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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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domingo, 28 de dezembro de 2008

II Caminhada Contra Intolerância Religiosa e Pela Paz em Itapuã - BA

O Terreiro Abassá de Ogum convida todos/as para a

II Caminhada Contra Intolerância Religiosa e Pela Paz em Itapuã

Onde? Do largo da Sereia até a Lagoa do Abaeté

Quando? 21 de Janeiro de 2009

Horário? A partir das 9:00hs

Contatos:

Danielle Felicio: (71) 8603- 5632 / Rebeca Tárique: (71) 8742- 5727

Lançada a Cartilha “Doença Falciforme – A importância da Escola” - BA

Numa ação inovadora e única no Brasil, as Secretarias Municipais da Saúde e Educação lançaram no dia 17 de dezembro, a Cartilha “Doença Falciforme – A importância da Escola”, destinada a professores da rede pública do Município.

O manual foi elaborado considerando a necessidade de promoção de informações sobre o tema, uma vez que grande parte da população brasileira tem pouco conhecimento sobre Anemia Falciforme.

A Associação Baiana das Pessoas com Doença Falciforme (ABADFAL) propôs a articulação do Programa de Atenção às Pessoas com Doença Falciforme, implantado pela SMS, com outros órgãos da Prefeitura. Nesse contexto, a escola foi apontada como um importante multiplicador. Para tanto, fez-se necessário à realização de encontros entre os coordenadores técnicos destas Secretarias com a participação da ABADFAL, a aproximação entre Coordenadorias Regionais de Educação e os Distritos Sanitários de Saúde, para a produção de um material específico sobre Anemia Falciforme, que subsidiasse os professores nas salas de aula.

O lançamento da Cartilha foi na Escola Municipal Professor Manoel de Almeida Cruz, no bairro de Cajazeiras 11. Estavam presentes os secretários José Carlos Brito (SMS) e Carlos Soares (SMEC), a Coordenadora da Política Nacional de Atenção Integral às Pessoas com Doença Falciforme, do Ministério da Saúde, Joice Aragão, além de professores, alunos, profissionais da Unidade de Saúde referência em Anemia Falciforme Nelson Piauhy Dourado, pessoas com Anemia Falciforme e representantes da ABADFAL, dentre outras autoridades e técnicos.

A cartilha para professores se encontra disponível na internet para download.

1) Como PDF:

http://www.saude. salvador. ba.gov.br/ arquivos/ coaps/falciforme /impresso. pdf



2) Como cartilha animada (.exe)

http://www.educacao .salvador. ba.gov.br/ site/index2. php

sábado, 27 de dezembro de 2008

Programa de Pós-graduaçlão em Estudos Étnicos e Africanos seleciona alunos(as) especiais - BA

SELEÇÃO ALUNO ESPECIAL 2009.1

DISCIPLINAS OFERECIDAS
FCHA10 - Gênero e Raça
TER - 09:00 às 13:00
Profa. Dra. Ângela Figueiredo

FCHA16 - Iconografia e Imagens da Diáspora Africana
QUA - 09:00 às 13:00
Prof. Dr. Marcelo Cunha

FCHA15 - Identidade Étnica e Escravidão
QUI - 14:00 às 18:00
Profs. Drs. Nicolau Pares e Elisée Soumonni

Período da Inscrição: 06, 07 e 08 de janeiro de 2009
Local: Secretaria do Pós-Afro - CEAO, Lgo. 2 de Julho, 42
Horário: 14:00 às 17:00


DOCUMENTAÇÃO EXIGIDA PARA INSCRIÇÃO DE ALUNOS ESPECIAIS

- Ficha de Inscrição(Número de cópias igual ao nº de disciplinas solicitadas mais uma cópia)- Formulário de Cadastro de Aluno Especial de Pós-Graduação(Preencher em letra de forma ou no computador)
- Cópia do Diploma de Conclusão do Curso (Número de cópias igual ao nº de disciplinas solicitadas mais uma cópia)
- Cópia do Histórico Escolar (Número de cópias igual ao nº de disciplinas solicitadas mais uma cópia)
- Currículo Vitae (Número de cópias igual ao nº de disciplinas solicitadas)
- Cópia de RG e CPF
- Guia de Recolhimento Autenticado

A Guia de Recolhimento para pagamento da taxa de inscrição é obtida na internet no endereço - http://www.sgc.ufba.br/sgcboleto/sol_matricula.htm - na opção Inscrição para seleção de cursos/Aluno Especial na Pós-Graduação colocar nome e CPF e gerar o boleto.Valor – R$30,00 (trinta reais) para Mestrado e R$40,00 (quarenta) para Doutorado

OUTRAS INFORMAÇÕES
- Resultado da Seleção: divulgado até 16 de janeiro de 2009 – Mural e Internet (www.posafro.ufba.br)
- não fornecemos resultados por telefone.
- Matrícula – 26 e 27 de fevereiro de 2009
- Entrega na Secretaria do Pós-Afro de comprovante de pagamento da taxa de matrícula, no valor de R$60,00 (sessenta reais) para Mestrado e R$80,00 (oitenta reais) para Doutorado. A Guia de Recolhimento para pagamento da taxa de matrícula é obtida na internet no endereço http://www.sgc.ufba.br/sgcboleto/sol_matricula.htm
- na opção Matrícula/Aluno Especial na Pós-Graduação; colocar nome, CPF e gerar o boleto
- Serão selecIonados até 10 (dez) alunos por disciplina ou a critério do professor.

Obs.: O Aluno Especial poderá matricular-se em até 04 (quatro) disciplinas, respeitando o limite máximo de 02 (duas) disciplinas por semestre.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Perda inestimável: faleceu Neusa Santos Souza

Irmãs(ãos), no último final de semana faleceu Neusa Santos Souza, que escreveu a obra "Tornar-se negro", referência para militantes e ativistas negros(as) do nosso país. Que Neusa seja bem recebida no Orun e seja acolhida por todas(os) aquelas(es) que lá estão com muito carinho, já que ela decidiu por um fim à própria vida. A nós, que ficamos, cabe lutarmos cada vez mais por uma sociedade que seja acolhedora para todas(os), principalmente para nós negras(os).

sábado, 20 de dezembro de 2008

TV Senado exibe Debate "Cotas Étnicas nas universidades"

ASSISTA NESTE DOMINGO NA TV SENADO:

DEBATE SOBRE: "COTAS ÉTNICAS NAS UNIVERSIDADES"

Hora: 13h30min Programa: Cidadania Debate

RESUMO:
O Juiz Federal William Douglas (branco) e o advogado José Roberto Militão (negro)
falam sobre as cotas nas Universidades Federais.

O programa se chama "Cidadania" e teremos as seguintes reprises:
Segunda- dia 22 - 19h00
Terça - dia 23 - 03h00
Quarta - dia 24 - 06h00
Quinta - dia 25 - 13h30
Sexta - dia 26 - 19h00

Dê sua opinião:
Alô Senado - 0800 61 2211
Endereço eletrônico:
tv@senado.gov.br
CartaSenado FederalVia N2 - Anexo II - Bloco B - SubsoloBrasília - DF CEP: 70165-920
Fax (61) 3311-4559
Programação - (61) 3311-4647

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

Divergências e falta de quórum adiam audiência pública sobre cotas nas universidades

COMISSÕES / Educação
15/12/2008 - 17h57

[Foto: audiência pública conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ); de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH); e de Educação, Cultura e Esporte (CE)]
A audiência pública conjunta agendada para esta segunda-feira (15) para debater o projeto (PLC 180/08) que cria cotas raciais e sociais no ensino universitário não atingiu o quórum necessário para ser iniciada e foi adiada para a próxima quarta-feira (17), às 14h. Além disso, surgiu uma divergência quanto à forma como foi redigido o texto do projeto, que permite interpretações variadas e conflitantes a respeito dos critérios para a reserva de 50% das vagas nas universidades públicas para estudantes que tenham cursado integralmente o ensino médio em escolas públicas.
A audiência pública conjunta das Comissões de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ); de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH); e de Educação, Cultura e Esporte (CE) tem como objetivo instrumentar os senadores sobre a matéria.
O projeto prevê subdivisões da percentagem das vagas destinadas a alunos das escolas públicas de ensino médio. Desse total, uma parte se destinaria a alunos cuja renda per capita familiar não seja maior que 1,5 salários mínimos, e outra parte aos alunos que se autodeclarem negros, pardos e indígenas, de acordo com o percentual estadual apurado pelo Censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) do ano 2000.
O autor do requerimento para a realização da audiência, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), disse que da forma como está redigido o projeto "acaba havendo um certo preconceito contra o branco pobre". Em sua avaliação, o projeto traz uma coisa, enquanto seus defensores dizem que está escrita outra.
- O branco pobre está contemplado, mas não naquela metade em que deveria estar. Na realidade, o negro entra ali também, junto com o índio e o pardo. Então nós precisamos estabelecer bem como vai ser essa divisão. Porque se ficar obscuro, o grande desprotegido passa a ser o branco pobre que recebe menos que 1,5 salários mínimos. Nós vamos estabelecer uma cota muito grande, que vai contemplar todos os grupos raciais menos o branco pobre - alertou.
Demóstenes disse que o projeto "está muito mal redigido", insistindo que a lei precisa ser clara. O senador assinalou que não se trata de ter opinião sobre A ou B, mas de saber o que está sendo votado para evitar que uma mudança radical do sistema educacional brasileiro seja aprovada de qualquer maneira e acabe prejudicando mais do que beneficiando.
- Não é algo simples; é muito profundo. Se formos votar assim, amanhã é a Justiça que vai decidir. Vamos ficar quatro, cinco, dez anos, para a Justiça decidir isso. Então vamos clarear, saber o que está sendo votado e o brasileiro vai compreender o que vai ser votado. Bom ou ruim, vence a maioria sempre - lembrou
A relatora da matéria na CCJ, senadora Serys Slhessarenko (PT-MT), disse que, do seu ponto de vista, o texto do projeto está claro e que a questão é política. Para ela, o projeto está tramitando no Congresso Nacional há quase dez anos porque "muitos não querem que a lei seja aprovada".
Serys ressaltou que os pobres, os negros, os índios e os pardos não têm chance de chegar à universidade pública.
- É um momento decisivo na sociedade brasileira para que eles tenham oportunidade. Eu espero que chegue o dia em que não seja mais preciso cota, mas, enquanto precisar, nós temos que trabalhar para que isso aconteça - afirmou.

Ricardo Icassatti / Agência Senado
Ideli sugere votação em Plenário, na quarta-feira, de projeto que amplia vagas em universidades para estudantes de escolas públicas
(Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)
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As cotas para negros: por que mudei de opinião

William Douglas, juiz federal (RJ), mestre em Direito (UGF),

especialista em Políticas Públicas e Governo (EPPG/UFRJ), professor

e escritor, caucasiano e de olhos azuis.

Roberto Lyra, Promotor de Justiça, um dos autores do Código Penal de 1940, ao lado de Alcântara Machado e Nelson Hungria, recomendava aos colegas de Ministério Público que "antes de se pedir a prisão de alguém deveria se passar um dia na cadeia". Gênio, visionário e à frente de seu tempo, Lyra informava que apenas a experiência viva permite compreender bem uma situação.

Quem procurar meus artigos, verá que no início era contra as cotas para negros, defendendo – com boas razões, eu creio – que seria mais razoável e menos complicado reservá-las apenas para os oriundos de escolas públicas. Escrevo hoje para dizer que não penso mais assim. As cotas para negros também devem existir. E digo mais: a urgência de sua consolidação e aperfeiçoamento é extraordinária.

Embora juiz federal, não me valerei de argumentos jurídicos. A Constituição da República é pródiga em planos de igualdade, de correção de injustiças, de construção de uma sociedade mais justa. Quem quiser, nela encontrará todos os fundamentos que precisa. A Constituição de 1988 pode ser usada como se queira, mas me parece evidente que a sua intenção é, de fato, tornar esse país melhor e mais decente. Desde sempre as leis reservaram privilégios para os abastados, não sendo de se exasperarem as classes dominantes se, umas poucas vezes ao menos, sesmarias, capitanias hereditárias, cartórios e financiamentos se dirigirem aos mais necessitados.

Não me valerei de argumentos técnicos nem jurídicos dado que ambos os lados os têm em boa monta, e o valor pessoal e a competência dos contendores desse assunto comprovam que há gente de bem, capaz, bem intencionada, honesta e com bons fundamentos dos dois lados da cerca: os que querem as cotas para negros, e os que a rejeitam, todos com bons argumentos.

Por isso, em texto simples, quero deixar clara minha posição como homem, cristão, cidadão, juiz, professor, "guru dos concursos" e qualquer outro adjetivo a que me proponha: as cotas para negros devem ser mantidas e aperfeiçoadas. E meu melhor argumento para isso é o aquele que me convenceu a trocar de lado: "passar um dia na cadeia". Professor de técnicas de estudo, há nove anos venho fazendo palestras gratuitas sobre como passar no vestibular para a EDUCAFRO, pré-vestibular para negros e carentes.

Mesmo sendo, por ideologia, contra um pré-vestibular "para negros", aceitei convite para aulas como voluntário naquela ONG por entender que isso seria uma contribuição que poderia ajudar, ou seja, aulas, doação de livros, incentivo. Sempre foi complicado chegar lá e dizer minha antiga opinião contra cotas para negros, mas fazia minha parte com as aulas e livros. E nessa convivência fui descobrindo que se ser pobre é um problema, ser pobre e negro é um problema maior ainda.

Meu pai foi lavrador até seus 19 anos, minha mãe operária de "chão de fábrica", fui pobre quando menino, remediado quando adolescente. Nada foi fácil, e não cheguei a juiz federal, a 350.000 livros vendidos e a fazer palestras para mais de 750.000 pessoas por um caminho curto, nem fácil.. Sei o que é não ter dinheiro, nem portas, nem espaço. Mas tive heróis que me abriram a picada nesse matagal onde passei. E conheço outros heróis, negros, que chegaram longe, como Benedito Gonçalves, Ministro do STJ, Angelina Siqueira, juíza federal. Conheço vários heróis, negros, do Supremo à portaria de meu prédio.

Apenas não acho que temos que exigir heroísmo de cada menino pobre e negro desse país. Minha filha, loura e de olhos claros, estuda há três anos num colégio onde não há um aluno negro sequer, onde há brinquedos, professores bem remunerados, aulas de tudo; sua similar negra, filha de minha empregada, e com a mesma idade, entrou na escola esse ano, escola sem professores, sem carteiras, com banheiro quebrado. Minha filha tem psicóloga para ajudar a lidar com a separação dos pais, foi à Disney, tem aulas de Ballet. A outra, nada, tem um quintal de barro, viagens mais curtas. A filha da empregada, que ajudo quanto posso, visitou minha casa e saiu com o sonho de ter seu próprio quarto, coisa que lhe passou na cabeça quando viu o quarto de minha filha, lindo, decorado, com armário inundado de roupas de princesa. Toda menina é uma princesa, mas há poucas das princesas negras com vestidos compatíveis, e armários, e escolas compatíveis, nesse país imenso. A princesa negra disse para sua mãe que iria orar para Deus pedindo um quarto só para ela, e eu me incomodei por lembrar que Deus ainda insiste em que usemos nossas mãos humanas para fazer Sua Justiça. Sei que Deus espera que eu, seu filho, ajude nesse assunto. E se não cresse em Deus como creio, saberia que com ou sem um ser divino nessa história, esse assunto não está bem resolvido. O assunto demanda de todos nós uma posição consistente, uma que não se prenda apenas à teorias e comece a resolver logo os fatos do cotidiano: faltam quartos e escolas boas para as princesas negras, e também para os príncipes dessa cor de pele.

Não que tenha nada contra o bem estar da minha menina: os avós e os pais dela deram (e dão) muito duro para ela ter isso. Apenas não acho justo nem honesto que lá na frente, daqui a uma década de desigualdade, ambas sejam exigidas da mesma forma.. Eu direi para minha filha que a sua similar mais pobre deve ter alguma contrapartida para entrar na faculdade. Não seria igualdade nem honesto tratar as duas da mesma forma só ao completarem quinze anos, mas sim uma desmesurada e cruel maldade, para não escolher palavras mais adequadas.

Não se diga que possamos deixar isso para ser resolvido só no ensino fundamental e médio. É quase como não fazer nada e dizer que tudo se resolverá um dia, aos poucos. Já estamos com duzentos anos de espera por dias mais igualitários. Os pobres sempre foram tratados à margem. O caso é urgente: vamos enfrentar o problema no ensino fundamental, médio, cotas, universidade, distribuição de renda, tributação mais justa e assim por diante. Não podemos adiar nada, nem aguardar nem um pouco.

Foi vendo meninos e meninas negros, e negros e pobres, tentando uma chance, sofrendo, brilhando nos olhos uma esperança incômoda diante de tantas agruras, que fui mudando minha opinião. Não foram argumentos jurídicos, embora eu os conheça, foi passar não um, mas vários "dias na cadeia". Na cadeia deles, os pobres, lugar de onde vieram meus pais, de um lugar que experimentei um pouco só quando mais moço. De onde eles vêm, as cotas fazem todo sentido.

Se alguém discorda das cotas, me perdoe, mas não devem faze-lo olhando os livros e teses, ou seus temores. Livros, teses, doutrinas e leis servem a qualquer coisa, até ao nazismo. Temores apenas toldam a visão serena. Para quem é contra, com respeito, recomendo um dia "na cadeia". Um dia de palestra para quatro mil pobres, brancos e negros, onde se vê a esperança tomar forma e precisar de ajuda. Convido todos que são contra as cotas a passar conosco, brancos e negros, uma tarde num cursinho pré-vestibular para quem não tem pão, passagem, escola, psicólogo, cursinho de inglês, ballet, nem coisa parecida, inclusive professores de todas as matérias no ensino médio.

Se você é contra as cotas para negros, eu o respeito. Aliás, também fui contra por muito tempo. Mas peço uma reflexão nessa semana: na escola, no bairro, no restaurante, nos lugares que freqüenta, repare quantos negros existem ao seu lado, em condições de igualdade (não vale porteiro, motorista, servente ou coisa parecida). Se há poucos negros ao seu redor, me perdoe, mas você precisa "passar um dia na cadeia" antes de firmar uma posição coerente não com as teorias (elas servem pra tudo), mas com a realidade desse país. Com nossa realidade urgente. Nada me convenceu, amigos, senão a realidade, senão os meninos e meninas querendo estudar ao invés de qualquer outra coisa, querendo vencer, querendo uma chance.

Ah, sim, "os negros vão atrapalhar a universidade, baixar seu nível", conheço esse argumento e ele sempre me preocupou, confesso. Mas os cotistas já mostraram que sua média de notas é maior, e menor a média de faltas do que as de quem nunca precisou das cotas. Curiosamente, negros ricos e não cotistas faltam mais às aulas do que negros pobres que precisaram das cotas. A explicação é simples: apesar de tudo a menos por tanto tempo, e talvez por isso, eles se agarram com tanta fé e garra ao pouco que lhe dão, que suas notas são melhores do que a média de quem não teve tanta dificuldade para pavimentar seu chão. Somos todos humanos, e todos frágeis e toscos: apenas precisamos dar chance para todos.

Precisamos confirmar as cotas para negros e para os oriundos da escola pública. Temos que podemos considerar não apenas os deficientes físicos (o que todo mundo aceita), mas também os econômicos, e dar a eles uma oportunidade de igualdade, uma contrapartida para caminharem com seus co-irmãos de raça (humana) e seus concidadãos, de um país que se quer solidário, igualitário, plural e democrático. Não podemos ter tanta paciência para resolver a discriminação racial que existe na prática: vamos dar saltos ao invés de rastejar em direção a políticas afirmativas de uma nova realidade.

Se você não concorda, respeito, mas só se você passar um dia conosco "na cadeia". Vendo e sentindo o que você verá e sentirá naquele meio, ou você sairá concordando conosco, ou ao menos sem tanta convicção contra o que estamos querendo: igualdade de oportunidades, ou ao menos uma chance. Não para minha filha, ou a sua, elas não precisarão ser heroínas e nós já conseguimos para elas uma estrada. Queremos um caminho para passar quem não está tendo chance alguma, ao menos chance honesta. Daqui a alguns poucos anos, se vierem as cotas, a realidade será outra. Uma melhor. E queremos você conosco nessa história.

Não creio que esse mundo seja seguro para minha filha, que tem tudo, se ele não for ao menos um pouco mais justo para com os filhos dos outros, que talvez não tenham tido minha sorte. Talvez seus filhos tenham tudo, mas tudo não basta se os filhos dos outros não tiverem alguma coisa. Seja como for, por ideal, egoísmo (de proteger o mundo onde vão morar nossos filhos), ou por passar alguns dias por ano "na cadeia" com meninos pobres, negros, amarelos, pardos, brancos, é que aposto meus olhos azuis dizendo que precisamos das cotas, agora..

E, claro, financiar os meninos pobres, negros, pardos, amarelos e brancos, para que estudem e pelo conhecimento mudem sua história, e a do nosso país comum pois, afinal de contas, moraremos todos naquilo que estamos construindo.

Então, como diria Roberto Lyra, em uma de suas falas, "O sol nascerá para todos.. Todos dirão – nós – e não – eu. E amarão ao próximo por amor próprio. Cada um repetirá: possuo o que dei. Curvemo-nos ante a aurora da verdade dita pela beleza, da justiça expressa pelo amor."

Justiça expressa pelo amor e pela experiência, não pelas teses. As cotas são justas, honestas, solidárias, necessárias. E, mais que tudo, urgentes. Ou fique a favor, ou pelo menos visite a cadeia.

domingo, 14 de dezembro de 2008

Estudantes cotistas valorizam mais a vaga na universidade, revela estudo

Ana Luiza Zenker
Repórter da Agência Brasil

Brasília - Os estudantes que entraram na universidade por meio do sistema de cotas para negros tendem a valorizar mais a sua vaga do que aqueles que não são cotistas, especialmente nos cursos considerados de baixo prestígio. Essa é uma das conclusões do estudo Efeitos da Política de Cotas na UnB: uma Análise do Rendimento e da Evasão, coordenado pela pedagoga Claudete Batista Cardoso, pesquisadora da Universidade de Brasília (UnB).

De acordo com a pedagoga, os cotistas negros obtiveram notas melhores do que os demais alunos em 27 cursos da UnB. No curso de música, por exemplo, as notas dos cotistas são 19% superiores às dos demais estudantes. Eles também se destacam em cursos como matemática, em que a diferença é de 15%, artes cênicas (14%), artes plásticas (14%), ciências da computação (13%) e física/licenciatura (12%).

De acordo com Claudete Cardoso, uma das explicações para o melhor desempenho é que os cotistas valorizam mais o fato de passar no vestibular e entrar na universidade, o que para eles pode representar uma possibilidade de mobilidade social.

“Até porque [geralmente] eles não conseguem entrar na universidade, então vêm as cotas, eles têm uma chance maior e tem sido atribuído esse melhor desempenho deles a um maior esforço para preservar a vaga, para chegar ao fim do curso”, disse a pesquisadora, em entrevista à Agência Brasil.

O estudo também mostrou que, em geral, os alunos cotistas têm desempenho melhor nos cursos da área de humanidades, rendimento semelhante ao dos demais na área de saúde e notas inferiores em alguns cursos de exatas, particularmente as engenharias. Isso porque são cursos que requerem uma base melhor do ensino médio, segundo Claudete.

“O aluno já entrou sabendo que uma das dificuldades é a barreira do vestibular, por isso a instituição das cotas. Na universidade ele precisa dessa base, é uma base que ele necessariamente vai ter que ter, então a dificuldade que ele encontra no vestibular se repete na universidade, por isso a diferença entre eles é bem maior e o cotista vai pior do que o não-cotista”, explicou.

Isso justifica as notas menores em cursos como engenharia civil (41% inferior às dos não-cotistas), engenharia mecatrônica (-32%) e engenharia elétrica (-12%).

Por outro lado, o caso do curso de matemática – no qual, apesar de ser da área das ciências exatas, os cotistas têm notas melhores – se justifica por ser um curso pouco prestigiado, não só na universidade, mas também socialmente e em termos de remuneração para o profissional.

De acordo com Claudete, em geral, os alunos acabam desistindo da carreira, já que o curso demanda um esforço relativamente grande, mas nem sempre dá o retorno profissional desejado. Para os cotistas, a visão é diferente. “Eles dão muito valor ao curso, mesmo que seja um curso de baixo prestígio social.”

Fonte: http://www.agenciabrasil.gov.br/noticias/2008/12/14/materia.2008-12-14.7115375794/materia_view

II Bahia Afro Festival Film - BA

O II Bahia Afro Festival Film acontece em Salvador a partir
desta segunda-feira, dia 15 de dezembro, com um seminário
que discutirá o uso do audiovisual no ensino da história da
África e da cultura afro-brasileira.
O Festival prossegue até o dia 21 de dezembro, exibindo
filmes gratuitos na Senzala do Barro Preto, sede do Ilê
Aiyê, no Curuzu.
A cerimônia de abertura será dia 16 de dezembro, às 20h,
com o filme "Até Oxalá vai a guerra", sobre a demolição
de um terreiro de
Candomblé pela Prefeitura de Salvador.
E o encerramento contará com um grande show de música
negra, com Aloísio Menezes, Márcia Short, Wil Carvalho,
Gerônimo e o DJ Sankofa.

PROGRAMAÇÃO
Baff – Senzala do Barro Preto – ILÊ AIYÊ

Dia 16 de dezembro (terça-feira)

20h
SOLENIDADE DE ABERTURA
Exibição:
“Jornal do Festival” 08 '
“Até Oxalá vai a Guerra”
de Carlos Pronzato e Stefano Barbi. prod.:Mestiça Filmes.
Doc cor. 40' Brasil 2008
sinopse: Em fevereiro de 2008, a prefeitura de Salvador,
demoliu o terreiro de candomblé OYÁ ONIPÓ NETO, configurado um ato
de intolerância religiosa, e violência frente as influências
culturais e africanas na Bahia.
Debate com a presença dos realizadores e convidados especiais.

Dia 17 de dezembro (quarta-feira)

Das 10 às 12h
“Jornal do festival”
“Coletânea de desenhos animados com personagens afro–descendentes”
“Orixás da Bahia”
de Lázaro Faria – Prod. Casa de Cinema da Bahia
Doc. Cor 40' Brasil 2000.
sinopse: Filme educativo cultural sobre 10 (dez) orixás de
origem yorubá. Este filme teve a supervisão de Mãe Stella de
Oxóssi, uma das mais importantes yalorixás do Candomblé.

Das 14 às 16h
Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart House Film Boards
ensaio P/B 03' EUA 2008
sinopse: pontuado ritmicamente aos sons de flauta e piano, a
câmera passeia livremente por um grupo de Ballet Creole,
revivendo gestos e expressões de liberdade.

Filme: “Jornal do Festival”

Filme “Nappy Heads” - de Sabrina Moella - prod. Hart House Film
Boards
ensaio P/B 03' EUA 2008

Filme: “Sete Dias em Burkina”, de Carlinhos Antunes e Márcio
Wernek – prod. Linha do tempo e Mundano prod.
Doc. Cor 52' Brasil 2006
sinopse: Documentário que retrata a história e a cultura de
Burkina Faso, país da África Ocidental, apontado pelo IDH
- Índice de Desenvolvimento Humano – como o penúltimo país
mais pobre do mundo. O país abriga um dos festivais de
música mais importante do continente, o NAK – Festival Noites
Atípicas de Koudougou.

Das 17 às 19h.
Filme: “Jornal do Festival”
Filme: “Mandinga em Manhatan” de Lazaro Faria – prod. Casa
de Cinema da Bahia
Doc. Cor 50' Brasil 2005
sinopse: o filme retrata a diáspora da capoeira a partir
da Bahia e sua chegada aos cinco continentes, através dos
mestres de capoeira.

Filme: “Samba riachão” de Jorge Alfredo – prod. Truq cine
vídeo
Doc. Cor 80' Brasil 2001
sinopse: Samba Riachão percorre os caminhos sinuosos de
um artista popular negro,pobre e famoso que vestido de
malandro e possuído pelo samba, se tornou uma lenda viva
ao povo brasileiro.

Das 20 às 22h.
Filme: “Jornal do Festival”
“Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house film boards
ensaio P/B 03' EUA 2008

Filme: ”NZINGA” de Octávio Bezerra – prod. Rode de la
Creta
ficção cor 120' Brasil
sinopse: o filme é sobre a teia da percussão, desde
o toque ancestral do candomblé até a música
contemporânea afro-brasileira e retrata um Brasil
mestiço que ginga protegido pela rainha NZinga.

Dia 18 de dezembro (quinta-feira)

A partir das 10h
Filme: “Jornal do festival”
“Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house film boards
ensaio P/B 03' EUA 2008

Filme: “O pescador de estrelas” de Marcela Rincon
– prod. Animação cor 12' Colômbia
sinopse: um tributo a imaginação infantil e a
tradição oral do pacífico colombiano tendo como
cenário as praias de Pianguita para contar uma
história de amor salpicada de fantasias.

Filme: “Coletânea de desenho animado” animação cor 71'
Das 14 às 16h.
Filme: “Jornal do festival”
Filme: “Orixá da Bahia “ - prod. Casa de Cinema da Bahia
Doc. Cor 40' Brasil 2000

Filme: “Em nome de Cristo” - de Roger M'Bala
prod. Abyssa filmes/amka filmes
ficção cor 82' Africa 1993
sinopse: numa pequena aldeia da costa africana,
vive um pobre criador de porcos desprezado por
todos. Um dia, teve a visão de um deus criança
que o escolhe para salvar seu povo. Ele se torna
então Magloire. primeiro primo de Cristo, funda
uma seita, e a aldeia fica dividida entre
seguidores e acusadores estabelecendo o conflito.

Das 17 às 19h
Filme: “Jornal do festival”
Filme: “A Vênus da Lapa”, de Flávio Leandro
prod. Jabi Onsky prod.
Ficção cor 12' Brasil 2007
sinopse: baseado em um conto de Lígia fagundes
Telles, narra a vida de um mecânico que se apaixona
por um travesti num cabaré do RJ.

Filme: “DRUM” de Zola Mazeko
prod. Black roots pictures
ficção cor 104' Africa do Sul 2004.
sinopse: Drum é um filme sobre a vida de um
jornalista famoso em Sofhia Town, bairro símbolo
da resistência cultural em Johannesburg - África
do Sul. O jornalista denuncia as condições que os
negros vivem na época da segregação.

Das 20 às 22h.
Filme: “Jornal do festival”
Filme: “Manuel Zapata, abridor de caminhos”, de
Maria Lopez.
Prod. Azul e Naranja prod.
Doc. Cor 28' Colômbia 2007
sinopse: a vida de Manuel Zapata, um dos afro -
colombianos mais destacados do século XX, escritor, antropólogo e cientista social. Zapata, mais que isso, um vagabundo aventureiro apaixonado por viagens e pela natureza, sempre buscando caminhos para seu povo.

Filme: “Negro Pacífico” de Andrea Arboleda e J. Muñoz
prod. Manu generacion áudio virtual
Doc. Cor 52' Colômbia 2004
sinopse: o documentário põe em cena a vida de “El
suave”, que regressa a sua terra para reencontrar
sua mãe e sua história.

Filme: “Até Oxalá vai a guerra” de Carlos Pronzato
e Stefano Barbi.
Prod.: Mestiça Áudio. Virtual
Doc. Cor 40' Brasil 2008

Dia 19 de dezembro (Sexta-feira)

Das 10 às 12h.
Filme: “Jornal do Festival”
Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house film boards
ensaio P/B 03' EUA 2008

Filme: “Coletânea de desenhos animados dos com
personagens afro–descendentes”
de Lázaro Faria – Prod. Casa de Cinema da Bahia
animação cor 71'

Das 14 às 16 h.
Filme: “Jornal do Festival”

Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house filme boards
ensaio P/B 03' EUA 2008

Filme: “Sete dias em Burkina”
de Carlinhos Antunes e Márcio Werneck
prod. Linha do tempo / mudano produções
Doc. Cor 52' Brasil

Filme: “Família Alcântara”
de Lilian e Daniel santiago
prod. Terra firme digital
Doc. Cor 56' Brasil 2004
Sinopse: a Família Alcântara é composta por 65
pessoas e suas origens remetem-se à bacia do
Rio Congo, no continente africano. Atualmente
vivem na cidade de João Monlevade, na região
mais conhecida como Vale do Aço. Através de um
intenso trabalho cultural seguem sua história,
mantida por séculos de tradição oral.

Das 17 às 19h

Filme: “Jornal do Festival”

Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house filme boards
ensaio P/B 03' EUA 2008

Filme: “DRUM” de Zola Mazeko
prod. Black roots pictures
ficção cor 104' Africa do Sul 2004.

A partir das 20h

Filme: “Jornal do Festival”

Filme: “Nappy Heads”
de Sabrina Moella – prod. Hart house film boards
ensaio P/B 03' EUA 2008

Filme: “Cidade das mulheres” de Lázaro Faria
prod. Casa de cinema da Bahia
Doc. Cor 72' Brasil 2004.

Filme: “Balé de pé no chão”
de Lilian Santiago e marina Monteiro
prod. Terra firme digital
Doc. Cor 52' Brasil 2005.
Sinopse: a origem a ascensão de Mercedes batista, a
1º bailarina clássica negra brasileira, que após
enfrentar as discriminações e preconceitos, se torna
a famosa e respeitada bailarina no Brasil e no
exterior, um exemplo de talento e determinação.

Dia 20 de dezembro (Sábado)

A partir das 20h.

· CERIMÔNIA DE ENCERRAMENTO

Filme: “Jornal do Festival”

Homenageados:
· Luiz Orlando (in memorian) - Cineclubista
· Ruth de Souza - Atriz
· Antônio Carlos dos Santos - Vovô do Ilê Aiyê
· João Silva - Publicitário

l Premiação de melhor Filme com entrega do troféu
“Casa de Cinema da Bahia”

l Menções honrosas com troféus.

Filme: “exibição do filme premiado”

Show Musical de encerramento com os artistas:

· Will Carvalho
· Aloísio Menezes
· Gerônimo
· Márcia Short

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Leis e decretos no Brasil relativos aos escravos e africanos

N.2 – GUERRA – EM 6 DE JANEIRO DE 1822

Manda castigar com açoites os escravos capoeiras presos em flagrante delicto.

Chegando ao conhecimento de S. Real a desagradavel certeza de reiterados factos praticados pelos negros capoeiras em prejuizo do socego e tranquilidade publica, a ponto de chegarem a quebrar com pedras as vidraças de alguma casa desta Cidade; sem que das ulteriores ordens para evitar estes e outros acontecimentos tenha resultado o util fim, que era de esperar; Manda o Principe Regente, pela Secretaria de Estado dos Negocios da Guerra, estranhar ao Coronel Commandante do Corpo da Guarda Real da Policia, o pouco cuidado que tem tomado em prevenir taes acontecimentos, autorisando-o novamente para que, logo que qualquer escravo capoeira fôr achado neste flagrante delicto, seja immediatamente levado ao Posto mais vizinho, e ahi soffra a pena de 100 açoites, sendo logo depois entregue a seu senhor, quando outra culpa não tenha commettido: devendo o referido Coronel Commandante, que ficar responsável pelo deleixo em que cahir o activo cumprimento desta ordem, facilitar 4 dias de licença à proporção do numero dos delinquentes que capturar. Paço, 6 de janeiro de 1822 – Carlos Frederico de Caula.

...........................................................

DECRETO – DE 25 DE JUNHO DE 1831

Proibe a admissão de escravos como trabalhadores ou como officiaes das artes necessarias, nas estações públicas da Provincia da Bahia.

A Regência em nome do Imperador , o Senhor D. Pedro II. Tem Sanccionado e Manda que se execute o que resolveu a Assembleia Geral Legislativa, sobre Resolução do Conselho Geral da Provincia da Bahia.

Art. 1º – Nas Estações publicas desta Provincia não serão admittidos escravos, como trabalhadores, ou como officiaes das artes necessarias; enquanto houverem ingenuos ou libertos, que nella queiram empregar-se.

Art. 2º – Os ditos ingenuos ou libertos serão convidados para trabalharem, ou exercitarem as respectivas artes, por meio de editaes, não sómente affixados nos lugares publicos e portas das Estações; mas ainda impressos em folhas, declarando-se nelles os jornaes, que hão de vencer, e outras quaesquer vantagens, se as houver.

Art. 3º - Ainda depois do prazo de mercado nos editaes, apparecendo pessoas livres, que queiram ser admittidas, devel-o- hão logo ser, excluindo-se os escravos, que estejam trabalhando, ou exercendo alguma arte, porque não houvesse pessoas livres.

Art 4º - O Chefe de qualquer Repartição Publica, que contravier as presentes disposições , pela primeira vez será obrigado a pagar a sua fazenda aos escravos os jornaes vencidos; e no caso de estares já pagos, reporá a sua importancia, que reverterá em proveito do municipio. Pela Segunda vez, ficará sujeito à mesma pena, e a tres mezes de suspensão. E pela terceira vez, de mais declarado inhabil, para continuar no exercício do emprego.

Manoel José de Souza França, do Conselho do mesmo Imperador, Ministro e Secretario de Estado dos Negocios da Justiça, encarregado interinamente dos do Imperio , o tenha assim entendido, e faça executar.

Palacio do Rio de Janeiro em vinte e cinco de Junho de mil oitocentos trinta e um, decimo da Independencia e do Imperio.


FRANCISCO DE LIMA E SILVA
JOSÉ DA COSTA CARVALHO
JOAO BRAULIO MONIZ.
Manoel José de Souza França

FONTE: Mensagem eletrônica de João Jorge - Olodum

Lançamento de "Cadernos Negros - v. 31" - SP

Dia 18 de Dezembro, quinta feira, 19h
na FAM - Faculdade das Américas
Rua Augusta, 973 - a três quarteirões da Av. Paulista - Metrô Consolação
Entrada Franca.

Lançamento do livro:

CADERNOS NEGROS - Volume 31
Autores: Ademiro Alves (Sacolinha), Claudia Waleska, Cuti, Dirce Pereira do Prado, Edson Robson Alves dos Santos, Elio Ferreira, Esmeralda Ribeiro, Fausto Antonio, Jamu Minka, Luiz de Oliveira, Márcio Barbosa, Mel Adun, Miriam Alves, Neurival, Tico de Sousa, Rubens Augusto, Sergio Ballouk, Sidney Oliveira e Ruimar Batista.

Shows, bate papo literário afro, encenações, coquetel e noite de autógrafos.

Maiores informações: www.quilombhoje.com.br
quilombhoje@quilombhoje.com.br

Discutindo Racismo e Educação - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

As políticas públicas e a desigualdade racial no Brasil 120 anos após a abolição

O Ipea lançou no Dia da Consciência Negra, o livro "Desigualdades raciais, racismo e políticas públicas 120 anos após a abolição". O livro apresenta um conjunto de estudos enfocando diversos aspectos da questão racial no Brasil e traz número atualizados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) e uma série histórica desde 1890. O Livro Inicia com um enfoque histórico que analisa a formação do mercado de trabalho brasileiro à luz do passado escravista e da transição para o trabalho livre. Trata, entre outros temas, da questão racial tendo em vista as diferentes abordagens do estudo da mobilidade social, proporcionando um rico quadro da trajetória dos estudos sobre o assunto. Analisa as políticas públicas de combate à desigualdade racial no Brasil seus limites e abrangência. Faça aqui (http://www.ipea.gov.br/sites/000/2/livros/Livro_desigualdadesraciais.pdf) o download gratuito da publicação.

Mário Theodoro (org.) Luciana Jaccoud Rafael Guerreiro e Osório Sergei Soares / Brasília, 2008

O livro apresenta um conjunto de estudos enfocando diversos aspectos da questão racial no Brasil. Inicia com um enfoque histórico (capítulo 1), que analisa a formação do mercado de trabalho brasileiro à luz do passado escravista e da transição para o trabalho livre. Na seqüência, há um capítulo (2) sobre a discriminação racial e a ideologia do branqueamento que ganham força, sobretudo a partir da abolição.
O terceiro capítulo trata do tema racial tendo em vista as diferentes abordagens sobre a questão da mobilidade social, proporcionando um rico quadro da trajetória dos estudos relacionados ao tema. Os capítulos 4 e 5 tratam dos dados mais recentes sobre as desigualdades raciais, extraídos da Pnad: um sobre os aspectos demográficos outro sobre os diferencias de renda. Já o capítulo 6 trata das políticas públicas de combate à desigualdade racial no Brasil, seus limites e abrangência. Finalmente, no capítulo 7 são apresentadas algumas conclusões com base no que foi discutido nos capítulos anteriores.
Solicitação de exemplares: glaucia@ipea.gov.br

Lançamento do filme "Malê Debalê" - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Câmara reconhece prática de capoeira como profissão

Laycer Tomaz

Mabel retirou a exigência de inscrição do mestre capoeirista na Confederação Brasileira de Capoeira.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ) aprovou na última quarta-feira (3), em caráter conclusivo, o Projeto de Lei 7150/02, do deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB-SP), que reconhece a prática de capoeira como profissão. O projeto já aprovado pela Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público segue para a análise do Senado.
Pela proposta, o capoeirista passa a ser considerado atleta profissional, apto a participar de eventos públicos ou privados mediante remuneração. A capoeira já é reconhecida como manifestação cultural de dança, de luta ou de outras formas de competição.
A CCJ aprovou o parecer do relator, deputado Sandro Mabel (PR-GO), pela constitucionalidade, juridicidade e técnica legislativa do projeto, com emenda que suprime a exigência de inscrição do mestre capoeirista na Confederação Brasileira de Capoeira (CBC). Segundo Mabel, essa exigência criaria indesejável reserva de mercado, em conflito com o princípio do livre exercício profissional.

Íntegra da proposta:
- PL-7150/2002

Pela coletividade (Zelinda Barros)

Movimentos sociais como o feminismo, que nas últimas décadas têm sido responsáveis pela renovação da agenda política e reorientação na formulação de políticas públicas, convivem em seu momento atual com uma fragmentação interna que, em vez de refletir a saudável pluralidade política na luta por afirmação de direitos de maiorias tornadas minoritárias, tem sido extremamente prejudicial à ampliação de suas ações. Na medida em que interesses de grupos que acederam ao poder público formal reproduzem práticas outrora denunciadas quando se constituíram em forças com propósitos transformadores, a credibilidade dos grupos que ainda se dedicam seriamente a atividades indispensáveis à consolidação democrática aos poucos é comprometida. É necessária uma mudança similar à que deve ocorrer na economia, voltada majoritariamente à reprodução auto-referenciada de capitais especulativos. A alienação do capital, constituído em valor em si mesmo, é comparável à alienação provocada pela busca pelo “empoderamento” das mulheres, palavra recorrentemente utilizada como artifício justificador da manutenção das hierarquias racial e de gênero. Muitas ações que são ditas “empoderadoras”, como oficinas, cursos e outros, muitas vezes escondem justamente o seu compromisso com a manutenção de fronteiras e reprodução de práticas discriminatórias ou contribuem para que as desigualdades prossigam intocadas. Não é o caso de abolir tais iniciativas, que em si não são prejudiciais, mas prestar atenção ao processo no qual elas são forjadas. Muitas vezes persiste a mesma distribuição desigual de atribuições, a mesma busca pelo destaque individual e o desrespeito às diferenças que se diz considerar. Na estrutura formal, chegamos a um ponto em que os grupos que defendem interesses de gênero e raciais se alternam e são mantidas divisões que contribuem para o insucesso das ações propostas. Ou não há, no contexto atual, nenhum elemento que nos credencie a afirmar a possibilidade de construção de identidades coletivas - o que eu ainda duvido, ou temos aí a necessidade de uma profunda reflexão acerca dos rumos que estamos imprimindo à luta por interesses coletivos e da alteração desses rumos. Insisto mais uma vez: a pluralidade é saudável e necessária, mas o desrespeito, a desqualificação, a auto-promoção, a busca desenfreada pelo “poder” são fortes ingredientes de um processo estéril e autofágico em movimentos em que são propostas ações que visem à coletividade.


Encontro com a dramaturga, poeta e romancista angolana Isabel Ferreira - BA

Presente em Salvador com o apoio da Fundacao Pedro Calmon, aceitou visitar o ILUFBA para esta conversa, com o foco na sua producao e na vida angolana. Isabel Ferreira participou ativamente das guerras de libertacao de Angola, eh autora do recem-lancado O guardador de memorias, de A margem das palavras nuas (2006), Fernando d’Aqui (2005), Nirvana (2004), Caminhos ledos (1996), Lacos de amor (1995), Sons d’Alma (discografia), e integra diversas antologias publicadas em Angola, Portugal e Galiza.

DATA: Terca-Feira, 9 de dezembro de 2008.

HORÁRIO: 16h.

LOCAL: Instituto de Letras/UFBA

Campus Universitario de Ondina

ENTRADA FRANCA

Grupo de Estudos de Literaturas/Culturas Africanas / ILUFBA.


Livro resgata as primeiras imagens de professores e alunos negros

Publicada em 05/12/2008 às 16h40m

Alunos e professores da 3ª série da Escola Rodrigues Alves, Rio de Janeiro, 1914

RIO - Foi estudando para sua tese de doutorado em Educação, concluída na UFRJ, que a pedagoga Maria Lúcia Rodrigues teve a sorte de esbarrar com fotos do fim do século XIX e início do XX, que comprovavam - ao contrário do que pensavam alguns estudiosos - que a inclusão de professores negros nas escolas aconteceu bem antes de 1960. Lúcia não consegue precisar exatamente quando isso de fato ocorreu, mas assegura que tenha sido antes mesmo do fim da escravidão. As imagens guardadas pela pesquisadora ao longo de dez anos foram transformadas no livro "A cor da Escola - Imagens da Primeira República" (Ed.UFMT / Estrelinhas) , lançado na última semana.

O exemplar é recheado de 54 fotos raras e inúmeros textos que contam a história dos primeiros professores e alunos negros nas escolas da Primeira República (1889 a 1930), nos estados do Rio de Janeiro e Mato Grosso. De acordo com Lúcia, naquela época os negros ocupavam cargos de destaque nas escolas públicas - eram diretores, por exemplo - e representavam boa parte do quadro de docentes. Da mesma forma, alunos brancos e negros dividiam a mesma sala de aula, em semelhante proporção.

Veja a fotogaleria com fotos do livro

- Escrevi diversos artigos sobre o assunto e as pessoas diziam que eu era louca, que os negros só começaram a estudar para ser professor na década de 1960. Então, me senti desafiada a provar aquilo. Demorou dez anos, desde o dia que achei a primeira foto, mas aí está o resultado - comemora Lúcia, que é pesquisadora associada do Programa de Educação sobre o Negro na Sociedade Brasileira, da UFF, e professora da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT).

Reforma educacional afasta os negros das escolas

Professora da Escola José Pedro Varela, em sala de aula, Rio (1923)
Segundo a pesquisadora, mesmo antes do fim da escravidão, o Brasil tinha milhares de negros livres que se preocupavam com a educação de seus filhos ou se destacavam no magistério. No entanto, como comprovam as imagens do livro, eles foram desaparecendo aos poucos, até se tornarem uma pequena minoria nas escolas públicas da época.

- Entre 1910 e 1930 ocorreu um processo de branqueamento das posições de prestígio e das salas de aula. Muitos intelectuais achavam que a solução para o desenvolvimento do Brasil era a imigração da população européia. Então, foram criadas regras para afastar os negros.

As normas fizeram parte de uma reforma educacional brasileira do início do século passado, que no Rio aconteceu em 1927. Pelas regras implementadas, professores com mais de quatro obturações dentárias, sem algum dos dentes, ou não nascidos na cidade do Rio de Janeiro não eram aceitos nas escolas. Além disso, foi criado um programa de estímulo à aposentadoria, conta Lúcia.

- Com os alunos, o processo foi parecido. Eles precisavam preencher um formulário escolar que mais parecia uma ficha médica, que acabava por discriminar os mais pobres, em sua maioria negros.

Cotas contribuem para a formação de uma elite negra, dia Lúcia

Maria Lúcia Rodrigues / Marta Reis

O resultado dessa política, a professora acredita, é sentido ainda hoje no reduzido número de negros no magistério - apenas 4,3%, segundo dados do último Censo - e nas universidades. Para resolver o problema, ela se diz a favor da reserva de vagas para estudantes negros, adotada por algumas instituições, entre elas a Uerj.

- Pesquisas já comprovaram que os cotistas não diminuíram a qualidade do ensino dessas universidades. Pelo contrário, eles são os mais esforçados. As políticas afirmativas são essenciais para que criemos uma elite negra no país. Se elas não são a solução definitiva, são pelo menos a temporária - defende

domingo, 7 de dezembro de 2008

Audiência pública Quilombo dos Alpes

Prezados Companheiros e Companheiras,

Em virtude dos acontecimentos no Quilombo dos Alpes, socializamos que o Quilombo em conjunto com o Movimento Negro está em Vigília nos dias 06 e 07 de dezembro, pois a Comunidade ainda ameaçada pelo assassino de suas duas lideranças quilombolas Joelma e Guinho, está com dificuldades de garantir sua segurança, seja pela Brigada Militar, Polícia Civil e a própria Polícia Federal, a qual competia a segurança do Quilombo , uma vez que, diante do processo de Titulação aberto no INCRA, deveria ter sua segurança garantida pelo Poder Público Federal.
Também chamamos as organizações e movimentos sociais para uma mobilização em Frente ao Palácio da Polícia Civil do Estado, na segunda feira , 08 de dezembro com concentração a partir das 8.30 da manhã , para um ATO DE PROTESTO CONTRA A VIOLÊNCIA NOS TERRITÓRIOS QUILOMBOLAS E EM ESPECIAL, OS ASSASSINATOS DE JOELMA E GUINHO DIRIGENTES DA ASSOCIAÇÃO QUILOMBOLA DOS ALPES NO DIA 4 DEZEMBRO E CONTRA A NEGLIGÊNCIA DO ESTADO EM TODAS SUAS ESFERAS, SOBRETUDO COM RELAÇÃO A SEGURANÇA PÚBLICA.

Dia 11 de dezembro ocorrerá uma Audiência Pública na Câmara de Vereadores , às 10 horas da manhã com o objetivo garantir a segurança da comunidade, apurar os fatos e fazer justiça social a partir da titulação imediata da comunidade.

ASSOCIAÇÃO DA COMINIDADE REMANESCENTE DOS ALPES D. EDWIRGES

Escritora guineense lança livro no CEAO - BA

NO DIA 09 DE DEZEMBRO, A PARTIR DAS 18 E 30, SERÁ LANÇADO NO CEAO, O LIVRO O DESAFIO DO ESCOMBRO DE AUTORIA DA PROFESSORA MOEMA AUGEL

O DESAFIO DO ESCOMBRO. Nação, identidades, pós-colonialismo na literatura da Guiné-Bissau. Rio de Janeiro: Garamond, 2007, 422 p.

O DESAFIO DO ESCOMBRO é um estudo pioneiro de Moema Parente Augel que trata da literatura contemporânea da Guiné-Bissau, numa abordagem plural à luz dos Estudos Culturais, cruzando conhecimentos e questionamentos sobre ancestralidades, identidades e resistências culturais às velhas e novas formas de colonialismo. A autora, neste ensaio lúcido e consistente, acompanha os diversos momentos da poesia e da prosa guineenses, enquanto espaço de projeção identitária, detectando o papel que assumem seus escritores que, desconstruindo a história hegemônica, se empenham na afirmação da nacionalidade, através das representações simbólicas que fazem a singularidade dessa literatura quase desconhecida, mesmo do público de língua portuguesa.



A conjuntura literária da Guiné-Bissau dos anos 90 em diante é decididamente marcada pela força da dicção de Abdulai Sila e o tratamento do inverso em Mistida; pela recuperação da memória ancestral no cantopoema de Odete Semedo No fundo do canto; pelo acerto de contas de Filinto de Barros com os “Comandantes” e a visão dos esquecidos em Kikia Matcho; pelo riso irônico, divertido e participante das crônicas de Carlos Lopes em Corte Geral , assim como pela multifacetada busca identitária e pela afirmação da diferença nos poemas de Tony Tcheka, Félix Sigá, Huco Monteiro, Respício Nuno, entre outros.

Moema Parente Augel, em O DESAFIO DO ESCOMBRO, analisa e apresenta esses autores e seus textos descolonizados, onde os ecos da opressão colonial e seus prolongamentos transparecem no tecido literário, interligando as práticas de resistência e recuperação da história à arquitetação do futuro. A obra ressalta como esses escritores partem dos destroços de uma utopia em ruínas, promovendo o ressarcimento da auto-estima e do respeito; lutam contra a anulação cultural do acervo simbólico tradicional e a homogeneização redutora das diferenças que constituem a especificidade guineense; apontam pistas para a revivência do espírito identitário da comunidade nacional. Elevando suas vozes testemunhais, reabilitam a história dos vencidos e plasmam, com seus textos, a representação simbólica de uma comunidade de destino, de história e de cultura: a Guiné-Bissau;

Nota sobre a autora:
Moema Parente Augel é Licenciada em Letras pela Universidade Federal da Bahia (UFBa), Mestra em Ciências Humanas pela mesma Universidade e Doutora em Literaturas Africanas pela Faculdade de Letras da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Radicada na Alemanha, foi professora de Português e Cultura Brasileira nas Universidades de Bielefeld e Hamburgo, encontrando-se aposentada desde 2006. Dedica-se há décadas à literatura afrobrasileira e à literatura guineense. Tendo vivido na Guiné-Bissau entre 1992 e 1998, vem publicando uma série de estudos a respeito, destacando-se a Nova Literatura da Guiné-Bissau ((Bissau: INEP, 1998, 466 p.). Outras publicações: Ora di kanta tchiga. José Carlos Schwarz e o Cobiana Djazz (1997); Schwarze Prosa. Prosa Negra. Afrobrasilianische Erzählungen der Gegenwart. (1992); Schwarze Poesie. Poesia Negra. Afrobrasilianische Dichtung der Gegenwart (1988, 1988².); Visitantes estrangeiros na Bahia oitocentista (1980).


NÃO FALTEM!

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Coleção retrata a história do negro no Brasil

Publicação da Caros Amigos Editoral traz um mosaico que mescla o histórico e o contemporâneo, buscando o resgate da História do Negro no Brasil. A publicação enfoca as lutas e a força de uma das culturas mais vigorosas que constituem e constróem nossa nação em todos os aspectos da sua vida.

"O negro construiu basicamente, a riqueza no Brasil. Durante 400 anos, dos 500 que o Brasil tem de existência, o negro foi a classe trabalhadora." Essa frase de Joel Rufino orienta todo o trabalho da coleção de fascículos Os Negros, nova publicação da Caros Amigos Editora.

A coleção traz um mosaico dinâmico que mescla o histórico e o contemporâneo, buscando o resgate da História do Negro no Brasil. A publicação enfoca as lutas e a força de uma das culturas mais vigorosas que constituem e constróem nossa nação em todos os aspectos da sua vida.

Atendendo à lei 10.639 de 2.003 que institui o ensino de História da África nas escolas, os fascículos oferecem material de consulta ao público em geral, professores e alunos.

Produzido pela equipe da Caros Amigos conta com a preciosa contribuição de Joel Rufino dos Santos, negro, historiador, que com seu olhar nos ajuda a dar voz ao outro lado da História. Cada um dos 16 números com 32 páginas apresenta um tema:

1- Resistências e rebeliões I
2- O que é racismo
3- As muitas religiões
4- Os fazedores
5- Resistência e rebeliões II
6- Música Popular
7- O melhor futebol do mundo
8- Música erudita
9- As muitas religiões II
10- Bravas mulheres
11- Os movimentos
12- As muitas religiões II
13- Arte afrobrasileira
14- Resistências e rebeliões III
15- Américas negras
16- Quem construiu o Brasil

No total são 512 páginas. O fascículo número oito trará uma capa dura para encadernar a coleção e no dezesseis um índice onomástico. Para maiores informações, clique AQUI.

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Lançamento do livro "O guardador de memórias", de Isabel Ferreira - BA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ESTUDO DE LINGUAGENS
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS HUMANAS – CAMPUS I

PPGEL CONVIDA

Encontro com a escritora angolana
ISABEL FERREIRA

A escritora autografará seu livro O guardador de memórias
Dia 03 de dezembro de 2008, às 16 horas
Local: UNEB – CAMPUS I Cabula
Sala 03 do Prédio da Pós-Graduação/Salvador/Bahia

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

II Encontro de Performance e Política das Américas e 8º Colóquio do Nepaa - RJ

De 2 a 5 de dezembro, o Núcleo de Estudos das Performances Afro-Ameríndias da Unirio (Nepaa) comemora seus 10 anos de existência com a realização do II Encontro de Performance e Política das Américas e o 8º Colóquio do Nepaa no Rio de Janeiro. O evento reunirá pesquisadores e artistas de diversas localidades em torno das discussões sobre "o universo fronteiriço dos estudos da performance", explica o professor Zeca Ligiéro, coordenador do Nepaa. Este ano, palestras com Amir Haddad, Augusto Boal, João Gabriel Lima (UNB), John Dawsey (USP), Regina Muller (Unicamp) e Cesar Huapaya (UFES) somam-se à oficinas, performances e demonstrações práticas dos alunos e pesquisadores do Núcleo.
A programação completa já está disponível no Bomgá da Mata - www.bomgadamata.org.
Maiores informações podem ser obtidas no campus da Unirio, Av. Pateur, 436, fundos, Urca, Rio de Janeiro, fone (21) 2542-2565.

Truculência Policial destrói a sede da ONG Grupo Cultural Jongo da Serrinha - RJ

A indignação tomou conta de todos e todas na cidade do Rio de Janeiro: a sede da ONG, na Serrinha foi destruída pela polícia em operação

O Dr. Siro Darlan de Oliveira – Presidente do Conselho Estadual de Defesa dos Direitos da Criança e do Adolescente fez pronunciamento imediato:

O Rio de Janeiro está sediando o 3º Congresso Internacional de Combate às Violências sexuais contra crianças e adolescentes. E, paralelamente, a menos de 50 quilômetros do Rio Centro, a polícia dá mais uma demonstração de despreparo e desrespeito às populações mais carentes.

Assim como fizeram na ocupação violenta do Complexo do Alemão, quando deixaram todas as crianças fora das escolas por mais de 60 dias, acabam de destruir um dos raros espaços culturais e educacionais existentes em comunidades empobrecidas, ao atacarem com fúria e violência a população da Serrinha sob o pretexto, aplaudidas por alguns desavisados cidadãos, de combater os comerciantes de drogas, que por incompetência da policia de fronteiras e falta de políticas públicas, obrigação dos governos estaduais e municipais, ocupam o lugar que deveria ter sido preenchido pelo Estado.

O Jongo da Serrinha é um dos mais tradicionais grupos de cultura do país tendo recebido diversos prêmios por seu trabalho artístico e social. Com 40 anos de história, o grupo de Madureira foi fundado por Mestre Darcy e sua mãe, Vovó Maria Joana Rezadeira que, preocupados com a extinção do jongo na cidade, transformaram a antiga dança praticada nos quintais da Serrinha num espetáculo.

... para ler a íntegra do pronunciamento do Dr. Siro Darlan

O Grupo Cultural Jongo da Serrinha está situado à Rua Balaiada – Madureira
- Rio de Janeiro - RJ, CEP 21360-36021-2437-5546

FONTE: Memória Lélia Gonzalez

Seminário “ Raça e Gênero: a dupla militância da mulher negra” - BA

O Instituto Cultural Steve Biko, junto com o Fórum de Quilombos Educacionais da Bahia( Foquiba) tem o prazer de convidá-l@s para participar do 1º Seminário sobre “ Raça e Gênero: a dupla militância da mulher negra” como parte da campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres.

Dia: 06 de Dezembro 2008

Horário: 13h30min ás 18h

Local: Sede Instituto Steve Biko

domingo, 30 de novembro de 2008

Para mudar, "alter-estima" (Zelinda Barros)

A partir da observação de intervenções de colegas feministas e da experiência de trabalho com estudantes cotistas nos últimos meses, tenho refletido bastante sobre as ações desenvolvidas em oficinas e sobre sua efetividade. Durante muito tempo investimos na “recuperação da auto-estima” dos(as) participantes, como se ela garantisse, em grande parte, o desdobramento satisfatório das intervenções. Claro que é importante que qualquer pessoa reconheça e goste de si mesma, mas hoje penso que a consideração da auto-estima como prioritária na mobilização à ação social transformadora não é suficiente, pois o principal problema não é o “eu”, mas o(a) “outro(a)”. O investimento deve ser feito na “alter-estima”, pois falta muita consideração e respeito ao outro, e muitas vezes a supervalorização de nós mesmos(as) não nos permite ver e considerar as necessidades das outras pessoas com as quais interagimos - mesmo aquelas que consideramos “iguais”. Não falo da coletividade anônima referida nos estudos macrossociológicos. Me lembro de uma queixa feita por um ativista negro a respeito da incoerência entre aqueles(as)que proferem discursos impactantes acerca de questões coletivas, mas são incapazes de sequer dar um “Bom dia” a pessoas que ocupam posições de menor status ocupacional, como porteiros, zeladores(as) e garis, ou até mesmo companheiros de ativismo de menor prestígio.

Atualmente, as pessoas estão tão auto-referenciadas que até mesmo um “Oi, tudo bem?” se tornou um ritual vazio, pois quem pergunta não quer saber a resposta e nem mesmo pára para ouvir se você está realmente bem ou mal. Eu vejo com muito bons olhos o avanço, em termos institucionais, provocado pela ação dos movimentos sociais, mas percebo que necessitamos agora de um redimensionamento. Institucionalmente, muito já foi e ainda precisa ser feito, mas não devemos perder de vista que instituições são feitas por pessoas, que estas pessoas têm sentimentos, aspirações e agem a partir de seus próprios lugares, suas vivências, perspectivas... é preciso tocar as pessoas, trazê-las para a ação coletiva não somente porque têm a mesma religião, cor, gênero ou ideologia que nós, mas porque a vida na terra depende de todos(as). E esta convergência é necessária não apenas entre aqueles(as) que tradicionalmente são vistos(as) e se vêem como oponentes mas, principalmente, entre os(as) chamados(as) “companheiros(as)”, que muitas vezes se calam vergonhosamente quando vêem o(a) outro(a) em perigo ou em situação vexatória. Me lembro de um colega de trabalho de meu pai, “amigo” de farras constantes que, num assalto ao local onde trabalhavam, fugiu e o deixou pra trás sem nem mesmo prestar socorro enquanto o amigo era vítima de um atentado.

Palestra "O Trauma intergeracional da escravidão: resiliência e criatividade, observações no Pelourinho" - BA

O Instituto Junguiano da Bahia convida para a palestra gratuita:

"O Trauma intergeracional da escravidão: resiliência e criatividade, observações no Pelourinho"

Com a Drª Denise Gimenez Ramos*

Lançamentos dos Cursos 2009 de Pós-graduação, Aperfeiçoamento e Extensão do Instituto Junguiano da Bahia.

Dia: 04 de dezembro – quinta-feira – das 19h às 22h
Local: Bahia Othon Palace Hotel - Av. Oceânica, Ondina

Informações : IJBA – 71-3356-1645
e-mail: instituto@ijba.com.br
www.ijba.com.br


Psicóloga clínica, doutora em Psicoterapia Clínica e professora titular da PUC-SP. Autora de vários artigos, pesquisas e livros sobre o fenômeno psique-corpo, membro da Internacional Association for Analytical Psychology e da New York Academy of Sciences.

sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Pensamento Social Brasileiro e Participação da Juventude - MG

Data: 08 de dezembro de 2008, às 18h
Debatedores:
Prof. Juarez Guimarães (UFMG)
Beto Cury (Secretaria Nacional de Juventude
Secretaria Geral da Presidência da República)
MvBill (CUFA - Central Única das Favelas)

Mediador:
Prof. Leonardo Avritzer (UFMG)

Local:
Auditório da Fundação Casa de Rui Barbosa
Rua São Clemente, 134 - Botafogo - Rio de Janeiro / RJ

Informações:
(31) 3499-3551

Representações do pensamento social acerca do casamento inter-racial (Zelinda Barros)

RESUMO

Alguns estudos demonstram como opera o conceito de raça em nossa sociedade e a persistência da interdição do casamento entre indivíduos considerados racialmente diferentes, o que nos leva a refletir sobre a importância e a influência da raça como categoria social e as representações existentes a respeito do casamento inter-racial. Neste artigo, são apresentadas e discutidas as representações sociológicas dominantes sobre o casamento inter-racial, muitas vezes reduzidas a uma visão monológica das relações raciais. Após criticar esta concepção, discuto as mudanças ocorridas no casamento e, por fim, proponho uma nova maneira de analisar os casamentos inter-raciais.

Palavras-chave: casamento, raça, representações, casais inter-raciais.

Onde encontrar? http://www.enfoques.ifcs.ufrj.br/marco08/03.htm

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Encerramento do Novembro Negro - BA



(Clique nas imagens para ampliá-las)

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Jovem cientista do Instituto Steve Biko recebe prêmio

JOVEM CIENTISTA: BAIANA RECEBE PRÊMIO NESTA QUINTA, 27 DE NOVEMBRO

Sheila Regina dos Santos Pereira, integrante da equipe pedagógica do Instituto Cultural Steve Biko (ICSB) e grande vencedora na categoria Graduado do Prêmio Jovem Cientista 2007, que teve como tema "Educação para reduzir as desigualdades sociais", viaja essa semana a Brasília para, ao lado dos ganhadores das demais categorias, participar da cerimônia de premiação do XXIII Prêmio Jovem Cientista.

A chegada de Sheila à capital brasileira está prevista para o dia 26 de novembro, quando será oferecido, à noite, um coquetel de confraternização com a coordenação do evento. E no dia 27, às 16 h, ela receberá, no Palácio do Planalto, a premiação máxima dessa edição diretamente das mãos do Presidente da República, Luis Inácio Lula da Silva. Sheila será acompanhada por alguns membros do ICSB: Lázaro Passos Cunha (diretor de projetos), Abraão Félix da Penha (orientador de sua pesquisa), Gabriela Pereira Gusmão (coordenadora pedagógica) e Leonardo Souza (colaborador do instituto), que dividirão com ela esse momento tão especial, não somente para a família Biko, mas para toda a comunidade afro-descendente baiana.

Com o desenvolvimento de projetos sócio-educativos que visam a ascensão da comunidade afro-descendente e o resgate de seus valores ancestrais, o ICSB tem sido, desde 1992, uma grande referência na luta contra as iniqüidades sociais que persistem no Brasil. O instituto foi pioneiro na implantação do primeiro curso pré-vestibular para negros (as) do país, responsável pelo ingresso de mais de 1000 estudantes no ensino superior. Hoje, o ICSB abriga outros quatro projetos voltados para discutir e influenciar as políticas de juventude, dando-lhes ferramentas formativas pautadas na promoção da cidadania e valorização de sua identidade. Egressa de um dos programas educativos do Steve Biko, Sheila é um grande exemplo do sucesso desse trabalho, e serve como estímulo para que essa luta cresça cada vez mais.

SOBRE O PRÊMIO

O Prêmio Jovem Cientista existe desde 1981 e tem o objetivo de revelar e estimular talentos na área da Ciência e Tecnologia, bem como a popularização do conhecimento, sobretudo entre os jovens.

Promovido pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Grupo Gerdau e a Fundação Roberto Marinho, o prêmio contou nesta edição com um total de 1.748 trabalhos inscritos de todo o Brasil. Sheila é a primeira baiana a vencer a categoria máxima do prêmio, com a pesquisa Oguntec: Uma experiência de ação afirmativa no fomento à educação científica.

No trabalho, a jovem pesquisadora relata o processo de acompanhamento pedagógico que desenvolve junto aos estudantes do programa Oguntec/Steve Biko, cujo objetivo principal é o estímulo e a disseminação da Ciência e Tecnologia entre estudantes negros e negras de escolas públicas baianas. Em sua análise Sheila Regina elenca uma série de dificuldades educativas e sociais comuns aos estudantes de escolas públicas para o acesso ao conhecimento, revela a acentuação expressiva desta problemática entre a parcela negra e feminina da população brasileira e reflete sobre a necessidade de adoção de políticas públicas efetivas em face do quadro social traçado.

MAIORES INFORMAÇÕES

SHEILA REGINA PEREIRA (ASSISTENTE PEDAGÓGICO): (71) 8861.9943

LÁZARO PASSOS (DIRETOR DE PROJETOS): (71) 9906.2400

INSTITUTO STEVE BIKO: (71) 3242 3230

NUCOM - Núcleo de Comunicação
Instituto Cultural Steve Biko16 anos promovendo ações afirmativas