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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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domingo, 31 de maio de 2009

Nunca tive namorada negra (Ivan Martins)

O preconceito molda a nossa capacidade de amar

Eu nunca tive uma namorada negra. Saí uma ou duas vezes com moças negras na universidade, tive um caso intenso e demorado com uma mulher negra há pouco tempo, mas nenhuma delas foi namorada, relação firme, gente se que incorpora à vida e se leva à casa da mãe. Por que razão?

Um dos motivos é geográfico: desde a adolescência quase não há pessoas negras ao meu redor. Elas não estavam no colégio, não estavam na faculdade e não estão no trabalho, com raras e queridas exceções. É nesses ambientes - escola e emprego -- que se constroem relações duradouras de amor e amizade.

O outro motivo é vergonhoso: racismo. Deve haver um pedaço de mim que acha mulher branca mais bacana que mulher negra, independente de beleza, inteligência ou caráter. Mesmo tendo ancestrais negros, cresci numa sociedade em que a cor, os traços e os cabelos africanos são tratados como defeito. É difícil livrar-se desse lixo.

Ando pensando sobre essas coisas desde que tive uma discussão, dias atrás, com meu melhor amigo, sobre cotas raciais na universidade. Ele contra, eu a favor. Ele defende cotas econômicas, para jovens pobres oriundos das escolas públicas. Eu sinto que isso não é suficiente. Acredito que os negros têm sido sistematicamente prejudicados ao longo da história brasileira e fazem jus a políticas e tratamento preferenciais.

Penso nas namoradas negras que eu não tive. Elas não estavam na boa escola pública de primeiro grau onde eu entrei depois de um exame de admissão. Também não estavam na escola federal onde fiz o colégio. Ali só se entrava depois de um vestibular duríssimo. Na Universidade de São Paulo, onde estudei jornalismo, só havia um colega negro, nenhuma garota que eu me lembre.

Será que isso é apenas econômico? Duvido. Eu vim de uma família pobre e cheguei à universidade e à classe média. O mesmo fizeram minhas irmãs e meus amigos brancos. Os coleguinhas negros da infância - com poucas exceções -- não chegaram. Estavam em desvantagem. Tem algo aí no meio que é mais do que pobreza.

É fácil para mim enxergar que a linha de corte na sociedade brasileira não é apenas de renda. Ela é de cor também. Essa linha está dentro de nós, dentro de mim. Somos racistas, embora mestiços. Por isso me espanta que as pessoas não se inclinem generosamente pela idéia de uma reparação aos sofrimentos infringidos aos negros - até como forma de purgar essa coisa ruim e preconceituosa que trazemos dentro de nós.

Eu, que nunca tive uma namorada negra, gostaria que meus filhos vivessem num país melhor. Um país em que houvesse garotas e garotos negros na universidade pública, ao lado deles. Um país em que eles tivessem colegas de trabalho negros. Engenheiros. Médicos. Advogados. Jornalistas. Um país onde as pessoas pudessem se conhecer, se admirar e se amar sem a barreira do preconceito que ainda nos divide.

IVAN MARTINS É editor-executivo de ÉPOCA
FONTE: Revista Época, 27/05/2009

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Lançamento do livro "O banquete sagrado" - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Abdias do Nascimento recebe título de Cidadão Baiano - BA

(Clique nas imagens para ampliá-las)

Seminário divulga pesquisas sobre Ações Afirmativas - BA

Seminário Permanente com Pesquisadores Baianos
Ações afirmativas:
representações e discursos em
ambientes de ensino-aprendizagem

Nadja Ferreira Pinheiro
Mestranda em Estudos Étnicos e Africanos
pela Universidade Federal da Bahia


Zelinda dos Santos Barros
Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos
pela Universidade Federal da Bahia


Coordenação
Paula Cristina da Silva Barreto
Universidade Federal da Bahia
Doutora em Sociologia
pela Universidade de São Paulo

data e horário:
quinta-feira
04 de junho de 2009
16:00h

local:

Fundação Clemente Mariani
Rua Miguel Calmon, 398
Ed. Conde Pereira Marinho
Comércio - 40015-010 - Salvador BA

inscrições e informações:
(71) 3243 2491 | 3243 2666
academico@fcmariani.org.br
entrada franca mediante inscrição

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Verdadeiro interesse nos “piratas” da Somália não é revelado, diz pesquisador

Nos últimos meses, a imprensa internacional tem noticiado diversas operações de captura dos chamados “piratas” da Somália. Os EUA, o Japão, o Reino Unido e mais nove países europeus estão atuando na costa do país africano para prender os “piratas”. Segundo o pesquisador de conflitos no continente africano da organização Casa das Áfricas, Badou Koffi, a imprensa não está revelando os verdadeiros interesses desses paises na região.

Koffi disse que os países europeus e os EUA querem continuar pescando sem autorização prévia no Golfo de Áden, na costa da Somália, além de utilizar o litoral do país africano para jogar lixo nuclear. Para isso, segundo Koffi, inventaram, como desculpa, que precisariam combater os chamados “piratas”, para assim, resolver a crise da Somália.

“Essa situação ajuda os navios europeus na região para a exploração do mar. Junto ao grupo de navios europeus e empresas tem o exército americano. Então, os piratas são eles.”

Desde que o governo da Somália entrou em colapso em 1991, nove milhões de somalis passam fome. O povo somali apoia os chamados “piratas”, pois, de acordo com Koffi, eles estariam lutando pelos pescadores tradicionais da região.

Koffi disse que o uso do termo “pirata” em pleno o século XXI não é adequado. Para ele, a denominação tem como objetivo tratar os grupos da Somália de forma negativa.

“Para receber o apoio dos outros países, tem que ter um discurso para desacreditar a luta desses ' rebeldes ' . Então, todo mundo passa a ver esses grupos, que para mim são grupos organizados, como terroristas”.

De São Paulo, da Radioagência NP, Desirèe Luíse.

26/05/09

Lançamento do livro "Múltiplas Vozes: racismo e anti-racismo na perspectiva dos universitários de S. Paulo" - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

Uerj vai recorrer; alunos apoiam a direção (Miriam Leitão)

Fui hoje à Uerj e lá o clima era de união para manter as cotas. Falei para uma plateia de cotistas e não cotistas e o clima geral era de susto pela decião da Justiça. A Uerj tentará reverter a liminar que suspendeu as cotas raciais. O DCE disse que concorda com a direção e a luta a favor das cotas.

A Uerj foi a primeira escola a adotar o sistema. Hoje, segundo professores com quem conversei, eles estão orgulhosos do desempenho dos cotistas e vão fazer uma ampla pesquisa para saber o resultado da política no mercado de trabalho. Eu fui lá para abrir a V Amostra de Estágios.

O que eu vi hoje lá foi uma platéia cheia da bela diversidade do Brasil: pretos, brancos, pardos, meninos, meninas, moradores de áreas diferentes do Rio, juntos, integrados, debatendo sobre riscos e oportunidades do mercado de trabalho. Uma prova viva de que conviver juntos no mesmo espaço, em pé de igualdade é o melhor remédio contra as desigualdades raciais brasileira.

A liminar, explicou o reitor, Ricardo Vieiralves de Castro, suspendeu a aplicação de uma lei que tem oito anos e às vésperas do vestibular. Se não for cassada prejudicará os estudantes que se inscreveram pelo sistema de cotas. E uma medida liminar, como se sabe não pode provocar prejuizos irreversiveis.

Sei que este assunto é polêmico, mas tenho há anos a mesma posição favorável às cotas. Já escrevi muito sobre o assunto, não vou repetir os argumentos. Já ouvi e li muitos argumentos contrários. Não me convenceram. As cotas sozinhas não vão resolver as desigualdades racias, mas são uma das armas para nos ajudar a superar o problema. Não, não acho que elas vão "implantar" o racismo no Brasil, não se implanta o que já existe. E estou convencida - fiquei hoje ainda mais - que a convivência de pessoas diversas, de áreas diferentes da cidade e da sociedade, com histórias diversas cria uma chance de menos distância social no Brasil. Na universidade que estudei só havia brancos. A que vi hoje era mais bonita, tinha mais a cara do Brasil.

As empresas modernas sabem que os times mistos são mais eficientes, que a diversidade no quadro de funcionários aumenta a capacidade de resposta da empresa aos desafios. A Uerj está fazendo a parte dela, que o mercado de trabalha entenda os novos tempos e suas chances.

I Seminário internacional Áfricas: historiografia africana e ensino de história - BA


O I Seminário internacional Áfricas: historiografia africana e ensino de história, busca promover debates que problematize a discussão sobre história da África na produção historiográfica contemporânea, o ensino da história do continente, e da diáspora.

Sendo uma iniciativa da PPG/UNEB, NEAB/UDESC, CECAFRO/PUC/SP e Casa das Áfricas, com o apoio do CNPq e do Governo do Estado de São Paulo, o seminário está aberto à participação gratuita da comunidade em geral. A participação é condicionada somente pelo efetivo interesse, porém as vagas são limitadas, por isso, é necessário fazer inscrição antecipada, que além de garantir a vaga, dá o direito ao uso de um dos 400 aparelhos de tradução simultânea (200 aparelhos por etapa) que serão disponibilizados pela organização do evento.

Ainda que o título faça referência ao continente africano, procura-se destacar assuntos que interessam as pessoas dedicadas no estudo e ensino de culturas de origem africana, e não somente nesse continente.



I Etapa: SALVADOR (dias 28 a 30 de maio)

ENDEREÇO:
UNEB – Campus I
Avenida Silveira Martins, 2555 - Cabula
Salvador-BA
Ponto de referência: Próximo ao Hipermercado Bompreço

Dia 28.05.2009
8:00 - 10:00 - credenciamento
10:00 - 12:00 - Mesas de comunicação coordenada
13:30 - 15:00 - Mesas de comunicação coordenada
15:00 - 18:00 - Mesa–redonda I- Estudos africanos: Diálogos entre antropologia, sociologia e história.
Prof. Dr. Dagoberto José Fonseca (UNESP)
Prof. Dr. Alain Kaly (UNICAMP)
Augustin Emane (Universidade de Nantes, França)
Prof. Dra. Maria Antonieta Antonacci (PUC-SP) ( coordenadora )
18:00 - 19:30 - Reunião de trabalho
19:30 - 22:00 - Cerimônia e conferência de abertura: Debates e produção historiográfica da África.
Prof. Dr. Boubacar Barry (Universidade Cheikh Anta Diop, Senegal)
Prof. Dra. Maria Antonieta Antonacci (PUC-SP) (coordenadora)

Dia 29.05.2009
8:30 - 12:00 - Mini-cursos:
Prof. Dr. Salomão Jovino ( A sala de aula no Atlântico negro ) ( Aruanda Mundi- Arte, Cultura e Educação S/C. )
Profa. Dra. Maria Nazareth Fonseca (PUC-Minas) (Literaturas africanas de expressão portuguesa)
Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB), Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB) e Profa. Me. Suely Santos Santana (UNEB) (África e Diáspora na Bahia: Uma proposta de ensino)
13:30 - 16:30 - Mesa de comunicação coordenada
16:30 - 18:00 - Mesa – redonda II: Perspectivas contemporâneas no ensino de história da África
Profa. Dra. Patrícia Santos Schermman (UNIFESP)
Prof. Me. Juvenal de Carvalho (UEFS)
Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB)
Prof. Dr. Paulino de Jesus Francisco Cardoso (UDESC) (coordenador)
18:30 - 20:00 - Mesa Redonda III: A importância da história da África para o estudo da Diáspora
Prof. Dr. Kabengele Munanga (USP)
Prof. Dr. Carlos Serrano (USP)
Prof. Me Edson Borges (UCAM
Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB) (coordenador)
20:30 - 22:00 - Conferência: O que os africanos têm a dizer sobre o ensino de história das Áfricas na África
Prof. Dr. Simão Souindola (UNESCO/ROTA DOS ESCRAVOS)
Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB) (coordenador)

Dia 30.05.2009
8:30 - 12:00 - Mini-cursos:
Prof. Dr. Salomão Jovino ( A sala de aula no Atlântico negro ) ( Aruanda Mundi- Arte, Cultura e Educação S/C. )
Profa. Dra. Maria Nazareth Fonseca (PUC-Minas) (Literaturas africanas de expressão portuguesa)
Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB), Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB) e Profa. Me. Suely Santos Santana (UNEB) (África e Diáspora na Bahia: Uma proposta de ensino)

13:30 - 16:00 - Mesa-redonda IV- História, pensamento e saberes no contexto das culturas africanas
Prof. Dr. Jacques Depelchin (CEAO/UFBA)
Prof. Dr. Aghi Bahi ( Université de Cocody Costa do Marfim)
Prof. Dr. Severino Ngoenha (Universidade Lousanne, Suiça)
Prof. Dr. Acácio Almeida dos Santos (Casa das Áfricas/ PUC-SP) (coordenador)
16:30 - 18:30 - Mesa redonda V Historiografia brasileira e o ensino de história: qual o lugar das Áfricas.
Prof. Dr. Marcelo Bittencourt (UFF)
Prof. Dr. Wilson R. Mattos (UNEB)
Prof. Dr. Paulino Cardoso (UDESC)
Prof. Me. Denílson Lessa dos Santos (UNEB) (coordenador)
20:00 - 22:00 - Conferência: O legado de Ki-Zerbo: historiografia africana e africanistas
Prof. Dr. Elikia M’Bokolo (École des Hautes Étude em Sciences Sociales , Paris)
Prof. Dr. Wilson Roberto de Mattos (UNEB) (Coordenador)

terça-feira, 26 de maio de 2009

Programação da III Semana da África: 26/05, terça-feira - BA

MANHÃ

9:00h - Sessão de Comunicação Coordenada

1- Trabalhos dos Estudantes Africanos na Bahia
Coordenador: Vasco Anaximes Cassimiro Menut- Estudante de Convênio Guiné-Bissau
Auditório / Sala: Auditório Milton Santos (CEAO)

2- Relações de Gênero: África e Brasil
Coordenadora: Tatiana Reis- Doutoranda em estudos Étnicos e Africanos

Auditório / Sala: Sala de aula de POSAFRO-CEAO

9:00h Mini –Curso / Oficina
1- Literatura Afro- Brasileira / Oficina – (Simone Santos- Mestranda em Estudos
Étnicos e Africanos)
Auditório / Sala: Sala de aula nº 01 CEAO

2. Contação de História Africana / Mini- Curso(Alyxandra Gomes- Doutoranda em
Estudos Étnicos e Africanos e Silvia Barbosa de Carvalho - Psicóloga, mestre em
Saúde Pública e Especialista em Estudos Africanos).

Auditório / Sala:Auditório Agostinho da Silva -CEAO

11:00h Mesa-redonda 2 : Os Estudos Africanos no Brasil
Palestrante 1 – Dra. Patrícia Scherman (Universidade Federal de São Paulo)
Palestrante 2 – Dr. Jacques Depelchin (Professor Visitante - UFBA)
Palestrante 3 – Dr. Nicolau Pares (Universidade Federal da Bahia).
Palestrante 4 – Dr. Wilson Trajano(Universidade de Brasília)

Debatedora – Artemisa Odila (Doutoranda em Ciências Sociais – UFBA)

Auditório / Sala: Auditório Milton Santos -CEAO

11:00h Mesa - redonda 3 : As Religiosidades e Culturas Africanas e da Diáspora
Palestrante 1 – Dr. Vilson Caetano (Universidade Federal da Bahia)
Palestrante 2 – Makota Valdina (Makota do Terreiro Tanuri Junssara)
Palestrante 3 - Dr. Flávio Gonçalves (Universidade Estadual de Santa Cruz)

Debatedor – Fábio Lima (Doutorando em Estudos Étnicos e Africanos – UFBA)
Auditório / Sala: Faculdade de Economia- Sala de Congregação

TARDE

14:30h Mesa – redonda 3: Literatura Africana e da Diáspora Negra
Palestrante 1 – Dra. Florentina Souza - (Universidade Federal da Bahia)
Palestrante 2 – Dra. Moema Augel – (Universidade Beliefeld – Alemanha)
Palestrante 3 – Odete Semedo(Doutoranda em Letras da PUC Minas Gerais)
Debatedora – Ms. Cláudia Santos(SEC)

Auditório / Sala: Auditório Milton Santos -CEAO

14:30h Mesa – redonda 5: Ações Afirmativas no Brasil
Palestrante 1 – Dr. Silvio Humberto (Universidade Estadual de Feira de Santana)
Palestrante 2 – Dr. Wilson Matos (Universidade do Estado da Bahia)
Palestrante 3 – Dr. Ari Lima (Universidade do Estado da Bahia)
Palestrante 4 – Dr. Paulino de Jesus (Universidade Estadual de Santa Catarina)
Debatedora: Ms. Vilma Reis (CEAFRO)

Auditório / Sala: Faculdade de Economia, Sala de Congregação.

17:00 h Mini –Curso / Oficina
2- Culinária Africana e Afro-brasileira/ Oficina (Orlando Santos - Mestrando em
Estudos Étnicos e Africanos e Valdinéia de Jesus Sacramento- Mestre em
Estudos Étnicos e Africanos UFBA )

Auditório / Sala: Pátio do CEAO

3. Sociedades crioulas na costa ocidental da África/ Mini-curso(Dr. Wilson Trajano
- UNB)
Auditório / Sala:Auditório Milton Santos- CEAO

17:00 h Mesa-redonda 6: A lei 10.639/03 : O Ensino de História da África no Brasil
Palestrante 1 – Ms.Denílson Lessa (Universidade do Estado da Bahia)
Palestrante 2 – Ms.Juvenal Carvalho (Universidade Federal do Recôncavo)
Palestrante 3– Zelinda Barros ( Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos- UFBA)
Palestrante 4 – Ms. Nádia Cardoso (SEC)
Debatedor - Fabio Baqueiro (Doutorando Em Estudos Étnicos e Africanos -UFBA)

Auditório / Sala: Faculdade de Economia- Sala de Congregação

19:00h Apresentação Cultural: Desfile de Roupa Africana

Endereços:
Centro de Estudos Afro-Orientais
Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho (em frente ao Hotel Capri) - CEP 40060-055. Salvador - Bahia - Brasil
Faculdade de Economia
Praça da Piedade, 06, Centro, Salvador - Bahia - Brasil

Mesa redonda sobre afrodescendência - BA

A questão do negro será discutida na mesa redonda “Afrodescendência e universo midiático”. A discussão está dentro da programação do V ENECULT, no dia 28 de maio de 2009, as 10h na reitoria da UFBA. Os participantes são:

Joel Zito Araújo
Cineasta, roteirista e pesquisador. Doutor em Ciências da Comunicação pela Escola de Comunicações e Artes, da Universidade de São Paulo (ECA/USP). Pós-doutor pela University of Texas, em Austin, nos Estados Unidos. Dirigiu os documentários de longa metragem – O efêmero estado União de Jeová e A negação do Brasil; e um longa-metragem de ficção: Filhas do vento. Dirigiu ainda documentários de curta e média-metragem tematizando o negro na sociedade brasileira, dentre os quais: São Paulo abraça Mandela, Retrato em preto e branco, Ondas brancas nas pupilas pretas e A exceção e a regra. É autor do livro A Negação do Brasil – O Negro na Telenovela Brasileira.

Lepê Correia
Formado em Comunicação Social pela UFP e em psicologia, especialista em História de Pernambuco, mestre em Filosofia Política, mestrando em Teoria Literária, Pesquisador das tradições e Religiosidades Africanas. Com importante militância junto ao Movimento Negro, Correia também é integrante do Conselho Consultivo da Revista Palmares- Cultura Afro-Brasileira, editada pela FCP/MinC e colaborador em ações de Comunicação Social direcionadas à promoção e valorização da cultura afro-brasileira.

Maurício Pestana
É publicitário, cartunista, escritor e roteirista, com trabalhos publicados no Brasil e no exterior. Sua extensa obra tem se destacado, principalmente pela luta em favor dos direitos humanos e cidadania plena das minorias brasileiras. É membro do Conselho Nacional de Políticas Culturais e do Conselho Paulista de Leitura. Autor e co-autor de diversas publicações, como: Negro: Uma outra História – A Luta Quilombola; Cidade Tiradentes – Historia e Vida da Migração Negra na Cidade de São Paulo; Revolta dos Búzios – Uma Historia de Igualdade no Brasil; O Negro no Rio Grande do Sul; dentre outras.

Milton Gonçalves
Militante do movimento negro, ator e diretor de Teatro, Cinema e TV.

Noel dos Santos de Carvalho
Sociólogo, mestre em multimeios pela Universidade de Campinas (UNICAMP) e doutor em sociologia pela Universidade de São Paulo (USP). Possui experiência em investigações que relacionam as áreas de sociologia da cultura e sociologia das relações étnicas e raciais com ênfases em pesquisas sobre as representações sociais produzidas pelos meios audiovisuais, especialmente o cinema. Atualmente desenvolve pesquisa de pós-doutoramento no Instituto de Artes da Universidade de Campinas (UNICAMP) sobre a representação do negro nos filmes brasileiros da retomada.

Zulu Araújo
Formado em arquitetura pela Universidade Federal da Bahia, Zulu Araújo acumulou experiência na gestão de programas culturais voltados aos negros. Entre outros cargos, foi conselheiro do Olodum e assessor especial da Secretaria de Cultura da Bahia. Ele foi responsável pelas atividades de comemoração dos 300 anos de Zumbi, em 1995. Ele assumiu a presidência da Fundação Cultural Palmares em março de 2007, órgão do qual já fazia parte da diretoria desde 2003.

Flashes da III Semana da África (UFBA) - BA

(Comissão Organizadora)


(Mesa sobre Estudos Africanos)

Lançamento de festival abre Semana da África na Bahia - BA

O lançamento do III Festival Mundial de Artes Negras (Fesman) marcou ontem (25), em Salvador, o início das comemorações pelo Dia da África, transcorrido nessa segunda-feira. O presidente Lula e o presidente do Senegal, Abdulaye Wade, prestigiaram o evento, no Teatro Castro Alves. Na ocasião, a Empresa Brasileira de Correios lançou o Selo Comemorativo da Roda de Capoeira. Este ano, o festival, que será realizado em Dacar (Senegal), em dezembro, celebra o renascimento africano, tema da terceira edição do evento. O Dia da África foi instituído pela ONU, em 1972, para simbolizar a luta e o combate dos povos do continente africano pela sua independência e emancipação. Representa, ainda, a memória coletiva do povo africano e o objetivo comum de unidade e solidariedade na luta para o desenvolvimento econômico do continente. O Fesman é um grande encontro das culturas e das artes negras de diversas partes do mundo. Nele, com a presença já confirmadas de 50 países, serão mostrados a grande influência, tradições, costumes e religiosidades dos povos negros da África e na diáspora. A organização no Brasil está sob a responsabilidade da Fundação Cultural Palmares, que lançará edital para a participação de artistas brasileiros. Haverá premiação nas várias categorias artísticas, com prêmios que variam de cinco mil a 15 mil euros. A organização do III Festival Mundial de Artes Negras escolheu o Brasil para ser homenageado justamente por ser o segundo país com a maior população negra do mundo e por assegurar as ricas manifestações culturais do povo africano e seus descendentes. Um momento rico também para Brasil e Senegal reforçarem parcerias em diversos campos do conhecimento.

FONTE: UFBA em Pauta

segunda-feira, 25 de maio de 2009

O Pan-Africanismo como proposta (João Jorge)

Nestes últimos anos de militância e ativismo negro, nada mais me despertou tanto interesse, do ponto de vista da luta contra a discriminação e/ou preconceito racial, quanto o nascimento no fim do século 19 do movimento Pan-Africanista.

Pois desde que adquirir os primeiros conhecimentos acerca deste movimento, não mais observei, nos meus estudos sobre a história da África e de sua Diáspora, um outro combustível ideológico tão completo, excepcional e extraordinário capaz de tencionar as relações raciais.

O Pan-Africanismo acabou por tornar-se o mais eficiente e eficaz movimento de luta dos povos de ascendência africana do mundo pela liberdade, pois estava assentado no sentimento de solidariedade fraterna entre todos os povos negros que foram vítimas do colonialismo e/ou do racismo europeu. Também, porque o próprio Pan-Africanismo não se constituiu num movimento de mendicância por parte dos negros, mas sim numa busca verdadeira por justiça, onde o povo negro tivesse o mesmo direito de controlar suas vidas como qualquer outra raça.

Embora tenha sido, inicialmente, uma simples manifestação de solidariedade entre negros do Caribe e dos Estados Unidos, que pensavam num movimento único para os povos negros do mundo inteiro, o Pan-Africanismo tornou-se, após a II guerra mundial, um combustível ideológico revolucionário indispensável para os programas políticos adotados por líderes e organizações africanas anti-coloniais, tendo sido significativa sua influência no processo de libertação dos países africanos colonizados.

Assim, tomou dimensões globais. Como principais precursores, temos Marcus Garvey como pai do Pan-Africanismo messiânico e W. E. Du Bois, pai do Pan-Africanismo contemporâneo. O primeiro era favorável a um retorno dos negros à África ou a criação de um estado independente africano no Ocidente para aqueles que não quisessem fazer parte da redenção. Utilizando-se de um discurso extremamente populista, Garvey conseguiu com seu grande carisma arregimentar multidões de negros tanto nos EUA como no Caribe e África.

Enquanto o segundo W.E. Du Bois, foi o primeiro a defender que a unidade entre os negros americanos e caribenhos com os africanos deveria basear-se na compreensão de que a origem de sua dominação tinha uma raiz comum: o imperialismo. Ainda, dizia W.E.Du Bois, que o grande problema do século 20 seria o racismo.

O termo Pan-Africanismo foi cunhado pela primeira vez por Sylvester Willians, advogado negro de Trinidad, por ocasião de uma conferência de intelectuais negros realizada em Londres, em 1900. Willians levantava sua voz contra a expropriação das terras dos negros sul-africanos pelos europeus e conclamava o direito dos negros à sua própria personalidade e autodeterminação.

Apesar da ambigüidade do termo, o Pan-Africanismo pode ser entendido como movimento de solidariedade fraterna dos descendentes, ou ascendentes, do mundo todo, com vistas ao enfrentamento das diversas formas de exploração e descriminação racial. Atualmente, o Pan-Africanismo está presente no campo racial-político e cultural-religioso. Assentando-se nos princípios da solidariedade, unidade, autodeterminação, autonomia, justiça e igualdade. De todos os princípios aludidos acima, o da autodeterminação merece uma atenção especial, porque significa a liberdade propriamente dita, ou seja, o poder do povo negro de dispor do seu próprio destino, sem se sujeitar a dominação de nenhum outro povo.

Neste sentido, fundamento minha proposta com Malcolm X: “São capazes de imaginar o que pode acontecer, o que certamente aconteceria, se todos os povos de origem africana compreendessem algum dia que possuem vínculos de sangue, se compreendessem que todos possuem um objetivo comum... e que não teriam a menor dificuldade em alcançá-lo se se unirem (?)”.

E ainda: “fisicamente os afro-descendentes podem permanecer no Ocidente, lutando por seus direitos constitucionais, mas filosófica e culturalmente precisam desesperadamente voltar para África e desenvolver uma unidade ativa na estrutura do Pan-Africanismo.

3/11/2006 - Brasil - Afropress

25 de Maio: Dia da África (João Jorge)

Dia 25 de maio de 2009. Olodum 30 anos.

Hoje dia 25 de maio, vamos celebrar em Salvador, Bahia, o Dia da África uma homenagem aos paises e povos africanos e a luta ela liberdade e igualdade. Esta data foi definida pela ONU através da Organização da Unidade Africana (OUA) - hoje apenas Unidade Africana, para comemorar o feito extraordinário das independências dos paises africanos do colonialismo na década de 60.

O Pan africanismo foi a ideologia que permitiu a independência do Ghana em 1958 e depois de diversos paises africanos com Nigéria, Benim, Senegal, Madagascar, ampliando o horizonte da diáspora africana nas Américas, no Caribe e no Brasil de milhões de descendentes do continente matriz da humanidade. A África e o berço da humanidade segundo os cientistas e o mais antigo continente na face da terra.

O dia 25 de maio é um dia de celebração da vitória contra o colonialismo, contra a escravidão, contra as desigualdades, contra a fome, contra as guerras, e tantos males que provocam a dor na África e no mundo. Todos nos descendentes do continente africano nos orgulhamos da derrota do mal e da vitória do bem com a libertação e auto governo dos países africanos.

Porem, nos dias de hoje, as diversas Áfricas que conhecemos nos remetem a uma visão critica e menos heróica e saudosista, a homenagem que fazemos no dia 25 de maio e uma homenagem a uma África real com suas juventudes, seus governos, suas mulheres, seus sonhos de progressos, e de liberdade econômica e política no mundo de hoje.

Neste momento, o Olodum vive apaixonadamente a busca pelo conhecimento da historia da África do Sul, o berço da humanidade, a origem da vida, local onde o ser humano se separou dos animais na cadeia evolutiva, que será um dos nossos destinos em 2010, uma rica e poderosa nação africana, cujo povo derrotou o apartheid e que a superação deste regime conciliou negros,mestiços e brancos,seus heróis lendas são os nossos guias.

Olodumaré - Salve a África e nos ajude a libertar a ultima cidade do mundo que vive sob o apartheid. A cidade do Salvador 460 anos de opressão para o povo negro.

domingo, 24 de maio de 2009

A lei 10.639/03 : O Ensino de História da África no Brasil - BA

Como parte da Semana da África será realizada uma Mesa Redonda sobre a Lei 10.639/03, da qual participarei como palestrante.
Esperamos vocês por lá!

26/05 ( terça-feira)
17:00 h Mesa-redonda 6: A lei 10.639/03 : O Ensino de História da África no Brasil

Palestrante 1 – Ms. Denílson Lessa (Universidade do Estado da Bahia)
Palestrante 2 – Ms. Juvenal de Carvalho (Universidade Estadual de Feira de Santana)
Palestrante 3 – Zelinda Barros (Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos/CEAO /UFBA)
Palestrante 4 – Ms. Nádia Cardoso (Secretaria de Educação e Cultural - BA)
Debatedor - Fabio Baqueiro (Doutorando Em Estudos Étnicos e Africanos - UFBA)
Auditório / Sala: Faculdade de Economia - Sala de Congregação

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Festival Mundial das Artes Negras tem lançamento na Bahia - BA

(20/05/2009 - 16:52)

No próximo dia 25 de maio, às 20h, o palco do Teatro Castro Alves, em Salvador, abrigará o lançamento oficial do III FESMAN - Festival Mundial das Artes Negras, realização do governo do Senegal, previsto de 1º a 14 de dezembro de 2009, em Dacar / Senegal. O objetivo do evento é intensificar a valorização das artes negras no cenário mundial e a unificação dos países africanos e diáspora.
O evento será realizado no dia 25 de maio, data em que se comemora o Dia da Libertação da África, instituída pela ONU, em 1972. A data simboliza a luta e o combate dos povos do continente africano pela sua independência e emancipação e representa a memória coletiva dos seus povos e o objetivo comum de unidade e solidariedade na luta para o desenvolvimento econômico do continente.
A solenidade de abertura terá a presença do presidente Lula, do presidente Abdoulaye Wade, do Senegal, dos ministros da Cultura dos dois países, do governo do Estado e de diversas autoridades.
O Brasil participa da organização do evento como convidado de honra e é o responsável por articular os demais países da América Latina. Até por isso o lançamento oficial do evento será em Salvador, reunindo artistas do Brasil e do Senegal numa celebração da arte através da dança e da música.
Estarão em cena nessa confraternização, artistas brasileiros como Gilberto Gil, Margareth Menezes, Grupo Gêge Nagô, Ilê Ayê, Cortejo Afro e Filhos de Gandhy e o grupo senegalês Fréres Guisse. Todos dividirão o palco numa espécie de "jamsession" com performances solo e encontros inéditos sob a concepção geral de Márcio Meirelles e direção de Márcio Meirelles e Zebrinha.
Além de música, a dança também estará representada no evento com as duas companhias mais conceituadas pela excelência na produção e na pesquisa da dança negra no mundo: Balé do Senegal e Balé Folclórico da Bahia.
A cenografia do espetáculo fica a cargo de Zuarte Jr, a iluminação é de Fernanda Paquelet com realização da Fundação Cultural Palmares - Minc, com a parceria do governo do Estado da Bahia.
O evento terá entrada franca para organizações culturais e sociais, além de artistas e políticos dos dois países. A distribuição dos convites terá início no próximo dia 22 de maio das 14h às 18h no Hotel da Bahia.

Contatos: fesman@palmares.gov.br
Telefone: (71) - 2105-2047

ROTEIRO LANÇAMENTO
III FESTIVAL MUNDIAL DAS ARTES NEGRAS

20h - ABERTURA

Convidados:

Presidente do Brasil
Presidente do Senegal
Ministro da Cultura do Brasil
Ministro das Comunicações
Governador do Estado da Bahia
Secretário de Cultura do Estado

- Lançamento do selo comemorativo da capoeira pelos Correios. O presidente dos Correios, e os presidentes do Brasil e do Senegal obliteram o selo.

- Apresentação do III Festival Mundial de Artes

- Discursos autoridades


Roteiro Artístico

Capoeira - Balé Folclórico da Bahia
Gilberto Gil (Canta La lune de Goreé)
Balé do Senegal
Margareth Menezes - Óya Tetê
Fréres Guisse
Grupo Gêge Nagô
Margareth Menezes + Gêge Nagô
Balé Folclórico da Bahia e Balé do Senegal - Afixirê
Grupos Culturais - Ilê Ayê, Cortejo Afro, Male e Gandhy
Gilberto Gil - Hino do FESMAN


Assecom/FCP/MinC

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Sessão Especial da AL lembra Dia da África - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

Estudantes Africanos da UFBA promovem a "Semana da Africa" - BA


ÁFRICA: DINÂMICAS SOCIAIS, POLÍTICAS E CULTURAIS NA CONTEMPORANEIDADE
de 25 a 27 de maio de 2009
Salvador, Bahia - BRASIL

No dia 25 de maio de 1963, a Organização da Unidade Africana (OUA), hoje denominada União Africana (UA) foi criada pelos lideres africanos, com a sede permanente em Addis-Abeba, capital da Etiópia. Esta é uma data histórica comemorável em toda a África como o dia da solidariedade, e também da reflexão dos acontecimentos sócio-políticos e econômicos do continente. No Brasil, até hoje a história da África tem sido mascarada e desfigurada, pela “força dos fatos”, ou seja, pela ignorância. O que se sabe da África no Brasil, de uma forma generalizada, são informações transmitidas através da imprensa nacional, estereotipada e deturpada pela mídia. Na contramão da “força dos fatos” a semana da África lançou a idéia de re-pensar a África através da complexidade que qualquer continente exige. Assim, a terceira edição da Semana da África convida a todos para mais uma reflexão sobre as relações entre Brasil e África. Trazendo para o cenário o debate sobre as dinâmicas sociais, políticas e culturais, enfatizando a literatura, as religiões, relações de gênero, cinema, intercâmbio educacional, enfim dando visibilidade a uma herança mais que significativa para o Brasil.

Objetivos

. Promover o debate alargado sobre África, tendo em consideração as dinâmicas sociais registradas nos diversos contexto (s) Africano (s).
. Discutir o papel da mulher negra na África e no Brasil .
.Refletir sobre as diversas representações da África presentes no imaginário brasileiro.
. Analisar a importância da África nas ressignificações culturais e identitárias do negro brasileiro.
. Discutir o ensino de História da África e a Efetivação da lei 10.639/03.
. Problematizar sobre as políticas de intercâmbio cultural entre Brasil e África.

Abertura e Programação

A abertura da Semana da África será dia 25.05 às 19:00 h na Reitoria da Universidade Federal da Bahia. O evento terá como conferencista o Congolês Dr. Jacques Depelchin - Professor Visitante - UFBA.

Aqui você poderá acessar a programação completa.
Já para saber as chamadas para a apresentação dos trabalhos basta clicar aqui.

FONTE: Blog Semana da África

Estudantes Africanos da UFBA promovem a "Semana da Africa" - BA

ÁFRICA: DINÂMICAS SOCIAIS, POLÍTICAS E CULTURAIS NA CONTEMPORANEIDADE
de 25 a 27 de maio de 2009
Salvador, Bahia - BRASIL

No dia 25 de maio de 1963, a Organização da Unidade Africana (OUA), hoje denominada União Africana (UA) foi criada pelos lideres africanos, com a sede permanente em Addis-Abeba, capital da Etiópia. Esta é uma data histórica comemorável em toda a África como o dia da solidariedade, e também da reflexão dos acontecimentos sócio-políticos e econômicos do continente. No Brasil, até hoje a história da África tem sido mascarada e desfigurada, pela “força dos fatos”, ou seja, pela ignorância. O que se sabe da África no Brasil, de uma forma generalizada, são informações transmitidas através da imprensa nacional, estereotipada e deturpada pela mídia. Na contramão da “força dos fatos” a semana da África lançou a idéia de re-pensar a África através da complexidade que qualquer continente exige. Assim, a terceira edição da Semana da África convida a todos para mais uma reflexão sobre as relações entre Brasil e África. Trazendo para o cenário o debate sobre as dinâmicas sociais, políticas e culturais, enfatizando a literatura, as religiões, relações de gênero, cinema, intercâmbio educacional, enfim dando visibilidade a uma herança mais que significativa para o Brasil.

Objetivos

. Promover o debate alargado sobre África, tendo em consideração as dinâmicas sociais registradas nos diversos contexto (s) Africano (s).
. Discutir o papel da mulher negra na África e no Brasil .
.Refletir sobre as diversas representações da África presentes no imaginário brasileiro.
. Analisar a importância da África nas ressignificações culturais e identitárias do negro brasileiro.
. Discutir o ensino de História da África e a Efetivação da lei 10.639/03.
. Problematizar sobre as políticas de intercâmbio cultural entre Brasil e África.

Abertura e Programação

A abertura da Semana da África será dia 25.05 às 19:00 h na Reitoria da Universidade Federal da Bahia. O evento terá como conferencista o Congolês Dr. Jacques Depelchin - Professor Visitante - UFBA.

Aqui você poderá acessar a programação completa.
Já para saber as chamadas para a apresentação dos trabalhos basta clicar aqui.

FONTE: Blog Semana da África

quarta-feira, 20 de maio de 2009

ONU apresenta a 1ª universidade global online e gratuita

A ONU apresentou hoje (terça-feira) a primeira universidade global online e de matrícula gratuita, com a qual tratará de impulsionar o acesso à educação superior dos estudantes das regiões menos desenvolvidas do mundo.

Este novo projecto educativo, chamado a Universidade do Povo, surge no âmbito da Aliança Global da ONU sobre Tecnologia de Comunicação e Desenvolvimento (GIAD) para ajudar a colmatar as brechas internacionais em matéria de educação com o recurso às novas tecnologias.

«Para centenas de milhões de pessoas em todo o mundo, a educação é um sonho que não se pode tornar realidade», disse numa conferência de imprensa o fundador da Universidade do Povo, Shai Reshef.

(Fonte: Diário Digital / Lusa - 19/05/09
http://diariodigital.sapo.pt/news.asp?section_id=18&id_news=389047)

Mini-curso “Dinâmicas de raça, cor e classe no ativismo negro brasileiro no século XX” - RJ

O mini-curso “Dinâmicas de raça, cor e classe no ativismo negro brasileiro no século XX” será ministrado pelo Professor John D. French (Duke University) dias 1,3, 8 e 10 de junho de 2009, das 14 às 17hs, na sede do Instituto Multidisciplinar da UFRRJ (Rua Capitão Chaves, 60 - Centro – Nova Iguaçu).
Essa atividade corresponde à Unidade 3 da disciplina “Tópicos Especiais: Relações étnico-raciais e formação de classe no Brasil pós-abolição”, oferecida neste semestre pelo Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro - PPHR, mas será aberta à inscrição de alunos de pós-graduação e de graduação de ouJustificartras instituições, desde que vinculados a grupos de pesquisa vinculados à temática.

Um certificado de participação com carga horária de 20hs será emitido pelo PPHR e distribuído aos participantes.

Os interessados em participar do mini-curso devem enviar mensagem para alexfortes@globo.com , tendo como assunto “Mini-curso - John D. French”.

As mensagens deve conter: nome completo, curso, instituição e grupo de pesquisa ao qual estão vinculados, até o dia 22/5. As inscrições serão confirmadas até 25/5.

A bibliografia do curso consta de cerca de 300 páginas no total, e será enviada por meio eletrônico (arquivos PDF) juntamente com a confirmação do aceite da inscrição.

Segue anexa a programação da atividade.

terça-feira, 19 de maio de 2009

Sacerdotisas contam suas experiências no uso da mídia - BA

No próximo sábado (23/05), a partir das 15 horas, três sacerdotisas do Candomblé vão relatar suas experiências no uso de ferramentas de comunicação. O encontro denominado Ofó Afefé: o Candomblé se comunica será realizado no Terreiro do Cobre, Engenho Velho da Federação.

Mãe Valnízia de Ayrá, yalorixá da Casa, vai falar sobre a sua recente experiência de publicar um livro onde faz relatos da sua vida. Intitulado Resistência e Fé, a obra foi lançada no último dia 9. No encontro, Mãe Val, como é conhecida, fará mais uma sessão de autógrafos.

Já egbomi Cidália Soledade, consagrada ao orixá Iroko pelas mãos da célebre yalorixá Menininha do Gantois, vai falar da sua experiência em se comunicar com várias pessoas via uma comunidade que leva o seu nome no site de relacionamentos Orkut. Com 79 anos, dos quais 72 de consagração no Candomblé, egbomi Cidália mantém constante atualização com os remetentes das mensagens que recebe via a rede mundial.

A outra convidada é Mãe Jaciara de Oxum, líder religiosa do Terreiro Abassá de Ogum. A Casa fica em Itapuã, endereço da rádio comunitária onde ela comanda um programa. Mãe Jaciara tem viajado pelo Brasil e países da Europa, falando sobre o Candomblé e combatendo a intolerância religiosa.

Oralidade - O encontro vai permitir debate e reflexão sobre o uso da mídia por religiosas de uma tradição conhecida pela oralidade. Elas vão contar o que tem aprendido e ensinado a partir destas experiências.

A expressão Opó Afefé é de origem iorubá e significa “falas ao vento”.

O quê: Ofó Afefé: o Candomblé se comunica

Roda de conversa com Egbomi Cidália de Iroko, Mãe Valnízia de Ayrá e Mãe Jaciara de Oxum.

Relançamento do livro Resistência e Fé: fragmentos da vida de Valnízia de Ayrá.

Quando: 23 de maio (sábado), às 15h.

Onde: Terreiro do Cobre (Rua Apolinário Santana, n. 154, Engenho Velho da Federação).

Tel: 71. 3203-7131

Realização: Sociedade Beneficente e Religiosa Filhos de Flaviana Bianc

segunda-feira, 18 de maio de 2009

2º Congresso Baiano de Pesquisadores Negros inscreve até 15 de junho - BA

Estão abertas as inscrições para o 2º Congresso Baiano de Pesquisadores Negros que acontece na Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs) no período de 24 a 26 de setembro de 2009. Este encontro de caráter interdiscipliar, que é uma promoção da Associação Baiana de Pesquisadores Negros (APNB) em parceria com universidades estaduais (Uefs, Uneb, Uesb) e federais (UFBa, UFRB) do estado, tem como tema “Outros Caminhos das Culturas Afro-Brasileiras: Confluências, Diálogos e Divergências". O objetivo é reunir pesquisas e estudos sobre as culturas negras na Bahia, buscando mapear e entender as trajetórias históricoculturais dos negros nas várias regiões do estado. Uma das principais metas da APNB é, justamente, incentivar a emergência de novos temas e perspectivas de abordagens sobre questões atinentes às populações negras no Brasil em geral e na Bahia em particular.

Os pesquisadores podem apresentar propostas em sete grupos temáticos: Poder, Gênero e Raça: desafios e representações; Desenvolvimento local e arranjos socioeconômicos; Relações étnico-raciais e ações afirmativas; Culturas, africanidades e etnia; Organizações e tecnologia; Saúde da População Negra e Políticas de Saúde: Confluências, Diálogos e Divergências, e Performances artísticas afro-brasileiras e seus desafios.

Para inscrição e outras informações, os interessados devem acessar o portal www.apnb.org.br/APNB/IICongresso. Acesse, também, www.apnb.org.br. A inscrição prossegue até 15 de junho.

Salvador sedia lançamento do III Fesman no Brasil

Solenidade no dia 25/5 vai ter a presença do
presidente Lula e do presidente do Senegal, Abdoulaye Wade

A cidade de Salvador, Bahia, foi escolhida para o lançamento do III Festival Mundial de Artes Negras no Brasil. O evento será realizado no dia 25 de maio, data em que se comemora o Dia da Libertação da África, instituída pela ONU, em 1972. A data simboliza a luta e o combate dos povos do continente africano pela sua independência e emancipação e representa a memória coletiva dos seus povos e o objetivo comum de unidade e solidariedade na luta para o desenvolvimento econômico do continente.

A solenidade de abertura será no Teatro Castro Alves e terá a presença do presidente Lula, do presidente Abdoulaye Wade, do Senegal, dos ministros da Cultura dos dois países e de diversas autoridades. Serão apresentados shows de artistas, como Margareth Menezes, Carlinhos Brown e Gilberto Gil, entre outros.

O tema para este III Festival é “O Renascimento Africano”. Este encontro das culturas e das artes dos povos negros da África, da Europa e da América traçará um amplo painel da influência das tradições, costumes e religiosidade dos povos negros hoje. Será realizado em Dacar, de 1 a 14 de dezembro deste ano. Alguns nomes já estão confirmados, como a cantora Cesária Évora, os instrumentistas Manu Dibango e Salif Keita, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, entre outros.

A responsabilidade da organização artística e cultural da participação do Brasil no Fesman é da Fundação Cultural Palmares, que, em breve, divulga edital com as regras da seleção. A FCP está realizando reuniões nas principais capitais do país com a intenção de mobilizar os artistas para a apresentação de propostas que ajudarão a difundir a participação da cultura negra brasileira no mundo.

O Brasil é o país homenageado nesta edição do festival. Em seguida ao lançamento do III Fesman, serão realizadas uma série de atividades para comemorar a Semana da África em Salvador. Os eventos estarão distribuídos durante toda a semana de 25 a 31 de maio, como exibição de filmes, palestras e shows, a exemplo do Cortejo dos Blocos Afros, no dia 25, às 18h, na praça de Campo Grande.

domingo, 17 de maio de 2009

Portaria do Ministério da Saúde trata da saúde da população negra

GABINETE DO MINISTRO

PORTARIA Nº. 992, DE 13 DE MAIO DE 2009


Institui a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra


O MINISTRO DE ESTADO DA SAÚDE, no uso das atribuições que lhe conferem os incisos I e II do parágrafo único do art.87 da Constituição, e Considerando a diretriz do Governo Federal de reduzir as iniquidades por meio da execução de políticas de inclusão social;


Considerando os compromissos sanitários prioritários nos Pactos pela Vida, em Defesa do SUS e de Gestão, pactuados entre as esferas de governo na consolidação do SUS, visando qualificar a gestão e as ações e serviços do sistema de saúde;


Considerando o caráter transversal das ações de saúde da população negra e o processo de articulação entre as Secretarias e órgãos vinculados ao Ministério da Saúde e as instâncias do Sistema Único de Saúde - SUS, com vistas à promoção de equidade;


Considerando que esta Política foi aprovada no Conselho Nacional de Saúde - CNS e pactuada na Reunião da Comissão Intergestores Tripartite - CIT;


Considerando a instituição do Comitê Técnico de Saúde da População Negra pelo Ministério da Saúde, por meio da Portaria n° 1.678/GM, de 13 de agosto de 2004, que tem a finalidade de promover a equidade e igualdade racial voltada ao acesso e à qualidade
nos serviços de saúde, à redução da morbimortalidade, à produção de conhecimento e ao fortalecimento da consciência sanitária e da participação da população negra nas instâncias de controle social no SUS; e


Considerando o Decreto n° 4.887, de 20 de novembro de 2003, que cria o Programa Brasil Quilombola, com o objetivo de garantir o desenvolvimento social, político, econômico e cultural dessas comunidades, e conforme preconizado nos arts. 215 e 216 da Constituição, no art. 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias - ADCT e na Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho - OIT, resolve:


Art. 1º Instituir a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra.


Art. 2º A Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa - SGEP articulará no âmbito do Ministério Saúde, junto às suas Secretarias e seus órgãos vinculados, a elaboração de instrumentos com orientações específicas, que se fizerem necessários à implementação
desta Política.


Art. 3° Esta Portaria entra em vigor na data de sua publicação.

JOSÉ GOMES TEMPORÃO

Seminário África Mãe - BA

( Clique na imagem para ampliá-la)

sábado, 16 de maio de 2009

Programação especial da FUNCEB evidencia cultura negra - BA

A Casa da Música, espaço da Fundação Cultural do Estado da Bahia promove uma ampla programação para relembrar o 13 de maio, marco dos 121 anos Abolição da Escravatura. O roteiro inclui a exposição No Ritmo e na Raça, telas do artista plástico Amarildo Moreira que retratam a beleza e o ritmo da mulher negra baiana; a temporada do espetáculo Negreiros, da Companhia de Teatro O Cidadão de Papel, além dos já conhecidos Saraus, às segundas-feiras, e Bate Papos Musicados, às sextas, que este mês enfocam questões como Políticas Públicas de Reparação/Cotas nas Universidades e O Samba com Instrumento de Resistência Negra, com convidados especiais a cada sexta-feira.

Casa da Música
71 3116-1511 EXPOSIÇÃO
abertura 7, 18h
SARAUS 11 a 25, seg, 18 às 22h
BATE-PAPO 8 a 29, sex, 18h
NEGREIROS 13/05 a 7/06, 20h
$ Grátis/ 1kg de alimento(Negreiros)
Casa da Música

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Lançamento dos Anais do I Congresso Baiano de Pesquisadores Negros - BA

LOCAL: CEPAIA
DATA: 22 de maio de 2009
HORÁRIO: 19 horas

PROMOÇÃO:
Associação de Pesquisadores Negros da Bahia - APNB
Centro de Estudos dos Povos Afro-Índio-Americanos – CEPAIA/ PPG -UNEB
Centro de Estudos Afro-Orientais – CEAO
Faculdade Dois de Julho

APOIO:

Secretaria de Ciência e Tecnologia

Universidade Estadual de Feira de Santana

Visite nossa página : www.apnb.org.br

Colóqui Internacional "Afro-latinidade: globalização e renascimento africano" - RJ

COLÓQUIO INTERNACIONAL AFRO-LATINIDADE: GLOBALIZAÇÃO E RENASCIMENTO AFRICANO

PRÉ-FESMAN (III FESTIVAL MUNDIAL DAS ARTES NEGRAS)

LOCAL: UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES, RIO DE JANEIRO

DATAS: 29, 30 e 31DE JULHO DE 2009

COMITÊ NACIONAL DE HONRA: Presidente da República Federativa do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva, ministro da Cultura do Brasil, Juca Ferreira, ministro das Relações Exteriores Celso Amorim, presidente da Fundação Cultural Palmares, Zulu Araujo.

COMITÊ NACIONAL CIENTÍFICO: Carlos Alberto Medeiro, Claudia Miranda, Kabengele Munanga, Jacques d’Adesky, Januário Garcia, Flávio Gomes, José Jorge Siqueira, Alain Pascal Kaly, Sueli Carneiro, Henrique Cunha Júnior, Maria Alice Resende, Marcelo Paixão, Paulino de Jesus Francisco Cardoso e Madiagne Diallo.

TEMAS DO COLÓQUIO INTERNACIONAL: AFRO-DESCENDENCIA NA AMÉRICA LATINA E CARIBE // RELAÇÕES AMÉRICA LATINA E CARIBE COM ÁFRICA

HISTÓRICO: A primeira edição do Festival que escolheu o tema “O Significado das Artes e Cultura Negra na Vida dos Povos” aconteceu em Dacar, no Senegal, no ano de 1966. A segunda edição ocorreu em Lagos, Nigéria, em 1977, com o tema “Civilização Negra e Educação”. O III FESMAN cujo tema será o “Renascimento Africano” será realizado em Dacar, no Senegal, no período de 1 a 14 de dezembro de 2009.

OBJETIVOS: Sendo o Brasil país convidado de honra do III FESMAN, ele terá um papel de destaque tanto na organização do Festival quanto na promoção do evento junto aos países da América Latina e Caribe. Neste sentido, o Brasil realizará antes do Festival em Dacar, dois eventos preparatórios: o primeiro na área cultural em Salvador da Bahia e o segundo de caráter acadêmico no Rio de Janeiro. Desse modo, o Colóquio Internacional Afro-Latinidade visa reunir vários universitários, estudiosos e intelectuais afro-latinos e da diáspora para debater temas considerados centrais no âmbito das discussões ligadas à globalização e à problemática do renascimento africano. O Colóquio Internacional Afro-Latinidade buscará também ampliar o conhecimento sobre a história dos descendentes africanos na América Latina e Caribe, bem como promover maior consolidação dos estudos das relações de cooperação América Latina e Caribe com África.

PARTICIPANTES: Universitários, estudiosos e intelectuais convidados do Brasil, América Latina e Caribe.

PÚBLICO-ALVO: Professores, pesquisadores, estudantes, representantes de movimentos sociais e público interessado nos temas do Colóquio.

SESSÃO DE ABERTURA COM A PRESENÇA DO MINISTRO DA CULTURA, DO PRESIDENTE DA FUNDAÇÃO CULTURAL PALMARES, REITOR DA UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES E REPRESENTANTES DO ESTADO E DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO.

NOTAVEIS HOMENAGEADOS EM RAZÃO DE SUA DEDICAÇÃO À PROMOÇÃO DOS ESTUDOS AFRICANOS E AFRO-BRASILEIROS: Abdias do Nascimento, Joel Rufino dos Santos, Muniz Sodré, Nei Lopes, Embaixador Alberto Costa Silva, José Maria Nunes Pereira, Carlos Hasenbalg, Yeda Pessoa de Castro, Kabengele Munanga e Michael Turner.

MESAS-REDONDAS COM OS SEGUINTES SUB-TEMAS:

1. Políticas educacionais e o legado africano

2. Políticas públicas de ação afirmativa e igualdade de oportunidades

3. Políticas empresariais: diversidade e responsabilidade social

4. Novas tecnologias de informação e de comunicação

5. Relações América Latina e Caribe com África: novas formas de cooperação

6. Cooperação cultural Brasil-África: experiências e perspectivas

7. Cultura e identidade

8. Pensamento e literatura afro-descendente

9. Diáspora, espaço urbano e desenvolvimento sustentável

10. História, emancipação e história pós-colonial

11. Movimentos sociais da diáspora

12. Movimentos de mulheres negras e suas demandas na América Latina e Caribe

13. Afro-latinidade: entre a tradição e a modernidade

OFICINAS: destinadas a um público-alvo total de 150 alunos formados preferencialmente por professores, estudantes universitários e ativistas de movimentos sociais.

Cada oficina terá uma carga horária de seis horas, tendo cada uma 50 alunos no máximo.

1) Movimento pan-africanista: de Londres 1900 a Salvador da Bahia 2006 (Professor Lazare Ki-Zerbo, Fórum Internacional Joseph Ki-Zerbo);

2) Pensamento político africano (Professor Ernest Mbonda, Universidade Católica da África Central)

3) Pedagogia intercultural e anti-racista (Professor Mutombo Kanyana, diretor Universidade Popular Africana / UPAF).

EXPOSIÇÃO FOTOGRÁFICA: Em complemento ao evento acadêmico, será realizada uma exposição fotográfica organizada por Januário Garcia sobre o tema “Memória Afro-Brasileira: Cidadania na Comunidade de Venda Velha”.

COORDENAÇÃO EXECUTIVA: Jacques d’Adesky, coordenador geral e Claudia Miranda, coordenadora adjunta.

PARCEIROS: O Colóquio Afro-Latino tem como parceiros internacionais o Instituto Fundamental da África Negra da Universidade Cheikh Anta Diop (IFAN/UCAD), o Comitê Internacional Joseph Ki-Zerbo, o Conselho Latino Americano de Ciências Sociais (CLACSO) e a Coordenação Internacional do III FESMAN. .

APOIO: A iniciativa do Colóquio Afro-Latino conta com o generoso apoio da Fundação Cultural Palmares do MinC

Reunião preparatória do II Congresso Baiano de Pesquisadores Negros - BA

Caras Pesquisadoras e Caros Pesquisadores,
Confirmamos a reunião neste sábado, dia 16/05/09, das 9:30 as 12:30 - CEPAIA com a seguinte pauta
1 - Lançamento dos anais;
2 - Treinamento;
3 - Lançamento do Congresso na UEFS
Comissão Organizadora

Programa HIP HOP no Centro Cultural Rio Verde - SP

Nas Quintas Feiras, das 19:00 as 23:00
14/05/09 - PENTAGONO
21/05/09 - RAPHAO E BANDA CONDE FAVELA
27/05/09 - SOMBRA
Rua Belmiro Braga, 119 - Vila Madalena - 3459-5321

Pré-vestibular quilombola e Vitória da Conquista - BA

PRÉ-VESTIBULAR QUILOMBOLA

"QUILOMBOLAS DE CONQUISTA

CONSTRUINDO VITÓRIAS"

AULA MAGNA

Sábado, 16 de maio de 2009

AUDITÓRIO da Agência de Desenvolvimento, Trabalho e Renda - ADTR

Av. Bartolomeu de Gusmão, 744 - Ao lado do Bolsa Família


PROGRAMAÇÃO

08:00 – Apresentação Cultural: Posse “Quilombo de Batalha” (Hip-Hop)

08:30 – Mesa de abertura

(representantes das parcerias, coordenação, quilombolas e alunos).

PMVC, SMED, SEMDES, IFBA, ADTR, DIREC-20, CONSELHO QUILOMBOLA,

COMISSÃO, NÚCLEO DE PROMOÇÃO DA IGUALDADE RACIAL, GEPHANN-MP-UESB

ROBERTO BARBOSA - GRADUANDO DO VELAME NA UFBA

09:15 – Aula Magna:

“A luta quilombola e as ações afirmativas no Brasil”, com

Dep.. Federal Luiz Alberto (PT-BA).

10:00 – Intervalo

10:30 – Aula:– “A importância do conhecimento na construção do ser

humano”, Professor Ms. Manoel Messias – SMED.

11:15 – Encaminhamentos da coordenação


Vitória da Conquista, 14 de maio de 2009.