unidas, em Genebra. Nesta terça-feira (25/8), o Grupo de Trabalho sobre Afrodescendentes na Rodada dos Censos de 2010 apresentará o plano estratégico da sociedade civil para monitoramento da inclusão da variável de raça e etnia nos censos demográficos e sensibilização dos afrodescendentes para a autodeclaração.

A audiência terá a participação da Alta Comissária de Direitos Humanos das Nações Unidas, Navi Pillay, do ministro Edson Santos, da Seppir (Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial), e da coordenadora do programa Gênero, Raça e Etnia do UNIFEM (Fundo de Desenvolvimento das NNções Unidas) Brasil e Cone Sul, Maria Inês Barbosa.

Ainda em Genebra, o Grupo deve se reunir com o Grulac (Grupo de Países Latino-americanos e do Caribe) e a Unidade de Antidiscriminação das Nações Unidas em busca de apoio para o monitoramento dos afrodescendentes à Rodada dos Censos de 2010 junto aos institutos nacionais de estatísticas. A coleta, análise e divulgação de dados estatísticos e avaliação sistemática da situação de grupos e indivíduos vítimas de racismo, discriminação racial, xenofobia e intolerância correlata constituem um dos artigos do Plano de Ação de Durban.

De acordo com a Cepal, os censos são a única fonte de informação de caráter universal que capta populações pequenas e permite a desagregação dos dados populacionais em diferentes escalas territoriais. “É preciso evidenciar as brechas em relação aos problemas nacionais dos afrodescendentes e coletar informações qualitativas sobre como vivem, onde estão, a forma como os afrodescendentes acessam as políticas públicas e como os Estados vêm enfrentando o racismo”, afirma Epsy Campbell Bar, coordenadora-executiva do Grupo de Trabalho sobre Afrodescendentes e Rodada dos Censos de 2010.

Para Maria Inês Barbosa, coordenadora do programa regional de Gênero, Raça e Etnia do UNIFEM no Brasil, Bolívia, Guatemala e Paraguai, dados desagregados possibilitam o estabelecimento de uma série de indicadores e metas específicas para o enfrentamento do racismo, além de permitir importantes estudos comparativos. “O UNIFEM compreende essa produção e a análise de dados estatísticos como uma ferramenta fundamental para a formulação de políticas públicas. A inclusão da variável de raça e etnia nos censos de 2010 é uma oportunidade para garantir a geração de informações sobre os afrodescendentes”, diz Maria Inês Barbosa.

Monitoramento
Com ações prioritárias no Brasil, Equador, Venezuela e República Dominicana, o Grupo de Trabalho sobre Afrodescendentes e Rodada dos Censos de 2010 vai assessorar a Divisão de População da Cepal (Comissão Econômica para América Latina e Caribe) nos censos nacionais de 2010 a 2012.

O grupo foi formado em junho de 2009, durante o Seminário Internacional de Dados Desagregados por Raça e Etnia da População Afrodescendente das América. Tem representação dos seguintes países: Brasil, Colômbia, Costa Rica, Cuba, Equador, Estados Unidos, Panamá, Peru, Porto Rico e Venezuela.

UNIFEM Brasil e Cone Sul

Tel: 61 3038.9280 / Fax: 61 3038.9289

unifemconesul@unifem.org

www.unifem.org.br

domingo, 23 de agosto de 2009

Revoltosos dos Búzios podem ser Heróis da Pátria

A inscrição dos nomes dos heróis e mártires da Revolta dos Búzios no Livro dos “Heróis da Pátria” é o objetivo do Projeto de Lei 5819/2009, apresentado nesta quarta-feira (20) pelo Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA). O Livro está depositado no Panteão da Liberdade e da Democracia, em Brasília e, de acordo com a proposição, receberia os nomes dos revoltosos João de Deus, Lucas Dantas, Manuel Faustino e Luis das Virgens.

“Somos descendentes de revolucionários e não temos o direito de nos esquecer disso. Búzios e outras revoltas contribuíram para que o Brasil se libertasse de Portugal e para que a escravidão fosse banida. A herança que temos das revoltas organizadas e levadas adiante por africanos, negros livres, forros e libertos é a liberdade que temos agora, duramente conquistada e que merece ser lembrada e celebrada”, acredita Luiz Alberto.

No dia 13 de agosto, em discurso na Câmara dos Deputados, Luiz Alberto saudou a iniciativa do Bloco Afro Olodum que, em ofício dirigido ao Ministro da Justiça do Brasil, fazia a reivindicação. O petista baiano afirmou nesse pronunciamento que trabalharia para que essa demanda se tornasse realidade e a apresentação do Projeto de Lei é o primeiro passo.

HISTÓRICO - A Revolta dos Búzios, também chamada de Revolta dos Alfaiates, Revolta das Argolinhas ou Inconfidência Baiana aconteceu em 12 de agosto de 1798 em Salvador. João de Deus, Lucas Dantas, Manuel Faustino e Luis das Virgens foram os heróis e mártires da Revolta dos Búzios. Entre 12 e 25 de agosto de 1798 os quatro foram presos. No dia 7 de novembro de 1799 foram enforcados na Praça da Piedade, também na capital baiana.

Dizia um dos panfletos dos revoltosos dos Búzios: “está para chegar o tempo feliz da nossa liberdade, tempo em que todos seremos irmãos, tempo em que todos seremos iguais”.

Mais informações: Assessoria de Comunicação Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA)
Brasília: Daniela Luciana (DRT/BA 1998)61 3215-5954 / 61 8179-9316 - daniela.silva@ camara.gov. br
Salvador: Naiara Leite (DRT/BA 2823)71 2223-9149 / 71 8229-8159

sábado, 22 de agosto de 2009

Juíza lança livro "O negro no século XXI" - BA

A juíza do Juizado Especial de Defesa do Consumidor/Extensão Unijorge, Luislinda Dias de Valois Santos, lança, na próxima quarta-feira (26), às 19:30h, na livraria Saraiva Megastore do Salvador Shopping, o livro “O Negro no Século XXI”, que traz reflexões sobre a participação dos afrodescendentes na sociedade atual, abordando temas como educação, profissionalização e lazer, além do tratamento dispensado aos negros durante os julgamentos e a falta de magistrados afrodescendentes nas diversas instâncias do Poder Judiciário.“A intenção do livro, que tem como base a minha vivência pessoal, é fazer uma análise da atuação do negro em diversas instâncias da vida social e expor as dificuldades e preconceitos que sofremos, principalmente quando comparamos o tratamento dispensado aos não-negros e a nós”, afirma a magistrada, que é considerada a primeira juíza negra do País.Luislinda Valois é a criadora de diversos projetos de cunho social voltados para a comunidade mais carente e terá, em breve, sua trajetória contada em uma biografia, escrita pela jornalista Lina de Albuquerque, com previsão de lançamento para dezembro deste ano. Um filme sobre a vida da magistrada também está em andamento.

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Seminário Multiculturalismo e Direitos Humanos - BA

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZ
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO
SEMINÁRIO DE MULTICUTURALISMO E DIREITOS HUMANOS

PROGRAMAÇÃO

DIA 13/09/09 (domingo)

PRÉ – ABERTURA – (13:30 h)
Local: Teatro Municipal de Ilhéus

PALESTRA- Panorama da Educação Infantil no Contexto Brasileiro.
PALESTRANTE- Fúlvia Rosemberg - PUC-SP – Pesquisadoras Sênior da Fundação Carlos Chagas -Coordenadora, no Brasil, do Programa Internacional de Bolsas de Pós- graduação da Fundação Ford.

MOMENTO CULTURAL (15:30) -

SOLENIDADE DE ABERTURA (16:00 h)

PALESTRA-Trajetória das Comunidades Quilombolas Pós-Constituição de 1988.
PALESTRANTE - Edvaldo Mendes Araújo (Zulu) (Presidente da Fundação Cultural Palmares) ENCERRAMENTO 17:30 h DIA 14/09/2009 INÍCIO - ÀS 08:30 hLocal: Auditório Paulo Souto

PALESTRA – Avaliação do Projeto Educação e Multiculturalismo: formação para a diversidadePALESTRANTE- Profª Dra. Rachel de Oliveira – Coordenadora do Projeto PALESTRA- Processo pedagógico de Adesão das Escolas Municipais de Itabuna ao Projeto “Educação e Multiculturalismo: formação para a Diversidade”.PALESTRANTE - Sandra Cristina Santos Reis Abreu (UESC)

PALESTRA: Racismo e Anti-racismo na Educação.PALESTRANTE: Elianne Cavalleiro - Profª Drª da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília-UNB e presidente da Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as).
PALESTRA: Educação em Direitos HumanosPALESTRANTE: Prof. Dr. Ivair Augusto Alves dos Santos Assessor especial da Secretaria de Direitos Humanos, vinculado ao Ministério da Justiça

DEBATE (11:15 às 12:15 h) TARDE (13:30 h)

PALESTRA - Desenvolvimento Socioeconômico e Ações Afirmativas.
PALESTRANTE: Mário Lisboa Teodoro - Doutor em Economia pela Université Paris I – Sorbonne – Pesquisador IPEA

PALESTRA - Políticas Públicas e Comunidades Tradicionais
PALESTRANTE-Alexandre da Anunciação Reis Subsecretário de Políticas para Comunidades Tradicionais - SEPPIR/PR

ENCERRAMENTO – 17:00 hDia 15/09/09 –
Local: Auditório Paulo Souto
INICIO ÀS 08:30 h

PALESTRA - Um retrato das Escolas Públicas no Município de Itabuna. PALESTRANTE - Clodoaldo Silva Anunciação Mestre em Direito pela UFBA- Professor de Direito Internacional da UESC Promotor da Justiça e Cidadania.

PALESTRA-Gênero e Igualdade Racial
PALESTRANTE - Maria Inês Barbosa: Profª Drª da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT;) coordenadora do Programa “Incorporação das Dimensões de Gênero e Igualdade Racial em programas de combate à pobreza” - América Latina.

DEBATE – 11:15 ÀS 12:00 hTARDE (13:30 h)

PALESTRA- Relações étnico-raciais no Contexto da Formação Continuada: breve análise.
PALESTRANTE -Marise Santana - Professora titular da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia e Coordenadora do Órgão de Educação e Relações Étnicas com Ênfase em Culturas Afro-Brasileiras e do Curso de Pós Graduação em Antropologia Com Ênfase em Culturas Afro-Brasileira

PALESTRA- Desafios Políticos e Metodológicos no Processo de Implementação de Cotas: um diálogo.
PALESTRANTE: Ivete Sacramento
Professora Titular da UNEB – Membro do Conselho Estadual de Educação;Membro do Conselho da SEPIIR Membro do Conselho Estadual de Educação UNEB
ENCERRAMENTO – 17:00 h

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Simpsons negros

Homer, Marge, Lisa, Maggie e Bart Simpson: versão angolana
Foto: Reprodução

Para comemorar o início da exibição de "Os Simpsons" em Angola, o canal africano Bué e a agência de propaganda Executive Center decidiram transformar a família mais famosa do planeta em cidadãos angolanos.

* Os malucos de Springfield entraram com tudo na dança: da bebida favorita de Homer ao cabelo rastafári de Lisa. Glamurama amou a transformação!

* Vale lembrar que os cinco já foram transformados nos Beatles, na família Adamms, nos Sopranos, nos heróis de Star Wars e de Watchmen e até em uma família de carne e osso! Confira as transformações na nossa galeria de fotos.

UNEB promove curso "Literatura Afrocaribenha e Papiamento" - BA

CURSO LITERATURA AFROCARIBENHA E PAPIAMENTO

LOCAL:

SALA 03 – TÉRREO

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – DCHI

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA – UNEB

Rua Silveira Martins, 2555 – Cabula

PERÍODO:

DE 31/08 A 04/09/09

HORÁRIOS:

DAS 14 às 18 h.

INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES:

BIBLIOTECA DO PPGEDUC – TÉRREO

PROFA. HILDETE

TEL: (71) 3117.2448

DAS 09 ÀS 12 E DAS 14 ÀS 17 h.

INVESTIMENTO:

R$ 30,00 (estudantes da graduação)

R$ 40,00 (demais interessados)



PROGRAMA

I. Salvador da Bahia – Cidade Invencível.

História da expansão sul atlântica holandesa na pintura e literatura do século XVII. Conquista da Elmina, Angola e do Nordeste do Brasil. Descrição do quilombo Palmares. Modelo da cidade sonhada. Modernização do trato dos viventes.

BIBLIOGRAFIA:

ALENCASTRO, Luis Felipe de. O trato dos viventes: Formação do Brasil no Atlântico Sul, séculos XVI e XVII (São Paulo: Editora Schwarz, 2000).

BARLÉU, Gaspar: História dos feitos recentemente praticados durante oito anos no Brasil. Prefácio Mario Ferri. 1940; Belo Horizonte, Itatiaia & São Paulo; EDUSP, 1974.

II. Emergência do Sranan no século XVIII no Suriname.

Livros da instrução do Sranan. Língua franca da sociedade de plantação. Marginalidade da influência africano-portuguesa. Os quilombos contra a sociedade da costa. Paramaribo como centro governamental e marítimo. Composição complexa da população urbana.

BIBLIOGRAFIA:

ARENDS, Jacques: The history of the Surinamese creoles 1: A sociohistorical survey. In: Atlas of the Languages of Suriname, ed. Ethne B. Carlin & Jacques Arends (Leiden: KITLV, 2002): 115-130.

STEDMAN, John Gabriel: Narrative of a Five Years Expedition Against the Revolted Negroes. Ed. Richard & Sally Price (Baltimore & London: Johns Hopkins UP, 1988).

III. As Guerras da Independência – América Latina e Curaçao.

Papiamento como língua franca. Sociedade marítima do contrabando. O laço das guerras da independência com o mar: Caribe – Venezuela, Haiti, Jamaica, Curaçao. Manuel Piar, general pardo no exército libertador de Bolívar. Línguas crioulas e a posição do espanhol, inglês e francês no mar Caribe.

BIBLIOGRAFIA:

POOL, John de. Del Curacao que se va. Páginas arrancadas de El Libro de mis Recuerdos. 1935; Amsterdam: S. Emmering, 1981.

LENZ, Rodolfo. El Papiamento, la lengua criolla de Curazao. Santiago de Chile: Balcells, 1928.


IV. O Papiamento e seu Papel Sul Atlântico.

O Papiamento e sua expressão rítmica na música tambú y tumba. A música crioula como cultura popular reprimida, recuperada na poesia. Programas de estandardizar. Discussão conflitiva sobre a origem espanhola ou portuguesa do Papiamento.

BIBLIOGRAFIA:

MARTINUS, Ephraim Frank: The Kiss of a Slave. Papiamentu’s West-African Connections (Curaçao: Drukkerij de Curaçaosche Courant, 1997)

MARTINUS, Frank. Creole Identity through Chinese Wall: Affinities Between Papiamento and Chinese, in A Pepper-Pot of Cultures, ed. Gordon Collier & Ulrich Fleischmann (Amsterdam & New York: Matatu 27-28, Rodopi, 2003): p. 162-165.

V. O Retorno do Século XVII na Ficção Brasileira e Angolana Contemporânea.

Processo de reflexão sobre a formação das sociedades sul atlânticas no romance. Outra visão do trato dos viventes na primeira etapa da globalização. O que sucedeu com as línguas crioulas?

BIBLIOGRAFIA:

AGUALUSA, José Eduardo: O ano em que Zumbi tomou o Rio. Romance. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 2002.

MUSSA, Alberto: O trono da rainha Jinga. Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1999.

PEPETELA: A Grandiosa Família: Tempo dos Flamengos. Lisboa: Publicações Dom Quixote, 1997.

PROF. DRA. INEKE PHAF-RHEINBERGER

Nascida na Holanda, radicada na Alemanha, é professora da Universidade de Humboldt, em Berlim. Especialista em História Cultural da América Latina, Caribe e África, é uma das maiores autoridades sobre expansionismo colonial holandês. Foi professora em várias universidades da Europa e das Américas. Entre seus mais recentes trabalhos estão os livros La Belle Caraïbe: The Art of José Maria Capricorne (2005) e The Air of Liberty. Narratives of the South Atlantic Past (2008), bem como as coletâneas Memorias de la fragmentación. Tierra de libertad y paisajes del Caribe (2005) e AfricAmericas: Itineraries, Dialogues, and Sounds (2008) com Tiago Oliveira Pinto.

Inscrições para participar do Comitê do Recôncavo Norte e Inhambupe terminam no dia 26 - BA

O prazo de inscrições para a renovação dos membros do Comitê da Bacia Hidrográfica (CBH) do Recôncavo Norte e Inhambupe vai até o dia 26 de agosto. É a oportunidade para que os usuários da água, das prefeituras e da sociedade civil organizada participem da gestão das águas no Estado da Bahia.

Os candidatos interessados podem se inscrever na sede do INGÁ em Salvador e em cinco Escritórios Regionais da Empresa Baiana de Desenvolvimento Agrícola (EBDA), nos municípios de Alagoinhas, Catu, Entre Rios, Inhambupe e Mata de São João. Serão disponibilizadas 45 vagas, sendo 15 para o poder público, 15 para sociedade civil organizada e 15 para os usuários de águas. A inscrição só poderá ser feita presencialmente. Todo o cronograma do processo eleitoral e a relação de documentos pode ser consultada no site www.inga.ba.gov.br/comites.

Como se inscrever

Os documentos necessários variam de acordo com a categoria em que o candidato se encontra. O segmento de usuários de água deverão entregar os seguintes documentos no ato da inscrição: requerimento de inscrição devidamente preenchido; cópia autenticada dos documentos pessoais (RG, CPF) do inscrito ou do representante legal; cópia autenticada do CNPJ, com Declaração de Certidão Ativa (pessoa jurídica); cópia autenticada da ata da última eleição e da posse da Diretoria ou de instância equivalente e relação atualizada da sua diretoria (pessoa jurídica) e cópia autenticada do contrato ou estatuto social, registrado em Cartório ou Junta Comercial do Estado da Bahia (pessoa jurídica).

Os usuários de água das categorias de Indústria, Mineração e Setor Energético; Irrigação e Agricultura; Aqüicultura; Pesca Artesanal; Lazer, Turismo e Esporte e aqueles que constituam pessoa jurídica sem fins lucrativos deverão observar as instruções específicas para a apresentação de documentos contidas nos respectivos editais de eleição.

Os documentos exigidos para os segmentos da sociedade civil são: requerimento de inscrição devidamente preenchido; cópia autenticada dos documentos pessoais (RG, CPF) do representante legal da instituição; cópia autenticada do CNPJ, com Declaração de Certidão Ativa; cópia autenticada do Estatuto devidamente registrado que demonstre em seu conteúdo o objetivo da entidade na defesa dos interesses difusos e coletivos da sociedade e/ou defesa e conservação dos recursos hídricos e meio ambiente e cópia autenticada da ata da última eleição e posse da Diretoria ou instância equivalente, registrada em cartório e relação atualizada da sua diretoria

As entidades que se enquadrem nas categorias Organizações Civis de Recursos Hídricos, Organizações da Sociedade Civil de Interesse Público (OSCIP), Instituições de Ensino e/ou Pesquisa e Comunidades Tradicionais deverão observar as instruções específicas para a apresentação de documentos contidas nos respectivos editais de eleição.

Resultados

A documentação deverá ser entregue em envelope a ser lacrado nos postos de inscrição, e após a conferência dos documentos apresentados, os inscritos receberão um comprovante que validará a inscrição. A análise da documentação ocorrerá entre os dias 02 e 07 de setembro de 2009. A divulgação da lista final de habilitados será divulgada no dia 08 de setembro e as reuniões plenárias eleitorais acontecerão entre os dias 14 e 18 de setembro. O resultado poderá ser consultado através dos sites: www.inga.ba.gov.br e www.inga.ba.gov.br . A lista preliminar de habilitados do Comitê será divulgada da mesma maneira, no dia 24 de agosto.

Relação dos Postos de Inscrição:

INGÁ – Sede em Salvador (ACM, 357, Itaigara)

EBDA – Escritório de Alagoinhas (Rua Luiz Viana, 642, Centro)

EBDA – Escritório de Catu (Praça Lourenço Oliveira, Central de Atendimento ao Cidadão)

EBDA – Escritório de Entre Rios (Rua Onório Borges, 40)

EBDA – Escritório de Inhambupe (Avenida Professor Mesquita, 1)

EBDA – Escritório de Mata de São João (Rua Recife, 56)

20/08/09

Mais informações
Ascom/INGÁ

(71)3116-3286/3042 /3215/ 9966-7345

Letícia Belém/Yordan Bosco/Brenda Medeiros

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

UNEB promove o "1º. Colóquio Internacional AfricAméricas: literaturas e culturas" - BA

O 1º. Colóquio Internacional AfricAméricas: literaturas e culturas, promovido pelo Programa de Pós-Graduação em Estudo de Linguagens da Universidade do Estado da Bahia, tem como tema os trânsitos e diálogos entre o continente africano e as Américas. De caráter interdisciplinar, este evento tem por objetivo divulgar pesquisas e promover debates sobre as manifestações da cultura negra na contemporaneidade, envolvendo pesquisadores, artistas e escritores, não só do Brasil, como de outros países. Uma das principais finalidades do Colóquio é discutir as representações das culturas afrodescendentes em diversas linguagens, como cinema, literatura, música, bem como em diferentes áreas das ciências humanas.

Site do Evento: http://www.africamericas.uneb.br/

sábado, 15 de agosto de 2009

Lançamento do livro "O Poder dos Candomblés" - BA

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Colóquio Internacional "O ensino da História e Cultura da África e da Diáspora" - DF

COLÓQUIO INTERNACIONAL
O ENSINO DA HISTÓRIA E CULTURA DA ÁFRICA E DA DIÁSPORA
De 09 a 13 de NOVEMBRO de 2009
BRASÍLIA-BRASIL

INTRODUÇÃO
Durante muito tempo, a história da África foi sendo distorcida na mesma medida em que seu povo foi sendo desumanizado. O comércio de escravos através do Saara, do Atlântico e do Índico foram os fatores responsáveis pela dispersão das populações africanas para o Oriente Médio, Europa, Caribe, as Américas e Ásia - lugares estes, onde a presença das culturas africanas foi recriada.
Visando promover uma melhor compreensão e aproximação entre a África e a Diáspora, o Centro de Artes e Civilizações Negras e Africanas (CBAAC) do Ministério da Cultura, Turismo Orientação Nacional da Nigéria juntamente com a Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República do Brasil (SEPPIR) e um grupo de parceiros tem investido em ações voltadas para a comunidade africana internacional. O Colóquio Internacional sobre O Ensino da História e Cultura da África na Diáspora e o Ensino da História e Cultura da Diáspora na África, realizado na cidade do Rio de Janeiro – Brasil, em novembro de 2008, pode ser considerado um marco nessa direção.
Neste sentido, o Governo Brasileiro tem investido em ações internacionais que priorizem as relações com países do Sul e estimulem projetos de cooperação nas áreas educacionais, econômicas e sociais, visando ampliar diálogos e intercâmbio.
Além disto, a sociedade civil mobilizada busca informações sistematizadas sobre as sociedades africanas, suas histórias e culturas, a fim de implantar efetivamente a Lei 10.639/03, que institui no currículo oficial da Rede Nacional de Ensino, a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, nos termos das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino da História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Parecer CNE/CP 3/2004 e Resolução CNE/CP 1/2004).
Assinala-se que a União Africana e a UNESCO estão implementando o projeto História Geral da África - Parte II, que objetiva construir um núcleo de conteúdos pedagógicos comuns em todos os países membros da União Africana, a partir dos 8 volumes, resultantes da primeira parte deste projeto lançada em 1971, escritos por especialistas africanos(as) e pesquisadores(as) da História Africana e da Diáspora.
A iniciativa visa à integração regional e a unidade africana. Importa destacar que existem iniciativas, cada vez mais freqüentes no espaço diaspórico, no sentido de escrever a história das
populações de ascendência africana, ressaltando as suas contribuições, não apenas demográfica, mas também sócio-política e cultural para a conjuntura histórica contemporânea.
A SEPPIR e o CBAAC do Ministério da Cultura, Turismo e Orientação Nacional do Governo da Nigéria organizam em conjunto, com diversos parceiros nacionais e internacionais, o Colóquio Internacional: O Ensino da História e Cultura da África e da Diáspora, que será realizado no período de 09 a 13 de novembro de 2009, em Brasília - Brasil, com a participação de 150 pessoas da África e da Diáspora, como estímulo ao intercâmbio sul-sul de professores(as) e estudantes oriundos(as) de universidades e instituições de pesquisa localizadas nos países africanos e da diáspora, reunindo educadores(as), pedagogos(as), especialistas em história africana e diaspórica, antropólogos(as), pesquisadores(as) em tradição oral, sociólogos(as), lingüistas, literatos(as), cineastas, entre outros(as).

OBJETIVOS
Aprofundar a compreensão da história africana e da história dos povos de ascendência africana na Diáspora;
Conhecer e avaliar iniciativas pedagógicas para o ensino das histórias e culturas da África e da Diáspora;
Fomentar o intercâmbio acadêmico e a divulgação de pesquisas históricas, culturais e de conhecimentos na África e na Diáspora;
Enfatizar as conexões do ensino da História da África e da Diáspora;
Debater experiências de implementação dos planos de educação que contenham a História da África e da Diáspora.

RESULTADOS PREVISTOS
Aprofundamento da compreensão do conhecimento da história dos valores africanos e da diáspora para a humanidade;
Estímulo ao intercâmbio sul/sul de professores e alunos de universidades, e instituições de pesquisa, localizados nos países africanos e na diáspora;
Incentivo à realização e disseminação da produção acadêmica dos países da África e da Diáspora.

TEMAS
Experiências de Ensino da História da África e da Diáspora na Educação Fundamental e Média.
(Historiar a África e a Diáspora)
Experiências de Formação de Professores na África e na Diáspora.
(História da África e da Diáspora: Questões Pedagógicas e Metodológicas)
Estratégias de Consolidação do ensino da História da África e da Diáspora.
(Estudos Regionais na História da África e da Diáspora; História e Racismo na África
e na Diáspora; Estratégias de Mudanças e Direitos Civis, Políticos, Econômicos,
Culturais, Humanos e Sociais na África e na Diáspora)
História e Historiografia Africana e diaspórica
(Historiar a África e a Diáspora, Arqueologia e a pré-história da África e da diáspora; Ideologias da libertação na África e na Diáspora; Comércio de Escravo e as Reparações: Trans-Saara e Transatlântico; Língua, História e Cultura; Capital Social e Desenvolvimento; Colonialismo, Neo-Colonialismo na História e Cultura Africanas).
Cultura e sociedades africanas e diaspóricas (Identidade Africana Global, Sistemas de Conhecimento, Faculdade criadora e as artes: Cultura popular, Música, Teatro, Cinema e Folclore, Religião, Espiritualidade e Valores africanos, Gênero na História da África e da Diáspora).

APRESENTAÇÃO DE TRABALHOS E EXPERIÊNCIAS
O Colóquio consistirá de conferências, mesas-redondas, apresentação de pôsteres de experiências, além de sessões de comunicação para apresentação de artigos.
Os(as) interessados(as) em participar do Colóquio devem encaminhar resumos que detalhem a pesquisa ou a experiência didática em desenvolvimento ou concluída, mas que, sobretudo apresente os resultados alcançados, sejam eles parciais ou conclusivos.
As comunicações devem ser realizadas por pesquisadores(as) em história e cultura africana ou diaspórica. Acrescenta-se que há grande expectativa de que as sessões de pôsteres incluam, sobretudo, professores de Ensino Fundamental e/ou Médio que tenham desenvolvido trabalhos sobre esses temas.
Os resumos devem incluir o título, o nome de autor(es), afiliação institucional, endereço, número de telefone e e-mail. Fonte Times New Roman, 12 pt. Espaço 1,5. 300 palavras.
Os resumos de trabalho e experiências devem conter os objetivos, uma breve descrição do contexto, como se desenvolveu ou se desenvolve a iniciativa, e os resultados alcançados.
Todos os resumos para análise devem estar em formato eletrônico e serão recebidos no máximo até o dia 10 de setembro de 2009.
Os(as) autores(as) cujos resumos forem aceitos serão notificados a partir do dia 05 de outubro de 2009. O texto completo para apresentação deverá ser entregue em formato eletrônico até a data de realização do Colóquio.
Para os(as) participantes selecionados(as), existe a possibilidade de financiamento da participação: translado aéreo até Brasília, hospedagem e alimentação durante os dias do Colóquio.

Os resumos devem ser enviados para: diaspora.africa@gmail.com

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Homenagem a Candeia - RJ

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Ubiratan Castro de Araújo lança o livro "Sete Histórias de Negro" - BA

Brasília, 11/8/06 - O historiador e presidente da Fundação Cultural Palmares/MinC, Ubiratan Castro de Araújo, lança na próxima quarta-feira, em Salvador, mais uma obra literária. Membro da Academia Baiana de Letras, o historiador Ubiratan Castro de Araújo lança o livro "Sete Histórias de Negro". O livro integra mais uma obra de Ubiratan Castro, autor de "A Guerra da Bahia", "Salvador era assim. Memórias da Cidade", Sete Histórias de Negro trata da união entre a cultura oral e escrita, em uma história que integra personagens negros dentro de um cotidiano baiano de ser e viver.

Doutor em História pela Université de Paris IV e Mestre em História pela Université de Paris V, Ubiratan Castro de Araújo receberá autoridades, artistas e representantes do movimento negro baiano em sessão de autógrafos a ser realizada a partir das 18h do próximo dia 16, na Casa do Benin, no Centro Histórico do Pelourinho.

Audiência Pública em São Francisco do Paraguaçu tem presença de Ministro, Deputado e Secretária - BA


Os conflitos e denúncias decorrentes da situação do Quilombo de São Francisco do Paraguaçu (Cachoeira/BA) motivaram a realização de uma Audiência Pública com a presença do Ministro Edson Santos, titular da Secretaria Especial de Promoção da Igualdade (SEPPIR), do Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA) e de Luiza Bairros, Secretária de Promoção da Igualdade do Estado da Bahia (SEPROMI).

O evento aconteceu nessa quinta-feira (12), na sede da Associação dos Remanescentes do Quilombo do Paraguaçu e também recebeu representantes de outras comunidades quilombolas da região. A audiência deu maior dimensão à gravidade dos conflitos que envolvem os quilombos baianos e os grandes fazendeiros.

Em relatos, a comunidade de São Francisco destacou o medo estimulado pelas ameaças que vem sofrendo. “Nós vivemos pressão e ameaça todos os dias, temos medo de perder mais uma pessoa aqui, eu fui ameaçado mais uma vez por uma fazendeira, precisamos de ajuda. Minha filha está deprimida, minha mulher foi maltratada, desde dezembro não durmo direito”, afirma Crispim dos Santos, conhecido como Rabicó.
Ao discursar, o Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA) apontou a necessidade de maior agilidade na tramitação dos processos das comunidades quilombolas: “é preciso que as autoridades garantam segurança para a comunidade, e urgência nos processos de titulação das comunidades quilombolas, esse caso aqui é de morte anunciada”.
O Ministro Edson Santos reafirmou o interesse dos governos estadual e federal em garantir celeridade no processo. O titular da SEPPIR havia participado, no início da manhã, de uma reunião em que estavam presentes o Governador da Bahia, Jaques Wagner e secretária Luiza Bairros (SEPROMI) em que a situação dos quilombolas havia sido colocada em pauta.

Mais informações:
Assessoria de Comunicação
Deputado Federal Luiz Alberto (PT/BA)
Brasília:
Daniela Luciana (DRT/BA 1998)
61 3215-5954 / 61 8179-9316 - daniela.silva@camara.gov.br
Salvador: Naiara Leite (DRT/BA 2823)
71 2223-9149 / 71 8229-8159

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Seminário "Escravidão, trabalho e identidades na Bahia setecentista" - BA

Seminário Permanente com Pesquisadores Baianos

Escravidão, trabalho e identidades na Bahia setecentista

Carlos Francisco da Silva Jr.
Mestrando em História
pela Universidade Federal da Bahia

Daniele Santos de Souza
Mestranda em História
pela Universidade Federal da Bahia

Coordenação:
João José Reis
Universidade Federal da Bahia
Pós-doutor em História
pela Universidade de Londres, Inglaterra

data e horário:
sexta-feira
21 de agosto de 2009
16:00h

inscrições e informações:
(71) 3243 2491 | 3243 2666
academico@fcmariani.org.br
entrada franca mediante inscrição

Temática afro-brasileira terá publicação de obras didáticas

Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) é responsável pela produção do material

Estarão prontas este ano as primeiras obras didáticas sobre a temática étnico-racial, história e cultura afro-brasileira para uso de professores e estudantes do ensino fundamental das redes públicas. A criação desses materiais é de responsabilidade do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros (Neab) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). A instituição foi selecionada por edital, em 2008.

O coordenador do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros da UFSCar, Valter Roberto Silvério, informa que a instituição está criando quatro livros para professores e quatro para alunos do primeiro ao nono ano do ensino fundamental. A abordagem dos conteúdos segue o que determina a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Valter Silvério explica que a produção dos materiais sofreu seis meses de atraso, porque demorou a liberação dos recursos. A previsão é entregar os materiais no final de 2009.

História da África

Paralelamente à produção dos livros para professores e alunos, o núcleo de estudos trabalha na tradução da língua francesa para o português de quatro dos oito volumes da coleção História Geral da África. A coleção da Editora J. Kizerbo foi publicada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) no final dos anos 1980, e é obra de referência sobre o continente africano. Do conjunto, quatro livros já têm tradução para a língua portuguesa.

Os oito volumes dividem os conteúdos em: metodologia e pré-história, antiga civilização, África do século VII ao XI, África do século XII ao XVI, África dos séculos XVII e XVIII, África do século XIX até 1880, a dominação colonial de 1880 a 1935, e de 1935 aos anos 80.

Em abril deste ano, a UFSCar venceu outro edital do Ministério da Educação para desenvolver um curso de especialização à distância sobre diversidade e relações étnico-raciais. O curso de 360 horas será ministrado pela instituição em pólos da Universidade Aberta do Brasil (UAB). O projeto prevê a abertura de duas mil vagas.

Pedidos dos municípios

Em 2008, o Ministério da Educação selecionou 27 universidades públicas, federais e estaduais, para organizar cursos de formação de professores (aperfeiçoamento, especialização ou extensão) e produção de materiais didático-pedagógicos na temática étnico-racial. Os materiais didáticos e a qualificação de professores foram solicitados por 72% dos municípios nos planos de ações articuladas (PAR), em 2007 e 2008.

Para executar essa tarefa, as 27 universidades receberam R$ 3,6 milhões do Programa de Ações Afirmativas para a População Negra nas Instituições Públicas de Educação Superior (Uniafro). Cada projeto recebeu entre R$ 100 mil e R$ 150 mil. Das 27 instituições, a UFSCar foi selecionada para criar materiais didáticos e a Universidade Federal do Rio Grande do Sul para produzir vídeos.

O Plano de Ações Articuladas (PAR) é um diagnóstico e planejamento das ações educacionais realizado por estados e municípios para um período de cinco anos, de 2007 a 2011.

(Assessoria de Comunicação do MEC)

Participação das mulheres negras na política é tema de seminário - DF

12/08/2009 - 15:58

As mulheres cada vez mais assumem o papel de chefes de família, aumentam sua escolaridade e ampliam a participação no mercado de trabalho. No entanto, ainda recebem menores salários e acumulam a maioria das tarefas domésticas. Essa realidade é apontada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e se soma a outro dado preocupante: apesar de formarem a maior parcela do eleitorado (51,7% em 2008), elas não ocupam na mesma proporção os espaços institucionais da vida política nacional. No caso das mulheres negras, a diferença é ainda mais acentuada.

O tema estará em debate no Seminário Empoderamento das Mulheres Negras e Participação Política, que será realizado de 13 a 15 de agosto, no Airam Hotel (SHN quadra 5, bl. A, subsolo), em Brasília.

A solenidade de abertura, às 18h desta quinta-feira (13 de agosto), contará com a presença do ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Edson Santos, e da ministra da Secretaria de Políticas para Mulheres, Nilcéa Freire. Ambas as secretarias são parceiras nesta iniciativa, que conta com apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

O objetivo do seminário é promover o diálogo entre mulheres negras vinculadas a partidos políticos e militantes das várias articulações nacionais do movimento social, com a expectativa de reunir 150 participantes de todo o país. A inserção da temática racial e de gênero na agenda política leva em conta as diretrizes do Plano Nacional de Políticas para as Mulheres e do Plano Nacional de Promoção de Igualdade Racial.

Os painéis, debates e grupos de trabalho colocarão em pauta vários aspectos do conceito de empoderamento, que passou a ser empregado na década de 1960, nos Estados Unidos, pelos movimentos negros que reivindicavam direitos civis. Na prática, empoderar significa dar voz e visibilidade às minorias sociais, para que tenham capacidade de ação e decisão individual e coletiva sobre temas que afetam diretamente suas vidas. É um processo que implica em elevação da auto-estima e pensamento crítico.

Confira a programação do Seminário
13/08 (quinta-feira)
18h: Solenidade de Abertura
- Edson Santos, ministro da Igualdade Racial/SEPPIR
- Nilcéa Freire, ministra da Secretaria Especial de Política para as Mulheres/SPM
- Kim Bolduc, representante da Organização das Nações Unidas e do PNUD no Brasil
- Fátima Cleide, senadora ( PT- RO)
- Janete Pietá, deputada (PT- SP), representante da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial
Coordenação: Martvs das Chagas, subsecretário de Políticas de Ações Afirmativas (SubAA) da SEPPIR
19h - Painel "As ações afirmativas e a construção do empoderamento de mulheres negras", com Sueli Carneiro, doutora em Educação pela Universidade de São Paulo e Diretora do GÉLEDES Instituto da Mulher Negra.

14/08 (sexta-feira)
Das 9h às 11h - Painel "Organização contemporânea das mulheres negras"
- Matilde Ribeiro, doutoranda em Serviço Social, ativista do movimento feminista e do movimento de mulheres negras, ex-ministra da SEPPIR
- Creusa Maria Oliveira, presidente da Federação Nacional dos Trabalhadores Domésticos (FENATRAD) e integrante do Conselho Estadual da Mulher da Bahia
- Ana José Lopes, coordenadora do Fórum Nacional de Mulheres Negras
- Lucia Xavier, secretária executiva da Articulação de ONGs de Mulheres Negras Brasileiras
- Aurina Oliveira Santana, reitora do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia
Coordenação: Maria do Carmo Ferreira da Silva, coordenadora do Fórum Intergovernamental de Promoção da Igualdade Racial
Das 14h às 16h - Painel "Organização partidária e mecanismos de empoderamento"
- Maria Cristina de Almeida, vereadora de Macapá (AP) pelo PSB e secretária nacional do Movimento Negro do PSB
- Olívia Santana, vereadora de Salvador (BA) pelo PC do B, ativista do movimento feminista e do movimento negro
- Edialeda S. Nascimento, presidente da Secretaria Nacional do Movimento Negro do PDT
- Maria Rosalina Santos, vereadora de Queimada Nova (PI) pelo PT e integrante da Coordenação Nacional de Articulação das Comunidades Negras Rurais Quilombolas (CONAQ)
- Íris Araújo, deputada federal (PMDB/GO) e presidente nacional do PMDB
- Maria Aparecida da Silva Abreu, secretária nacional de Combate ao Racismo do PT
- Benedita da Silva, secretária de Assistência Social e Direitos Humanos do Estado do Rio de Janeiro
Coordenação: Ivonete Carvalho, diretora de programas da Subsecretaria de Políticas para Comunidades Tradicionais (SubCom) da SEPPIR

15/08 (sábado)
Das 9h às 10h45 - Painel "Comunicação e políticas de promoção de igualdade racial"
- Jacira Silva, jornalista, ex-presidente do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal e representante da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira DF)
- Maurício Pestana, publicitário e cartunista, presidente do Conselho Editorial da Revista RAÇA BRASIL
- Viviane Ferreira, graduada em Cinema Digital pela Escola Livre de Cinema e coordenadora de formação e produção do Grupo Mulheres de ODUN
Coordenação: Manuela Pinho, subsecretária da Planejamento da SEPPIR
Das 10h30 às 12h - Debate
Das 14h às 17h - Grupos de trabalho
Coordenação GT 1: Oraida Abreu, secretaria executiva do Conselho Nacional de Promoção da Igualdade racial (CNPIR)
Coordenação GT 2 : Eloá Kátia, assessora técnica SubAA
Coordenação GT 3: Bárbara Oliveira Souza, gerente de projetos da SubCom
Das 17h30 às 19h30 - Plenária
Coordenação: Valéria de Oliveira, gerente da SubAA

Comunicação Social da SEPPIR /PR

domingo, 9 de agosto de 2009

Angela Davis: “Quando Obama visitar o Brasil, vai aprender algumas lições”

Aos 65 anos, Angela Davis continua a mostrar por que se tornou um ícone do movimento negro norte-americano nos anos 1970. Bastam minutos de conversa com a hoje pesquisadora e professora da Universidade da Califórnia, em Santa Cruz (EUA), para perceber a facilidade em expor, numa linguagem clara, linhas de raciocínio complexo, fruto do aprofundamento que marca sua produção acadêmica. Um exemplo é quando explica a visão que tem do feminismo, para além do embate de gênero. A jovem ativista de outrora continua também a fascinar a juventude. Este segmento foi o público mais constante nas palestras que ela realizou, na última semana, em Salvador, como convidada da ‘XII Edição da Fábrica de Ideias’, programa anual sediado no Centro de Estudos Afro-Orientais da Universidade Federal da Bahia (Ceao/Ufba ). Coordenada pela doutora em sociologia Ângela Figueiredo e pelo doutor em antropologia Lívio Sansone, a Fábrica oferece treinamento para jovens pesquisadores em estudos étnicos. Angela Davis, inclusive, discorda de quem costuma apontar a juventude do mundo atual como apática, do ponto de vista político. Para ela, cada geração tem sua forma própria de atuação. “A minha postura é a de aprender com os jovens, porque sempre são eles que provocam as mudanças radicais”, afirma. Nesta entrevista concedida à repórter Cleidiana Ramos, com o auxílio da tradutora Raquel Luciana de Souza, Angela Davis falou, dentre outros assuntos, sobre as lições que o governo brasileiro pode oferecer a Barack Obama, em relação a uma política de maior aproximação com a África.

A TARDE | É a segunda vez que a senhora vem à Bahia. O que notou sobre a questão racial e de gênero aqui?

Angela Davis | O termo feminismo é ainda bastante contestado, como também é contestado nos EUA. Mas, eu descobri que há mulheres ativistas que estão fazendo um trabalho bastante semelhante. Então, nesse sentido, não faz diferença como uma pessoa se identifica. Tem mulheres que estão trabalhando nessas questões de violência contra a mulher, assistindo vítimas dessa violência e, ao mesmo tempo, pensando em formas de se erradicar um fenômeno que é uma pandemia por todo o mundo. São questões que eu acredito que perpassam as fronteiras nacionais. Acredito que ativistas nos EUA podem aprender muito com ativistas aqui do Brasil.

AT | Ao que a Sra. atribui a resistência ao termo feminismo?

AD | Há essa resistência ao termo feminismo porque pressupõe-se que se adotem posições vazias. Há posições antimasculinas, anti-homem. Quando feministas brancas formularam pela primeira vez essa noção de direitos das mulheres, elas estavam somente prestando atenção à questão de gênero e não prestavam atenção à questão de raça e de classe. E nesse processo elas racializaram gênero como branco e colocaram uma questão de classe como uma classe burguesa, mas as feministas negras argumentaram que você não pode considerar gênero sem considerar também a questão de raça, a questão de classe e a questão de sexualidade. Então isso significa que as mulheres têm de se comprometer a combater o racismo e lutar tanto em prol de mulheres como de homens.

AT | É uma visão bem diferente daquela que a maioria das pessoas tem sobre feminismo.

AD | O tipo de feminismo que eu abraço não é um feminismo divisivo. É um feminismo que busca a integração. Mas, como disse anteriormente, estou mais preocupada com o trabalho que as pessoas fazem e o resultado que alcançam do que se estas pessoas se denominam feministas ou não. Muito do trabalho histórico tem descoberto tradições e legados feministas de mulheres que nunca se denominaram feministas, mas nós as localizamos dentro de uma tradição feminista. Eu já vi trabalhos que falam sobre Lélia Gonzalez no Brasil denominando- a feminista e eu não sei se ela se considerava feminista. Tem também mulheres contemporâneas como Benedita da Silva. Eu não sei se ela se identifica como feminista.

AT | A senhora pensa em escrever algo sobre as suas impressões em relação à Bahia?

AD | Eu acho que sim. Mas eu teria de voltar aqui e passar um pouco mais de tempo fazendo uma pesquisa substantiva. Estou bastante impressionada com o ativismo das mulheres em Salvador e, em geral, aqui é um lugar maravilhoso.

AT | A Cidade das Mulheres, de Ruth Landes, trabalho realizado na década de 30, trata do poder feminino no candomblé da Bahia.

AD | Aqui no Brasil, o poder que as mulheres exercem é uma base muito poderosa para o poder feminista no Brasil. Eu escrevi um livro, Legados do Blues, e o meu argumento é que as mulheres do blues, durante os anos 20, ajudaram a forjar um feminismo da classe trabalhadora.

AT | Os EUA elegeram pela primeira vez um presidente negro. Passado esse primeiro semestre do governo Obama, como a senhora avalia as suas ações?

AD | Ele fez coisas boas e fez algumas coisas ruins. A minha posição em relação a Obama nunca foi de pressupor que um homem sozinho, independentemente de sua raça ou classe, pudesse salvar o país e o mundo. O que foi bastante entusiasmante em relação à sua eleição foi o que nós aprendemos sobre o país. O fato de que tantas pessoas estavam predispostas a votar nele nos diz que houve progresso. É claro que não atrapalhou o fato de ele estar disputando a eleição com o partido de George Bush. A segunda questão é que Obama apresentou-se como alguém conectado a uma tradição de luta negra. Ele se identifica com o movimento dos direitos civis, com figuras como Martin Luther King. Um homem negro que tivesse uma política conservadora não teria feito a diferença em termos de ponderarmos sobre onde estamos agora. A terceira questão e, provavelmente, a mais importante, é que Obama foi eleito porque os jovens criaram esse movimento em massa.

AT | Este é um aspecto bem interessante sobre a vitória de Obama.

AD | A eleição de Obama nos transmitiu o que estava acontecendo em termos de organização de uma juventude com um movimento de base. Eram jovens negros, brancos, latinos, indígenas. A minha esperança está na capacidade de esse movimento ir na direção correta. Por outro lado, Obama não tem tomado bons posicionamentos, como em relação à questão da manutenção das tropas militares no Afeganistão.

AT | O governo brasileiro adotou uma política de aproximação com os países africanos. Há muita esperança de que o governo Obama possa fazer o mesmo. Esta esperança, em sua opinião, pode se confirmar?

AD | Obama tomou uma boa decisão ao visitar à África. Ele visitou Gana. Isso prova que sua visita não era simplesmente em função das suas origens, mas também para discutir problemas sérios. Em, termos de relação entre os EUA e a África, principalmente na questão histórica, foi muito importante a visita de Obama aos fortes de Gana, da Costa do Cabo e à porta do não-retorno. Foi muito importante para os EUA verem isso. Os afro-americanos já conhecem esses lugares. Eles viajam ao Senegal, a Costa do Cabo, mas esta foi a primeira vez que essa conexão histórica entre EUA e a África foi evidenciada. Isso estimulou uma discussão sobre o papel da escravidão. Logo depois, por exemplo, houve reportagens sobre a plantação onde um bisavô de Michelle Obama foi escravo.

AT | As questões históricas ganharam destaque.

AD | Estas questões históricas são importantes. Mas o que eu considero ser muito difícil para Obama fazer é reconhecer os danos horrendos que o capitalismo causou à África. As políticas de ajustes estruturais do FMI e do Banco Mundial fizeram com que vários países africanos desviassem recursos de serviços sociais para setores lucrativos da economia. Acredito que isso é que tem de ser abordado. Eu sei que o Brasil tem uma posição mais progressista em relação à África. Então, provavelmente, quando Obama visitar o Brasil ele vai poder aprender algumas lições. Quando isso acontecer, estaremos extremamente felizes porque nós ficamos muito envergonhados quando o George Bush veio e disse: “Eu não sabia que havia negros no Brasil”.

AT | O que pensa sobre as ações afirmativas no Brasil?

AD | Não tenho acompanhado esta discussão rigorosamente. Mas, na minha primeira visita ao Brasil, em 1997, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, as pessoas estavam apenas começando a reconhecer que o Brasil não era uma democracia racial. As ações afirmativas ainda estão sendo muito atacadas nos EUA, mas têm sido responsáveis pela integração de várias instituições em lugares, por exemplo, como a África do Sul. Eu sei que aqui no Brasil elas acontecem no que diz respeito às universidades. As ações afirmativas são um instrumento muito importante. O discurso nos EUA modificou-se. No lugar de se falar sobre ações afirmativas fala-se agora sobre diversidade, o que é problemático. A administração de George Bush foi a administração mais diversificada na história dos EUA antes da administração de Obama. Mas ele colocou em seu governo negros e latinos conservadores. Essa diversidade tem sido definida como a diferença que não faz a diferença.

AT | Quando foi implantada a política de ações afirmativas nos EUA?

AD | Em 1977, tivemos o primeiro desafio jurídico às ações afirmativas. Isso aconteceu num caso levantado por um homem branco que não foi admitido para a Universidade da Califórnia e desde então há o caso de vários outros processos judiciais impetrados por brancos que argumentam ser vítimas de um racismo às avessas.

AT | No Brasil, o STF prepara-se para julgar a constitucionalidade das cotas a partir de uma provocação do DEM.

AD | A meu ver, deve-se desafiar pressuposições de que o caso trata apenas de homens brancos como indivíduos e mulheres negras como indivíduos que estão ali lutando por um emprego. As ações afirmativas nunca foram concebidas para ajudar indivíduos apesar do fato de que indivíduos se beneficiam das mesmas. A ideia é soerguer uma comunidade inteira. Trata-se de uma população que foi objeto de discriminação. Tanto nos EUA como no Brasil nós ainda vivemos com o sedimentos da escravatura. A escravidão não é somente algo que existe no passado. Habita o nosso mundo hoje em dia, com toda a pobreza, o analfabetismo. As ações afirmativas são um passo inicial em termos de se abordarem questões de escravatura, colonização. Esquece-se tudo isso. Parece que existem só duas pessoas: um homem branco e um homem negro, ou um homem branco e uma mulher negra.

AT | A senhora vem de uma geração muito politizada. Como analisa a ação política da juventude do mundo atual?

AD | Eu estou muito entusiasmada. Não sou o tipo de pessoa que gosta de deitar nos louros da minha geração. Eu sei que cada geração abre uma nova trilha. Frequentemente pessoas que se engajaram em movimentos pressupõem que cada geração tem de fazer a mesma coisa da mesma forma. A minha postura é a de aprender com os jovens, porque sempre são eles que provocam as mudanças radicais. Grande parte do meu ativismo é contra o complexo industrial carcerário. Este é um movimento cuja maioria é constituída por jovens que utilizam métodos diferentes. Eles utilizam representações culturalistas, como música, e usam novas formas de comunicação, como facebook. Estou aprendendo muito com isso.

AT | É um movimento interessante, então.

AD | Estou feliz que eles tenham feito isso, porque se transforma o terreno para que se possa desenvolver novas ideias, expandindo o nosso conhecimento sobre as possibilidades para a liberdade. Por isso eu acho tão importante prestar atenção nos jovens. Eu não acredito nessas pessoas que dizem que os jovens são apáticos que eles não estão fazendo nada. Nós precisamos acompanhar este movimento, de maneira que estas noções de liberdade se expandam e se tornem mais abrangentes porque eu não acredito que chegaremos num ponto no qual possamos dizer “isto é liberdade, nós chegamos ao topo da montanha e podemos parar de lutar”. Acho que será uma luta infinita e as vitórias que conquistamos nos permite imaginar novas liberdades. O discurso de Martin Luther King, conhecido como Eu tenho um sonho, fala sobre chegar ao topo da montanha. Ele nunca diz o que se vê ao chegar ao topo da montanha. Acredito então que cada geração vai criar novas imaginações do significado de ser livre.

Fonte: Jornal A Tarde, domingo, 09.08.09

Lançamento do Projeto "Inclusão Educacional nos Terreiros de Candomblé" - BA

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sábado, 8 de agosto de 2009

I Seminário Sul americano de Promoção da Igualdade - BA

Entre os dias 19 a 21 de agosto, numa realização do Conselho Federal da OAB e Comissão Nacional de Promoção da Igualdade, acontece no Hotel Tropical da Bahia, o I Seminário Sul americano de Promoção da Igualdade - sob o tema “A África e a América do Sul no Brasil”.

O evento de repercussão nacional e internacional reunirá personalidades e estudiosos que discutirão questões de relevância, tais como: Raça e Etnia nos Estados da América do Sul; Educação, Cultura e Estado Democrático de Direito; Promoção dos Direitos da Mulher; Ações Afirmativas e o Instituto da Reparação; Midia Étnica; Internacionalização dos Princípios da Igualdade; Promoção da Tolerância Religiosa.

As palestras estarão abertas ao público nos dias 20 e 21 de agosto no Hotel Tropical da Bahia, das 08:00horas às 12:30horas e das 14:00horas às 17:30horas.

Entre os principais preletores estão:

Cléa Carpi da Rocha
Secretária Geral do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil
- -
Jurista, Escritor e Professor Emérito da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo
Mark Brecke –Cineasta e Fotógrafo Jornalístico
Russy D. Sumariwalla - Consultant on Philanthropy and Nonprofits

E os ministros :

Edson Santos
Ministro da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial
Nilcéia Freire
Ministra-chefe da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres e Presidente do Conselho Nacional de Direitos da Mulher

I SEMINÁRIO SUL- AMERICANO DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE
“A África e a América do Sul no Brasil”
de 19 a 21 de agosto de 2009

PROGRAMAÇÃO

Cerimônia de Abertura

Conferência:

Raça e Etnia nos Estados da América do Sul

Painel I

Promoção dos Direitos da Mulher

Painel II

Ações Afirmativas e o Instituto da Reparação

Painel III

Educação, Cultura e Estado Democrático de Direito – Lei 10.639/2003.

Painel IV

Direito à Vida e a Comunidade Negra

Painel V

Internacionalização do Princípio da Igualdade

Painel VI

Mídia Étnica

Painel VII

Igualdade na Saúde e na Segurança

Painel VIII

Promoção da Orientação Sexual

Painel IX

Promoção da Tolerância Religiosa

Painel X

Estratégias para a Promoção da Igualdade


Marcus Garvey: um povo, uma luta, um destino - BA

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