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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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quarta-feira, 21 de junho de 2017

Sobre a descolonização do ser (no miudinho), por Zelinda Barros

Nos estudos que propõem a descolonialidade como antídoto para a colonialidade do poder, padrão de dominação em vigência desde a formação do colonialismo moderno, é recorrente o uso de termos como “Estado”, “poder”, “modernidade”, “capitalismo”, “patriarcado”, “racismo”, “epistemicídio” e outros, que fazem referência a fenômenos que envolvem nossa vida de distintas maneiras. Da mesma forma, na construção de retóricas e práticas políticas que promovam a reversão desse padrão de dominação que submete e massacra milhões de pessoas no planeta, também se recorre às noções de igual amplitude: “subjetividade”, “autonomia”, “pluralidade”, “interculturalidade”, etc. Proponho uma reflexão que nos faça começar por um ponto que considero crucial para o fortalecimento dessa luta: a necessidade de descolonizarmos nosso Ser. Não me proponho a teorizar sobre tais conceitos, mas a fazer uma reflexão sobre as experiências vividas numa sociedade colonizada, que incluem as interações que poderão nos construir como sujeitos capazes de darmos o necessário salto em busca do bem viver.
Não será possível alcançarmos as grandes coisas, se não começarmos a valorizarmos aquilo que ainda é considerado pequeno. A teoria foucaultiana sobre poder nos ajuda nessa empreitada ao lembrar-nos que o poder é multidirecional e funciona em rede. Se a coerência entre o que dizemos e o que fazemos ainda é uma utopia nesse nosso horizonte de luta, muito se deve ao fato de desprezarmos a importância das interações cotidianas, que concretizam ou simplesmente banem a possibilidade de construção coletiva com respeito efetivo às nossas diferenças.
A construção de uma subjetividade pautada na competição com a/o outra/o, na disputa de egos para que a nossa opinião prevaleça sobre as demais, na desconsideração das necessidades e limitações das outras pessoas, na busca pelo extermínio da/o outra/o, poderá ser erodida por formas de relacionamento horizontais, que assumam a força de uma contrapoder que, assim como uma pedra lançada no meio de um lago, repercuta em ondas por diferentes dimensões de nossa vida. Para tanto, é importante que valores como lealdade, respeito e cuidado (de si mesma e da outra pessoa) prevaleçam. Ao menos no nosso círculo de relações mais próximo, esses princípios devem reverberar.
Não tem sentido falarmos em descolonização, qualquer que seja o nível em que esse processo opere, se nos recusamos a apoiar quem sabemos precisar de ajuda ou utilizamos como critérios para que esse apoio seja dado a visibilidade que o gesto trará e o reforço positivo à nossa imagem pública. Como falarmos em resistência, se nos aliamos a quem tem mais poder para viabilizarmos projetos individuais, mesmo sabendo da forma desrespeitosa com que tratam pessoas subalternizadas e como atingem negativamente os interesses da coletividade? Como nos levantarmos contra o genocídio, se contribuímos para a morte epistêmica, institucional e física das pessoas que divergem de nós, ainda que estejam no mesmo lado da luta? Isso não significa que me coloco numa posição moralmente superior a você, companheira/o, pois também faço esses questionamentos a mim mesma tentando mudar minhas práticas cotidianas.
A solidariedade, imprescindível no campo das lutas sociais, ainda é entendida de forma simplista, como se sermos aliadas/os impusesse a obrigação de estarmos sempre nos mesmos espaços, concordando com todas as teses formuladas por quem está em evidência. Isso não significa acatarmos a deslealdade, a “puxada de tapete” e o desrespeito, mas, se o espaço para que a divergência e o contraditório se manifestem não estiver sendo assegurado, é um indício de que estamos falhando. Sigamos o princípio político do Estado africano do Kongo, surgido antes da penetração europeia: “Ban abatele, bana batelelwa” (“Onde há quem diz, deve se permitir que haja aquele que contradiz”).
Alguns dos nossos grandes desafios na luta contra processo de desumanização é rompermos com a tendência colonial à padronização e mudarmos o comportamento apenas em relação às pessoas que nos são familiares (afetiva e ideologicamente) ou por conveniência, e sermos verdadeiramente camaradas. E sermos camaradas não nos exime do cumprimento das nossas responsabilidades e da cobrança do cumprimento dos deveres das outras pessoas, pois, como ensinam nossos caboclos: “Camarada bom é irmão do outro. Um, corta o pau; o outro, arranca o toco”.

Encontro "Presenças negras na academia" - PE



O evento é promovido pelo Coletivo de Acadêmicas Negras -CAN. Tem como objetivo: Potencializar a juventude negra que deseja ingressar na pós graduação.

Professoras confirmadas: Valdenice Raimundo (Unicap), Maria Emília (UNICAP), Auxiliadora Martins (UFPE), Flavia Clemente (UFPE), Juliene Albuquerque(ASCES-UNITA), Ana Paula (UNICAP).

As professoras pretendem partilhar suas histórias de lutas e resistências no espaço acadêmico.

Contamos com a sua presença.

sexta-feira, 16 de junho de 2017

A importância da palavra


Conferência “Educação Interétnica: experiências e perspectivas” - RS

O ILEA convida a todos e todas para prestigiar a conferência “Educação Interétnica: experiências e perspectivas”, que contará com a presença de Gládis Kaercher (FACED/UFRGS), Magali Menezes (FACED/UFRGS), Bruno Ferreira (Instituto Estadual de Educação Indígena Ângelo Manhká Miguel) e Denise Jardim (Coordenadoria de Acompanhamento do Programa de Ações Afirmativas/UFRGS). O evento, que integra o Ciclo de Conferências de Estudos Avançados em Ciências e Humanidades, ocorrerá no próximo dia 21 de junho, às 14 horas, no auditório Poente do Prédio Centenário da Escola de Engenharia da UFRGS. A entrada é gratuita!

Também haverá transmissão online por meio da página do ILEA no Facebook:https://www.youtube.com/user/ILEAUFRGS

FONTE: Facebook

Nota do "Professor Leandro da UnB" sobre o texto que circulou e que não é da sua autoria

"A bênção às mais velhas; a bênção aos mais velhos.

O texto que está circulando começa com “De acordo com o professor Leandro...”. Isso é perigoso porque alguém cita o meu nome, mas não fui eu quem o escreveu. Eu fiz uma fala pública e uma pessoa que me ouviu escreveu e publicou no facebook um texto associando os meus argumentos a uma espécie de “história das origens das oferendas e da macumba”. Em seguida, ela aponta outras coisas de tal modo que não é possível fazer uma separação entre um tema que foi discutido em minha fala e depois as suas considerações próprias a respeito do assunto. Na medida em que este texto viralizou, ficou parecendo que se tratava de um texto de minha autoria, mas não é o caso. Peço licença para explicar nestas próximas linhas o meu entendimento sobre o acontecido.

Na semana passada, eu participei de uma banca de defesa de trabalho de conclusão de curso na Universidade de Brasília. Na ocasião, houve uma discussão sobre como as encruzilhadas atuais das cidades modernas são espaços de sociabilidades e de resistências. Nos semáforos, homens, mulheres e crianças, expressivamente negros e negras, realizam trabalhos diários, conseguindo dinheiro por meio da venda de doces, água, panos de prato, frutas, entre outros produtos.

Na condição de historiador e avaliador do trabalho, provoquei o autor da pesquisa, chamando atenção para o fato de que muitas ruas e encruzilhadas das cidades do nosso país são espaços de memórias do nosso povo negro, pois são locais onde homens, mulheres e crianças negras fizeram negócios, venderam produtos e conquistaram níveis de autonomia, bem como conquistaram as suas liberdades, comprando-as, no período da escravidão. A ideia era perceber que a existência majoritária dos corpos negros em situação de vulnerabilidades sociais nas esquinas das cidades brasileiras, lutando diariamente por sobrevivência, é desdobramento do período colonial e do racismo brasileiro e não são apenas um fenômeno da modernização das cidades com seus semáforos e sinaleiras.

Entretanto, além de serem espaços onde negócios aconteciam e acontecem, as encruzilhadas são domínios das entidades das ruas, dos caminhos e da comunicação, como Exus e Pombagiras. As encruzilhadas são, portanto, espaços especiais de cultos que possuem significados específicos para as pessoas que fazem parte das religiões afro-brasileiras. Interessava-me, com este argumento, trazer referências dos conhecimentos africanos e afro-brasileiros ao trabalho do estudante. Foi neste momento da minha fala que enfatizei que as oferendas nas encruzilhadas PODEM também se configurar como uma importante estratégia de proteção às pessoas em situação de rua, ou que no passado estavam em situação de fuga, uma vez que não é novidade entre as pessoas dos candomblés, dizer que as pessoas nas ruas comem os alimentos que estão nos despachos. É comum encontrar nas oferendas elementos como frango, ovos, farofa, frutas, cachaça, velas, dinheiro. Vale salientar que o universo dos despachos e oferendas é complexo e não são reduzidos às práticas nas ruas.

Historicamente falando, não é difícil vincular a circulação destes alimentos ritualísticos nas cidades brasileiras às várias estratégias emancipatórias e de proteção criadas pelos povos negros, sobretudo diante das experiências da colonização, com as marcas do abandono social, que gerou marginalidades e fome nas ruas para estes povos. No entanto, ainda que algumas pessoas tenham feito uso deste possível mecanismo de enfrentamento das fomes, como eu falei, estas experiências NÃO SÃO A BASE DA ORIGEM DAS INÚMERAS OFERENDAS DOS CANDOMBLÉS NEM DO “SURGIMENTO DA MACUMBA”. Esta teoria é falsa e levar essa ideia adiante seria o mesmo que dizer que em uma situação hipotética onde não houvesse negros e negras em situação de vulnerabilidades no passado em nosso país, teria cessado a prática que os povos africanos trouxeram do continente de realizar suas oferendas. Eu não acredito nisso.

Ora, imaginar que um irmão ou irmã negra daria jeito para alimentar outros irmãos e irmãs em situação de rua, seja nos tempos da escravidão ou nos anos difíceis do pós-abolição, fazendo uso de comidas, cachaças e sinalizando comidas com velas em lugares estratégicos com as encruzilhadas, não é difícil de se pensar. Mas tais práticas se configurariam como experiências particulares ou ainda como ressignificações dos usos das oferendas que já existiam antes, desde as Áfricas, nos cultos aos voduns, nkices e orixás e não explicam o surgimentos dos candomblés nem das inúmeras modalidades de rituais de oferendas.

De fato, em sala de aula, também já enfatizei e enfatizo as estratégias de sobrevivências e de solidariedades que são fundamentais para a resistência do povo negro e já explorei as potencialidades da imagem da circulação de alimentos num contexto urbano, como é o caso de algumas oferendas constituídas por comidas e bebidas. Um dos principais problemas das ideias que estão no texto que viralizou e que não é da minha autoria é que ele não aponta a dimensão dos conhecimentos, ciências, cosmovisões, projetos de sociedade que os povos africanos trouxeram para o Brasil no tráfico atlântico e dá a entender que os candomblés só podem ser compreendidos no “antes e depois” da escravatura. Isso não poderia ser verdade.

Sobre a viralização deste texto, penso que o fato de ter sido citado que “um historiador da unb disse...” deve ter tido um peso grande na credibilidade da circulação do mesmo. Há um vício antigo de pensar que historiadores são “os donos da verdade” e profissionais capazes de explicar as origens das coisas.

Pergunto-me, portanto: por quais motivos este tema passou a interessar a tantas pessoas?

As irmãs e os irmãos de candomblé que me procuraram ontem e hoje, perguntaram se o conteúdo do texto era meu e ficaram muito preocupados com a dimensão da circulação das ideias, pelos motivos já aqui expostos. E, portanto, agradeço pelo cuidado em terem me mantido informado sobre como o meu nome estava circulando no facebook nos últimos dois dias, já que não estou nesta rede social, além de estar fora de Brasília, trabalhando em viagem de campo. Esta dimensão de proteção e cuidado de nós negros e negras com nossos irmãos e irmãos negros é a base da explicação sobre porquê ainda hoje existimos enquanto comunidade, ainda que o projeto colonial do passado, com suas heranças no presente, tenha nos educado para nos destruirmos.

A parte positiva da circulação do texto que escreveram é que foi colocado em pauta a discussão acerca das redes de solidariedades e as práticas de cuidado e amor dos nossos antepassados com os seus irmãos e irmãs negras. Isso também não é novidade para nós! Mas é para muita gente.

Então, para as pessoas que estão impressionadas com a história das comidas, cachaças e velas, saibam que definitivamente não é esse movimento isolado que pode explicar o surgimento nem os fundamentos das complexas oferendas nem dos candomblés. Saibam ainda que os nossos antepassados não só encontraram estratégias para comer e dar de comer aos seus irmãos e irmãs, como construíram inúmeros mecanismos de proteção à escravização de seus corpos no próprio continente africano, fizeram revoltas nos navios negreiros, quebraram engenhos onde realizavam trabalhos forçados, fugiram do cárcere, elaboraram e praticaram projetos de revolução social, criaram e mantiveram quilombos e terreiros de candomblés.

Sem discutir solidariedades, redes de proteção e afetividades é impossível compreender a abolição da escravatura e a permanente luta dos movimentos sociais negros dos séculos XX e XXI. Sem discutir as capacidades de autonomia, autogestão e negação do projeto colonial jamais vamos compreender que os povos africanos que para cá vieram numa migração forçada não foram apenas força de trabalho, como está inscrito na memória nacional. Os negros e as negras que vieram antes de nós, juntamente com os povos originários desta terra, os chamados indígenas, civilizaram este país e jamais vamos compreender a nossa história e as nossas identidades sem conhecermos este patrimônio que nos pertence e que a experiência colonial capitaneada pelos brancos tentou nos tirar. Quando falei publicamente da importância das encruzilhadas quis exatamente chamar a atenção para as formas com as quais estes espaços possuem outras lógicas para o povo de santo, sobretudo no que diz respeito a conhecimentos que estão na oralidade e que a universidade não sabe.

Repito que quem tem o mínimo de conhecimento sobre as religiões de matrizes africanas sabe que relacionar escravidão, fome, oferendas e surgimento dos candomblés não faz o menor sentido. E por isso, muita gente está revoltada com a circulação da referida teoria. Este fenômeno pode revelar também que os povos de santo e o povo negro, de um modo geral, possuem uma memória de contestação das ideias que são elaboradas e defendidas em espaços majoritariamente brancos e elitistas como foram e ainda são as universidades brasileiras.

Muita gente de candomblé, mas não apenas, se enfureceu com o fato de que supostamente um “professor da unb” teria dito algo sobre o “surgimento” dos cultos de matrizes afro-brasileiras. Ora, certamente muita gente questionou: “quem o professor pensa que é para falar sobre os nossos conhecimentos, mistérios e ciências? Quem ele pensa que é para falar por nós, povos de santo?”. De fato, passou-se o tempo em que intelectuais podiam carregar as supostas verdades sobre as coisas do mundo. Isso levanta uma questão muito importante que a nossa geração de professores e professoras, pesquisadoras e pesquisadores negros (bem como os e as integrantes de movimentos sociais) temos debatido e denunciado nos espaços acadêmicos: nós não aceitamos mais que os discursos ditos científicos digam o que somos sem a nossa participação ativa. Claro que isso não impede que pesquisas e trabalhos, etc, sejam realizados, mas desde a conquista das cotas raciais nas universidades brasileiras que há uma expectativa relacionada a recente entrada de estudantes e professores negros e negras, dos quais me incluo, em transformar urgentemente as metodologias e abordagens que os e as cientistas historicamente utilizaram. Afinal, se antes, nós negros e negras éramos os chamados “objetos” de pesquisa, hoje estamos nas salas de aula e laboratórios na condição de pesquisadoras, pesquisadores e cientistas. Mas ainda somos muito poucos nesta condição (Eu, inclusive, sou professor substituto na Universidade de Brasília. Meu contrato vence este mês de junho). Aliás, qual a porcentagem de docentes negras e negros nas universidades públicas e privadas, estaduais e federais em nosso país podendo falar sobre a história do próprio povo negro, entre outros temas? E professores e professoras indígenas?

O texto que viralizou não traz o meu nome completo e sei que muitas pessoas se referiram a este post associando a imagem do doutor ao branco, não supondo sequer que o “professor Leandro da UnB” poderia ser um homem negro engajado em difundir respeitosamente os conhecimentos ligados às tradições brasileiras de matrizes africanas.

É preciso ressaltar que a falta de conhecimentos que o povo brasileiro tem sobre as religiões de matrizes africanas não é um acidente. É parte do racismo estrutural que demonizou e demoniza, perseguiu e persegue as pessoas que fazem parte destas religiões. São permanências de um Brasil do passado que criminalizou os batuques, a capoeira, os candomblés. Trata-se de desconhecimentos estratégicos que negam as nossas capacidades de pensamento, agência de nossas próprias vidas e soberania intelectual e que trazem à tona a necessidade da Lei 10.639 que em 2003 instaurou a obrigatoriedade do ensino da História e Cultura africana e afro-brasileira nas escolas do nosso país. Ainda assim, mesmo depois de 14 anos de promulgação desta Lei, o que sabemos sobre as sociedades africanas, especialmente sobre os povos que vieram para o Brasil no tráfico atlântico? O que sabemos sobre a história e a memória das trajetórias dos nossos antepassados negros e sobre os cultos dos orixás, nkises e voduns? As escolas e as universidades estão cumprindo o seu papel no enfrentamento ao racismo e na formação de gente qualificada para lidar com as questões como o racismo religioso? Ora, não é difícil encontrar pessoas que dizem que as oferendas são “coisas do diabo”, nem é difícil encontrarmos irmãos e irmãs negros que já sofreram com o racismo quando tentaram exercer sua fé afro-brasileira. Brasília, por exemplo, nos últimos anos, teve uma série de casos de terreiros de candomblés violentados.

Chego ao fim deste texto, pedindo imensas desculpas, em especial ao povo de santo e aos povos negros deste país, por todo este mal entendido. Sabemos o quanto que áreas como a História foram responsáveis na construção de teorias equivocadas sobre as memórias dos nossos antepassados. Mas a História pode ser também o espaço das releituras do passado, dos novos questionamentos e da elaboração e ressignificação dos sentidos.

Quando falamos, não temos controle sobre como nossas ideias podem ser interpretadas. Ontem, uma amiga que está em São Paulo me ligou preocupada porque disseram a ela que estava havendo uma confusão com o meu nome porque teriam me visto fazendo despachos na UnB e que isso tinha virado um escândalo. Eu já recebi diferentes versões do texto que está circulando e parece que já tem diferentes autorias.

Amigos enviaram-me alguns posts de pessoas negras (que se diziam candomblecistas, de outras religiões ou sem religiões) que pareciam encantadas com a história que circulou. O que será que estas pessoas pensam sobre afetividades, solidariedades e quilombismo do nosso povo? O que será que sabem sobre os candomblés? Fiquei pensando: o que será que a minha mãe que está na Bahia e que é negra, sabe sobre os candomblés? E meu pai que morreu e que era branco, que ele sabia sobre tudo isso? Eu também estou aprendendo. Mas sei que quando passei a frequentar alguns terreiros de candomblé, ainda quando eu estava na minha cidade da Bahia, mainha ficou muito preocupada e demorou para compreender que eu e, posteriormente, o meu irmão caçula estávamos nos aproximando do universo das religiões de matrizes africanas. Ela achava que poderia estar perdendo seus filhos para alguma coisa ruim. É muito triste pensar que as nossas ancestralidades permanecem potencialmente negativadas, inclusive entre nós, povo negro. O racismo promoveu e ainda promove muita desinformação e isso afeta a todos nós.

Desta experiência ficaram alguns aprendizados. Entre eles, que os ensinamentos são constantes e que seguimos aprendendo sobre as histórias do nosso povo, tão mal contadas.
Palavra é encruzilhada".

Leandro Bulhões
Doutor em História – Universidade de Brasília

UNILAB promove debate sobre Direito e Africanidades - BA


quinta-feira, 15 de junho de 2017

Correio Nagô promove Roda de Conversa - BA


Chamada de artigos sobre "O cinema e o documentário nos países africanos de língua oficial portuguesa"

Mulemba v. 9, n. 17 (2017) [antiga Mulemba 16]

Tema: O cinema e o documentário nos países africanos de língua oficial portuguesa
Submissões até 15.08.2017.
Publicação até 31.12.2017.
Organizadoras:Dra. Ana Mafalda Leite – Univ. de Lisboa
Dra. Carmen Lucia Tindó Secco – UFRJ
Dra. Maria Geralda de Miranda - UNISUAM
Ementa: 
O cinema, considerado “a sétima arte”, constitui um modo de pensamento que opera com palavras, imagens, sons, cores, luzes, movimentos, tempos, espaços, afetos. E, na medida em que pode gerar reflexões críticas, questionamentos, se encontra em íntima correlação com a História, a Filosofia, a Antropologia, a Sociologia, a Literatura e outros campos do saber científico e artístico.  A proposta deste número da Revista Mulemba é efetuar uma discussão intertextual de filmes e documentários produzidos nos países africanos de língua oficial portuguesa com a literatura, a história e/ou  outras artes e ciências. Pretende, também, apontar algumas das principais tendências cinematográficas existentes em Angola, Cabo Verde, Moçambique, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe, cujas produções, vistas ainda, injustamente, sob o ângulo da desqualificação institucionalizada, continuam sendo pouco divulgadas fora e até mesmo dentro dos respectivos países.

sexta-feira, 9 de junho de 2017

Martin Luther King Jr., o semeador da paz na guerra racial dos EUA


O Estado do Kongo


Frantz Fanon, a voz dos condenados da terra


CLACSO disponibiliza para download o livro "Leer a Fanon, medio siglo después"

     


Ler Fanon, meio século depois 

Aimé Césaire. Ernest Pépin. Simone de Beauvoir. Dan Georgakas. Marta Valdés. Linton Kwesi Johnson. Frantz Fanon. Félix Valdés García. [Autores de Capítulo]....................................................................................

ISBN 978-987-722-248-7
CLACSO.
Buenos Aires.
Junio de 2017


"Ler Fanon, meio século depois" é um convite a conhecer a obra de Frantz Fanon, um pensador do Caribe e da África, dos povos do Sul global, que viveu com toda intensidade o processo de descolonização do Terceiro Mundo e criou ferramentas que permitem descobrir a realidade velada por séculos de colonização e dominação moderna ocidental, em particular a "negritude", que é o ser outro da "civilização moderna" ou seu inverso, submerso e silenciado.

As ideias de Frantz Fanon foram uma crítica incisiva ao projeto moderno, à Europa e seus facsímiles, que fizeram girar a atenção para os sujeitos do Sul em tempos de um protagonismo essencial durante complexos projetos de independência, descolonização e emancipação humana dos vetustos mecanismos da dominação, inaugurados a partir do encontro da Europa com o "Novo Mundo", Da abertura de novos circuitos comerciais e suas ocupações e despojos na América, África e Ásia.

Os textos de Fanon recompilados não são 'clássicos imutáveis', sem expressão de um pensamento que apela ao devir e a ação neste mundo desgarrado, no qual vivificá-lo, interpretá-lo, conciliá-lo com nosso tempo e atualizá-lo, é se levantar contra todos os enganos, contra todos os relevos e todas "as ideias da dominação mundializada".

(Traduzido da Apresentação de Félix Valdés García)

FAÇA O DOWNLOAD DO LIVRO AQUI

quinta-feira, 8 de junho de 2017

UNILAB lança edital para o processo de Seleção de Tutores (as) a distância

A Diretoria de Educação Aberta e a Distância (Deaad) lançou, nesta quarta-feira (7), o Edital nº 005/2017 para seleção de Tutores(as) a distância para atuar em cursos de especialização, ofertados pela Unilab em consonância com o Sistema Universidade Aberta do Brasil (UAB).
O(a) candidato(a) selecionado(a) que for convocado(a) para atuar, receberá bolsa da Coordenação de Pessoal do Ensino Superior (Capes), pelo período em que permanecer acompanhando a(s) disciplina(s). O(a) candidato(a) selecionado(a) que for convocado(a) para atuar, receberá bolsa da Capes, pelo período em que permanecer acompanhando a(s) disciplina(s).
O valor da bolsa acadêmica é de R$ 765,00, correspondente exclusivamente, ao mês de atuação. A seleção constará de análise de currículo.
As inscrições estão abertas até às 23h59 do próximo domingo (18), observando o horário de Fortaleza, realizada gratuitamente, exclusivamente via Internet, no Sistema Integrado de Gestão de Atividades Acadêmicas (SIGAA).
Somente será admitida uma única inscrição por candidato (a) para este edital. O candidato deverá, no momento da inscrição, anexar eletronicamente o documento digitalizada em PDF (com limite de 5Mb para cada arquivo anexado).
Confira o Edital Nº 005/2017 para esclarecimentos quanto às informações quanto aos documentos necessários e especificações quanto as inscrições.
Os candidatos deverão acessar o resultado final, neste sábado (10), na página da desse processo seletivo no portal da Unilab, seção Editais.

FONTE:http://www.unilab.edu.br/noticias/2017/06/08/diretoria-de-educacao-aberta-e-a-distancia-deaad-lanca-edital-para-o-processo-de-selecao-de-tutores-as-a-distancia/

PUC/Rio promove palestra sobre o pensador afro-americano W.E.B. du Bois - RJ


UNESCO disponibiliza download de livro sobre Nzinga de Angola


Figura histórica controversa que, para uns é heroína e, para outros, uma aliada dos europeus na captura e escravização de africanos, a rainha Nzinga Mbandi tem parte de sua história divulgada nesse livro publicado pela UNESCO, disponível para download.

terça-feira, 6 de junho de 2017

segunda-feira, 5 de junho de 2017

Resistência africana à escravidão


Lançamento do Pré-Vestibular Vilma Reis - BA

Quando: dia 07 de junho de 2017, 17h.
Onde: Auditório da Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia, localizada no Vale do Canela.

DOCUMENTO HISTÓRICO: Carta Aberta à População, do MNU


Fonte: http://memoriasdaditadura.org.br/wp-content/uploads/2014/11/8-MNU.jpg



CARTA CONVOCATÓRIA
“Não podemos mais calar. A discriminação racial é um fato marcante na sociedade brasileira, que barra o desenvolvimento da Comunidade Afro-Brasileira, destrói a alma do homem negro e sua capacidade de realização como ser humano.
O Movimento Negro Unificado Contra a Discriminação Racial foi criado para que os direitos dos homens negros sejam respeitados. Como primeira atividade, este Movimento realizará um Ato Público contra o Racismo, no dia 7 de julho às 18h30min horas, no Viaduto do Chá. Seu objetivo será protestar contra os últimos acontecimentos discriminatórios contra negros, amplamente divulgados pela Imprensa.
Nós, Entidades Negras, reunidas no Centro de Cultura e Arte Negra no dia 18 de Junho, resolvemos criar um Movimento no sentido de defender a Comunidade Afro-Brasileira contra a secular exploração racial e desrespeito humano a que a Comunidade é submetida.
No dia 28 de abril, numa delegacia de Guaianazes, mais um negro foi morto por causa das torturas policiais. Este negro era Robson Silveira da Luz, trabalhador, casado e pai de filhos. No Clube de Regatas Tietê, quatro garotos foram barrados do time infantil de voleibol pelo fato de serem negros. O diretor do Clube deu entrevistas nas quais afirma as suas atitudes racistas, tal a confiança de que não será punido por seu ato.
Nós também sabemos que os processos desses casos não darão em nada. Como todos os outros casos de discriminação racial, serão apenas mais dois processos abafados e arquivados pelas autoridades deste país, embora um dos casos tenha a agravante da tortura e conseqüente morte de um cidadão.
Mas o Ato Público Contra o Racismo marcará fundo nosso repúdio e convidamos a todos os setores democráticos que lutam contra o desrespeito e as injustiças aos direitos humanos, a engrossarem fileiras com a Comunidade Afro-Brasileira nesse ato contra o racismo.
Fazemos um convite especial a todas as entidades negras do país, a ampliarem nosso movimento. As entidades negras devem, desempenhar o seu papel histórico em defesa da Comunidade Afro- Brasileira; e, lembramos, quem silencia consente.
Não podemos mais aceitar as condições em que vive o homem negro, sendo discriminado da vida social do país, vivendo no desemprego, subemprego e nas favelas. Não podemos mais consentir que o negro sofra as perseguições constantes da polícia, sem dar uma resposta.
Todos ao ato público contra o racismo contra a discriminação racial contra a opressão policial pelo fortalecimento e união das entidades afro- brasileiras”.

II Congresso Internacional Epistemologias do Sul: Perspectivas - RS




SITE DO EVENTO: https://congressoepistemologiasdosul.com 

I Congresso de Pesquisadores/as Negros/as do Nordeste - COPENOR



O I CONGRESSO DE PESQUISADORES/AS NEGROS/AS DO NORDESTE – COPENOR está sendo organizado por meio de parceria entre a UFMA (Centro de Ciências Humanas / Colegiado da Licenciatura Interdisciplinar em Estudos Africanos e Afro-brasileiros / NEAB / PPGCSOC), o Instituto Federal do Maranhão (IFMA/Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indiodescente/NEABI), a Universidade Estadual do Maranhão (UEMA) e a Associação Brasileira de Pesquisadores Negros (ABPN).  Com o tema “PRESENÇA NEGRA NO NORDESTE PARA ALÉM DOS TAMBORES: SABERES CULTURAIS E PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO”, o I COPENOR pretende ser um espaço significativo de debates, reflexões e proposições em torno da produção intelectual sobre a temática étnico-racial. Tendo como pressuposto, que a diáspora africana é um campo fértil para a compreensão das especificidades étnico-raciais e dos saberes culturais no nordeste brasileiro, bem como da tipologia de relações étnico-raciais no Brasil, constituindo-se um campo importante de reflexões para os NEABS, NEABIS e para as Ciências Humanas e Sociais.

Assim, o evento contará com a presença de importantes pesquisadores (as) sediados (as) nos núcleos de estudos afro-brasileiros e indígenas das diversas instituições de ensino superior, dos institutos federais e demais centros de pesquisas, dos nove estados que compõem a Região Nordeste, estimulando ainda a participação de estudantes dos cursos de graduação, professores (as) da educação básica e, integrantes de organizações da sociedade civil. Esperamos contar ainda, com a participação de pesquisadores e pesquisadoras das áreas das Ciências Exatas, Ciências da Natureza e Tecnológicas.

Nosso objetivo é propiciar a socialização, em uma perspectiva interdisciplinar, dos saberes tradicionais e da produção de conhecimento, por meio do diálogo crítico entre intelectuais e representantes de grupos tradicionais, no sentido de produzir reflexões que enfoquem a cultura nordestina para além dos aspectos lúdicos, considerando sua pluralidade de expressões, bem como seus produtores originais como protagonistas na construção do vasto repertório sociocultural brasileiro.

O evento visa também, consolidar a articulação entre os (as) pesquisadores(as) do Consórcio Nacional dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros(CONNEABS) estimulando a produção de pesquisas conjuntas entre os(as) investigadores(as) da região nordeste. A exemplo de iniciativas já tomadas em outros eventos, empenharemos esforços para mobilizar profissionais da educação básica, professores(as) e estudantes, por meio de parcerias com as secretarias de estado de educação  no entendimento de que o saber científico e a erudição não são premissas exclusivas das universidades e institutos de pesquisas, dessa forma, também pretendemos ampliar o diálogo com os movimentos sociais, as representações quilombolas e das religiões de matrizes africanas e comunidades mantenedoras de saberes tradicionais, em reconhecimento e valorização de suas contribuições históricas à cultura nacional.

É importante destacar que haverá um espaço destinado para a participação de crianças (COPENE INFANTIL), com a realização de oficinas e atividades lúdicas, tendo como principal objetivo fornecer um ambiente de acolhimento para filhos e filhas dos(as) participantes, onde estes(as) possam se sentir incluídos(as) no processo, permitindo - em especial, para as mães jovens - a condição de participação plena nas atividades do congresso.

Por fim, no evento haverá Conferências (abertura e encerramento), Mesas Redondas, Comunicações(Grupos de trabalho), Sessões de Pôsteres, Oficinas, Minicursos, lançamento de livros e momentos de interação cultural dando ênfase às produções da riquíssima cultura afro-nordestina.

Mais informações no site do COPENOR 2017.

Ensino de História e Cultura Afro-brasileiras: por onde começamos


Por que ensinar História e Cultura Afro-brasileiras?


Cuti e Vera Lopes lançam livros em Salvador - BA


sábado, 3 de junho de 2017

Documentário "Autodescolonización", de Ismael Saavedra










Curso de especialização do Centro de Humanidades lança livro sobre estudos étnicos-raciais na Educação Básica - PB

Foi lançado na quarta-feira (31), no Auditório do Câmpus III da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), situado em Guarabira, durante as atividades referentes à 2ª Semana de História e ao 2º Ciclo de debate sobre História do Trabalho, o livro “Estudos Étnico-Raciais na Educação Básica”. Trata-se de uma iniciativa do Curso de Especialização em Educação Étnico-Racial na Educação Infantil do Centro de Humanidades, em parceria com a Fundação Roberto Marinho, por meio do projeto “A cor da cultura”.
Coordenada pelos docentes Ivonildes Fonseca, Marta Furtado da Costa e Waldeci Ferreira Chagas, a obra reúne 11 artigos elaborados por professores e pesquisadores que ministraram aulas na referida especialização. Segundo a professora Ivonildes, a coletânea apresenta abordagens temáticas que foram desenvolvidas e trabalhadas no decorrer do curso, sobretudo acerca de questões relacionadas à identidade racial e a práticas metodológicas de ensino. “O livro visa auxiliar os professores que atuam na Educação Básica. Entretanto, esse trabalho, devido sua relevância e contribuição para a melhoria do ensino, também pode ser utilizado como objeto de discussão na Educação Superior”, relatou a docente.
A obra, que não está à venda, contou com o apoio dos Núcleos de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas do Câmpus de Guarabira e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), bem como da Organização de Mulheres Negras na Paraíba (Bamidelê). Alguns exemplares estão sendo distribuídos em diversas escolas públicas do estado. Em breve, será lançada uma versão do livro no formato e-book.
 
Texto: Simone Bezerrill
FONTE: Site da UEPB

IV Colóquio Colonialidade/decolonialidade do poder/saber/ser - BA



O “Colóquio Colonialidade/Decolonialidade do poder/ saber/ ser” vem sendo promovido por diferentes instituições e países da América Latina e visa proporcionar um espaço de encontro, debates e formulação de saberes que gere e estimule uma agenda permanente para o avanço de questões relativas aos países latino-americanos.

Tal como definido pelo coletivo fundador, cada encontro estabelece um recorte específico. Assim, em 2011, ano de sua primeira edição, realizada na Universidad Austral de Chile, em Valdivia, foi proposto o subtema “Miradas desde el sur”. Entre os conferencistas convidadxs, contou-se com a presença de Nelly Richard, Sergio Mansilla e Adolfo Albán Achinte.

A segunda edição aconteceu em 2013, na Universidad Nacional de Costa Rica e teve como subtema “Educación, Pedagogía y Cultura". Esta edição teve como conferencistas o poeta mapuche Bernardo Colipan e os educadores Patricio Guerrero, José Solano e Amilcar Carrasco.

Já a terceira edição foi realizada em 2015, na Universidad Pedagógica Nacional, em Bogotá, Colômbia e contou com Ramón Grosfoguel, Adriana Paredes Pinda, Marisol Vidal Castillo e Ana Dalila Gómez Baos, representante do povo rom na Colômbia, como conferencistas convidadxs.

Além das conferências e das sessões de apresentação de trabalho, todas as edições contemplam rodas de diálogos nas quais participam como convidadxs mestres dos saberes ancestrais, além de pesquisadorxs, estudantes e artistas. Conta-se, do mesmo modo, com oficinas, exposição e venda de publicações, escambo e atividades artísticas diversas – todas em estreita sintonia com o tema central do Colóquio.

A cada edição, o número de participantes vem se ampliando, assim como o número de instituições interessadas em vincular-se a esta rede que conta, hoje, com ao menos nove universidades latino-americanas e diversos centros educativos e culturais.

Como produtos resultantes das edições anteriores, já foram publicados dois livros com seleções dos trabalhos apresentados nos dois primeiros colóquios. Do mesmo modo, a partir dos contatos estabelecidos através desta rede, novos encontros, cursos e oficinas vêm sendo realizados e trabalha-se para que esta dinâmica se mantenha.

O IV Colóquio Latinoamericano Colonialidade/Decolonialidade do Poder /Saber/Ser: abordagens pedagógicas transformadoras acontecerá entre os dias 26 e 28 de outubro de 2017 em Salvador, Bahia, Brasil.

sexta-feira, 2 de junho de 2017

Palestra "Urbanismo africano: história e situação presente" - RJ


Formulário de inscrição: https://goo.gl/forms/O3QZBFw7NokiAKMJ3

1º Ciclo de Estudos Negros da UFPR - PR









O 1º Ciclo de Estudos Negros da UFPR foi pensado para que nós, que passamos a ingressar nas universidades públicas e em inúmeros outros espaços que antes nos eram negados, possamos estudar nossas origens, nossa cultura, os desafios que ainda enfrentamos e as conquistas que precisamos alcançar.
O 2º MÓDULO: Tecnologia e relações raciais, se dará da seguinte forma:

Dia 03. 06

- Ciência, Tecnologia e Inovação Africana e Afrodescendente.


Dia 17.06

- Tecnologia e Trabalho.


Dia 01.07

- População Negra e Mercado de Trabalho (01.07)




Os encontros serão realizados no Campus Politécnico - UFPR, no período da manhã.

Inscreva-se AQUI.