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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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quinta-feira, 5 de maio de 2011

PF incluirá dimensão de raça nos cursos de formação de agentes de segurança privada

Proposta apresentada pela SEPPIR visa o combate ao racismo na atuação dos agentes de segurança. O assunto é ponto de pauta do I Encontro de Escolas e Academias de Formação de Vigilantes em Salvador

A Polícia Federal deverá incluir a dimensão de raça na Portaria nº 387/2006, que disciplina as atividades de segurança privada desenvolvidas pelas empresas especializadas no Brasil. A legislação será alterada ainda este ano, conforme compromisso firmado com a Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), visando o combate ao racismo nessa área. Porém, a inserção da temática já está sendo proposta no I Encontro Nacional de Escolas e Academias de Formação de Vigilantes no Brasil, realizado ontem e hoje (04 e 05), em Salvador.

A apresentação da PF no evento da capital baiana foi subsidiada por documento elaborado por técnicos da SEPPIR, a partir da avaliação do contexto da segurança privada no país e tendo como objetivo a adoção de ações de enfrentamento ao racismo. Na atividade, estão reunidos representantes das escolas de formação da segurança privada.

"A proposição caminha no sentido de incluir a perspectiva de raça no conteúdo programático dos cursos para evitar manifestações de racismo na abordagem da segurança privada", declara a ministra da SEPPIR, Luiza Bairros, explicando que a articulação foi pensada em função de constantes denúncias de prática de discriminação racial por parte de vigilantes em estabelecimentos comerciais. O curso de formação para vigilantes tem carga horária de 160 horas e a grade curricular é definida pelo Ministério da Justiça, por meio da Portaria nº 387/2006.

Ainda segundo a ministra, ao acatar a alteração a PF fortalece a campanha da SEPPIR Igualdade Racial é Pra Valer, que em 2011 - Ano Internacional dos Afrodescendentes por declaração da ONU, tem o objetivo de ampliar os atores e as ações pela igualdade racial no Brasil.

Segundo a assessoria da ministra, as contribuições da SEPPIR vão além da alteração da Portaria 387/2006. A proposta inclui a inserção de um módulo sobre enfrentamento ao racismo também no curso específico para recintos desportivos, cuja grade curricular está sendo definida pela PF, que prevê a realização de palestras e seminários com a participação de especialistas nas questões raciais, e uma audiência pública que envolva o parlamento no debate.

No encontro em Salvador, o Ministério da Justiça está representado pela Coordenação Geral de Controle de Segurança Privada do Departamento de Polícia Federal. O órgão é responsável pela regulamentação e autorização de funcionamento das empresas que possuem serviço orgânico de segurança e pelos profissionais que nelas atuam, bem como regula a fiscalização dos planos de segurança dos estabelecimentos financeiros.

Atualmente, a PF contabilizada 509.829 seguranças e vigilantes efetivos em todo o país, vinculados a 1.585 empresas, além de um quantitativo de 1,9 milhão desses profissionais aptos a entrar no mercado de trabalho. Com relação à segurança pública disponível a Estados e ao Distrito Federal, considerando as polícias Militar, Civil e o Corpo de Bombeiros, somam 573.693 agentes, dos quais 414.156 PMs.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Seminário REFORMA POLÍTICA: Onde entra a população negra? - BA

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Mobilização pela dignidade negra - BA


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SEPPIR e embaixada dos EUA discutem reformulação do Japer

Plano deverá ser reformulado para incluir novas linhas de atuação e contemplar demandas da sociedade civil

O Plano de Ação Conjunto Brasil/Estados Unidos para a Promoção da Igualdade Racial e Étnica - JAPER, deverá ser reformulado para atender a novas demandas sociais. A proposta foi tema de encontro ontem (03), entre a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros e o embaixador dos Estados Unidos, Thomas Shennon.

A ministra pontuou a necessidade de discussão e revisão do modelo de gestão do JAPER, de maneira a contemplar novas áreas de atuação e a participação social na definição de diretrizes. A titular da SEPPIR falou sobre a possibilidade de fomento a intercâmbios diretos entre organizações da sociedade civil dos dois países, tendo o ensino de idiomas como instrumento para a superação de barreiras entre os interlocutores do JAPER.

"Estamos dispostos a expandir o plano, a partir da absorção de novos parceiros nacionais e regionais, assim como de outras áreas de atuação, praticando a inovação social" declarou o embaixador Thomas Shennon. A proposta será tema, em julho, da próxima reunião do Grupo Diretor do JAPER, que tem representações dos governos do Brasil e dos Estados Unidos, além da BrazilFoundation.

O JAPER foi assinado em 2008, visando à colaboração contínua entre os governos do Brasil e dos Estados Unidos. Os objetivos do Plano de Ação são a eliminação da discriminação racial e étnica, e a promoção da igualdade de oportunidades em ambos os países. A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil, juntamente com o governo brasileiro através do Ministério das Relações Exteriores - MRE e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - SEPPIR, e a BrazilFoundation, são parceiros na iniciativa.

6 anos da Campanha Reaja - BA

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Câmara dos Deputados realiza audiência pública sobre preconceito, discriminação e bullying na educação

A audiência acontece nesta quarta-feira, 4/5, como principal atividade da Semana de Ação Mundial 2011, organizada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Haverá também oficina de grafite com jovens do DF, que vão expor seus trabalhos no Congresso Nacional.
 
Em parceria com a Comissão de Educação e Cultura, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação fará uma audiência pública para que deputadas e deputados ouçam as preocupações e reivindicações da sociedade civil organizada quanto ao enfrentamento de leis, políticas e práticas discriminatórias na educação.
Várias organizações apóiam a Semana de Ação Mundial no Brasil, entre elas Unesco e Unicef. Um filme com Lázaro Ramos, cedido pelo Unicef, está sendo divulgado no blog da Semana (semanaacaomundial2011.wordpress.com). Haverá sorteio de kits com camisetas, bolsas e outros materiais promocionais pelo twitter no período da SAM, que se estende de 2 a 8 de maio (#semanaacaomundial). 
 
Expositores Para a audiência pública foram convidados expositores que abordarão campos específicos de discriminação na educação, como racismo, homofobia, preconceito contra pessoas do campo e contra deficientes, entre outros. São eles:
Maria Nazaré Mota de Lima – Coordenadora da Área de Educação - Ceafro (Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA)
Cleodelice Aparecida Zonato Fante – Plan (Pesquisa sobre bullying escolar e campanha Aprender Sem Medo)
Claudia Maia – Coordenadora Técnica da ONG Escola de Gente
Daniel Cara – Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Denise Carreira Soares – Relatora da Relatoria Nacional do Direito Humano à Educação
Maria Cristina Vargas – Coletivo de Educação do MST
Maria Helena Franco – Coordenadora do Projeto Escola sem Homofobia na ECOS Comunicação em Sexualidade
Toni Reis – Presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais)
 
Oficina de grafiteNa terça-feira, 3/5, véspera da audiência pública, será realizada uma oficina de grafite com jovens de escolas públicas do DF. Os trabalhos resultantes da oficina serão levados à audiência no Congresso Nacional. A oficina será ministrada por Giordana Moreira e pela grafiteira Aila, do coletivo Artefeito, do Rio de Janeiro, que já trabalha com o tema da educação não sexista, desenvolvendo a campanha “Arte PENSE - Graffiti por uma educação não sexista”. Participarão da atividade cerca de 15 adolescentes de escolas públicas de Brasília, envolvidos no projeto Criança no Parlamento, do Inesc (Instituto de Estudos Socioeconômicos). “Esperamos trabalhar com a realidade desses jovens na oficina. Queremos abordar a visão deles, o que eles vivem de discriminação e o que eles necessitam para enfrentar isso. Através do grafite, vamos expressar suas demandas, que levaremos para a audiência pública”, afirma Giordana.
 
Dados sobre preconceito, discriminação e bullying na educação
Alguns dados retirados do material educativo da Semana mostram desigualdades e discriminações no ambiente escolar.
·         de acordo com a pesquisa “Preconceito e discriminação no ambiente escolar”, do Inep, as principais vítimas de bullying na escola são as pessoas negras, os pobres, homossexuais, mulheres e idosos.
·         na pesquisa sobre bullying escolar , da Plan Brail de 2009, 70% dos estudantes responderam ter presenciado cenas de agressões entre colegas, e 30% declararam ter vivenciado ao menos uma situação violenta em 2009.
·         das 680 mil crianças de 7 a 14 anos fora da escola, 450 mil são negras (correspondendo a 66%), segundo pesquisa do Unicef, com dados da Pnad 2007;
·         o analfabetismo entre adolescentes negros de 12 a 17 anos é quase duas vezes maior do que entre brancos, de acordo com a pesquisa citada acima;
·         39,6% dos estudantes de sexo masculino não gostariam de ter um colega de classe homossexual, segundo pesquisa da Unesco de 2004;
·         60% das(os) professoras(es) afirmaram não ter conhecimento suficiente para lidar com a questão da homossexualidade na sala de aula, de acordo com a mesma pesquisa acima;
·         70,64% da população brasileira de 0 a 18 anos que está fora da escola é de crianças, adolescentes e jovens com deficiência, segundo cálculos do MEC.
·         O país tem avançado na inclusão de pessoas com deficiência no ensino regular: de 1998 a 2010, as taxas de matrícula em ensino regular de pessoas com deficiência passaram de 13% a 69%. Mas as crianças, jovens e adultos matriculados enfrentam enorme preconceito. Em pesquisa do Inep, mais de 96% dos respondentes confirmaram predisposição de manter algum grau de distância em relação a pessoas com deficiência.
[Veja mais dados no folder da SAM 2011, clicando aqui].
 
Reivindicações
Durante a audiência de 4 de maio, a Campanha apresentará diversas reivindicações ao Estado brasileiro. Entre elas, a implementação imediata do item “Direito à Educação” do Programa Brasil sem Homofobia, que prevê formação inicial e continuada de professoras na área da sexualidade e aprovação e disponibilização do kit Escola sem Homofobia para escolas públicas.
Outra reivindicação é pelo fim do ensino religioso nas escolas públicas e da compra de livros religiosos pelos governos. Está em andamento junto ao STF (Supremo Tribunal Federal) a ADI 4439 (Ação Direta de Inconstitucionalidade), que pede a interpretação conforme a Constituição do art. 33 da LDB e do art.11 da Concordata, acordo firmado entre o Brasil e a Santa Sé em 2008. Tal interpretação determinaria que o ensino religioso previsto nessas normas seja somente de caráter não-confessional, com a proibição de contratação de professores vinculados às confissões religiosas. Como alternativa, pede a declaração de inconstitucionalidade da expressão "católico e de outras confissões" na Concordata. O requerimento partiu do Procurador da República Daniel Sarmento e de Waldemar Zveiter, ex-ministro do STJ (Supremo Tribunal de Justiça).
[Veja mais reivindicações no folder da SAM 2011, clicando aqui.]
 
Eventos em todo o Brasil
Além da audiência pública em Brasília, organizações locais realizam atividades sobre o tema da SAM 2011. São 26 atividades locais já confirmadas pelo Brasil, como por exemplo, um encontro de autores em Braille, no município de Taguatinga (DF), em que haverá leituras feitas pelos deficientes visuais de livros sobre educação não-discriminatória.
[Veja as atividades locais já confirmadas, clicando aqui.]
 
O que é a Semana de Ação Mundial
A Semana é uma iniciativa da Campanha Global pela Educação e acontece desde 2003 em mais de 100 países, para exigir que governos de todo o mundo cumpram os acordos internacionais da área. No Brasil, a Semana é coordenada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, em parceria com outros movimentos, organizações e redes.
 
Serviço
As pessoas, escolas e organizações interessadas em receber os materiais da Semana de Ação Mundial e saber como realizar atividades locais devem entrar em contato com a Campanha Nacional pelo Direito à Educação:
Tel.: (11) 3159-1243 e (11) 8793-7711 (TIM)
Skype: campanhaeducacaobrasil
 
Atendimento à ImprensaEntrar em contato com:
Andressa Pellanda
Comunicação Social da Campanha Nacional pelo Direito à EducaçãoTel.: (+55 11) 3159-1243
Cel.: (+55 11) 8793-7711andressa@campanhaeducacao.org.br
 
Fontes para a Imprensa
Maria Nazaré Mota de Lima – Coordenadora da Área de Educação - Ceafro (Centro de Estudos Afro-Orientais da UFBA)
Cleodelice Aparecida Zonato Fante - Plan
Claudia Maia – Coordenadora Técnica da ONG Escola de Gente
Daniel Cara – Coordenador Geral da Campanha Nacional pelo Direito à Educação
Denise Carreira Soares – Relatora da Relatoria Nacional do Direito Humano à Educação
Maria Cristina Vargas – Coletivo de Educação do MST
Maria Helena Franco – Coordenadora do Projeto Escola sem Homofobia na ECOS Comunicação em Sexualidade
Toni Reis – Presidente da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais)

terça-feira, 3 de maio de 2011

Caso UNIJORGE: o outro lado da história

CARTA ABERTA À COMUNIDADE

Estou utilizando esta mensagem para tentar restabelecer a verdade dos fatos em relação às acusações que me foram feitas. Acusações infundadas e que estão afetando a minha vida e a vida de minha família.
Trabalhei no SIMPÓSIO DE HISTÓRIA promovido pela Coordenação do Curso no CENTRO UNIVERSITÁRIO JORGE AMADO, pois acredito que eventos como estes permitem a mim e a meus colegas crescimento e aperfeiçoamento. Não me envolvi em nenhum dos aspectos políticos do evento, mas para eles fui arrastado em função do incidente ocorrido na instituição.
No segundo dia do Simpósio, recebemos a orientação da coordenação de que quem chegasse atrasado deveria assinar a lista de presença após o fim da palestra, para que não houvesse interrupção da apresentação do palestrante. Apesar desta orientação, a aluna do 5º semestre de história, mesmo tendo chegado atrasada exigiu assinar a lista de presença, gritando o meu nome dentro do auditório.
Retirei-me do auditório para que a confusão não interrompesse a palestra e um tempo depois a mesma aluna se dirigiu a mim com o dedo em riste na minha cara me chamando de “vagabundo, moleque de recado da coordenadora do curso”. Retruquei aos impropérios dizendo que ela estava sendo mal educada e ela elevou o tom de voz aproximando ainda mais o dedo de minha cara. Recuei, em atitude defensiva, afastando o dedo dela de meu nariz e pedindo que ela falasse baixo, quando a mesma, após este ato, começou a gritar descontroladamente, tentando-se fazer-se de vítima na lamentável situação que causara, dizendo que lhe desferir um tapa no rosto, sendo que o único contato físico foi ao afastar o dedo em riste, não passando sequer perto do rosto, passando longe do rosto dela, e ao me retirar ele desferiu em minhas costas uma série de tapas e disse que me acionaria pela lei Maria da Penha.
Acreditei que aquele infeliz evento seria resolvido dentro da universidade, através das normas estabelecidas pela instituição, mas a partir do dia seguinte fui surpreendido com diversas ameaças e mensagens discriminatórias, dirigidas a mim pelo meu perfil no Facebook – ameaças sérias e que me levaram a temer retornar a minhas atividades acadêmicas, a ir para escola onde estou estagiando e sair nas ruas. Em seguida, descobri que a aluna havia publicado em alguns blogs uma carta aberta me citando como agressor, racista e sexista, representante de uma elite branca masculina.
Além de me acusar de uma agressão que nunca ocorreu, como as testemunhas presentes poderão comprovar, atribuiu a mim palavras que eu não disse e deu a estas palavras a interpretação que lhe pareceu mais conveniente. A aluna também foi a um programa de TV de grande audiência, o “Hoje em Dia”, da TV Itapoan, repetir as afirmações a meu respeito, fazendo o dano já causado a mim, atingir também minha família.
Estou sendo julgado publicamente a partir apenas da acusação desta aluna, sem qualquer direito de defesa por não dispor dos contatos e recursos que ela possui em função de sua posição no CENTRO ACADÊMICO (C.A) e atividade profissional. Entendo a importância do C.A como interlocutor legítimo dos estudantes e também entendo que em função disto o C.A possa divergir da coordenação do curso, mas não entendo, e nem posso aceitar, que meu nome e o nome de minha família sejam utilizados como instrumento político no embate entre o C.A e a coordenação do curso.
A estudante afirma que eu pertenço a uma elite branca e masculina a partir exclusivamente da cor de minha pele e do fato de eu ser homem. A mesma não me conhece, não faz a mínima idéia de que não sou rico (fato facilmente constatável), e, portanto não sou pertencente à citada “elite”; e parece não ter notado que o grupo de brancos ao qual ela se refere, tem em sua maioria negros.
Fui criado pelos meus pais com base nos mais estritos princípios de respeito ao próximo. Participo de projetos de promoção cultural em diversas comunidades de Salvador, atuo junto a jovens em situação de risco e nunca agredi qualquer mulher ou homem. Mas desconhecendo tudo isto, a aluna me acusa de racismo e sexismo sem ponderar o impacto que estas inverdades terão sobre minha vida e a vida da minha família.
Vou trabalhar dentro de todas as possibilidades legais até que a verdade dos fatos seja restabelecida. Faço isso não apenas por mim e por minha família, mas também por acreditar que um membro de C.A legalmente eleito não deveria utilizar em seu embate com a coordenação uma estratégia como a que está em curso.
Não venho através desta carta aberta mostrar “a minha versão da história”, mas tentar esclarecer, que está em andamento um processo que pertence ao caso da política estudantil, onde meu nome está sendo utilizado sem qualquer ponderação sobre as consequências que as falsas acusações que me são feitas podem ter sobre minha vida e nem sobre os prejuízos que elas poderão trazer pra as minhas atividades presentes e futuras. Espero que as pessoas que me tem feito ameaças possam refletir um pouco melhor e antes de me condenarem, ou tentarem executar algum tipo de punição, acompanhem o restabelecimento da verdade dos fatos.
Mesmo temendo as ameaças que me foram feitas, retornarei a minhas atividades acadêmicas, pois pago a faculdade com bastante dificuldade. Portanto, venho através desta carta aberta afirmar que não sou agressor, sexista, racista e que não pertenço a qualquer elite nem grupos a qual me tenham acusado de pertencer. Espero poder continuar estudando e concluir minha graduação até que toda esta confusão tenha sido finalmente esclarecida.
Respeito, valorizo e me solidarizo com os movimentos negros e de mulheres. Mas estes estão sendo induzidos a erro por esta estudante, a qual de forma leviana vale-se da sua posição com a finalidade de prejudicar pessoa que nunca agiu, sequer por um momento, contra seus ideais e valores, os quais devem ser os ideais e valores de toda a sociedade brasileira. Atos como estes desonram e aviltam a memória e a luta dos heróis e mártires que a custa de tanto sofrimento cravaram em nossa Constituição os ideais de construção de uma sociedade livre, justa e solidária, pautada na dignidade humana e com vistas à promoção do bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Assinado Lucas Pimenta, estudante de história de pele branca, mas com sangue, carne e ossos da mesma cor do sangue, carne e ossos de todos os meus colegas do curso de história e de todos os cidadãos brasileiros, independente de cor, raça ou credo.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Frente de luta quilombola, negra e popular - BA

             Hoje no Brasil e no Mundo o povo vem sofrendo com os piores ataques. Em vários países, imigrantes oriundos de regiões pobres são perseguidos e mortos. No norte da África a população mostra sua força derrubando ditadores.
            A crise econômica mostra a que veio, arrocho salarial, estatais em processo de privatização, as comunidades quilombolas estão permanentemente ameaçadas , locais de resistência cultural ameaçados de serem fechados. A violência policial aumenta principalmente para cima da juventude negra, com batidas a todo instante, agressões físicas, terror psicológico e mortes. Junto disso o governo Dilma corta 50 bilhões do orçamento, que já se reflete no aumento do custo de vida, na saúde, educação, emprego.
            Por isso a FRENTE DE LUTA QUILOMBOLA E POPULAR faz um chamado a luta: A todos os ativistas e pessoas que sentem o peso nas costas, de ter sua comunidade, seu emprego, seu local de manifestação política e cultural ameaçados constantemente, chamamos a fortalecer a luta em defesa dos Quilombos e locais de resistência cultural; Abaixo a remoção de famílias de seu território em detrimento das obras da copa do mundo; Contra o genocídio da juventude negra; Defesa intransigente das estatais, abaixo a privatização: Fortaleça o calendário proposto pela frente de Luta quilombola e popular:


12/05/2011 – Audiência Pública a respeito da violência policial (Plenarinho da ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA -POA, 19horas)
13/05/2011- 19h – Dia Nacional de combate ao racismo/ Assembléia no Odomode a respeito da tentativa de fechamento do local (o Odomode é um local de resistência cultural que fica na Av. Ipiranga, 3850)

Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento

Em 2011, Ano Internacional dos Afrodescendentes declarado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Sindicato lança a 1ª edição do Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento. Fruto da iniciativa da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-Rio), o prêmio estimulará anualmente a cobertura jornalística qualificada sobre temas relacionados à população negra. O lançamento será no dia 10 de maio, às 14h, no auditório do Sindicato – Rua Evaristo da Veiga 16, 17º andar, Centro do  Rio de Janeiro, e contará com as presenças da jornalista Miriam Leitão e do professor Muniz Sodré que farão uma palestra sobre “A questão negra na mídia contemporânea”.
Na ocasião, Abdias Nascimento, um dos principais ícones da luta contra o racismo, será homenageado com uma placa com o seu registro profissional de jornalista, datado de 1947.Batizado em homenagem a este ativista histórico dos direitos humanos, o Prêmio destacará a produção de conteúdos jornalísticos que contribuam para a prevenção, o combate às desigualdades raciais e a eliminação de todas as formas de manifestação do racismo.  Desta forma, objetiva estimular a prática de um jornalismo plural com foco na promoção da igualdade racial.
Para Miriam Leitão, o Prêmio “vai incentivar o país a falar de um assunto que é sempre tratado como não existente: o racismo. Quanto mais falarmos das nossas desigualdades, mais conheceremos o problema, quanto mais o conhecermos mais perto estaremos da sua solução”, aposta a jornalista. Já Muniz Sodré acredita que o recorte não é racial, mas sim axial: “O negro é o eixo novo de uma mudança nas relações sociais, porque, como o proletário em Marx, tornou-se classe histórica no país.”
Homenagear Abdias Nascimento, para ambos, contribui para a construção de uma mídia mais plural e igualitária. De acordo com Miriam Leitão, “Abdias Nascimento tem uma vida inteira de coerência na mesma luta, da qual é precursor no Brasil, de apontar a desigualdade racial como uma das chagas nunca curadas”. Muniz Sodré complementa, afirmando que “homenagear Abdias Nascimento com um prêmio de jornalismo é restituir ao jornalismo de hoje, tão empenhado em serviços de consumo, algo da pública voz cívica que ele tinha no passado, a exemplo da imprensa abolicionista e republicana. Abdias é voz de pulmão cheio”.
Inscrição e premiação
O Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento contempla sete categorias: mídia impressa; televisão; rádio; mídia alternativa ou comunitária; fotografia; Internet; e categoria especial de gênero, com destaque para as reportagens com foco nas demandas femininas. A melhor reportagem de cada categoria receberá o prêmio de R$ 5.000,00. Os vencedores serão anunciados em uma grande festa que ocorrerá em novembro, mês de comemoração da
Consciência Negra.
As inscrições para o Prêmio Nacional Jornalista Abdias Nascimento estarão abertas no período de 11 de maio e 19 de agosto de 2011. Estão aptos a participar do Prêmio jornalistas profissionais em todo o país. As reportagens inscritas devem ter sido veiculadas ou publicadas entre 1 de janeiro de 2009 e 30 de abril de 2011.
Entre os temas sugeridos para concorrer ao Prêmio, estão: saúde da população negra, intolerância religiosa, juventude negra, ações afirmativas, empreendedorismo, desigualdades, direitos humanos, relações raciais, políticas públicas, populações e comunidades tradicionais e discriminação racial.
Abdias: breve biografia
O ex-senador Abdias Nascimento é um ícone no combate ao racismo no país. Nascido em 1914, desenvolveu vasta produção intelectual como ativista, político, pintor, escritor, poeta, dramaturgo. Natural de São Paulo, participou dos primeiros congressos de negros no país. Já no Rio de Janeiro, criou o Teatro Experimental do Negro (TEN) na década de 1940. Como jornalista, foi repórter do Jornal Diário, além de ter trabalhado em vários periódicos. Fundou o Jornal Quilombo e também é filiado no Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Município do Rio de Janeiro desde 1947.
Pressionado pela ditadura, se exilou nos Estados Unidos durante 13 anos. De volta ao Brasil, ocupou os cargos de deputado federal e senador. Hoje, aos 97 anos, é professor emérito da Universidade de Nova York e Doutor Honoris Causa por várias instituições de ensino superior, entre elas, a Universidade de Brasília e a Universidade Estadual do Rio de Janeiro.
Cojira-Rio
Desde 2003, a Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial do Rio de Janeiro lida com questões relacionadas à discriminação racial no mundo do trabalho secundado pela educação. Atualmente, a equipe é formada por Angélica Basthi (coordenação), Sandra Martins (coordenação), Miro Nunes (coordenação), Isabela Vieira (integrante) e Camila Marins (integrante).

Mais informações sobre o Prêmio: www.premioabdiasnascimento.org.br

Criança é espancada por cliente no Shopping Barra

01/05/2011

Aglomeração em volta de uma menino negro, de 13 anos, sentado  de  cabeça baixa, assustado,  próximo à praça de alimentação do Shopping Barra. Um pano com gelo na mão, de vez em quando levado à testa. Em cada pé um modelo diferente de sandália tipo havaiana.  Os seguranças queriam levar o menino, as pessoas indignadas resistiam, queriam primeiro a presença da polícia.
Alguém se aproxima e pergunta: o que ele fez?
Santo preconceito. Ele não fez, fizeram com ele.
E, boas novas neste mundo cão, havia ali um grupo grande de pessoas empenhadas em proteger o menino, pedir providências ao shopping.
Sandro Lisboa, analista de sistemas, estava a próximo ao garoto, na aglomeração que acompanhava o segundo tempo do BaVi, em frente ao restaurante Tokai.  “Ele fez um comentário e um homem, que estava a 10 metros de distancia se aproximou, deu um tapa nas costas, voltou e deu mais três socos, na cabeça e na testa”, conta Sandro, que ouviu também o comentário espantado da filha do agressor: “Pai,  por que você fez isso?”
Junto com outro cliente do shopping, o analista de sistemas David Lookwood foi em busca dos seguranças, que conduziram o agressor, um homem branco, de aproximadamente 40 anos,  para uma entrada da aérea de serviço do Shopping e depois informaram que ele havia fugido. “Achei ridículo os seguranças fazerem tudo para proteger o agressor e nada para averiguar o que aconteceu”, diz David.
A polícia finalmente chega. A agente da Polícia Federal Carla Medrado, que também assistiu a cena se apresenta e pede providências. Ela está indignada com a atitude da segurança do shopping, que em vez de deter o agressor facilitou a sua fuga. Não houve registro de ocorrência.
Uma das pessoas saca o telefone e liga para a redação do Correio*. Informa o que acontece, pede cobertura. Veja aqui.

domingo, 1 de maio de 2011

Índios querem que governo pare megaprojetos que afetem suas comunidades

01/05/2011
Agência Brasil
Luciana Lima

Brasília - De um lado, os megaprojetos tocados pelo governo com o objetivo de criação de infraestrutura e geração de energia. De outro, os índios que lutam para ter condições de permanecer em suas terras. O cenário, principalmente nas regiões Norte e Nordeste do Brasil, é de conflito, de acordo com o relato de cerca de 200 lideranças indígenas, que estão reunidas em Brasília em um encontro nacional organizado pelo Conselho Indigenista Missionário (Cimi).


Um levantamento feito pelo Cimi apontou 434 empreendimentos que afetam diretamente comunidades indígenas. Desses, 195 são destinados à geração de energia. Outros 166 são de criação de infraestrutura. Os números de hidrelétricas e obras de infraestrutura superam em muito o impacto de obras destinadas à mineração, por exemplo, que somaram 29, segundo o levantamento.


A partir de amanhã (2), as lideranças se juntarão a mais 300 índios e pretendem ficar acampados no gramado em frente ao Congresso Nacional até quinta-feira (5), no movimento chamado Acampamento Terra Livre. Os índios querem, entre outras reivindicações, que o governo desista da construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará, e que pare as obras de transposição do Rio São Francisco, cercadas de polêmica desde o governo passado quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva tomou a decisão de tocá-las.


“É uma coisa que o governo quer fazer sem conhecer a realidade dos povos indígenas”, reclamou Josinei Nascimento Gonçalves, liderança da tribo Arara, da aldeia Terra Wongã, que fica na chamada Grande Volta do Xingu, região que será afetada pela construção de Belo Monte.


A construção de Belo Monte tornou-se o centro das dicussões. O governo brasileiro chegou a ser notificado pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) para que suspenda o processo de licenciamento da usina até que sejam ouvidas as comunidades indígenas e comunidades tradicionais que vivem na região da Volta Grande do Xingu. “Não queremos a obra porque ela não vai trazer nenhum benefício para nós. Não vai nos trazer nem emprego porque não temos pessoas capacitadas para trabalhar lá”, destacou a liderança Arara.


Diante do impacto das obras, as lideranças não querem aceitar qualquer cenário diferente do que seria a não construção das obras. A exigência do cumprimento das condicionantes previstas nos projetos, posição defendida pelo governo, na opinião das lideranças ligadas ao Cimi, não atende ao desejo dos índios.


"O que os índios querem é viver em suas terras e sobreviver do produto delas. No caso da transposição do Rio São Francisco, é a mesma coisa que sangrar o anêmico”, comparou Aurivan dos Santos Barros, liderança do povo Truká, que vive na Ilha de Nossa Senhora da Assunção, bem no meio do rio, próximo a Cabrobó, sertão de Pernambuco. “Até o final da década de 70, a gente conseguia viver com o que a gente pescava. Hoje, o rio já não tem mais peixe. Isso porque temos 372 cidade que jogam detritos diretamente no São Francisco", destacou a liderança Truká.


Além de querer barrar as obras que estão previstas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), as comunidades indígenas estão com medo de que se leve à frente a intenção de construir duas hidrelétricas na terra indígena Raposa Serra do Sol, em Roraima. Temem ainda a construção de uma usina nuclear em Pernambuco.


“Estamos com muito medo, principalmente depois desse acidente que houve no Japão. Nós temos medo porque a obra não vai afetar somente a comunidade indígena, mas também todo o município de Itacuruba e outras comunidades que vivem às margens do São Francisco”, reclamou a cacique Lucélia Pankará, que vive na comunidade de Serrote dos Campos, no sertão de Pernambuco.


No caso do povo Pankará, a preocupação é ainda maior porque suas terras ainda não estão homologadas. “Não temos ainda a posse da terra e não sabemos como vai ficar”, disse a cacique.

sábado, 30 de abril de 2011

Projeto African Origins busca descobrir a origem linguística e étnica de quase 70 mil africanos trazidos durante a colonização das Américas

28/04/2011
Agência FAPESP – Informações sobre as histórias de africanos transportados à força em navios negreiros – ou tumbeiros, como eram chamadas essas embarcações – pelo Atlântico estão reunidas em um novo site na internet.
Trata-se do projeto African Origins, que utiliza como base informações de 9.453 africanos libertados pelas Comissões Mistas (sistema de tribunais internacionais criado na época para julgar os navios acusados de envolvimento no tráfico de escravos) para fornecer dados sobre quase 70 mil pessoas durante a supressão do comércio transatlântico de escravos no século 19.
Pelo site é possível conferir o resultado de uma série de contribuições linguísticas e culturais do registro de um nome. Durante a busca, o usuário tem acesso a informações como o lugar de origem, o ano de partida e o nome do navio em que estava a pessoa desejada, além de traçar os padrões migratórios de africanos carregados do interior da África para portos no litoral do continente.
“Os registros disponíveis até o momento são de escravos libertados em Havana, na capital cubana. Cada registro é analisado detalhadamente antes de ser incluído”, disse Domingos Dellamonica Jr., programador no projeto que conta com o apoio do Fundo Nacional para as Humanidades, da Universidade Emory e do Instituto W.E.B. DuBois (Universidade Harvard), todos dos Estados Unidos.
Formado em Ciências da Computação pela Universidade de São Paulo, Dellamonica teve mestrado apoiado por Bolsa da FAPESP e concluído em 2007 na mesma universidade. Atualmente, cursa o doutorado na Emory.

African Origins: www.african-origins.org

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Corporeidade Poética: Transcendendo o Corpo Partindo da Ancestralidade Africana - SP


Vivência Lúdica e Cultural no Cedem/Unesp: 12/05/2011
           
Sons. Ritmos. Batuques. Poemas. Versos. Frases. Corpos. Corporeidades. Gestos. Ancestralidades. O contra-saber não é um saber contra, mas sim um saber que se constrói na contra mão daquilo que é considerado como norma. Refletir o poema, o som, o corpo e o gesto dentro da Pedagogia da Ancestralidade, é enxergar novas formas de se construir saberes e conhecimentos diversos. Aos interessados, a roupa, própria para o movimento, será fundamental nesse dia, assim como uma toalha. O conhecimento que visa ser de corpo inteiro é ato de convivência. É revolucionário porque se afirma no encontro poético com a sua e a minha natureza. Venha preparado para doar seu corpo e sua energia.
 
Palestrante

- Kiusam de Oliveira: Escritora, autora do livro Omo-Oba: Histórias de Princesas (Mazza Edições), recomendado pela FNLIJ/2010 e selecionado pelo PNBE/2010. Arte-educadora, bailarina e coreógrafa. Professora. Doutora em Educação e Mestre em Psicologia pela USP. Pedagoga especialista em Deficiência Mental e Orientação Educacional. Assessora na Secretaria de Cultura de Diadema/SP. Especialista nas temáticas de gênero, raça, identidades negras, corporeidade afrobrasileira, candomblé de ketu e educação. Diretora do Programa de Rádio Povinho de Ketu. Site: www.kiusam.com.br
 
Arte-Educadores (as) e Especialistas Convidados (as)

- José Geraldo Neres: Poeta, roteirista, dramaturgo e produtor cultural. Autor dos livros de poesia: Pássaros de Papel (Dulcinéia Catadora, 2007), Outros Silêncios, Prêmio ProAC da Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo 2008, (Escrituras Editora, 2009). Seu livro Olhos de Barro recebeu menção especial na 3ª edição do Prêmio Governo de Minas Gerais de Literatura (ficção - 2010). Blog: http://neres-outrossilencios.blogspot.com

- Edleuza Ferreira da Silva: Licenciada em Língua Portuguesa. Doutora em Educação. Monitora do Núcleo da Palavra do Laboratório Experimental de Arte-Educação & Cultura da Faculdade-Lab_Arte de Educação da USP e instrutora da Escola de Formação do Servidor da Prefeitura da Cidade de São Paulo. Especialista em orientação de leitura e redação para disléxicos e pessoas com déficit de atenção e estrangeiros. Revisora. E-mail: edleuzaferreira@terra.com.br

- Radi Oliveira: Pedagoga, arte-educadora, poetiza, produtora cultural, coordenadora de projetos culturais do Centro Educacional Unificado – CEU Alvarenga. E-mail: radi_oliveira@yahoo.com.br
 
Percussionistas

- Patrícia Vianna: Arte-educadora graduada em linguagens da arte e pós-graduada em arte-educação. Musicista especialista em percussão brasileira. E-mail: patibatuca@hotmail.com

- Ogan Robson: Ogan e percussionista do Grupo Omo-Ilú. Instrutor de capoeira. E-mail: Robson-barreto@ig.com.br
 
Mediador

- Oscar D´Ambrósio: Mestre em Artes – UNESP/Campus São Paulo, Crítico de Arte, Escritor, Jornalista e Coordenador de Imprensa/Reitoria da UNESP. E-mail: odambros@reitoria.unesp.br

PARTICIPE E CONVIDE OS SEUS AMIGOS!
 
Inscrições gratuitas c/ Sandra Santos pelo e-mail: ssantos@cedem.unesp.br
Data e horário:  12 de maio de 2011 (quinta-feira) às 18h30
Local: CEDEM-Praça da Sé, 108 – auditório no 7º andar (metrô Sé)
 (11) 3105 - 9903 - www.cedem.unesp.br

Nota da UNIJORGE sobre o caso Nairobi

Nota de Esclarecimento


O Centro Universitário Jorge Amado tendo notícia dos fatos apresentados pela acadêmica Verônica Nairobi Sales de Aguiar, a respeito do ocorrido em 27.04.11, vem perante a comunidade baiana esclarecer que, de acordo com os seus princípios e Estatuto institucional, instaurou Procedimento Administrativo Disciplinar, a partir da Portaria PO.RPR.003.11.00, para ouvir as partes envolvidas, assegurando, desse modo, o devido processo legal e o direito do contraditório. Cabe ressaltar que a UNIJORGE repudia qualquer tipo e forma de discriminação e prima pelos valores fundamentais de igualdade e liberdade presentes em um Estado Democrático e Social de Direito.

Salvador, 29 de abril de 2011.

A direção

MDS vai instalar Cozinhas Comunitárias para quilombolas de 5 estados

Regiões de maior concentração de comunidades remanescentes de quilombos receberão do Governo Federal um total de R$ 2,7 milhões

Brasília, 28 - Com o objetivo de melhorar a segurança alimentar e nutricional de comunidades quilombolas, o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) vai implantar seis projetos pilotos de Cozinhas Comunitárias em cinco estados. O investimento é R$ 2,7 milhões. Os estados a abrigar os equipamentos públicos são os que apresentam as maiores concentrações de comunidades remanescentes de quilombos, de acordo com o Programa Brasil Quilombola: Bahia, Maranhão, Minas Gerais (dois municípios), Pará e Pernambuco.
Os contratos já foram assinados com os cinco estados e um município (Francisco Sá). Para cada contrato, o MDS repassou R$ 450 mil. A contrapartida de cada governo local é de R$ 50 mil. No momento, os projetos estão em licitação para análise do agente operador, a Caixa Econômica Federal, e posterior início das obras.
As Cozinhas Comunitárias visam fornecer refeições prontas para as famílias e servir de espaço para processamento de alimentos e cursos de capacitação na área de segurança alimentar e nutricional, com foco na inclusão produtiva das famílias.
As comunidades quilombolas a serem contempladas com as Cozinhas Comunitárias são: Lajes dos Negros, em Campo Formoso (BA); Tiningu, em Santarém (PA); Poções, em Francisco Sá (MG); Angico, em Bom Conselho (PE); Gurutuba, em Pai Pedro (MG); e Marudá, em Alcântara (MA).
Parte da rede de equipamentos públicos de alimentação e nutrição, que tem ainda os Bancos de Alimentos e Restaurantes Populares, as Cozinhas Comunitárias integram a rede operacional do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan). O objetivo dessas unidades é ampliar a oferta à população de baixa renda de refeições adequadas, a preços acessíveis. A capacidade mínima de produção é de mil refeições diárias nos Restaurantes Populares e de 100 nas Cozinhas Comunitárias.
Com apoio do MDS, já foram criadas, em todo o País, 406 Cozinhas Comunitárias.
Fonte: Dimas Ximenes - Ascom/MDS

Museu Afro Brasil celebra centenário de Carybé - SP

Agência Estado 

Para homenagear o centenário de nascimento do mais baiano dos artistas, o Museu Afro Brasil, em São Paulo , inaugura hoje duas exposições: "Grande Mural dos Orixás - Carybé" e "Deuses DÁfrica - Visualidades Brasileiras". Carybé, como era conhecido o pintor, desenhista, escultor, ceramista e muralista Hector Julio Páride Bernabó, nasceu em Lanús, na Argentina, em 7 de fevereiro de 2011, mas, após passagens por outras cidades brasileiras e da América do Sul, se fixou em Salvador em 1950 e se naturalizou brasileiro sete anos mais tarde. Foi na capital baiana que o artista se encantou pela cultura e religiosidade do povo da Bahia, inspirações para suas principais obras . Carybé morreu em Salvador, em 2 de outubro de 1997. A abertura das mostras, cuja curadoria foi feita pelo artista plástico Emanoel Araujo, diretor-curador do museu, será realizada às 19h30 e elas ficarão em cartaz até 29 de maio.

Além de pinturas, relevos, esculturas e esboços que marcaram a trajetória do artista, a exposição "Grande Mural dos Orixás - Carybé" traz 19 painéis que representam os deuses africanos no Candomblé da Bahia. Esses deuses estão entalhados em pranchas de cedro com três metros de altura, que levam ainda incrustações de ouro, prata, búzios da costa, cobre, latão, vidros e ferro, conforme a simbologia de cada um deles no culto. As obras pertencem à coleção do Banco do Brasil BBM S/A, em comodato no Museu Afro Brasileiro da Universidade Federal da Bahia.

Já a mostra "Deuses dÁfrica - Visualidades Brasileiras" reúne trabalhos de artistas
brasileirosque têm como tema a representação das divindades da religiosidade africana, como Mario Cravo Junior, Osmundo Teixeira, Zélia Pólvoa e Reginaldo Xavier. Para representar a arte dos terreiros, esculturas, objetos e bonecas sagradas também foram trazidas do interior do centenário Ilê Opó Afonjá, tombado PatrimÃ?nio Histórico e o mais antigo terreiro de Candomblé, fundado em 1910.

Museu Afro Brasil - Avenida Pedro Alvares Cabral, s/n - Parque Ibirapuera - Portão 10. Tel.: (11) 3320-8900. De terça-feira a domingo, das 10 horas às 17 horas. Entrada Gratuita.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Lançamento do Catálogo de Documentos Manuscritos "Avulsos" - BA

 
 
   Publicação “Manuscritos ‘Avulsos’ da Capitania da Bahia” registra período em que Salvador foi capital do Brasil

Pesquisadores, historiadores, arquivistas e todos interessados na história da Capitania da Bahia do século XVII ao XIX, agora, terão acesso aos registros em versões disponíveis em CD-ROM ou no Arquivo Público da Bahia. Esta coleção, composta por dois volumes, será lançada pela Fundação Pedro Calmon (FPC)/ SecultBA, na próxima quarta-feira (27), às 18h, no Palácio do Rio Branco e tornará pública parte importante da história do Estado. Estará presente ao lançamento a Profa. Dra. Esther Caldas Bertoletti, coordenadora do projeto que resultou nesta publicação.
Titulada de Catálogo de Fontes Manuscritos ‘Avulsos’ da Capitania da Bahia traz o acervo documental que, até então, somente podia ser consultado no Arquivo Histórico Ultramarinho, em Lisboa, Portugal. Os documentos tratam de cerca de 224 anos (1604-1828) do período colonial brasileiro, abordando, inclusive, a importância política administrativa da Bahia, para o desenvolvimento do Brasil e renovando os olhares de pesquisadores sobre a história nacional. Alem disto, os dois volumes contribuem para preservação da memória histórica nacional e na democratização do acesso ao patrimônio documental brasileiro. De acordo com a Professora do Instituto de Ciência da Informação da UFBA e diretora do Arquivo Publica da Bahia, Maria Teresa Matos, os resultados práticos na ampliação do detalhamento das pesquisas são imensuráveis. “O acervo reúne documentos textuais, de tipologias diversas, como abaixo-assinados, alvarás, cartas, decretos, despachos, estatutos, execuções, mapas, ordens régias, pareceres, regimentos, entre outros”, acrescenta Teresa.
A COLEÇÃO - A produção deste material se tornou viável a partir do Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco, coordenado pelo Ministério da Cultura, desde 1998. Este projeto é um a iniciativa Brasil – Portugal e foi conduzida a partir das comemorações de 500 anos do Brasil, envolvendo os dois países na execução e na formação da equipe técnica. Juntamente com a Bahia, outros 17 Estados tiveram cerca de 300 mil documentos identificados e digitalizados, todos referentes ao período colonial.
O acervo microfilmado e digitalizado é constituído de 19610 verbetes e assegura o resgate do patrimônio arquivistico comum Brasil-Portugal, sendo composta por mais 250 rolos de microfilmes. Para pesquisadores da história baiana, este documento tem um papel essencial, pois resgata, em grande parte, a época, na qual, Salvador era capital do país.
A diretora Teresa Matos ainda informa que os benefícios do Projeto Resgate motivaram o Arquivo Público da Bahia a adquirir uma máquina digitalizadora/microfilmadora para dar início à conversão dos documentos originais para o formato digital. “Essa conquista integra o projeto de modernização do acesso e da difusão de acervos do Arquivo Público da Bahia, e visa garantir preservação e a segurança do patrimônio arquivístico da Bahia e do Brasil”, ressalta.     

Carta aberta ao Movimento Negro em geral e ao Movimento de Mulheres Negra, em particular


Comunico às organizações de Movimento Negro e demais Movimentos Sociais e, em especial, às irmãs que compõem as organizações de movimento de Mulheres Negras, que eu, estudante do quinto semestre de Historia UNIJORGE – Centro Universitário Jorge Amado-  fui agredida com um tapa na cara por um estudante que compõe a organização do Simpósio de História “Pesquisa histórica na Bahia” na referida faculdade.
 
Fui agredida fisicamente (com um tapa na cara!) por um homem branco, estudante, como eu, do 5° semestre do curso de história da UNIJORGE – Centro Universitário Jorge Amado. Enfatizo esse dado, por sabermos que o racismo e o machismo se articulam o tempo todo, para impedirem que pessoas como eu (preta “estilo favela!”) possam representar uma pequena minoria do curso de história (brancos, e classe média). Atualmente ocupo a posição de Coordenadora Acadêmica do Centro Acadêmico União dos Búzios, representação legítima dos estudantes do curso de história dessa Instituição.
 
Inicialmente, estávamos organizando com a coordenação do Curso de História uma atividade acadêmica (o simpósio de história); Entretanto, da noite pro dia fomos retirados da organização com a explicação de que o evento não deveria ter envolvimento do movimento estudantil, por parte um dos palestrantes, e que não iríamos assinar os certificados por quem estava organizando era a instituição.
 
Quando chegamos, no dia anterior ao fato, encontramos esse grupo de estudantes com a camisa da organização do evento (que até então era da universidade), fizemos algumas intervenções falando sobre a institucionalização da atividade do movimento estudantil e sobre a apropriação intelectual da atividade. (Tudo isso causou incômodo à organização do evento – Coordenação e estudantes envolvidos no processo)
 
Quando cheguei à atividade, no dia seguinte, fui impedida de assinar a lista de presença, que me legitimaria ganhar o certificado de carga horária do evento. Todas as pessoas assinaram, quando chegou a minha vez a organização da atividade recolheu a lista, e eu perguntei num tom alto no meio da palestra: ‘por que vou assinar a lista lá fora, já que todos assinaram aqui dentro?’ Na mesma hora todo mundo parou e me olhou... Esperei o evento acabar e chamei a coordenadora do curso pra pedir explicação, a mesma não deu atenção, acabei não comunicando sobre o ocorrido. Quando sai do evento me dirigi até o LUCAS PIMENTA (o agressor) e perguntei: ‘posso assinar alista?’ Ele disse: “você é muito mau educada!”, eu o interrompi e falei, ‘não quero te ouvir, só quero saber se posso assinar, caso contrario vou conversar com a coordenação’. E ele disse: “Você ta tirando muita onda, não é de agora que eu to te aturando!” E me deu UM TAPA NA CARA! Quando eu falei que Eu sou oriunda do Movimento Negro, do Movimento de Mulheres Negras, e que não ia deixar barato que ia acionar a Lei Maria da Penha pra ele, ele se curvou e foi segurado pelos colegas enquanto tentava me dar murros.
 
Ao dizer “você ta tirando muita onda”  e em seguida me agredir o Sr Lucas Pimenta  revelou um sentimento de insatisfação, não apenas dele, isoladamente, mas de muit@s outr@s diante do fato de eu ser Coordenadora Acadêmica no CA de História da Jorge Amado. O fato de estarmos adentrando o espaço acadêmico, por si só, já fez membros da elite branca sentirem-se ameaçados. Mas, esse tapa na cara ocorre em retaliação a um fato mais insuportável ainda, para Lucas e demais membros da elite racista desse país: sou Negra “favelada”, jovem e o represento, em um espaço que o projeto genocida de Estado brasileiro historicamente  reservou para os branc@s 

Por essas razões, conclamo meus irmãos e em especial às minhas irmãs para amanhã, na extensão desta atividade, manifestarmos politicamente a nossa indignação e repulsa, diante desse caso inequívoco de machismo e racismo.
 
Onde? Centro Universitário Jorge Amado – UNIJORGE (Paralela)
Concentração: 18h, praça de alimentação.
Nairobi Aguiar 71 81256549