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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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domingo, 31 de agosto de 2008

Funceb traz a Salvador teatro africano e lusófono - BA

Salvador - A Secretaria de Cultura (Secult), por meio da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), promove o Módulo de Circulação do Festival de Teatro Lusófono que, até quarta-feira (4), traz três espetáculos e duas oficinas de teatro e dança africanas ao Espaço Xisto Bahia.

Um bate-papo com os grupos Teatro Fórum de Moura (Moçambique e Portugal) e Companhia Teatro de Pesquisa Serpente (Angola), aberto a artistas, estudantes e formadores de opinião de Salvador, marca a abertura do evento, na segunda-feira (1º), às 10h, no mesmo espaço. A realização inicia uma série de festivais em Salvador e interior do estado, que contam com o investimento da Secretaria de Cultura.

O Festival de Teatro Lusófono aconteceria, inicialmente, apenas em Teresina (PI), cidade onde está sediado o Grupo Harém de Teatro, responsável pelo evento. Por meio de uma articulação da Diretoria de Teatro da Fundação Cultural do Estado, um Módulo Circulação, com três espetáculos de dois grupos, estende as atrações até Salvador.

As peças Magia Negra e O esqueleto do Cozinheiro Akli, do Teatro Fórum de Moura (Moçambique), e Nojo, do Grupo Teatro Pesquisa-Serpente (Angola) serão apresentadas no Espaço Xisto Bahia.

O Módulo Circulação do Festival de Teatro Lusófono em Salvador visa proporcionar um intercâmbio continuado e sistemático da produção teatral de língua portuguesa. Além das apresentações, a ação viabiliza oficinas teatrais gratuitas, ministrada pelos artistas africanos e voltadas para atores profissionais e estudantes de artes cênicas.

Debate - Os artistas dos grupos e da companhia vão participar, segunda-feira, às 10h, no espaço Xisto, de um bate-papo, gratuito, com artistas, estudantes e formadores de opinião em Salvador. O encontro, conduzido pelo diretor de Teatro da Funceb, Ney Wendell, tem como tema teatro africano e lusófono. Os convidados irão falar sobre criação e experiência em outros países de língua portuguesa.

http://www.cultura.ba.gov.br/noticias/plugcultura/funceb-traz-a-salvador-teatro-africano-e-lusofono

sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Ciclo de palestras da Cia. de Teatro Fábrica São Paulo - SP

(Clique na imagem para ampliá-la)

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Ciclo de Estudos na undação Santo André - SP

"Abolicionismo(s) e Abolição"

Primeiro encontro: 30/08 sáb - 16h30
Sala 34 da FAFIL, Fundação Santo André
Av. Príncipe de Gales, 821 - Santo André


Como continuidade do curso livre "Sociologia do Negro no Brasil", realizado no primeiro semestre, convidamos para o Ciclo de Estudos "Abolicionismo(s) e Abolição", que vai abordar as principais vertentes do movimento abolicionista, além de discutir o significado da abolição da escravidão, que completou 120 anos no último mês de maio.

Informações: fsa..mara@yahoo.com

* O Ciclo de Estudos faz parte da programação da Escola Livre de Cultura e Ciência



terça-feira, 26 de agosto de 2008

CEAO(UFBA) debate "Negro e Mídia" - BA

Dentro da programação de atividades do Projeto de Incentivo à Permanência de Estudantes Cotistas, o Centro de Estudos Afro-Orientais, da UFBA, exibirá o filme "A negação do Brasil", de joelzito Araújo, para provocar o debate sobre "Negro e Mídia". A atividade é aberta ao público e será realizada no dia 30 de agosto, das 9 às 13 horas, seguida de debate.

Tema: O(a) Negro(a) na Mídia
Filme: A negação do Brasil
Documentário - São Paulo, 2000, 90 min
Direção: Joel Zito Araújo

SINOPSE: O documentário é uma viagem da história da telenovela no Brasil e particularmente uma análise do papel nelas atribuído aos atores negros, que sempre representam personagens mais estereotipados e negativos. Baseado em suas memórias e em fortes evidências de pesquisas, o diretor aponta as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afrobrasileiros e faz um manifesto pela incorporação positiva do negro nas imagens televisivas do país.

ENDEREÇO: Praça General Inocêncio Galvão, 42, 2 de Julho, Centro, Salvador/BA, em frente ao Hotel Capri (prédio antigo verde e branco)

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Enganou-se quem esperava um negro submisso no STF

Ministro nega que seja "encrenqueiro", mas diz que não se cala quando vê algo errado

FREDERICO VASCONCELOS
ENVIADO ESPECIAL A BRASÍLIA

"ENGANARAM-SE os que pensavam que o Supremo Tribunal Federal iria ter um negro submisso, subserviente", diz o ministro Joaquim Barbosa, ao comentar os desentendimentos com alguns de seus pares -como Marco Aurélio, Gilmar Mendes e Eros Grau. Ele atribui os atritos à defesa que faz de "princípios caros à sociedade", como o combate à corrupção. Barbosa entrou em choque com ministros tidos como "liberais" em julgamentos da Operação Anaconda. Ficou conhecido popularmente como relator do inquérito do mensalão e recentemente discutiu com Eros Grau sobre a liberação de um preso da Operação Satiagraha.

Joaquim Barbosa nega que seja "encrenqueiro" e diz não se sentir isolado no tribunal, onde "não costuma silenciar quando presencia algo errado". Ele critica, por exemplo, os advogados de "certas elites" que monopolizam a agenda do Judiciário -inclusive no Supremo-, marcando audiências para pedir que seus processos sejam julgados com prioridade, na frente de outros que entraram na Corte há mais tempo. Barbosa recebeu a Folha quarta-feira, em seu gabinete, onde concedeu entrevista em pé, durante cerca de uma hora. Ele sofre de dores crônicas na coluna, incômodo que se agrava quando fica sentado nas cinco sessões semanais na Corte.

FOLHA - A mídia o aponta como o ministro que mais se desentende com os colegas. O sr. é uma pessoa de temperamento difícil?
JOAQUIM BARBOSA -
Engano pensar que sou uma pessoa que tem dificuldade de relacionamento, uma pessoa difícil. Eu sou uma pessoa altiva, independente e que diz tudo que quer. Se enganaram os que pensavam que, com a minha chegada ao Supremo Tribunal Federal, a Corte iria ter um negro submisso. Isso eu não sou e nunca fui desde a mais tenra idade. E tenho certeza de que é isso que desagrada a tanta gente. No Brasil, o que as pessoas esperam de um negro é exatamente esse comportamento subserviente, submisso. Isso eu combato com todas as armas.

FOLHA - Gilmar Mendes chegou a dizer que o sr. "tem complexo". A ministra Carmen Lúcia insinuou que haveria um "salto social", com sua evidência no caso do mensalão. Como o sr. recebe esses comentários?
BARBOSA -
A imprensa se esquece de dizer quais foram as razões pelas quais eu tive certos desentendimentos. Quase sempre foram desentendimentos nos quais eu estava defendendo princípios caros à sociedade brasileira, como o combate à corrupção no próprio Poder Judiciário. Sem aquela briga com o ministro Marco Aurélio, o caso Anaconda não teria condenação e cumprimento de penas pelos réus.

FOLHA - No julgamento de uma ação da Anaconda houve o comentário de que o sr. teria "complexo"...
BARBOSA -
Achei apropriado naquele momento dar uma resposta dura. Falaram que eu sou encrenqueiro. Eu tenho amigos espalhados pelo Brasil e pelo mundo inteiro. São pessoas decentes. E eu não costumo silenciar quando presencio algo de errado, ainda que no âmbito do tribunal ao qual eu pertenço.

FOLHA - O sr. se sente isolado no Supremo?
BARBOSA -
Nem um pouco. Eu tenho meu leque de amizades, que são pessoas que têm afinidades comigo, com aquilo que eu gosto, que não necessariamente coincide com o gosto da maioria do tribunal. Mas tenho boa relação com ministros.

FOLHA - Uma crítica recorrente é que o Supremo favorece as elites. Como o sr. vê essa observação?
BARBOSA -
Eu ainda não amadureci a minha reflexão sobre isso. Mas há uma coisa que me perturba, que me deixa desconfortável aqui no tribunal e na Justiça brasileira como um todo. É o fato de que certas elites, certas categorias monopolizam, sim, a agenda dos tribunais. Isso não quer dizer que eu esteja de acordo com a frase de que o tribunal favorece as elites. Monopolizam a agenda.

FOLHA - Como isso ocorre?
BARBOSA -
Nós temos na Justiça brasileira o sistema de preferência, tido como a coisa mais natural do mundo. O advogado pede audiência, chega aqui e pede uma preferência para julgar o caso dele. O que é essa preferência? Na maioria dos casos, é passar o caso dele na frente de outros que deram entrada no tribunal há mais tempo. Se o juiz não estiver atento a isso, só julgará casos de interesse de certas elites, sim. Quem é recebido nos tribunais pelos juízes são os representantes das classes mais bem situadas. Eu não posso avalizar inteiramente essa frase [de que o Supremo favorece as elites], mas acho que um país em que a Justiça está completamente abarrotada tem que ter atenção muito grande para esse perigo de que a agenda dos tribunais seja monopolizada por certos segmentos sociais. Basta prestar a atenção, durante cada ano, no tempo que o STF gasta julgando questões de interesse corporativo. É enorme.

FOLHA - O sr. costuma receber advogados em seu gabinete?
BARBOSA -
Recebo, mas nenhum advogado, por mais importante que ele seja, monopoliza o meu gabinete [o ministro informa que concedeu 244 audiências, em 2006 e 2007].

FOLHA - Sua decisão de quebrar o sigilo do inquérito do mensalão contribuiu para a abertura do Supremo à sociedade. Quais os aspectos positivos e negativos dessa exposição?
BARBOSA -
Eu acho que o lado bom é o pedagógico. Aproxima o tribunal da sociedade. Quebra com uma tradição tipicamente brasileira, ainda forte, de o juiz estar distante do cidadão. O tribunal entra nos lares dos brasileiros. As questões importantes da cidadania são debatidas, são absorvidas pelo cidadão. Acho isso muito positivo. O lado negativo disso é que essa superexposição traz uma carga de pressão muito grande em cima do tribunal. Essa hiper-exposição atrai cada vez mais demandas para o Supremo. Uma tendência natural de outros poderes e de segmentos da sociedade é pensar que tudo pode ser resolvido no Supremo. Não é tão fácil assim vir até o Supremo, e é extremamente caro.

FOLHA - Diante das decisões recentes do tribunal, alguns juízes dizem que o Supremo está se distanciando da sociedade, do mundo real.
BARBOSA -
Teoricamente, acho que isso possa existir. Não quero falar sobre decisões. Em tese, o juiz não pode se desgrudar da sociedade. Ele não pode desprezar os valores mais caros da sociedade na qual opera. Seria suprema arrogância -e isso eu noto em alguns juízes brasileiros- achar que não interessa o que a sociedade pensa sobre determinadas decisões. O juiz é fruto do seu meio. Seria o supra-sumo da arrogância entender que o juiz poderia ter uma escala de valores que não leve em conta o sentimento da sociedade sobre questões que lhe são trazidas para decidir. Em um sistema judiciário que não leva em consideração o sentimento da sociedade sobre determinadas questões, a tendência é ele perder credibilidade e se transformar em monstrengo inútil, do ponto de vista institucional, a médio ou longo prazo.

FOLHA - O Supremo carece de especialistas em direito penal?
BARBOSA -
Eu discordo. O Supremo não precisa de especialistas em direito penal. É verdade que na atual composição não há especialistas em direito penal. Mas uma pessoa com uma boa formação em direito público, com uma boa formação humanística, uma boa visão de mundo, que não seja paroquial, é isso que se espera do membro de uma Corte Suprema e não uma especialização exacerbada nesta ou naquela matéria. O que se espera é, sobretudo, prudência. Uma clara visão da sociedade.

FOLHA - Quantos membros do Supremo já interrogaram réus?
BARBOSA -
Isso é irrelevante. Eu presido quatro grandes processos criminais, jamais vistos na história do tribunal. Eu não vou interrogar ninguém. Eu delego. Eu não preciso interrogar. A lei me dá esse poder. Não é uma corte para resolver questões pontuais. É um tribunal que julga casos com profunda repercussão na sociedade. Aqui não se cuida do varejo. Já interroguei réus. Fui procurador da República por 19 anos. Minha especialização é direito público, mas isso é bobagem, não tem a menor relevância.

FOLHA - Em que medida o foro privilegiado dificulta uma avaliação mais precisa do Supremo?
BARBOSA -
Eu acho o foro privilegiado nefasto. O foro privilegiado e outras medidas são processos de racionalização da impunidade. Já disse e repito.

FOLHA - O Supremo é mais rigoroso para receber denúncias de crimes de colarinho branco?
BARBOSA - O Supremo é bem mais rigoroso em matéria penal em geral. O tribunal tem a tradição de mais rigor, nesses últimos anos. Vejamos o caso do mensalão. Com a importância do STF, com o número de causas e problemas seríssimos que tem para resolver, é racional que o tribunal gaste cinco dias inteiros só para julgar o recebimento de uma denúncia? Com todas as dificuldades que o Brasil inteiro assistiu ao vivo?
O recebimento de uma denúncia como aquela, no primeiro grau, seria um despacho de duas páginas.

Colóquio África e Diáspora: refletindo sobre o lugar da mulher negra na geopolítica e os desafios da luta contra a pobreza e o racismo - BA

Local: Reitoria da UFBA – Universidade Federal da Bahia, Salvador, BA
Data de início: 06/11/2008, às 18:00
Data de término: 09/11/2008, às 11:00

O evento é uma iniciativa da União dos Negros pela Igualdade (UNEGRO), em parceria com a União Brasileira de Mulheres (UBM) e a UNESCO, o qual celebra os 20 anos de existência da UNEGRO e de sua luta contra o racismo, bem como os 120 anos de abolição da escravatura no Brasil, e será um espaço de encontro de idéias, análises, reflexões e troca de experiências sobre a atual condição das mulheres negras na África e na Diáspora.
O Colóquio visa estabelecer um espaço de diálogo intercontinental sobre a situação política, cultural e econômica das mulheres negras na África e na Diáspora, na perspectiva de buscar propostas que favoreçam o enfrentamento dos desafios impostos pela discriminação e pela pobreza. A partir da discussão de temas estratégicos na contemporaneidade, pretende-se redesenhar cartografias de fronteiras da afro-descendência, dando visibilidade a produções, práticas e projetos em que a mulher negra seja protagonista, sujeito e não mais objeto.
O Colóquio representa uma importante oportunidade de refazer e resgatar caminhos e histórias, juntando vozes capazes de fortalecer a presença das mulheres negras como sujeitos políticos nas esferas de poder, em prol de uma ordem mundial socialmente justa, ambientalmente equilibrada e sem opressão de gênero, classe e raça, o que implica estruturar redes de contactos, projetos continuados e intercâmbios que ultrapassem o evento, ainda que se construam a partir dele. O público esperado é de 300 pessoas, formado por militantes do movimento negro, militantes do movimento de mulheres, representantes de instituições públicas que tratam de políticas de promoção da igualdade de gênero e raça, com inscrições previamente realizadas. Articuladas para participar do colóquio estarão mulheres de Angola, Moçambique, Guiné Bissau, Estados Unidos, República Dominicana, Benin, Guiné, Gana, Haiti e África do Sul. A metodologia adotada para a realização do Colóquio África e diáspora - o lugar da mulher negra na geopolítica, refletindo sobre os desafios das lutas contra o racismo e a pobreza, inclui a realização de consultas ampliadas às organizações promotoras do evento e organizações parceiras, sobre os temas específicos a serem abordados relacionados ao tema central do Colóquio. Durante as exposições dos painéis e na plenária, as pessoas poderão se inscrever e, após o pronunciamento de toda a mesa, fazerem uso da palavra por um tempo previamente estabelecido. Em cada painel haverá uma relatora, que registrará as contribuições vindas dos debates. Haverá também uma coordenadora previamente definida para exercer a condução da mesa e mediar os trabalhos em cada painel. Todo o trabalho do Colóquio será documentado em vídeo, fotografia e transformado em um relatório escrito. As principais idéias, as experiências significativas, as propostas de estratégias de atuação das mulheres serão registradas em uma publicação, após a realização do evento.
Contatos para mais informações

domingo, 24 de agosto de 2008

Seminário Manuel Querino: Vida e Obra - BA


De 25 a 29 de agosto, das 14h às 17h30, o Instituto Geográfico e Histórico da Bahia promove o "Seminário Manuel Querino: Vida e Obra". O objetivo do evento é marcar de forma significativa a passagem dos 157 anos de nascimento e 85 anos da morte de Manuel Raimundo Querino.

Escritor, jornalista, historiador, professor do Liceu de Artes e Ofícios e do Colégio dos Órfãos de São Joaquim, antropólogo autodidata, e um dos mais importantes pesquisadores da História da Bahia, Querino foi precursor dos estudos da contribuição africana para a formação da sociedade brasileira. No seminário, discutir-se-á essa personalidade ímpar e multifacetada, ressaltando a sua importância no cenário intelectual da Bahia e do Brasil.


SAIBA MAIS: http://www.ighb.org.br/destaque.asp


23 de agosto: Dia Internacional da Memória do Tráfico Negreiro

A data foi decretada pela Unesco em 1999.

Foi escolhida por ser a data da revolta de São Domingo, por Dessaline e Toussaint Louverture em 1791. Comemora a insurreição que houve na ilha de São Domingo, hoje Haiti e República Dominicana, na noite de 22 para 23 de agosto de 1791. A revolta abalou o sistema escravocrata e deu nascimento ao processo da abolição do tráfico negreiro translatlântico.

Representa a data da primeira república negra que foi liberada pelos próprios negros em luta contra os franceses.

mais em:
http://portal.unesco.org/culture/es/ev.php-URL_ID=5420&URL_DO=DO_TOPIC&URL_SECTION=201.html

Encontro debate obra poética de Aimé Cesáire - BA

Uma das maiores vozes da luta contra o colonialismo, o poeta Aimé Césaire, será tema do encontro com a Prof.ª Doutora Lílian Preste, no dia 27/08 (quarta-feira), às 10h, na Sala dos Espelhos do Palácio Rio Branco (Praça Municipal). Com o tema “Dançando no Convés do Navio”, a pesquisadora francesa analisará a obra “Caderno de Um Retorno ao País Natal”, de Césaire, e fará comparações com as obras de três poetas românticos: Pierre Jean de Béranger, Heinrich Heine e Castro Alves. O encontro é promovido pela Fundação Pedro Calmon/Secult e integra a programação de preparação do Ano da França no Brasil, a ser realizado em 2009.

Doutora em Letras pela Universidade de Sorbonne (Paris), Lílian Preste de Almeida já traduziu e publicou diversos textos e livros sobre Aimé Césaire. É responsável também pela edição crítica do livro de Césaire Cahier d'un retour au pays natal (Caderno de Retorno ao País Natal) para a coleção Archivos. Na ocasião, a professora pretende fazer uma espécie de percurso comparativo de três poemas românticos e um contemporâneo, tendo como foco a “experiência traumatizante no navio negreiro”. Quanto ao Aimé Césaire, ela afirma que “é interessante notar como o poeta reescreve de maneira totalmente original uma dança sobre o convés de um navio negreiro”, ressalta. Entretanto, ainda não há uma tradução completa para o português do poema em que o autor descreve esta dança.

O Poeta – Nascido na ilha da Martinica, colônia francesa no Mar das Antilhas (América Central), Aimé Fernand David Césaire possui uma obra marcada pela defesa de suas raízes africanas. Pai do Movimento Negritude, manifestação política e literária criada nos anos 30 para combater o colonialismo e o racismo francês, Césaire definia-se como "fundamentalmente poeta, mas poeta comprometido" e "negro, negro, desde o fundo do céu imemorial". Possui vasta obra publicada nas áreas de teatro, ensaio e história. Faleceu aos 94 anos, em abril de 2008, e foi sepultado com honras de Estado, privilégio concedido até hoje na França apenas aos escritores Victor Hugo, Paul Valéry e Collette.

“Saudado de forma unânime por toda a classe política, Césaire é um poeta difícil de ‘digerir’, tanto no aspecto literário quanto no político. Apesar de pouco conhecido no Brasil, ele possui uma obra muito importante do ponto de vista político e ensaísta”, destaca a professora Lílian Preste.

Mais informações:

ASCOM Fundação Pedro Calmon: (71) 3116-6918 / 6676

Seminário "Reintepretações do passado na história oral africana" - BA

SEMINÁRIO PERMANENTE COM PESQUISADORES BAIANOS
"Reinterpretações do passado na história oral africana"

Palestrante: Paulo Fernando de Morais Farias (Honorary Fellow Senior / Centro de Estudos da África Ocidental / Universidade de Birmighan, Inglaterra)

Data: 28/08/2008
Horário: 15 horas
Endereço: Fundação Clemente Mariani, Rua Miguel Calmon, 398, Ed. Conde Pereira Marinho, Coércio, CEP 40.015-010, Salvador/BA
Inscrições e informações: Tels: (71) 3243-2491 / 3243-2666 e-mail: academico@fcmariani.org.br

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Programação da Exposição: Herança africana no universo baiano - Um filá de liberdade - BA

Museu Carlos Costa Pinto (Corredor da Vitória)

Palestras

Dia 25/8 - Jóias afirmativas (Ana Beatriz Simon Factum)
Dia 27/8 - Vestidas como deusas (Nancy de Souza e Silva)
Dia 15/9 - A riqueza do traje (Ana Lúcia Uchoa, Joseania Miranda Freitas e Luzia Gomes)
Local: auditório do Museu Carlos Costa Pinto Horário: 16h Entrada: franca

Filmes

Dia 27/8 - Kiriku e a feiticeira, às 15h
Dia 24/9 - Na rota dos orixás, às 16h
Dia 8/10 - A dama das águas, às 15h
Local: auditório do Museu Carlos Costa Pinto Entrada: franca


Oficinas Gratuitas

Jóias (Chico da Prata), 26/8, às 15h, no Museu Carlos Costa Pinto, tel: 3336-6081
Bordado (Gilcélia Pinto) 19/9, às 14h, no Ateliê Valcides Sales (Engenho Velho da Federação), tel: 9921-2867.
Alaká/Pano-da- costa (Kula Tecelagem) 2/10, às 14h, rua Queira Deus, 78, Portão, tel: 3369-2085

I Foro Internacional Mujeres Indígenas, compartiendo avances para nuevos retos - Lima(Peru)

INBRAPI/Instituto Indígena Brasaileiro para a Propriedade Intelectual
REDE GRUMIN DE MULHERES INDÍGENAS
GRUMIN/Rede de Comunicação Indígena

PRIMER FORO INTERNACIONAL Mujeres Indígenas, Compartiendo Avances para Nuevos Retos em Lima, Peru.

Vai acontecer de 13 a 16 de abril de 2008, o PRIMER FORO INTERNACIONAL Mujeres Indígenas, Compartiendo Avances para Nuevos Retos em Lima, Peru.

Algumas mulheres Indígenas do Brasil estarão presentes representando suas Organizações, mas não tivemos acesso aos nomes de todas. Soubemos que Graça Tapajós da Coiab, Mirian Terena do Conami estarão no Fórum.

A organização do Fórum de mulheres Indígenas do Peru, previamente, enviou uma Convocatória solicitando que as organizações se inscrevessem e enviassem o perfil. O GRUMIN E O INBRAPI enviaram o nome de Eliane Potiguara (para representar essas organizações) que estará oficialmente num Painel denominado Propriedade Intelectual, Conhecimentos Tradicionais e Biodiversidade. O INBRAPI, em parceria com várias organizações indígenas e entidades, acaba de realizar o Caucus Indígena Internacional sobre o tema (abril 2008)/Brasília, reunião preparatória à Conferência da COP-9 sobre Biodiversidade. As organizações e pessoas filiadas ao Inbrapi participaram ativamente das oficinas regionais (Norte, Sul, Leste e Nordeste e Centro-Oeste) em todo o ano de 2007 e 2008 que tratou da Consulta Publica Nº 2 do CGEN/Ministério do Meio Ambiente. Tudo isso legitimado pelo Projeto Eg To Jykrén.

O Inbrapi, através da jovem indígena Dra. Fernanda Jófej Káigang, está há anos estudando o tema e participando do processo local, estadual, nacional e internacional. A escritora e poeta Eliane Potiguara, 57 anos, diretora de Comunicação do INBRAPI e diretora-Executiva do GRUMIN vai apresentar um PPS intitulado “Mulheres na Construção e Preservação, da Cosmologia Indígena”, numa linguagem popular, baseado nas discussões sobre medidas para coibir a apropriação e uso indevido dos conhecimentos tradicionais dos povos indígenas e na solicitação de que o Estado crie e implemente as leis nacionais, assegurando os direitos humanos dos povos indígenas, segundo o artigo 22 da CDB ( Convenção da Biodiversidade Biológica). A apresentação está marcada a princípio, para o dia 14 de abril de 2008, no Painel Propriedade Intelectual, Conhecimentos Tradicionais e Biodiversidade. Concluído o Fórum, o Inbrapi e Grumin disponibilizarão o material na Internet através dos sites organizacionais.

Os temas serão:
1-Globalização e Mulheres Indígenas
2-Território, Meio ambiente, recursos naturais e efeitos do câmbio climático.
3-Propriedade Intelectual, Conhecimentos Tradicionais e Biodiversidade.
4-Comunicação e Tecnologia da Informação.
5-Reforma da ONU: Processos de Paz e Segurança do Mundo.
6-Mulheres Indígenas e Direitos Humanos
7-Racismo e Descriminação.
8-Saúde Sexual Reprodutiva e Prevenção da Aids.
9-Gênero, Cultura, Violência e atribuições das defensoras dos Direitos Humanos.
10-Educação Intercultural: Acesso, indicadores e qualidade nas políticas educativas para a infância.
11-Oportunidades Educativas Interculturais para as Mulheres Indígenas.
12-Economia e Mulheres Indígenas: Onde está o Dinheiro para as Mulheres?
13-Políticas contra a pobreza, acesso a créditos e iniciativas de Mulheres Indígenas
Outros temas serão também debatidos.

ELIANE POTIGUARA
“A violação aos Direitos Indígenas
divide famílias. O respeito as suas tradições, identidade, cosmovisão, espiritualidade e ancestralidade
perpetuam o AMOR entre povos e entre homem e mulher”. Texto: Eliane Potiguara

Visite esses 04 SITES
www.grumin.org.br (institucional)
http://www.elianepotiguara.orgbr (site oficial da escritora)
http://fotolog.terracom.br/elianepotiguara
http://groups.yahoo.com/group/literaturaindigena

E-mail: elianepotiguara@uol.com.br
E-mail: elianepotiguara@yahoo.com.br
E-mail institucional: grumin@grumin.org.br
http://groups.yahoo.com/group/literaturaindigena

Inauguração da sala do Coletivo DENEGRIR( UERJ) - RJ


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quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Sessão Especial em homenagem aos "30 anos do Movimento Negro Unificado - MNU" - BA

O Presidente da Câmara Municipal de Salvador tem a satisfação de convidar todas e todos a participar da Sessão Especial em homenagem aos "30 anos do Movimento Negro Unificado - MNU", requerida pela vereadora Vânia Galvão, a ser realizada no dia 27 de agosto de 2008, às 19 horas, no Plenário Cosme de Farias da Câmara Municipal de Salvador.

Paço da Câmara Municipal de Salvador, agosto de 2008.

Informações: Selma dos Santos / Terezinha Gonçalves - Tel.: (71) 3320-0167/0454

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Exibição de filme sobre Mestre Bimba - RJ

Projeto Cinemativa Apresenta:

"Mestre Bimba - A Capoeira Iluminada"

Direção: Luiz Fernando Goulart

- Dia 20 de AGOSTO, ÀS 19H -


MESTRE BIMBA A Capoeira Iluminada, conta, através de depoimentos de antigos alunos e imagens inéditas em cinema, a história de Mestre Bimba, Manuel dos Reis Machado (1899 – 1974), que dedicou a vida a dar dignidade e luz à capoeira. De origem humilde, grande jogador de capoeira e, principalmente, um extraordinário educador, seu nome é a primeira referência do aluno de capoeira, em qualquer país que esteja. A ele são dedicadas milhares e milhares de músicas cantadas em todas as rodas de capoeira, nos cinco continentes.

MESTRE BIMBA – A Capoeira Iluminada, inspirado no livro MESTRE BIMBA – Corpo de Mandinga, de Muniz Sodré.

Logo após a exibição do filme, apresentação do Grupo Abada Capoeira, com os Mestres Nago, Baiano, Rabugento, Zagueiro e Todo Duro.
Imperdível!!!
Apresentação: Lisa Castro e Neide Diniz

Nosso encontro está marcado!

Quando? Dia 20 de agosto de 2008

Que horas? Às 19h

Onde? SESC Madureira - Rua Ewbanck da Câmara, 90 Madureira

Classificação etária: Livre

Informações e agendamento de grupos: Tel 3350-2676

Entrada gratuita

Apoio:
Lumen Produções Ltda
Coisa Nossa Comunicação e Produções
Caras do Brasil Produções
Preta Produções
Agradecimento:
Lumen Produções Ltda, pela autorização do filme.
Realização: Estimativa em parceria com SESC Madureira

Toda terceira 4ª-feira do Mês,
um filme para você!

Seminário "Literatura brasileira: reflexões sobre uma tradição excludente" - BA

SEMINÁRIO PERMANENTE COM PESQUISADORES BAIANOS
"Literatura brasileira: reflexões sobre uma tradição excludente"

Palestrantes:
Fabiana Lima (Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos do CEAO/UFBA)
Ana Rita Santiago da Silva (Doutoranda em Estudos Étnicos e Africanos do CEAO/UFBA)

Coordenadora:
Florentina da Silva Souza

Data: 21/08/2008
Horário: 16 horas
Endereço: Fundação Clemente Mariani, Rua Miguel Calmon, 398, Ed. Conde Pereira Marinho, Coércio, CEP 40.015-010, Salvador/BA

Inscrições e informações:
Tels: (71) 3243-2491 / 3243-2666
e-mail: academico@fcmariani.org.br

UnB promove mesa redonda sobre Literatura e Relações Raciais - DF

O Grupo de Estudos em Literatura Brasileira Contemporânea da Universidade de Brasília convida para a mesa redonda sobre Literatura e Relações Raciais:
Profª Drª Sonia Roncador (Universidade do Texas – Austin) - " O mito da mãe preta no imaginário literário de raça e mestiçagem cultural"
Profª Drª Regina Dalcastagnè (UnB/CNPq) - "Entre silêncios e estereótipos: relações raciais na literatura brasileira contemporânea".
Mediação: Marina Farias Rebelo (mestranda/UnB)
Após a mesa redonda, será realizado o lançamento do número 31 da revista "Estudos de Literatura Brasilieira Contemporânea", com um dossiê sobre literatura e relações raciais. O evento acontecerá no dia 19 de agosto de 2008, terça-feira, às 19h, no auditório da Reitoria da Universidade de Brasília.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Defesa de Monografia sobre Identidade de Alunos(as) Negros - BA

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Curso "Conversando com a sua História" - BA

O Centro de Memória da Bahia, da Fundação Pedro Calmon, promove o curso "Conversando com a sua História", no qual são analisados e debatidos diferentes temas da História da Bahia. Abertas à participação de todos, as palestras são ministradas por historiadores e pesquisadores.

AGOSTO
19 - "De um ponto a outro. Bahia e Prata (1850-1889)" - Cleide Lima Chaves
26 - "Pescadores e roceiros: escravos e forros em Itaparica na segunda metade do século XIX (1860-1888) - Wellington Castellucci Júnior

SETEMBRO
02 - "A capoeira baiana na Corte Imperial (1863-1890)" - Carlos Eugênio Líbano
09 - Quintais urbanos de Salvador: realidades, usos e vivências no século XIX" - Jan Maurício Oliveira Van Holthe
16 - "A seca na Bahia do século XIX: sociedade e política" - Graciela Rodrigues Gonçalves
23 - "Salvador multimagética: a imagem do bairro do Comércio construída através dos cartões postais (1890-1950)" - Márcia Maria Couto Mello
30 - "Padre Antônio Vieira, 400 anos" - Cláudio Veiga

OUTUBRO
07 - "De Juracy a Juracisinho" - Juracy Magalhães Neto
14 - "Lampião e o Cangaço" - Lamartine Lima
21 - "As vozes do samba de roda: música e narrativa" - Erivaldo Sales Nunes
28 - "Cuíca de Santo Amaro e a Literatura de Cordel" - João Augusto Rocha

Local: Palácio Rio Branco - Auditório (Praça Thomé de Souza)
Sempre às terças-feiras
Horário: 17 horas
Entrada gratuita

Promoção:
Fundação Pedro Calmon

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Seminário "Cinema Negro em Discussão" - BA


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Exposição registra herança africana na Bahia - BA


O que: Exposição Herança Africana no Universo Baiano - Um filá de liberdade
Quando: 15 de agosto a 14 de novembro de 2008
Onde: Museu Carlos Costa Pinto
Realização: Governo do Estado da Bahia / AProdução

I Encontro Estadual de Educação e Relações Étnicas - BA

IV SEMANA DE EDUCAÇÃO DA PERTENÇA AFRO-BRASILEIRA
UESB - Campus de Jequié
“EDUCAÇÃO, DOCÊNCIA, CULTURAS AFRICANA E AFRO-BRASILEIRAS”.
PERÍODO: 16 a 20 de Novembro de 2008

O Órgão de Educação e Relações Étnicas com Ênfase em Culturas Afro-brasileiras - ODEERE, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia, Campus de Jequié, promoverá de 16 a 20 de Novembro de 2008 o “I Encontro Estadual de Educação e Relações Étnicas e IV Semana de Educação da Pertença Afro-brasileira”, em parceria com a FAPESB (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia). Este evento tem como objetivo reunir na cidade de Jequié pesquisadores e pesquisadoras de diversas instituições e pessoas interessadas pela temática a fim de discutir a mesma; fortalecer a implantação dos conteúdos de História e Culturas Africanas e Afro-brasileiras; estabelecer contatos com NEAB’s e demais órgãos correlatos no Estado da Bahia; reforçar as políticas de ações afirmativas no âmbito universitário. Para atingir nossos objetivos estamos propondo uma programação com mesas redondas, conferências, mini-cursos, grupos de trabalhos, oficinas e atividades culturais. Julga-se de extrema importância levar os cidadãos e cidadãs a refletirem a cerca da positivação da identidade africana e afro-brasileira. O ODEERE é um Núcleo de Estudos Afro-brasileiros, órgão este que desenvolve suas atividades em parceria com o MEC/SESU/UNIAFRO em todo território nacional nas IES e IFS, com o objetivo de desenvolver estudos da temática Afro-brasileira.Nesse sentido,convidamos todas e todos para participarem deste evento,a fim de ampliarmos as discussões a cerca da temática “EDUCAÇÃO, DOCÊNCIA, CULTURAS AFRICANA E AFRO-BRASILEIRAS”.

Seminário "Um povo, uma luta, um destino" - BA

MARCUS GARVEY

16 de agosto de 2008
Hora: 15:00
Local: Biblioteca Betty Coelho
Rua Gustavo dos Santos Boca do Rio - Salvador-BA

Cidade: Salvador -
Entrada Franca
Participaçãoda Banda Kebra Nagast

terça-feira, 12 de agosto de 2008

Lançamento do DVD dem homenagem a Abdias do Nascimento - RJ

25 de agosto – 2ª feira – 18h 30m
favor confirmar sua presença
(lugares limitados)
Apresentação do DVD Abdias Nascimento Memória Negra


Direção Antonio Olavo,
Centro Afro Carioca de Cinema – Rua Joaquim Silva 40 - Lapa


A apresentação é também uma homenagem ao poeta e revolucionário Luiz Gama*, pela passagem dos 126 anos de sua ausência entre nós (24 de agosto de 1882)

favor confirmar sua presença (lugares limitados): IPEAFRO – 21-2509-2176 (das 11h às 16h)
Centro Afro Carioca de Cinema – 21-2508-7371 (das 14h às 18h)

Seminário de Cultura Negra e Psicanálise - RJ

Das Caravelas e Tumbeiros ao Hip-Hop

(31 de agosto a 4 de setembro de 2008)

Sede do IPDH - Av. Mem de Sá, 39 - Arcos da Lapa, Rio de Janeiro

ENTRADA FRANCA

O seminário tem por objetivo a construção de um novo canal de interlocução entre áreas de conhecimentos que, ao produzir um diálogo, possibilitem a abertura de novos campos de reflexão, de formulações e de pensamentos para a cultura afrobrasileira.

Foram realizados encontros preparatórios, a partir de janeiro de 2008, com membros do Instituto OCA, da Associação Digaí-Maré e do IPDH. O seminário será realizado do dia 31 de agosto, domingo, das 18:00 às 22:00 horas, a 4 de setembro, de segunda a quinta-feira, das 20:00 às 22:00 horas. As inscrições são necessárias em razão da limitação de vagas.

PROGRAMA

31/08 – domingo, de 18:00 às 18:30 hs.

Abertura - Zezé Motta - SUPIR > Maritza Garcia - OCA > Nayara Mallon - OCA > Maria Catarina de Paula - IPDH

MESA 1 <>. > Subjetividade, Resistência e Discursos

Jairo Gerbase - Psicanalista, AME da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano – Brasil – Fórum Salvador.

Vanda Ferreira - Professora, Ouvidora da Petros, Militante do Movimento Negro.

Debatedores > Carlos Alberto Medeiros - Jornalista, Mestre em Ciências Jurídicas e Sociais pela UFF.

> Graça Pamplona - Psicanalista, AME da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano-Brasil/Fórum de Petrópolis, Supervisora Clínica do Instituto OCA.

O sujeito, o sujeito da psicanálise, o cidadão e o desejo, o desejo o mal-estar e a civilização, a resistência subjetiva e a resistência no campo social, o mal-estar e as identificações do sujeito. Quais diálogos permitem pensar a cultura e as culturas em sua relação com o sujeito do desejo e os direitos dos sujeitos/cidadãos? Os discursos correntes e a construção de novos discursos, entre os quais o discurso da psicanálise, permitem reinterpretar o campo social contemporâneo de forma inovadora? O que pode fazer corte em paradigmas sócio-culturais estruturados? Racismo, exclusão, dor de existir?
20:30 hs. > Coquetel de Confraternizacão, com lançamento e venda de livros

MESA 2 - A infância da Dor e a Dor da Gente

01/09 <>

Nayara Mallon - Psicanalista, Presidente do Instituto OCA.

Marícia Ciscato - Membro do Digaí-Maré, Correspondente da Escola Brasileira de Psicanálise-Seção Rio.

Ivanir dos Santos - Pedagogo, Secretário Executivo do Centro de Articulação de Populações Marginalizadas-CEAP.

Debatedora > Lúcia Xavier - Assistente social, Coordenadora de Criola.

Esta mesa considera os recentes trabalhos e pesquisas vinculados ao atendimento de crianças e adolescentes, moradores de comunidades periféricas, com alto grau de violência social e familiar. Quais são as implicações decorrentes do modo como as próprias crianças e adolescentes interpretam a realidade em que vivem? Como comparece e quais são as propostas da psicanálise no tratamento da angústia desses meninos e meninas que vivem nessas comunidades? São estas angústias diferentes das experimentadas por qualquer criança ou adolescente? Quais são as implicações das formas de interpretação e aplicação do Estatuto da Criança e do Adolescente? Quais seriam as perspectivas da infância brasileira do ponto de vista sócio-cultural?


MESA 3 - Do Martírio à Malandragem: os mitos Saci Pererê e Negrinho do Pastoreio

02/09 <>

Lara Pamplona - Professora de Literatura Brasileira do Instituto Luso-Brasileiro da Universidade de Colônia (Alemanha).

Conceição Evaristo - Escritora, Doutoranda em Literatura Comparada - UFF.

Eliane Schermann - Psicanalista, Membro da Escola de Psicanálise dos Fóruns do Campo Lacaniano.

Debatedor > Guilherme Gutman - Psicanalista, Professor Adjunto do Departamento de Psicologia da PUC-Rio.

Foco no imaginário popular desses mitos e a correlação entre as malandragens e os dramas sociais vividos por nossa gente, em qualquer idade. Esta mesa toma como referência esses dois mitos populares dos séculos XVIII e XIX, onde num se identifica a picardia, a pilhéria e no outro o drama, a tragédia, e busca relacioná-los com a dinâmica de inúmeros e anônimos protagonistas do cotidiano da cidade, que se expressam no nosso dia a dia.


MESA 4 – Literatura Afrobrasileira e Pulsão

03/09 <>

Lia Vieira - Escritora, Autora de Chica da Silva - A mulher que inventou o mar.

Éle Semog - Escritor, Conselheiro Executivo do IPDH.

Clarice Gatto - Psicanalista, Responsável pelo Serviço de Psicanálise do Centro de Estudos de Saúde do Trabalhador e Ecologia Humana - ENSP/FIOCRUZ.

Debatedoras > Denise Barata - Historiadora, Professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas e Formação Humana da UERJ.

> Teresa Palazzo Nazar - Médica, Psicanalista, Membro fundador da Escola Lacaniana do Rio de Janeiro e de Vitória.

A proposta desta mesa é de estabelecer uma relação entre a pulsão expressa por autores afro-brasileiros clássicos como Cruz e Sousa, Lima Barreto, Machado de Assis, dentre outros, e a geração de escritores negros que surgiu nos anos 70, com a proposição de insurgência estética e política, utilizando o texto como meio de militância de combate ao racismo.

MESA 5 - Das Caravelas e Tumbeiros ao Hip-Hop

04/09 <>

Julio Cesar de Tavares - Professor do Programa de Pós-Graduação em Antropologia da UFF, Diretor da Associação para o Estudo da Diáspora Africana no Mundo - ASWAD, Fundador da CUFA.

Marcus André Vieira - Psicanalista, AME da Escola Brasileira de Psicanálise, Membro do Digaí-Maré, Professor da PUC-Rio.

Nega Gizza - Rapper/CUFA.

Debatedor > Romildo do Rêgo Barros - Psicanalista, Membro da Escola Brasileira de Psicanálise e Diretor do Instituto de Clínica Psicanalítica do Rio de Janeiro - ICP.

A mesa pretende discutir as expressões de júbilo e riqueza e de aniquilamento e de resistência decorrentes das relações vividas no período da escravidão, desde a fragmentação do indivíduo ao embarcar nos tumbeiros à sua redenção como sujeito, ainda hoje em ambiente social adverso. Daquela condição de escravo, hoje a população afrobrasileira busca expressar-se das mais diversas formas e uma das mais insurgentes, críticas, pragmáticas e produtivas, é o Hip Hop. Como poderíamos pensar a especificidade, o lugar e o impacto da intervenção proposta pelo Movimento Hip Hop?


22:00 às 22:10 > Encerramento > Éle Semog – IPDH

As incrições são gratuitas e as vagas são limitadas.

Para efetivar sua inscrição, favor preencher a ficha abaixo e encaminhar para: contato@institutooca.org.br

Os cem primeiros inscritos serão presenteados com o livro Diásporas Africanas na América do Sul: Uma ponte sobre o Atlântico, de Julio César de Tavares, com fotos de Januário Garcia.

Realização

Instituto Palmares de Direitos Humanos

Instituto OCA

Apoio

Associação Digaí-Maré

Seminário História e Cultura Afro-brasileiras - BA

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CEN promove Caminhada Azoany - BA

No dia 16 do mês de agosto de 2008 completamos 10 anos da Caminhada Azoany, onde mais uma vez estaremos partindo do Pelourinho até a Igreja de São Lázaro, para comemorar o dia de São Lázaro, reverenciar e cumprir promessas em agradecimento a Azoany (Omolú Obaluaê)

Este ato passou a ser realizado de maneira continua tendo naturalmente o seu crescimento cada vez mais atraindo indivíduos de todas as classes, independente de seu credo religioso.

Apesar de tratar-se de um evento de características negras por tratar-se do candomblé, todos participam e caminham um percurso de 06 km, cantando louvações para o (Orixá, Inkisse).

Vestidos de Branco, roupas do Candomblé, Camisas do evento ou vestimentas próprias, carregando balaios de pipocas, ramos e buquês de flores – acompanhados de um grupo de afoxé a Caminhada percorre as ruas do Pelourinho e seguem em direção a Igreja de São Lázaro no bairro da Federação, onde todos os participantes cumprem suas promessas.

Estaremos realizando este ano a Caminhada, mais do que nunca, conclamando a Paz e buscando junto ao (Orixá, Inkisse), forças para que mostre seu Brilho e garante a preservação deste ato como forma de fortalecimento do povo negro e daqueles indivíduos que lutam conosco pela preservação do Candomblé.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Pingue-Pongue / Ângela Davis

‘O crime é uma questão de pobreza e segregação racial’
Alexandre Lyrio

No Verão de 1970, Angela Yvonne Davis integrava a lista dos dez fugitivos mais procurados pelo FBI. Acusada de envolvimento no seqüestro e homicídio de um juiz por ativistas negros, fugiu o quanto pôde até ser capturada, presa e julgada, em um dos mais famosos tribunais da história americana. Absolvida, quase pagou caro por fazer parte de um dos mais radicais movimentos comunistas do seu país, os Panteras Negras, espécie de braço armado do movimento Black Power.
Passaram-se 40 anos desde que os grupos anti-racismo explodiram nos EUA e, durante estada em Salvador para participar de diversas palestras, a ativista se mostrou a mesma revolucionária comunista de sempre. Sem se dobrar um só instante, defende os mesmos ideais de igualdade racial da época em que o líder negro Martin Luther King a inspirou a lutar pelos direitos civis dos negros. “O que mantém a minha sanidade é o meu envolvimento nos atuais movimentos coletivos políticos”, acredita. A verdade é que Angela Davis transformou-se em uma das mais obstinadas combatedoras da discriminação social e racial, além de defensora das mulheres. Mereceu composição de John Lennon e Yoko Ono em sua homenagem. A música Angela é uma ode à bravura da ativista e um protesto contra as perseguições sofridas por ela. Os Rolling Stones também a homenagearam com Sweet black Angel. Hoje, aos 64 anos, Angela Davis é escritora, filósofa e professora emérita da Universidade da Califórnia.
Nos últimos tempos, tem se dedicado ao estudo dos problemas ligados aos sistemas prisionais. Também aí, propõe uma revolução. Suas idéias deram origem a um grande movimento pela abolição do cárcere nos EUA e no resto do mundo. Sem nunca perder o viés racial, já que a esmagadora maioria dos prisioneiros americanos é negra, se refere ao sistema carcerário como uma “indústria”. Na capital baiana por ocasião da XI Fábrica de Idéias, evento organizado pela Universidade Federal da Bahia (Ufba), nos últimos dias, Angela foi bastante assediada por representantes de movimentos sociais baianos, além de grupos de mulheres negras e autoridades religiosas do candomblé. Durante entrevista coletiva no Hotel da Bahia, falou sobre temas como política de cotas, comunismo e o candidado democrata à Presidência dos EUA, Barack Obama.

Correio da Bahia – Passaram-se 40 anos desde que movimentos negros como os Panteras Negras, do qual a senhora fez parte, bateram de frente com a segregação racial nos EUA. Quais foram as principais conquistas de lá para cá? Qual a atual situação dos negros nos EUA e na diáspora?
Angela Davis - Existem boas novas, mas também muitas más notícias. Nos últimos 40 anos, os negros americanos vivenciaram um progresso muito grande no que diz respeito a sua posição de classe, aos seus direitos civis. Se em 1968 a segregação vigorava no sul dos EUA, agora todas as leis que apoiavam aquele modelo foram banidas da legislação. Por outro lado, o processo de expansão do sistema capitalista teve conseqüências drásticas entre os negros que já eram pobres. Estes estão ainda mais pobres do que 40 anos atrás. Mas o grande avanço foi mesmo político. Antes os negros eram impedidos de participar do processo político do país. Hoje, podemos ver inúmeros representantes dentro dos sistemas federal e estadual. E agora temos até um candidato negro disputando a Presidência.

CB - Então a senhora e a população negra americana se sentem, de fato, representadas por Barack Obama?
AD - Acho que o fato de ele ser negro não é o principal. Quando se bate muito nessa tecla limita-se a percepção da sua importância. Ele não é só um simples candidato negro. Obama tem conseguido despertar discussões sobre diversas questões, inclusive as de raça, a ponto de mobilizar toda a juventude americana. Antes, os jovens dos EUA estavam estagnados, agora se pode testemunhar a formação de grupos envolvidos no processo.

CB - Mas a senhora vai votar em Obama?
AD - Pela primeira vez irei votar num candidato democrata. Devido à minha formação comunista, nunca votei em republicanos ou democratas. Essa será a primeira vez.

CB - Antes mesmo de Obama, recentemente outros negros americanos assumiram cargos importantes no país, como foram os casos dos últimos secretários de Estado, Colin Powel e Condoleezza Rice. A senhora respeita negros ligados ao governo George Bush?
AD - Há de se separar quem é quem. Condoleezza é uma mulher negra? Claro. Mas por outro lado ela representa as mais reacionárias forças políticas americanas. Eu sempre utilizo um exemplo como metáfora para ilustrar isso. Nos dias seguintes ao que o furacão Katrina devastou Nova Orleans, ela foi vista comprando os caríssimos sapatos Ferragamo, num elegante quarteirão da 5ª Avenida de Nova York. Ficou provado que ela não deu a menor importância ao desastre. Perguntada sobre o assunto, ela respondeu: “Racismo? Não existe racismo”. É por essas e outras que temos que ter muito cuidado com negros como Condoleezza e o próprio Colin Powel. Ofereço eles como exemplo, mas estou falando do nosso meio, do nosso dia-a-dia. Não podemos simplesmente convidar qualquer negro para os nossos movimentos. Podemos cair no erro de incorporar pessoas que são contrárias às ações afirmativas.

CB - Falando em ações afirmativas, foi uma universidade da Bahia, a Uneb, a primeira no país a criar o modelo de cotas para negros. Só depois a Ufba seguiu o mesmo caminho e outras instituições no Brasil. O que a senhora acha da política de cotas nas universidades brasileiras?
AD - Extremamente necessárias. Até outro dia, o Brasil era um país escravista, e isso foi herdado pelas gerações seguintes. As políticas afirmativas são extremamente necessárias para se resolver o problema da desigualdade. Mas a luta é muito maior. O Brasil precisa entender que a política de cotas é só o primeiro passo.

CB - Parece que esse tipo de política atualmente vem perdendo espaço nos EUA. Não pode acontecer o mesmo com o Brasil?
AD - Infelizmente, isso tem ocorrido. O que a gente vê nos EUA é o fortalecimento de ideologias contrárias às ações afirmativas, a ponto de alguns alunos negros e também latinos passarem a ter medo de ser identificados como beneficiados por esse sistema. Eles não querem mais que os colegas fiquem sabendo das bolsas que receberam para estudar. Acreditam que não merecem isso enquanto indivíduos. Mas é exatamente o fato de se enxergarem individualmente que os faz pensar assim. Eles não se imaginam como membros que fazem parte de uma comunidade cuja ascensão é atingida, em parte, a partir desse sistema. O projeto das ações afirmativas nunca foi usado para privilegiar indivíduos, e sim modificar estruturas que geram a desigualdade. Quando se visualiza apenas como indivíduo, não se é capaz de se enxergar o potencial de algo maior. Por conta disso, perdemos as ações afirmativas em locais como Califórnia, Texas, e Michigan. Eu acho que o Brasil pode utilizar esse exemplo para não cair no mesmo erro.

CB - A senhora falou em estudantes latinos. Há a necessidade de políticas que envolvam outros grupos que não somente os negros?
AD - Penso que devemos dar um passo além do paradigma branco x negro e construir um movimento que preste atenção em outros grupos racializados e discriminados. Nos EUA, temos que acolher particularmente os imigrantes: latinos, asiáticos e também africanos. No Brasil, o desafio é assimilar também a população indígena, devastada durante a colonização.

CB - Nos últimos dez anos, a senhora tem se dedicado à luta contra os sistemas prisionais. O que a faz pensar que a liberdade dessas pessoas pode fazer uma sociedade mais justa?
AD - A simples constatação de que as prisões não resolvem nada. O crime é uma questão de pobreza e segregação racial. Devem existir outras formas de se lidar com essas questões. O cárcere isola essas pessoas, mas não resolve a origem. Em 1968, havia menos de duas mil pessoas atrás das grades nos EUA. Já considerávamos um número grande. Hoje, nós temos dois milhões e 300 mil pessoas, e a maioria da população carcerária é negra. Não tem como não pensar que a luta contra o sistema carcerário é uma luta contra a desigualdade racial.

CB - Essa disparidade não deve ser tão diferente no Brasil...
AD - Não tenho base para comparar por não conhecer bem o sistema daqui. Mas sei que existem semelhanças. Na verdade, a preponderância de presos é de origem negra em todo o mundo. Em todo lugar, o sistema racista encarcera os que não tiveram oportunidades no sistema capitalista.

CB - Como a senhora disse, a sua formação é comunista. O próprio Panteras Negras era um movimento fundamentado no comunismo. A sua postura sempre reta a faz comunista ainda hoje?
AD - Li Marx pela primeira vez no 2º grau e me filiei ao partido comunista há exatos 40 anos, em 1968. Ao mesmo tempo, militava entre os Panteras Negras. Utilizava a análise comunista de classes com um viés racial. Devido a conflitos naturais, saí do partido em 1991, mas nunca mudei minha postura em relação ao capitalismo. Posso dizer que hoje sou uma comunista com “c” minúsculo.

Correio da Bahia, 11.08.2008
www.correiodabahia.com.br

sábado, 9 de agosto de 2008

Luiza Bairros é a nova titular da Secretaria de Promoção da Igualdade - BA

O governador Jaques Wagner anunciou agora há pouco a saída do secretário de Promoção da Igualdade, Luiz Alberto. O anúncio foi feito no encerramento do seminário sobre Segurança e Promoção da Igualdade, realizado no Centro de Convenções, na noite desta sexta-feira (8).
Ele revelou também que Luiz Alberto será substituído pela socióloga Luiza Bairros, conhecida militante da causa negra. A platéia do seminário, composta por representantes de entidades negras, indígenas e de mulheres, aplaudiu com entusiasmo.
Segundo o governador, desde março o secretário Luiz Alberto havia comunicado a decisão de se afastar do governo. Ele estava sendo pressionado por entidades negras para voltar ao legislativo federal, o que acontecerá agora.
Fonte: www.comunicacao.ba.gov.br

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

CEAO convida estudantes para Mostra de Cinema da Diáspora - BA

O Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAO-UFBA) convida estudantes de nível médio da rede pública de ensino para a Mostra de Cinema da Diáspora, uma atividade conjunta com estudantes da UFBA, no âmbito da segunda etapa do Projeto de Incentivo à Permanência de Estudantes Cotistas. As atividades serão realizadas aos sábados, de agosto a outubro de 2008, no Auditório Milton Santos (prédio da Biblioteca do CEAO). Serão disponibilizadas 20(vinte) vagas.

Data: Sábados, dias 16/08, 30/08, 13/09, 27/09, 11/10
Horário: 9:00 às 13:00 (Exibição seguida de debate)

* * * * * PROGRAMAÇÃO * * * * *

16/08/08

§ Tema: Racismo e Ações Afirmativas
§ Filme: Café com leite: água e azeite?
§ Documentário – São Paulo, 30 min., 2007
§ Direção, produção, roteiro: Guiomar Ramos
§ Co-produção: Tatu Filmes
§ Edição: Márcio Perez

SINOPSE: "Café com leite" apresenta uma reflexão sobre o Mito da Democracia Racial no Brasil através de depoimentos dos professores da FFLCH-USP, Antonio Sérgio Guimarães, Kabengelê Munanga, a diretora do Geledés, Sueli Carneiro e o antropólogo Batista Félix. Alunos da pós-graduação da FFLCH como Márcio Macedo e Uvanderson da Silva também participam do debate. Os cineastas Jeferson De, Noel Carvalho e a atriz Zezé Motta traçam comentários sobre a Democracia Racial. O documentário apresenta ainda trechos de filmes adaptados da obra de Jorge Amado, como "Jubiabá" e "Tenda dos Milagres", de Nelson Pereira dos Santos e "Assalto ao trem pagador" de Roberto Farias e também imagens da luta do negro no Brasil através do arquivo de Abdias do Nascimento.

30/08/08

§ Tema: O(a) Negro(a) na Mídia
§ Filme: A negação do Brasil
§ Documentário - São Paulo, 2000, 90 min
§ Direção: Joel Zito Araújo

SINOPSE: O documentário é uma viagem da história da telenovela no Brasil e particularmente uma análise do papel nelas atribuído aos atores negros, que sempre representam personagens mais estereotipados e negativos. Baseado em suas memórias e em fortes evidências de pesquisas, o diretor aponta as influências das telenovelas nos processos de identidade étnica dos afrobrasileiros e faz um manifesto pela incorporação positiva do negro nas imagens televisivas do país.

13/09/08

§ Tema: Negro(a) e Ciência
§ Filme: Quase Deuses
§ Longa Metragem - 110 minutos, 2006
§ Direção: Joseph Sargent

Sinopse: Quase Deuses conta a história verdadeira e emocionante de dois homens que desafiaram as regras em sua época para iniciar uma revolução médica. Na Baltimore dos anos 40, o Dr. Alfred Blalock (Alan Rickman, de Harry Potter e o Cálice de Fogo) e o técnico de laboratório Vivien Thomas (Mos Def, de Uma Saída de Mestre) realizam cirurgias cardíacas usando uma técnica sem precedentes, atuando como equipe de uma maneira impressionante. Mas ao mesmo tempo em que travam uma corrida contra o tempo para salvarem a vida de um bebê, ambos ocupam diferentes condições sociais na cidade. Blalock é o saudável homem branco que comanda o Departamento Cirúrgico do Hospital Johns Hopkins; Thomas é negro e pobre, um habilidoso carpinteiro. Quando Blalock e Thomas desbravam um novo campo na medicina, salvando milhares de vidas graças ao processo, as pressões sociais ameaçam minar sua parceria e por um fim à amizade que nasceu entre eles.

27/09/08

§ Tema: Relacionamentos Interraciais
§ Filme: Adivinhem quem vem para jantar?
§ Longa Metragem - 1967, 108 minutos
§ Direção: Stanley Kramer

Sinopse: Joanna (Katherine Houghton), a bela filha de um editor liberal, Matthew Drayton (Spencer Tracy), e sua esposa aristocrata Cristina (Katherine Hepburn), retorna para casa com seu novo namorado John Prentice (Sidney Poitier), um ilustre médico negro. Cristina aceita a decisão da filha de se casar com John, mas seu pai está chocado com essa união inter-racial; bem como os pais do médico. Para acertar as coisas, ambas as famílias devem sentar-se frente a frente e examinar os seus níveis de intolerância. Neste filme, o diretor Stanley Kramer criou um estudo magistral dos preconceitos sociais.

11/10/08

§ Tema: Ativismo Negro
§ Filme: Malcom X
§ Longa Metragem
§ Direção: Spike Lee - 1992, 202 minutos

Sinopse: O carismático líder Malcolm X (Denzel Washington), que durante sua adolescência descobriu o islamismo, teve seu pai assassinado por membros da Klu Klux Klan. Ele se torna um fervoroso religioso, criando um movimento de pacificação entre as raças. A luta pelos direitos dos negros tornou Malcom X um dos mais importantes líderes afro-americanos da história. Indicado ao Oscar por Melhor Ator e Melhor Figurino.