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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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quarta-feira, 30 de abril de 2008

64º Fórum do Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz - SP

Parceria UNESCO – Palas Athena

A ÁFRICA E SUAS RECIPROCIDADES NA CONSTRUÇÃO DA PAZ MUNDIAL
a cargo do Prof. Dr.Acácio Sidinei Almeida Santos

Vinte anos depois da euforia do bem sucedido single "We are the world" em "benefício" das vítimas da fome na África, o mundo volta-se novamente para o continente africano. Crescem os programas de ajuda humanitária e a esperança de ver resolvida, pelo menos em parte, as dores humanas. Crescem também os esforços para que o mundo daqueles que querem ajudar conheça o mundo daqueles que serão "ajudados" e o convite para que atravessem as fronteiras e vejam a África não-oficial, a África das economias vernaculares, das solidariedades e das reciprocidades, elementos primordiais para a construção da paz duradoura.
Crescem os esforços para que os mundos (africano e não-africano), em um só mundo, vejam nas reciprocidades uma esperança para que as ajudas não representem apenas uma vontade de dominação e arrogância, mas sim o mais profundo reconhecimento de que o remédio do homem é o homem.
A África é uma das últimas escolas para todos nós que acreditamos que um outro mundo é possível. O alerta que ecoa alto daquele continente nos adverte para que saibamos que aquilo que acontecer às sociedades africanas, acontecerá irremediavelmente a todos nós.
Por isso, ao tratarmos das reciprocidades africanas na construção da paz mundial, estaremos tratando também de descobrir possibilidades comunitárias para uma sociedade mais ampla e potencialmente mais aberta para a vida.

NA OCASIÃO HAVERÁ UMA EXPOSIÇÃO DE TECIDOS AFRICANOS DE DIVERSAS
PARTES DO CONTINENTE.
A maneira de vestir o corpo revela, em todas as sociedades e culturas, modos de estar no mundo. Assim, em muitas partes da África os tecidos, com suas variadas tramas, cores e texturas indicam papéis sociais, estampam mensagens, contam histórias, transmitem idéias, valores e propõem soluções. Enquanto a padronização da vestimenta impera em muitas partes do globo, as cidades e aldeias africanas pulsam o ritmo da criatividade vibrante das roupas e de seus
habitantes.

ACÁCIO SIDINEI ALMEIDA DOS SANTOS possui graduação e mestrado em Ciências Sociais pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC/SP) . Doutorado em Sociologia pela Universidade de São Paulo (USP/SP) e Pós-doutorado pela Faculdade de Saúde Pública / USP.
Atualmente é professor do Departamento de Antropologia da PUC/SP, consultor da Faculdade de Medicina da PUC/SP, pesquisador e vice-coordenador da Casa das Áfricas (www.casadasafricas. org.br). Tem experiência nas áreas de Antropologia e Sociologia, atuando
principalmente nos seguintes temas: África, migração, ritos funerários, morte, afro-brasileiro, religiosidade afro-brasileira, ancestralidade, saúde e HIV/AIDS. Desde 1999 desenvolve trabalho de campo na Costa do Marfim, África do Oeste.

ENTRADA FRANCA
6 de maio de 2008 • terça-feira • 19 horas
Auditório do MASP • Museu de Arte de São Paulo
Av. Paulista, 1578 - São Paulo - SP (Estação Trianon-Masp do Metrô)
Informações: Palas Athena (11) 3266-6188
Realização: Comitê Paulista para a Década da Cultura de Paz
www.comitepaz. org.br - www.palasathena. org.br

II Seminário Quilombos: Direitos, Desafios e Experiências - BA

O INCRA-BA convida para o II Seminário Quilombos: Direitos, Desafios e Experiências, realizado pela equipe do Serviço de Regularização de Territórios Quilombolas do INCRA SR-05 Bahia, durante a próxima semana nos dias 5 e 6 de maio.
É o 2º seminário do INCRA/BA sobre Quilombos. O 1º ocorreu em 2006 como uma atividade do "mês" da consciencia negra. Este segundo seminário surgiu da idéia inicial de realizar um momento de capacitação interna para as novas equipes que trabalharão no INCRA esse ano e se ampliou para um evento com uma programação que vai tratar de diversos aspectos da questão quilombola.
É aberto ao público e sem dúvida será muito importante a presença de pessoas, entidades e órgãos que estão trabalhando ou virão a trabalhar com as comunidades quilombolas na Bahia.

Local: Auditório do INCRA/BA
Inscrições: (71) 3206-6436 (Valéria ou Camila)
e-mails: valeria.ferreira@sdr.incra.gov.br / camila.dutervil@sdr.incra.gov.br
Período: 05 e 06 de maio, das 9 às 18 horas

terça-feira, 29 de abril de 2008

MEC cria Rede de Educação para a Diversidade

O Ministério da Educação lançou edital nesta sexta-feira, 18, convocando as instituições de ensino superior a constituir uma Rede de Educação para a Diversidade, no âmbito da Universidade Aberta do Brasil (UAB). Está no centro deste projeto a qualificação de professores da educação básica em oito áreas da diversidade, atendendo a pedido apontado pelos Planos de Ações Articuladas (PAR), elaborados pelas prefeituras. A expectativa do ministério é abrir 75 mil vagas para professores e gestores em 2008.

O projeto envolve as secretarias de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) e Educação a Distância (Seed), além da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). Os cursos, todos na modalidade semi-presencial oferecidos nos pólos da UAB, serão de extensão, especialização e aperfeiçoamento, com carga horária de 40 horas a 360 horas.

Os cursos pedidos pelo MEC às instituições que farão parte da rede serão nas áreas de diversidade e cidadania, relações étnico-raciais, gênero e diversidade, formação de tutores e educação de jovens e adultos, do campo, ambiental, integral e integrada. Além de cursos de formação, o ministério também vai receber propostas para gestão do portal da rede de formação para a diversidade.

O edital propõe a criação de uma rede de instituições públicas e privadas e determina que, em 2008, o projeto será executado somente com instituições públicas federais, estaduais e municipais. O prazo para cadastro das instituições é de 90 dias, contados da publicação do edital. Todas as etapas do cadastro e envio de propostas estão detalhados no edital.

segunda-feira, 28 de abril de 2008

I Congresso Baiano de Educadoras/es Negras/os - BA

Negritude e Educação: um desafio para a construção de uma nova sociedade

Período de inscrição:
de 12 a 21 de maio de 2008.

Local de inscrição:
Faculdade de Educação UNEB, Cabula.

Local do Evento: COLÉGIO CENTRAL, Av. Joana Angélica, s/n Nazaré SALVADOR/BA.

Em breve sairão a programação e demais notícias

OBS.: Qualquer dúvida ligue: 8119-4855 / 8764-0782 / 9997-2769 / 9119-2479 ou partenegra@gmail.com

domingo, 27 de abril de 2008

Audiência pública discutirá permanência de cotistas nas Universidades - BA

Na próxima segunda feira, dia 28 de abril, o Ministério Público da Bahia, através do grupo de Atuação especial de Combate a Discriminação (GEDIS), realizará uma audiência pública para discutir as Ações Diretas de Inconstitucionalida de -ADI (3330/08, 3314/04, 3379/04) que visam extinguir o Programa Universidade Para Todos (PROUNI). Participarão da audiência a Subsecretária Municipal da Reparação, Maria Alice Pereira da Silva, o Promotor de Justiça e Titular da 2ª Promotoria de Cidadania e Combate ao Racismo, Almiro Sena, além de representantes do poder público, estudantes secundaristas e alunos cotistas das universidades públicas da Bahia além da sociedade civil.
De acordo com o coordenador de comunicação do Movimento PROUNIÃO, que é contra a extinção do PROUNI, Celízio de Souza C. Filho, o intuito da Audiência Pública é chamar a atenção dos estudantes cotistas e sociedade como um todo, alertando sobre essas ações que podem tirar o direito de negros, negras, indígenas, portadores de necessidades especiais e estudantes oriundos de escolas públicas, de terem acesso a um curso universitário.
Atualmente o PROUNI, que foi criado no ano de 2004, beneficia 310 mil universitários, sendo que destes, 35 mil são de Salvador.

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Mostra de Cinema da África e da Diáspora Negra "Espelho Atlântico" - RJ

Em parceria com o African Filme Festival, de Nova York, a mostra traz um panorama contemporâneo de filmes africanos e filmes brasileiros que refletem a herança daquele continente.


A CAIXA Cultural recebe, de 22 a 27 de abril, a mostra "Espelho Atlântico". Com direção geral da cineasta Lilian Solá Santiago, o evento traz uma primorosa seleção de filmes africanos e da diáspora negra para o Rio de Janeiro. Espelho Atlântico é uma abordagem atual e significativa da produção cinematográfica africana contemporânea e também da realizada fora do continente, mas que dialoga diretamente com a herança cultural do continente africano.


A mostra Espelho Atlântico é uma oportunidade única de assistir a importantes títulos de um acervo praticamente inédito no Brasil, capaz de fomentar discussões e ampliar nosso conhecimento da diversidade cultural do vasto continente africano e de seus descendentes pelo mundo, propondo um novo caminho para a leitura e identificação com a identidade africana por parte do público brasileiro.


A seleção de filmes foi definida em parceria com a organização sem fins lucrativos AFF – African Film Festival, que contribui para a realização de importantes eventos culturais internacionais, todos de divulgação do cinema africano e da diáspora. Entre esses eventos, podemos destacar a realização do festival de cinema FESPASCO – Festival PanAfricano de Cinema e Televisão de Ouagadougou, o mais importante do continente africano, em Burkina Faso, e a recente parceria com o governo australiano para a realização do Sidney African Film Festival.


A mostra Espelho Atlântico foi selecionada pelo edital 2007 de ocupação dos espaços da CAIXA Cultural e será oferecida ao público a preços populares.


Serviço

Mostra Cinematográfica Espelho Atlântico

Local: CAIXA Cultural RJ – Cinema 1 e 2

Endereço: Av. Almirante Barroso, 25, Centro (ao lado da estação Carioca do metrô)

Tel: 21 2544 4080 – Site: www.caixacultural.com.br

Temporada: de 22 a 27 de abril de 2008

Sessões: a partir das 19h (curta-metragem sempre seguido de um longa metragem)

Classificação etária: confira a programação

Preço: R$ 4,00 (inteira); R$ 2,00 (meia-entrada)

Acesso para portadores de necessidades especiais


Como o número de pessoas está sempre superando a capacidade da sala, nos dias 26 e 27 , além da exibição na sala 2 o mesmo filme será exibido na sala 1. Portanto serão 170 lugares disponíveis!

Além disso, domingo às 17h, devido às inúmeras solicitações do público,

haverá uma sessão extra do filme "Cidade das mulheres", de Lázaro Faria.

PROGRAMAÇÃO PREVISTA


Dia 22

Dia 23

Dia 24

Dia 25

Dia 26

Dia 27

O Clandestino

Dir: Jose Laplaine

1997

15 min.

Zaire/Angola

Livre

Mama Put

Dir.: Seke Somolu

2006

30 min

Nigéria

12 anos

Menged

Dir: Daniel Taye Workou

2006

20min

Etiópia

Livre

Balé de pé no chão

Dir: Lilian Solá Santiago e Marianna Monteiro

2005

17 min

Brasil

Livre

Maria sem graça

Dir: Leandro Goddinho

2007

12 min

Brasil

Livre

The Ball

SESSÃO EXTRA 17h- A Cidade das Mulheres

Orlando Mesquista

2001

5 min

Moçambique

Livre

Kuxa Kanema - O nascimento do cinema

Dir: Margarida Cardoso

2003

53 min

Bélgica/ França/ Portugal

Livre

A Cidade das Mulheres

Dir: Lázaro Faria

2005

72 min

Brasil

Livre

Mortu Nega

Dir: Flora Gomes,

1987,

85min

Guiné-Bissau.

12 anos

Na Cidade Vazia

Dir: Maria João Ganga

2005

88min

Angola

Livre

Família Alcântara

Dir.: Lílian e Daniel Solá Santiago, 2006

52min

Brasil

Livre

O Herói

Dir: Zezé Gamboa

2004

97 min

Angola

Livre


Informações para a imprensa

Assessoria de imprensa da CAIXA Cultural RJ

Daniele Lucena, Mara Marques e Aline Borba

Tel: (21) 2497 5022
Cels: (21) 78921433//96174772//82150900
redacao@planocomunicacao.com.br
imprensa@planocomunicacao.com.br
planocomunicacao@uol.com.br




quinta-feira, 24 de abril de 2008

V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano – Brasil, 120 anos de Abolição - BA

Em 2008, a abolição da escravatura no Brasil completa 120 anos. Como se sabe, o Brasil foi o último país nas Américas a extinguir a escravidão, evidenciando a importância desta instituição nas ex-colônias portuguesas. Com o objetivo de fomentar e consolidar as redes de investigação neste campo, garantindo formas de difusão do conhecimento já produzido a esse respeito, a Secretaria de Cultura, através da Fundação Pedro Calmon, em parceria com o CEAUP, com o Programa de Pós Graduação em História da UFBA, o Programa de Pós Graduação em História da UEFS e a Pró Reitoria de Extensão da UNEB realizarão, em novembro de 2008, a primeira edição no país do Colóquio Trabalho Forçado Africano.

O Colóquio Trabalho Forçado Africano que o Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP) vem organizando desde 2004, visa a promoção do diálogo entre pesquisadores e a divulgação para o público em geral das modalidades do trabalho forçado africano, desde o século XVI até a atualidade.

Com um foco comparativo, o Colóquio pretende evidenciar como e porque o trabalho forçado africano – sob qualquer uma das muitas modalidades que revestiu – foi estruturante da maioria das sociedades da América e da África. Por isso, considera-se que as pesquisas concernentes a todas as áreas geográficas nas quais esta relação social se desenvolveu, da América do Norte ao Transvaal são pertinentes a este Colóquio.

O tráfico de escravos em larga escala marcou profundamente a história do continete africano e das ex-colônias portuguesas. Por conta desse tráfico, grandes contigentes populacionais foram lançados numa aventura involuntária para a Europa, o Caribe e as Américas. O tráfico, a escravização de africanos e o trabalho forçado no pós-emancipação constituíram fases de um processo com muitas continuidades.

Considerando que em quase toda a África ocidental e central o tráfico atlântico durou até a década de 1860, que sociedades escravagistas se desenvolveram no interior das áreas afetadas pelo tráfico e que pouco tempo depois se instalaram nessas regiões os novos poderes coloniais, pode-se falar de um trabalho forçado africano ininterrupto. É sabido que durante o século XX, as administrações europeias adotaram nos seus territórios africanos uma extraordinária tolerância com a manutenção do trabalho compelido.

Data: 03 a 05.11.2008
Local: Salvador/BA
Site: http://www.fpc.ba.gov.br/apresentacao.asp


É razoável prever que um número elevado de investigadores brasileiros sobre o tráfico atlântico e as formas de trabalho forçado durante e depois da escravidão possam partilhar os resultados das suas pesquisas com colegas europeus e africanos no V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano. É também possível antecipar que, da perspectiva comparada, deverão igualmente esperar-se novas pistas de pesquisa, a explorar as temáticas do colóquio.

A realização do V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano – Brasil, 120 anos de abolição também possibilitará que se reuna, pela primeira vez, a rede EURESCL, acrónimo de um projecto euro-afro-americano para o estudo do trabalho forçado africano, que engloba o CNRS francês bem como as universidade de Hull, Porto (CEAUP), Dakar e Toronto. Assim como nos anos anteriores, o Colóquio ainda resultará numa publicação com textos nessa área do conhecimento.

1º Encontro de Negras e Negros de Camaçari - BA

Saudações...

Nós do Movimento sociais organizados de Camaçari, Prefeitura Municipal e Movimento Negro, convidamos todos a participar do Iº ENCONTRO DE NEGRAS E NEGROS DE CAMAÇARI, com abertura oficial sexta dia 09 de maio ás 17:00h, e seguindo no dia 10, apartir de 8:00h com debates, palestras, gt's e apresentações artísticas, o evento será realizado na Casa do Sol, Rua Francisco Drumond, em frente ao Rei da Pizza, e terá a participação de personalizades negras do estado da Bahia, show de abertura e de encerramento.

Temas :
  • Educação;
  • Intolerância religiosa.
Contamos com a participação e colaboração de todos, para continuarmos a luta pela igualdade de raça.

Cassiana Souza
71 8874 7015

quarta-feira, 23 de abril de 2008

terça-feira, 22 de abril de 2008

Seminário "Experiências da população negra e os 120 anos da abolição inacabada" - BA

Discussões sobre Habitação e Territórios, Educação e Trabalho, Saúde, Religião
Salvador, 07 a 09 de Maio de 2008

A reflexão dos 120 anos de Abolição da escravidão no Brasil é o propósito deste seminário, trazendo o debate através de entidades da sociedade civil, do meio acadêmico e poder público como militantes, representantes de ONG's, grupos de movimentos sociais, estudantes, pesquisadores, professores, profissionais, representantes de instituições e gestores públicos, a respeito da Abolição enquanto um processo inacabado diante das experiências da população negra brasileira.
O Seminário envolverá distintas áreas do conhecimento, com abordagem interdisciplinar, relacionadas transversalmente. A importância e novidade do evento se caracterizam pela forma como os temas - Territórios e Habitação, Educação e Trabalho, Saúde, Religião - serão articulados, discutidos e analisados de forma entrelaçada como forma de entendimento de que a melhoria da qualidade de vida da população negra depende desta interação. O Seminário tem por objetivo que os resultados das discussões possam ser desdobrados em proposições de políticas públicas específicas e inclusivas da população negra.
A estrutura do Seminário consistirá em sessões de palestras e mesas-redondas. As palestras serão proferidas por professores, pesquisadores e produtores de conhecimentos teóricos e empíricos no campo das relações étnicas brasileiras.
As mesas-redondas serão compostas de exposições de atividades desenvolvidas, tanto no âmbito prático quanto no âmbito investigativo, relacionadas aos temas Territórios e Habitação, Educação e Trabalho, Saúde, Religião, Juventude/3ªIdade, Comunicação e outros, seguidas de debate aberto com a participação da platéia. A participação nas mesas-redondas será feita por inscrição prévia através de envio de resumos expandidos de 400 a 500 palavras.
Submissão dos Resumos - 15 a 20 de Abril
Divulgação dos Resumos Aprovados - 30 de Abril
Informações: abolicaoinacabada@ gmail.com
Envio de resumos: abolicaoinacaba. resumos@gmail. com

Promoção: Secretaria Municipal de Reparação / Prefeitura Municipal de Salvador (Gestão: Antônia Garcia)
Coordenação: Maria Estela Rocha Ramos - (PPG-AU/UFBA)


Inventores negr@s

Garrett Augustus Morgan (1877-1963)

"Somente quando leões forem historiadores caçadores deixarão de ser heróis.” - Provérbio Africano

Garrett Augustus Morgan (1877-1963)

Inventor da máscara anti-gás, em 1921, e do semáforo, patenteado em 1923

Lewis Latimer trabalhou com Thomas Edison e Alexander Graham Bell desenhando o projeto do primeiro telefone de Bell e foi consultor de Thomas Edison no projeto da lâmpada elétrica.

Mark Dean, Ph.D. da Stanford University, projetou o computador pessoal e liderou a equipe que criou o processador de 1 GHz.

Patricia E. Bath inventou a técnica da cirurgia de olho a laser.

Sarah Boone patenteou em 26 de abril de 1892 a tábua de passar roupa.

Jan Matzeliger inventou a máquina de colar sola de sapato, contribuindo assim para a produção de sapatos em larga escala.

Lydia Newman inventou a escova de cabelo.

John Love inventou o apontador de lápis.

Lee Burridge inventou a máquina de escrever.

John Burr inventou o cortador de grama.

Alice Parker inventou o aquecedor.

Alexander Miles, patenteou o elevador elétrico em 11 de outubro de 1887. Apesar de não ter sido o inventor do elevador, ele aperfeiçoou o método de abrir e fechar as portas do elevador e melhorou o fechamento e abertura do poço do elevador quando o elevador não está no andar. Ele criou um mecanismo automático que impede o acesso ao poço, o que evitou vários acidentes. Antes, o acesso ao poço era impedido manualmente.

Charles Drew, na década de 30, criou a técnica de armazenagem de sangue em bancos de sangue. Antes dela, o sangue não poderia ser armazenado por mais que dois dias porque as células vermelhas eram perdidas. Em 1945, criou a bolsa para armazenar plasma.

Dr. William Hinton inventou o teste para detectar a sífilis.

Benjamin Banneker inventou o almanaque, aproximadamente em 1791.

Henry T. Sampson inventou o telefone celular em 1971.

T. Marshall inventou o extintor de incêndio em 1872.

W. B. Purvis inventou a carga para caneta em 1890.

Robert F. Flemming, Jr. inventou a guitarra em 1886.

J. Standard inventou o refrigerador em 1891.

Frederick Jones, em 1935, inventou o primeiro sistema de refrigeração para caminhões, que depois foi adaptado para outros automóveis.

J. W. Smith inventou um dispositivo para molhar jardins, o aspersor.

O movimento da negritude (Celuy Roberta Damásio)

Quando os primeiros europeus desembarcaram na costa africana em meados do século XV, a organização política dos Estados africanos já tinha atingido um nível de aperfeiçoamento muito alto.
A ignorância em relação à história antiga dos negros, as diferenças culturais, os preconceitos étnicos entre as duas raças que se confrontam pela primeira vez, tudo isso mais as necessidades económicas de exploração predispuseram o espírito do europeu a desfigurar completamente a personalidade moral do negro e suas aptidões intelectuais. Negro torna--se, então, sinónimo de ser primitivo, inferior, dotado de uma mentalidade pré-lógica. E, como o ser humano toma sempre o cuidado de justificar a sua conduta, a condição social do negro dos seus pretendidos caracteres menores. No máximo, foram reconhecidos nele os dons artísticos ligados à sua sensibilidade de animal superior. Tal clima de alienação atingirá profundamente o negro, em particular o instruído, que tem assim a ocasião de perceber a ideia que o mundo ocidental fazia dele e do seu povo. Na sequência, perde a confiança em suas possibilidades e nas da sua raça, e assume os preconceitos criados contra ele. É nesse contexto que nasce a negritude.
A compreensão das circunstâncias históricas em que surgiu a negritude, obriga, como já foi enfatizado, a considerar rapidamente a situação colonial nas suas características e legitimações discursivas.
Como todo movimento reivindicador, o chamado “Negritude” foi marcado por uma literatura que, muito mais do que um movimento literário, foi um acto político, uma afirmação de independência, um clamor por reconhecimento.
Em 1934, o senegalês Léopold Sedar Sénghor, o poeta da Martinica, Aimée Césaire, juntamente com Damas, Sainville e Maugée, fundaram a revista “L’Etudiant Noir” (O Estudante Negro), cuja função foi resumida pelo guiano Damas como jornal corporativo e de combate, que tinha por objetivo o fim da tribalização, do sistema clânico em vigor no Quartier Latin! A proposta era que deixassem de ser estudantes martiniqueses, guadalupenses, guianos, africanos, malgaches, para que fossem um só e mesmo “estudante negro”.
Nessa época o objetivo era a união para combater a discriminação, dando-se ênfase à reflexão sobre a condição do negro e sua relação com o colonizador. Assim, intelectuais haitianos, senegaleses, antilhanos, criam, em Paris, as revistas “La Légitime Défense” (A Legítima Defesa) e “La Revue du Monde Noir” (A Revista do Mundo Negro), e inicia-se, por Aimée Césaire, Sénghor e Damas, o movimento “Negritude”, que não foi privado de contestações, a começar pelo nome.
O Movimento, criado com o objetivo de revalorizar o negro cultural, política e artisticamente, apesar de dominar a literatura durante décadas, foi acusado de veicular um essencialismo negro, como se o facto de ter a pele negra pudesse deflagar uma identidade comum; além disso, foi tachado de ser excessivamente intelectual e de ter um carácter burguês.
Foi na revista “L’Etudiant Noir” que a palavra “negritude” foi empregada por Césaire pela primeira vez, designando, primordialmente, a rejeição da assimilação cultural e de uma certa imagem do negro pacífico, incapaz de construir uma civilização. Sénghor defendia a ideia de que o termo era empregado visando o conceito em sua aceitação mais geral, englobando todos os movimentos culturais lançados por uma personalização negra ou por um grupo de negros em qualquer lugar do mundo; admitindo a negritude como fato, e assim cultura, bem como aceitação desse fato e sua projeção na história e na civilização negra.
Em 1933, Sénghor criou em Paris, com Birago Diop, a “Association des Etudiants Ouest-Africains” (Associação dos Estudantes da África do Oeste), que teve grande influência na Sorbonne e na “Ecole Normale Supérieure” (Escola Normal Superior), renovando as ideias em gestação durante os quinze anos antecedentes, como a dependência de partidos de esquerda, principalmente do PCF (Parti Communiste Français – Partido Comunista Francês) cuja linha era, claramente, anti-colonialista. A autonomia era, entretanto, difícil por causa do parco número de adeptos, da falta de meios e das divisões teóricas e políticas.
Nunca se teve com precisão o número de imigrantes negros na França, sobretudo nas décadas de 30 e 40, devido ao grande número de clandestinos, mas é interessante notar que, nessa época, todos os imigrantes de origem africana ou antilhesa eram registados como negros, independente da cor da pele.
Pode-se afirmar, entretanto, que o número de estudantes era maior que o número de trabalhadores. Em 1952-53 havia em torno de 4.000 estudantes africanos no país, e em 1960 o número elevou-se a aproximadamente 8.000.
O período desencadeador de movimentos africanos negros foi entre as décadas de 20 e 50, sendo reagrupados em torno de associações, partidos políticos, sindicatos e algumas personalidades como Blaise Diagne ou René Maran, além do apoio essencial das revistas criadas com esse fim.
Após 1945, o contexto era completamente novo, pois muitos africanos tiveram direito à cidadania francesa, provocando o fim do trabalho forçado.
O estudante negro de hoje, apesar de ainda sofrer muita discriminação, é herdeiro de uma luta fervorosa que continua e firma-se cada vez mais, em busca de igualdade, sobre os alicerces erguidos por esses desbravadores da raça, que merecem destaque no mundo inteiro, pela coragem, força e determinação que os moveram durante essa época de árduo combate.

O Negro recusa a assimilação

A situação do negro reclama uma ruptura e não um compromisso. Ela passará pela revolta, compreeendendo que a verdadeira solução dos problemas não consiste em macaquear o branco, mas em lutar para quebrar as barreiras sociais que o impedem de ingressar na categoria dos homens. Assiste-se agora a uma mudança de termos. Abandonada a assimilação, a libertação do negro deve efectuar-se pela reconquista de si e de uma dignidade autónoma. O esforço para alcançar o branco exigia total auto-rejeição; negar o europeu será o prelúdio indispensável à retomada. É preciso desembaraçar-se desta imagem acusatória e destruidora, atacar de frente a opressão, já que é impossível contorná-
-la. Aceitando-se, o negro afirma-se cultural, moral, física e psiquicamente. Ele reivindica-se com a paixão, a mesma que o fazia admirar e assimilar o branco. Ele assumirá a cor negada e verá nela traços de beleza e de feiúra como qualquer ser humano "normal". A esse respeito, Amílcar Cabral disse que o problema de voltar às raízes não se coloca para as massas. Elas constituem a única entidade realmente capaz de criar e preservar a cultura, de fazer a história. É preciso então, dentro da África, fazer uma distinção entre a situação dos grupos que se preservaram daqueles que, em maior ou menor grau, alienaram-se. Nesse sentido, o movimento da negritude, enquanto volta às origens, não se interessa directamente pelo povo. Acredita-se ter explicado e mostrado suficientemente as condições, as circunstâncias e os factores históricos nos quais nascem a negritude e seu predecessor, o pan-africanismo, ambas expressões pertinentes da volta às origens, fundamentadas principalmente no posturado da identidade cultural de todos os africanos negros. Curiosamente, foram concebidos em espaços fora da África negra.

Fonte: http://www.jornaldeangola.com/artigo.php?ID=82407&Seccao=cultura

Aimé Césaire, o percurso

O poeta nasceu em Basse-Pointe (Basse-Terre) na Martinica, em 1913. Morreu na última quinta-feira, dia 17 de Abril em Fort-de-France, na sua terra natal, aos 94 anos. Apesar da sua origem modesta, conseguiu completar seus estudos em Paris, primeiro como bolsista do liceu Louis-le- -Grand e depois como concursado da Ecole Normale Supérieure, de onde saiu professor. Os anos em Paris foram decisivos, não somente pelos estudos literários, como também pela oportunidade de desenvolver a consciência acerca da sua condição de negro antilhano. A amizade que fez com o franco-guianês Léon-Gontrand Damas e com o senegalês Léopold Sédar Sénghor lhe rendeu muitos frutos, chegando mesmo a participar com eles do jornal L’ Etudiant Noir.
O clima no Quartier Latin dos anos 30 era de efervescência política, sobretudo em favor da causa negra, do marxismo e da psicanálise de Freud. Lá também chegavam notícias a respeito da miséria sócio-económica e cultural em que viviam os negros da América do Norte. W.E.B. Du Bois, escritor nascido em Massachusetts em 1868, já difundia, desde o século anterior, suas ideias sobre as estereotipias criadas pelos brancos em torno do negro, passivamente aceitas pelas “pessoas de cor”. Tanto que, para alguns estudiosos, o movimento da Negritude é prenunciado nos Estados Unidos do começo do século.
Não obstante a difícil condição existencial do negro, a presença de uma arte africana influenciou pintores como Picasso, Braque, Derain e Matisse que, inspirados por uma nova estética, fundaram o movimento chamado de Cubismo, se opondo à concepção ocidental de beleza e espaço. A arte negra seduzia pela sua estranheza e abstracção. Assim aconteceu com a música, na expressão do jazz norte-americano, com a dança, nas coreografias de Darius Milhaud e com a literatura em Apollinaire e em Blaise Cendrars.
Nessa atmosfera, começam a surgir publicações, umas mais políticas, outras mais propriamente literárias, como as revistas Monde Noir (1931/32), Légitime Défense (1932) e o jornal L’ Etudiant Noir (publicado em Março de 1935). Seus artigos suscitavam inquietação quanto à questão do negro no mundo e revelavam, desde então, uma recusa do etnocentrismo europeu, em favor de uma literatura negra autêntica, capaz de reavivar histórias, tradições, línguas “negras” e de ser contra a visão de um mundo maniqueísta marcado pela ânsia de novas conquistas coloniais e pela missão civilizadora sobre os povos primitivos.
O breve relato já demonstra o contexto histórico a que Césaire foi exposto e também explica a sua trajectória enquanto poeta e político de um país colonizado durante aproximadamente trezentos anos. A complexidade da sua escritura, a sensibilidade aguda capaz de revelar sentimentos profundamente contraditórios, o forte apelo para a justiça e fraternidade de um povo sofrido que passa ao lado do seu verdadeiro grito (CESAIRE, 1939, p.10) são a consequência dessa ruminação incubada e expressa pelo poeta porta-voz da negritude inerte e muda.
O seu retorno à Martinica é poetizado no Cahier d’ un retour au pays natal, obra prefaciada por André Breton, considerado o pai do surrealismo. É no Cahier, publicado em 1939 pela revista Volontés, que Césaire emprega, pela primeira vez, o termo Négritude e marca a intenção assumida de rejeitar a influência ocidental. Nessa obra, o poeta impõe fronteiras bem definidas entre a cultura branca e a negra como se, na busca de reconciliação consigo mesmo e com o seu povo, fosse preciso destruir o efeito causado pela assimilação da cultura ocidental já em crise. A Negritude rompe com a crença na existência de uma raça ariana superior e, assim, com o mito europeu, assimilado através de uma língua imposta. É o momento em que os poetas vivenciam o vazio deixado pela rejeição ao colonizador e se voltam para a África, na tentativa de fixar lá as suas origens e reconstruir uma identidade negra. Criam, assim, outro mito, dessa vez o da África. Na ausência de um presente acolhedor, a Negritude se fundamenta na exploração mítica de um passado e de seus valores tradicionais, principalmente aqueles ligados à ancestralidade.
Preocupado com o vazio cultural antilhano, Césaire funda, em 1941, juntamente com René Ménil, a revista Tropiques. Nos doze números publicados encontram--se artigos ecléticos, em prosa e em poesia, de poucos, mas significativos colaboradores, dentre eles Suzanne Césaire, escritora e sua mulher. A revista foi censurada, quatro anos depois, pelo governo de Vichy.
Professor do Liceu Schoelcher desde o seu retorno à ilha natal, Césaire foi também militante do partido comunista francês até 1956, fundando, dois anos depois, o Partido Progressista Martinicano (PPM). Em 1945, é eleito prefeito de Fort-de- -France, cargo que ocupou durante cerca de 50 anos. Como deputado nacional pela ilha e prefeito, Césaire participou activamente da departamentalização da Martinica, que ocorreu em 1946, e só se despede da carreira parlamentar em 1993.
O pós-guerra marca o seu desenvolvimento poético, com a publicação das obras Les Armes Miraculeuses (1946), Soleil cou coupé (1948), Corps Perdu (1950), Ferrements (1960) e Cadastre (1961). Sua poesia, em linha com a de Rimbaud, Mallarmé, Claudel e Lautréamont, foi criticada por possuir uma linguagem hermética e por isso, pouco acessível.
Em 1960, Césaire volta-se para o teatro, numa linguagem trágica, de fundo histórico e político, porém tentando se aproximar de uma arte popular e didáctica. Os temas propostos, por exemplo, em La Tragédie du roi Cristophe (1963) e Une Saison au Congo (1966), demonstram um Césaire mobilizado pela história haitiana e africana dos períodos da colonização, da escravidão e da independência. Sua terceira peça, Une tempête (1969), uma adaptação alegórica de The tempest de Shakespeare, é marcada por uma revolta profundamente lírica.
Depois de silenciar por mais de uma década, Césaire retorna à poesia com a publicação de Moi, laminaire..., em 1982, onde o poeta se identifica a uma alga laminar, se reconhece “binário e claudicante” e diz “habitar um endereço incerto, entre o norte e o sul” (M.L., p.383;385). Moi, laminaire... surge, então, como um novo acontecimento que se situa entre as profundezas de um passado nostálgico e a esperança que deriva em direcção a um amanhã.
A riqueza de elementos ligados à política e à história social do povo antilhano, presentes em sua obra, possibilita compreender melhor a conjunção da consciência individual e coletiva acerca do negro colonizado, marca do lirismo. Mas a sua escritura não é, evidentemente, o resultado de uma simples restituição da realidade, e sim o seu efeito subjetivo, expresso na poética através das tantas imagens que sugerem traços traumáticos e complexos. Em Césaire, não se pode mesmo desvincular a existência da sua manifestação criadora, pois homem e poeta convergem em algo laminar, deslizando um sobre o outro, entre sonho e realidade.

Fonte: http://www.jornaldeangola.com/artigo.php?ID=82411&Seccao=cultura

Defesa de Dissertação de Mestrado - BA

Autora: Cristiane Copque da Cruz
Título: Introdução aos Estudos Africanos na Escola: Trajetórias de uma Luta Histórica.
Data: 25 de Abril de 2008 às 9 horas
Local: Auditório I – Faculdade de Educação – FACED/UFBA – Vale do Canela

EXAMINADORES
Dra. Joseania Miranda Freitas (Orientadora) - Universidade Federal da Bahia - UFBA
Dra. Delcele Mascarenhas de Queiroz - Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Dr. Sílvio Humberto dos Passos Cunha - Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Dr. Marcelo N. B. da Cunha - Universidade Federal da Bahia- UFBA

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Seminário "Políticas de Promoção de Igualdade Racial - DF

Local: Auditório Nereu Ramos - Anexo II da Câmara dos Deputados – Brasília/DF.
Data: 07 e 08 de Maio de 2008 - 9h às 18h.

PROGRAMAÇÃO:

Quarta-Feira, Dia 07 de maio de 2008
Manhã:
9 horas: Mesa de Abertura
- Deputado Arlindo Chinaglia – Presidente da Câmara dos Deputados
- Deputado Adão Pretto – Presidente da Comissão de Legislação Participativa
- Deputado Pompeo de Mattos – Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
- Deputado Carlos Santana – Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial
- Ministro Edson Santos – Ministro da Secretaria Especial da Igualdade Racial
- Ministro Joaquim Barbosa – Ministro do Supremo Tribunal Federal
- Sílvia Cerqueira – Presidente da Associação Nacional dos Advogados Afro-descententes (Anaad)
- Leonardo Bandarra - Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Vice-Presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e da União.
10 horas: MESA 1: Lei Áurea após 120 anos – o que ficou por fazer, como fazer, quando fazer. O papel do Parlamento na promoção da Igualdade
- Senador Paulo Paim
- Édson Cardoso – Jornal Irohin;
- Wania Santana - historiadora;
- José Jorge - Professor do Depto. de Antropologia da UnB;
- Coordenação: Deputado Pedro Wilson
DEBATES (20 min.)
Tarde:
14 horas: MESA 2: Igualdade na Saúde e na Segurança: O direito à vida dos afro-descendentes
- Ana Luiza Flauzina – Professora UniCEUB;
- Sueli Carneiro - Geledés;
- Edna Roland – Representante da OnG Fala Preta;
- Coordenação: Deputado Pompeo de Matos
DEBATES (20 min.)
16 horas: MESA 3: Diversidade Cultural, Educação e Tolerância Religiosa
- Hédio Silva Júnior - advogado;
- José Luiz da Silva Valente – Secretário de Estado de Educação do DF;
- Giovani Harvey - Subsecretário de Ações Afirmativas da Seppir;
- Coordenação: Deputada Janete Rocha Pietá
DEBATES (20 min.)

Quinta-feira - Dia 08 de maio de 2008
Manhã:
9 horas: MESA 4: Estratégias para a promoção da Igualdade: ações afirmativas e o instituto da reparação
- Silvia Cerqueira - Presidente da ANAAD, Presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade do Conselho Federal da OAB;
- Renato Ferreira – Pesquisador – Laboratório de Políticas Públicas - UERJ;
- Deputada Distrital Erika Kokay;
- Jaques Jesus – Coordenador do Centro de Convivência Negra da UnB;
- Coordenação: Deputado Carlos Santana – Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial e Presidente da Comissão Especial do Estatuto da Igualdade Racial
DEBATES (20 min.)
10h30: MESA 5: O papel do Poder Público na promoção da igualdade racial
- Ela Wiecko Volkmer de Castilho - Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão;
- Otávio Brito Lopes - Procurador-Geral do Trabalho;
- Desembargadora Neusa da Silva - TRF/1a Região;
- Almiro Sena Soares Filho – Promotor de Justiça da Promotoria de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa do Ministério Público do Estado da Bahia;
- Coordenação: Deputado/a
- DEBATES (20 min.)
Tarde:
14 horas: MESA 6: O direito à Terra dos remanescentes de quilombos
- Zulu Araújo - Presidente da Fundação Cultural Palmares;
- Alexandro Reis - Subsecretário Comunidades Tradicionais – Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial;
- Representante da Conaq -Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas;
- José Antonio Dias Toffoli - Ministro da Advocacia-Geral da União;
- Coordenação: Deputado Adão Pretto - Presidente da CLP
DEBATES (20 min.