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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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quinta-feira, 19 de maio de 2011

Espaço do Autor: confira entrevista com professora América Cesar, do livro "Lições de Abril"

Em clima de lançamento do livro Lições de Abril: a construção de autoria entre os Pataxó de Coroa Vermelha , o Espaço do Autor traz uma entrevista exclusiva com a autora América Cesar. Professora do Instituto de Letras da Universidade Federal desde 1994, onde graduou-se e obteve o título de mestrado, América Cesar é Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Estadual de Campinas. Trabalha com pesquisas na área de linguística, cultura e educação. Atualmente, desenvolve atividades para o magistério indígena e coordena o núcleo local do Observatório Escolar Indígena (CAPES/ INEP/ SECAD).

Por Laryne Nascimento

29 de abril de 2011

1 - Como surgiu a ideia de realizar o trabalho de pesquisa que deu origem ao livro Lições de Abril: a construção de autoria entre os Pataxó de Coroa Vermelha ?

O eixo da pesquisa é consequência de trabalho antigo na área ambiental, mais precisamente no início da década de 90, no movimento de defesa do São Bartolomeu, uma reserva de mata atlântica na região metropolitana de Salvador, de fundamental importância para algumas religiões tradicionais de matriz africana. A compreensão do estudo da linguagem implicado com a importância das águas e das matas para a sobrevivência da diversidade sociocultural e linguística do entorno, me levou a provocar e refletir sobre a construção do texto escrito de professoras das escolas públicas do subúrbio ferroviário, que participavam do Programa Memorial Pirajá .

Posteriormente, em 1997, continuei a olhar essa mesma construção de autoria, mas agora já no processo de formação dos professores indígenas no primeiro curso de magistério indígena na Bahia. Como era professora de língua portuguesa no referido curso, resolvi fazer minha pesquisa de doutorado com o letramento do professor (a) indígena, no Programa de Pós-Graduação em Linguística Aplicada da Unicamp, que tem um grupo de pesquisa pioneiro, direcionado para a  formação do professor indígena.

Daí para Coroa Vermelha, explico no livro, foi o trabalho se fazendo já meio fora de controle das minhas intenções iniciais. O livro é a publicação da tese, que foi defendida em 2002.

2 - Qual foi o momento que mais lhe impressionou durante todo o trabalho de pesquisa realizado na Aldeia de Coroa Vermelha? 
Realmente foi a repressão absurda que foi feita pelo governo de então contra os diversos atores que se mobilizaram no chamado Brasil Outros 500 , ou Movimento de Resistência Indígena, Negra e Popular . E, embora os acontecimentos de abril não tenham sido o foco do meu trabalho, terminaram ganhando uma dimensão maior do que a que eu esperava, justamente pela violência das ações geradas nas mais diversas esferas.

Como eu era uma pesquisadora que estava morando na área naquele período, não pude deixar de observar e de me afetar por aqueles acontecimentos, mudando o meu percurso de pesquisa.

3 - Durante o processo de pesquisa para a composição do livro, a senhora enfrentou alguma dificuldade?

A pior de todas foi conviver e compartilhar com os indígenas do clima de tensão gerado pela repressão policial que se acirrou significativamente à medida que se aproximava o 22 de abril, data emblemática no projeto comemorativo oficial, e depois, o 26 de abril, dia também emblemático para a igreja católica, com o evento da missa dos 500 anos de evangelização do Brasil. Depois, foi decidir o que deveria dizer.

4 - Em sua opinião, de que modo esta obra auxilia na discussão sobre a atual situação dos povos indígenas no Brasil?

Bom, na análise dos acontecimentos, pude teorizar sobre o processo que chamo de "construção de autoria/autonomia", que na verdade é uma reinterpretação do que se poderia chamar "resistência Pataxó". Essa construção teórica é fruto da tentativa de compreender como os sujeitos subalternizados, historicamente oprimidos, como diria Paulo Freire, conseguem "tomar a palavra" e se autorizar como produtores de discursos ( e aí inclua a própria autora). Na análise dos acontecimentos de abril, procurei demonstrar como os Pataxó se apropriaram dos acontecimentos e os assimilaram dentro de uma lógica própria, que muitas vezes escapava aos esquemas previsíveis na ordem do discurso dominante, seja o do governo, seja o da igreja, seja o do próprio movimento de resistência organizado em torno do Brasil Outros 500 . Na verdade, os acontecimentos de abril são só o mote para analisar alguns mecanismos dessa "construção de autoria/autonomia". Acho que dá uma idéia da diversidade de posições e expõe a complexidade das relações interétnicas, inclusive dentro da própria comunidade indígena. Se o que digo no livro fizer refletir sobre essa complexidade e contribuir para posições menos assimétricas entre índios e não-índios, ficarei muito feliz.

5 - Como a senhora avaliaria a produção literária acerca da situação dos povos indígenas nos dias atuais?

A produção literária acerca da situação dos povos indígenas ainda é muito pouca para a importância histórica e diversidade dos povos indígenas, só para ficar no Brasil. Mas, felizmente, os próprios indígenas se apropriam hoje dos mais diversos instrumentos e conquistam cada vez mais espaços no sentido de serem ( eles e elas) os autores dos seus textos, das suas ciências e da sua História, criando explicitando, documentando, teorizando epistemologias e referências próprias. Só para dar um exemplo, a propósito, no ano de 2007, os professores e professoras Pataxó lançaram um livro cujo título é "Pataxó: uma história de resistência" em que eles contam a História do povo Pataxó, inclusive esses acontecimentos de abril, sob a sua ótica. Infelizmente, a tiragem foi muito limitada e esse livro só circulou, praticamente, nas comunidades indígenas. Infelizmente, os instrumentos burocráticos para a concessão de recursos para publicação dificultam, quando não impedem, a divulgação da produção intelectual indígena. Está na hora de as editoras das universidades prestarem atenção para a produção literária de autoria indígena, principalmente essa produção dos professores e demais intelectuais indígenas nas escolas e nas universidades.

6 - Após o lançamento deste livro, Lições de Abril , há planos para publicação de outras obras de sua autoria?

Gostei do que disse uma colega: a publicação do livro é apenas o trabalho de uma professora de escola pública prestando contas ao público. Mas, por enquanto, acho que dá para  descansar um pouquinho, antes de outra prestação de contas.

7 - Deixe uma mensagem para os leitores da EDUFBA.

Se tem uma coisa que me angustia é ver a durabilidade, a capacidade de perpetuação do racismo, do sexismo, da homofobia, dentre outras formas de opressão. Por isso seria muito bom se cada gesto nosso diariamente pudesse realmente contribuir para explicitar,  desmistificar, enfrentar, acabar de vez com essas e outras formas de degradação da dignidade humana. É muito utópico, mas utopia faz falta.

FONTE: EDUFBA

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Projeto Difusão Afro-Cultural na Educação II - MG

 
 CENAFRO CONVIDA
Lançamentos Culturais:
DIFUSÃO AFRO no. 2, revista do Cenafro
Revista distribuída gratuitamente a escolas, educadores e entidades.
 
O MARXISMO E A QUESTÃO RACIAL, livro de Carlos Moore
Em seguida, palestra com o autor Carlos Moore
Livro, com venda revertida ao Cenafro.
 
Apresentação cultural com o Terno de Congado ESTRELA GUIA.
 
27/05/11 (Sexta-feira) – 19:00 horas - Casa de Cultura Graça do Axé
Av. Cesário Crosara, 4187 – Bairro Roosevelt - Uberlândia (MG)
 
Realização:CENAFRO  
Patrocínio:FUNDAÇÃO CULTURAL PALAMARES  
ApoioUFUPROEX/Dicult

Cultura local e mercado global, na UFBA - BA

Agora em junho 2011 completa 10 anos da morte do geógrafo baiano Milton Santos, vencedor inédito do Vautrin Lud, o “Nobel” de Geografia. Professor da UFBA e da USP, para homenagear e preservar a sua memória diversas atividades estão programadas no Brasil e no exterior, particularmente na França, onde foi exilado pela ditadura militar em 1964.
 
Na Bahia, nos dias 6 e 7 de junho acontece na Reitoria da UFBA, nos auditórios do Instituto Anísio Teixeira (SEC, Paralela) e da Facom,  o Colóquio Milton Santos.3. Pesquisadores, produtores culturais, artistas e trabalhadores do mercado informal farão intervenções nos dois dias.
 
As inscrições gratuitas, abertas aos interessados até o dia 25/05, são para apresentação de trabalhos acadêmicos ou apenas como ouvinte. Veja aqui como se inscrever o quanto antes. O evento será transmitido por videoconferência para todo o território baiano.
 
E tenha o privilégio de participar dos debates que lembram o pensamento daquele importante intelectual, crítico dos rumos da globalização econômica.
 

Biografia de Lima Barreto tem lançamento em Salvador - BA

O escritor paulista Cuti autografa o trabalho e conversa com o público quarta (25/05) no Sarau Bem Black
 
O escritor paulista Cuti, um dos mais importantes autores e estudiosos da literatura negra brasileira, vem a Salvador lançar seu mais recente trabalho: a biografia Lima Barreto, estudo sobre a vida e obra do escritor carioca. Convidado do coletivo Blackitude, Cuti participa da edição do dia 25/06 (quarta-feira) do Sarau Bem Black no Sankofa African Bar (Pelourinho), quando autografa o trabalho e bate-papo com o público. A programação, gratuita, começa a partir das 19h.  
                A biografia é o sétimo volume da Coleção Retratos do Brasil Negro, da editora Selo Negro, que destaca nomes significativos da cultura e da militância negra do país. Mestre e doutor em literatura, Cuti analisa a produção de Lima Barreto (1881-1922) e mostra a atualidade dos problemas que ele apontou no início do século XX em contos, crônicas e romances. “Ainda hoje, seus livros travam uma luta contra as forças de exclusão social, muito poderosas no Brasil. Elas interferem na cultura, em especial nas artes, que têm o poder de alimentar nosso imaginário”, afirma Cuti.  
Além de falar sobre sua pesquisa, Cuti é o convidado especial do Sarau Bem Black, que acontece todas as quartas no Sankofa African Bar. Na segunda parte do evento, ele sobe ao palco para mostrar alguns de seus poemas, publicados em livros como Poemas de Carapinha (1978), Negroesia (2007) e Poemaryprosa (2009).  Cuti, pseudônimo de Luiz Silva, tem 59 anos, foi um dos fundadores da organização literária Quilombhoje e um dos criadores e mantenedores da série Cadernos Negros, que publica poemas de autores negros de todo o país desde os anos 80.
O Sarau Bem Black é coordenado pelo poeta e professor Nelson Maca. Além dos poetas residentes, o microfone é aberto à plateia, para que possa exercitar sua poesia em público. Desde sua inauguração, em setembro de 2009, o sarau conta com a presença constante do Dj Joe, que homenageia, semanalmente, um artista ou conjunto da música negra mundial. Para a edição que recebe Cuti, haverá uma seleção de samba rock, ambientando e dialogando com os poemas declamados.
A agenda de Cuti em Salvador inclui participação na Semana de Letras da UCSal. Ele ministrará o minicurso Literatura Negro-Brasileira, dias 26 e 27, das 8h às 12h, no Campus da Lapa, com inscrições a R$ 10,00. As inscrições já estão abertas no Centro Acadêmico de Letras no Campus da Lapa. Também no dia 27, o escritor segue para o Instituto de Letras da UFBA, onde fecha sua agenda oficial na Bahia num bate papo com alunos cotistas e bolsistas dos projetos Rasuras, PET - Comunidades Populares, e Conexões de Saberes, a partir das 15h.
 SERVIÇO
Evento I: Sarau Bem Black – Recital Poético
e lançamento do livro Lima Barreto de Cuti
Quando: 25/05 (quarta-feira), às 19h
Onde: Sankofa African Bar (Pelourinho)
Realização: Blackitude: Vozes Negras da Bahia
Entrada Franca

Evento II: Minicurso “Literatura Negro-Brasileira”
e lançamento do livro Lima Barreto de Cuti
Quando: 26 e 27/05 (quinta e sexta-feira), das 8h às 12h
Onde: Campus Lapa – Auditório / Rua Joana Angélica
Realização: Semana de Letras da UCSal (8119-4890 / 9182-2226)
Inscrição: Centro Acadêmico de Letras / R$ 10,00

Evento III: Bate-papo com alunos cotistas e bolsistas
e lançamento do livro Lima Barreto de Cuti
Quando: 27/06 (sexta-feira), às 15h
Onde: Instituto de Letras da UFBA / Campus de Ondina
Realização: Projetos Rasuras, PET- Comunidades Populares e
Conexões de Saberes (9917.1390)


Lima Barreto/Coleção Retratos do Brasil Negro
            O sétimo volume da Coleção Retratos do Brasil Negro traz a biografia de Afonso Henrique de Lima Barreto (1881-1992), um dos maiores escritores brasileiros de todos os tempos. Autor de grandes clássicos da literatura nacional, produziu romances, novelas, contos, crônicas e diários. Vítima de preconceito por ser negro e pobre, só teve a obra reconhecida décadas após sua morte. Autor de obras-primas como Triste fim de Policarpo Quaresma e Recordações do escrivão Isaías Caminha, ele foi duramente rechaçado pelos críticos.
Cuti analisa a produção do escritor e mostra a atualidade dos problemas que ele apontou no início do século XX. Dividido em três partes, o livro destaca vários aspectos da obra barreteana, abordando também as manifestações que ela provocou e ainda é capaz de provocar. Analisando a consciência crítica do escritor, Cuti mostra que ele experimentou um ângulo de visão social muito diferenciado em sua época. Na sua avaliação, a obra de Barreto ajuda a fazer analogias entre o passado e o presente e pode causar um verdadeiro incômodo intelectual e emotivo.
              Além da prosa de ficção, Barreto escreveu artigos e crônicas publicados em jornais e revistas, abordando temas intrigantes e polêmicos, tais como: corrupção na política, violência contra a mulher, ostentação social, futebol e violência, parcialidade da imprensa, literatos esnobes e hermetismo, entre outros. “Ele nos deixou um amplo e pulsante painel da vida cotidiana de seu tempo, alcançando-nos com sua capacidade de revelar e problematizar questões perenes, universais e aquelas para as quais o povo brasileiro ainda não conseguiu encontrar solução”, avalia Cuti.
          Os capítulos mostram que a obra de Barreto transgride a noção de literatura como imitação de modelos. Segundo o pesquisador, ela se afasta do propósito de arte literária evasiva, de fuga da realidade por parte do escritor e do leitor. “Seus textos impactam porque atuam no sentido oposto. Buscam expressar a realidade. Por isso, ele desrespeitou regras, sobretudo as dos gêneros e padrão de linguagem”, afirma, lembrando que, além de produzir literatura, o escritor também refletiu e escreveu sobre ela.

FICHA
Livro: Lima Barreto – Coleção Retratos do Brasil Negro
Autor: Cuti
Editora: Selo Negro Edições
Preço: R$ 22,00 (128 páginas)

terça-feira, 17 de maio de 2011

É hoje! Roda de conversa sobre ações afirmativas na UFBA - BA

C O N V I T E
 

Na manhã de 17 de maio de 2004, o auditório da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ficou pequeno para abrigar estudantes negros/as, ativistas, representantes de entidades negras, parlamentares e docentes. É que aconteceria uma sessão histórica do Conselho Superior: a votação de um programa de políticas de Ações Afirmativas, resultado das investidas de um grupo de entidades, coordenado pelo CEAFRO/ CEAO/UFBA - denominado Comitê Pró-cotas. O programa aprovado não foi a proposta inicial, mas  fruto de embates e negociações entre a sociedade civil e a UFBA.
 
Aprovado para vigorar 10 anos, o Programa de Ações Afirmativas da UFBA passará por avaliação institucional em 2014, o que definirá a continuidade ou não do mesmo. Neste sentido, surge a necessidade de discutirmos os resultados e limites das ações implementadas a fim de traçarmos estratégias coletivas na luta por políticas educacionais antirracistas.
 
Propomos o início de uma ampla discussão sobre a adoção do Programa de Ação Afirmativa na UFBA - contextualização histórica, análise dos impactos desse programa etc,  a partir da roda de conversa: Sete anos de cotas na UFBa. E daí?
 
 
CEAFRO/UFBa

CONEXÕES DE SABERES
IINSTITUTO CULTURAL STEVE BIKO
 NENU
PROGRAMA PREPARATÓRIO PARA A PROMOÇÃO DA IGUALDADE ÉTNICO-RACIAL NA EDUCAÇÃO (CEAO/UFBA)
 
LOCAL: Auditório Milton Santos, CEAO, Praça Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho SSA/BA
DATA: 17 de maio de 2011, terça-feira
HORÁRIO: Das 17h30min às 21horas

segunda-feira, 16 de maio de 2011

Yalorixá e Doutora em Antropologia, Cecília Conceição Soares participará de curso gratuito em SSA - BA

Yalorixá fundadora do Ilê Axé Maroketu é tema de aula na Biblioteca Pública do Estado




Foto de Wilson Militão, extraída do Blog Mundo Afro / A Tarde



Nesta terça-feira, 17 de maio, às 17h, no auditório da Biblioteca Pública do Estado (Barris), a Professora Doutora Cecília Conceição Moreira Soares será a próxima convidada do curso Conversando com sua História, do Centro de Memória da Bahia. O tema a ser abordado será “Yalorixá Cecília do Bonocô – História de vida", assunto da tese de doutorado defendida na Universidade Federal da Pernambuco. As inscrições são gratuitas e os participantes recebem certificados.


O tema
– Buscando abordar as passagens em vários processos ritualísticos de diferentes culturas como: a ameríndia, a européia e a africana, mas com o enfoque na religião de matriz africana, a autora falará dos distintos momentos de vida da Yalorixá e as ações que a mantiveram ligada às tradições do Candomblé. “A vida religiosa de matriz afro-brasileira da Yalorixá é muito rica, tendo em vista que, anteriormente à iniciação na nação Ketu, ela passou pelo catolicismo popular, por outras vertentes religiosas, fundou uma sessão espírita e, só depois, teve a passagem definitiva para o mundo do Candomblé. Na religião afro-brasileira, Cecília recebeu a dijina Onã Sabagi, que significa ‘caminho’, local onde se realiza os rituais de iniciação da nação jeje”, ressalta a professora Cecília Moreira, neta da yalorixá e atual lider religiosa do Ilê Axê Maroketu.


História
- Cecília do Bonocô foi fundadora do Ilê Axé Maroketu, em 1943, uma tradicional casa de candomblé Ketu, com tradições Jeje, situada no bairro de Cosme de Farias, em Salvador. Hoje liderada por sua neta e próxima palestrante do Curso Conversando com sua História. “O que é interessante na análise da historia de vida da Yalorixá Cecilia do Bonocô é o fato de ser tão cheio de simbolismo e pertencimento religioso e de permanecer na memória do Povo de Santo, enquanto exímia olhadeira em copo d´água e pela força do seu Orixá Azoani (Obaluaiyê)”, afirmou.



Currículo - Além da sua tradicional herança religiosa, a Professora Doutora Cecília Conceição Moreira Soares, possui Doutorado em Antropologia pela Universidade Federal de Pernambuco, 2009; Mestrado em História pela Universidade Federal da Bahia, 1994; é Professora da Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS e da Universidade Católica do Salvador, UCSal. É membro do Núcleo de Estudos sobre a Mulher Mulieribus/UEFS e do Núcleo Cultura, Poder e Memória /UCSAL. Entre as publicações da professora destacam-se: A Mulher Negra na Bahia do Século XIX, As ganhadeiras em Salvador no século XIX; As Negras nas ruas: outros conflitos; Ser Negro no Candomblé e estereótipo verbal; e Candomblé de Paramirim na época de 1958.



O próximo encontro do Curso Conversando com sua História acontece no dia 25 de maio e terá como tema: “Entre o ‘serviço da casa’ e o ‘ganho’: escravidão em Salvador na primeira metade do século XVIII”, ministrado pela Professora Ms. Daniele Santos de Souza, da Universidade Federal da Bahia – UFBA. A aula busca refletir sobre a escravidão negra-africana em Salvador na primeira metade do século XVIII, discutindo o trabalho escravo urbano e as formas de resistência e solidariedade tecidas por africanos, crioulos e mestiços.



As inscrições podem ser feitas diariamente, das 9h às 17h, pelo telefone 3117- 6067 ou através do email: cmb.fpc.ba.gov.br







FONTE: Correio Nagô

Lançamento do documentário "Ser quilombola" - BA

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O evento ocorrerá  em 7 de junho, às 10hs, no Saguão da Assembléia Legislativa da Bahia, localizada no CAB



O documentário discorre sobre os principais elementos que constituem a identidade quilombola a partir das comunidades de São Francisco do Paraguaçu e Porteiras, localizadas, respectivamente, nos municípios de Cachoeira e Entre Rios. Ao discorrer sobre os aspectos identitários, traz à tona o debate sobre os critérios da autodefinição e territorialidade do decreto 4.887/03 que está sob ameaça no Supremo Tribunal Federal. 

A produção audiovisual, dirigida pela jornalista Jaqueline Barreto, conta com a participação dos historiadores Ubiratan Castro e João José Reis, da socióloga e professora da Universidade Federal da Bahia, Lídia Cardel, da representante da Fundação Cultural Palmares, Luciana Mota, e do sociólogo Walter Altino.

 As comunidades apresentadas pelo documentário possuem aspectos singulares:  Porteiras possui  um documento do Séc. XIX de doação da terra pelo ex-proprietário da Fazenda Porteiras aos escravos, mas, mesmo assim, após mais de 100 anos de tentativas, o território ainda não foi titulado e São Francisco do Paraguaçu ganhou repercussão internacional devido a uma reportagem exibida em 2007 pelo Jornal Nacional que, por sinal, resultou na paralisação de todos os processos da Fundação Cultural Palmares e do Instituto de Colonização e Reforma Agrária(INCRA). 

Segundo essa reportagem, a comunidade de São Francisco do Paraguaçu não se constituiria como uma comunidade quilombola. O documentário “SER QUILOMBOLA, ao abordar as nuances da identidade quilombola, surge também como um direito de resposta dessa comunidade às denúncias equivocadas da maior emissora do Brasil. Além disso, tem como finalidade contribuir com a elevação da auto-estima dos descendentes dos quilombos e, acima de tudo, como material didático  a ser utilizado pelas diversas instituições de ensino. 


Quando: 7 de junho 

Horário: às 10hs 

Local: Saguão da Assembléia Legislativa da Bahia, CAB

FONTE: Site da Omi-dudu

Festival Maroketu - BA

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Sessão Especial "Revolta dos Malês " - BA

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domingo, 15 de maio de 2011

Treze de Maio - Porque devemos queimar a bandeira brasileira!

Jaime Amparo-Alves*
 
O Brasil branco não entendeu quando, no dia 13 de abril, Paulo Sérgio Ferreira, 38 anos, escalou o mastro e queimou a bandeira brasileira que fica na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Desempregado, Sérgio explicou o seu gesto acusando o Brasil de ser uma "pátria assassina de negros". Não poderia haver protesto mais eloquente e mais incisivo. No Treze de Maio, nossas vozes se somam ao protesto silencioso de Paulo Sérgio para denunciar a morte prematura e previsível de jovens negras e negros no país da democracia racial.

O Mapa da Violência 2011, um lançamento conjunto do Ministério da Justiça e do Instituto Sangari, dá uma dimensão da distribuição calculada da morte nas periferias brasileiras. Os pesquisadores têm identificado um “padrão da mortalidade juvenil” que elege jovens negros urbanos como as principais vítimas dos assassinatos no país. Se o assassinato de jovens já expõe a tragédia programada do Brasil do futuro, o assassinato de negras e negros expõe também a necropolítical racial do país. Negros morrem mais e mais cedo do que os brancos. A
taxa de homicídio juvenil é  proporcionalmente 103,4% maior entre os negros que brancos. Em alguns estados a taxa de vitimização juvenil é tão exorbitante que mesmo os mais cínicos críticos do termo genocídio, para se referir ao massacre cotidiano negro, teriam dificuldades em justificar o injustificável: na Paraíba e em Alagoas, os estados que mais matam jovens, o índice de vitimização negra  é de 1971,2% e 1304,0% respectivamente.

Quando Paulo Sérgio denunciava a “pátria assassina de negros”, jovens negros eram assassinados no subúrbio ferroviário de Salvador e na Baixada Fluminense.  Na Baixada Santista, mães enterravam os corpos de outros tantos mortos em mais uma chacina e na capital paulista a polícia militar lavrava mais uma ‘resistência seguida de morte’.

Queimar a bandeira brasileira, neste contexto, é gesto politico imperativo para mostrar a impossibilidade negra no projeto de nação brasileira. Qual o lugar de negras e negros na nação verde-amarela? O que a morte prematura e previsível de jovens negros tem a nos dizer sobre as maneiras como a nação tem sido historicamente imaginada entre nós? O que a persistência da morte negra revela – e oculta - sobre a natureza antropofágica da democracia racial brasileira?

A verdade é que a maior nação negra fora do continente africano tem uma dor de cabeça histórica de onde situar os seus negros. Certa obsessão antropológica tem exaustivamente nos situado no botequim, no samba, na capoeira. Ali somos o Brasil exótico. Na mulata tipo exportação e nos meninos do futebol temos uma reatualizacão do colonialismo, agora no sentido colônia-metrópole. As imagens do corpo negro são consumidas no esporte, no carnaval, nas narrativas da violência em filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite. Em todas elas uma simbiose entre violência física e simbólica produz a morte programada e ritualizada. Afinal, não seria esta reiteração simbólica do corpo negro como descartável, feio, sexualmente disponível, e perverso,o que pavimenta o caminho para a sua liquidação total?

Se considerarmos, ainda que por um momento, o fato de que a presença negra continua um incômodo para o progresso brasileiro, e, como nos lembra Thomas Skidmore, o desafio para o Brasil entender a si próprio, poderemos entender o porquê da aceitabilidade da matança negra. Nem a África do Sul no auge do seu apartheid assassinou tantos negros como por aqui.  E, embora a ditadura militar brasileira tenha sido cruel e sangrenta, a escala de desaparecimentos políticos do regime militar não comporta comparação com os números do extermínio negro.

Porque o Brasil ainda não entendeu o significado das feridas abertas - e ainda não cicatrizadas - do Atlântico Negro, e porque o movimento social não-negro, as esquerdas brasileiras, ainda têm dificuldades em aceitar a especificidade da experiência negra, fica para nós, as vítimas, a responsabilidade de reclamar os mortos e denunciar como genocídio o fenômeno político da morte em massa. Vem de Steve Biko o alerta: ‘estamos por nossa própria conta’. É a carne negra, ‘a mais barata do mercado’, que está fora de lugar. A bandeira brasileira não nos cobre e a pátria não nos comporta porque o corpo negro é o depositário de uma incompatibilidade absoluta com a nação que se quer moderna, civilizada, européia, branca. 

Passou despercebido, mas há uma analogia a ser feita entre a bandeira que o exército brasileiro fincou, no dia 25 de novembro de 2010, no alto do Morro do Cruzeiro, no Rio de Janeiro, como símbolo de conquista de território, e a bandeira que Paulo Sérgio queimava em
Brasília, no 13 de abril de 2011. Na primeira, a bandeira manchada de sangue trazia a ordem branca, do asfalto, para a geografia suja e malvada do morro. O morro precisava ser trazido, ainda que à balas de canhões, para o seu lugar submisso no projeto de dominação racial brasileira. No segundo caso, era o Brasil negro que se rebelava e denunciava o projeto genocida do Estado brasileiro. Em ambos os casos, a bandeira é o símbolo de um projeto de vida e de morte, um projeto necropolítico que a cada dia se sofistica e se torna imprescindível para a ‘paz’.

Neste Treze de Maio de luto e de lutas, bem poderíamos parafrasear Castro Alves e gritar com todos os pulmões: quem é esse povo que a sua bandeira empresta para cobrir tanto horror e covardia? A resposta talvez teríamos que buscar na reatualização contínua e dissimulada de um mito que funciona apagando a cor dos mortos. Uma nação racialmente antropofágica, ‘uma máquina de triturar gente’, um estado genocida….Orgulho de ser brasileiro? Queimemos a bandeira!
 
*Jaime Amparo-Alves é antropólogo e jornalista Email: amparoalves@gmail.com

sábado, 14 de maio de 2011

Lançamento Segundo Relatório Desigualdades Raciais no Brasil - RJ

Prezada companheira e prezado companheiro,
 
Segue o convite para o lançamento do segundo número do Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010 editado pelo LAESER. O estudo versa sobre os efeitos da Constituição de 1988 sobre as assimetrias de cor ou raça no Brasil, especialmente o seu capítulo da Seguridade Social e o da legislação anti-racista.
Na mesma atividade estaremos diplomando os alunos e alunas que participaram e concluíram a Oficina de Indicadores Sociais: ênfase em relações raciais (adaptado à Lei 10.639 e 11.645), também organizada pelo nosso Laboratório de pesquisa ao longo dos últimos três anos.
A atividade ocorrerá no dia 30 de maio, das 15h às 18h30 e será realizada no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (IFCS) da UFRJ, que fica no Largo São Francisco de Paula no. 1, Salão Nobre, Centro, Rio de Janeiro.
Foi gigantesco o esforço para a realização deste livro, bem como para a realização das Oficinas. E é por este mesmo motivo que queremos contar com vossa ilustre presença para este momento de reflexão, debates e, também, de confraternização.
Até lá!
Marcelo Paixão
Professor do IE/UFRJ - Coordenador do LAESER

Ações afirmativas na UFBA: é hora de lutarmos pela manutenção e ampliação - BA


C O N V I T E

Na manhã de 17 de maio de 2004, o auditório da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ficou pequeno para abrigar estudantes negros/as, ativistas, representantes de entidades negras, parlamentares e docentes. É que aconteceria uma sessão histórica do Conselho Superior: a votação de um programa de políticas de Ações Afirmativas, resultado das investidas de um grupo de entidades, coordenado pelo CEAFRO/ CEAO/UFBA - denominado Comitê Pró-cotas. O programa aprovado não foi a proposta inicial, mas  fruto de embates e negociações entre a sociedade civil e a UFBA.

Aprovado para vigorar 10 anos, o Programa de Ações Afirmativas da UFBA passará por avaliação institucional em 2014, o que definirá a continuidade ou não do mesmo. Neste sentido, surge a necessidade de discutirmos os resultados e limites das ações implementadas a fim de traçarmos estratégias coletivas na luta por políticas educacionais antirracistas.

Propomos o início de uma ampla discussão sobre a adoção do Programa de Ação Afirmativa na UFBA - contextualização histórica, análise dos impactos desse programa etc,  a partir da roda de conversa: Sete anos de cotas na UFBa. E daí?

LOCAL - Auditório Milton Santos, no CEAO,  Pça Inocêncio Galvão, 42, Largo
Dois de Julho – SSA/Ba
DATA – 17 de maio de 2011, 3ª feira
HORÀRIO - Das 17h30 às 21 horas

CEAFRO/UFBa
CONEXÕES DE SABERES
IINSTITUTO CULTURAL STEVE BIKO
 NENU
PROGRAMA PREPARATÓRIO PARA A PROMOÇÃO DA IGUALDADE ÉTNICO-RACIAL NA EDUCAÇÃO (CEAO/UFBA)

Periódicos do início do século XX podem ser consultados na internet

Do G1, em São Paulo

Estudantes já podem se aprofundar mais nos estudos sobre a abolição da escravatura no Brasil, celebrada em 13 de maio, com a consulta a jornais publicados por várias vertentes do movimento negro no país durante as primeiras décadas do século XX. O Arquivo Público do Estado de São Paulo disponibiliza em seu site 23 títulos de jornais e revistas que tratam do tema.
Até agora, os títulos da chamada "imprensa negra", como ficaram conhecidos jornais e revistas publicados em São Paulo após o processo abolicionista, no final do século XIX, só podiam ser consultados na sede da instituição, que fica na Zona Norte de São Paulo.
Entre os títulos que estão disponíveis está o jornal "A voz da raça", da Frente Negra Brasileira, tido como um dos mais importantes do gênero, sendo bastante lido também fora da comunidade negra. O jornal foi publicado de 1933 a 1937.
Também estão disponíveis jornais como Getulino (1916-1923) e O Clarim d´Alvorada (1929-1940) que atuavam na divulgação de eventos cotidianos da população negra, como festas, bailes, concursos de poesia e beleza, eventos pouco divulgados em veículos da grande imprensa.
O acervo digital é composto pelos jornais: O Alfinete (1918-1921), Alvorada (1948), Auriverde (1928), O Bandeirante (1918-1919), Chibata (1932), O Clarim (1924), O Clarim d´Alvorada (1929-1940), Cruzada Cultural (1950-1966), Elite (1924), Getulino (1916-1923), Hífen (1960), O Kosmos (1924-1925), A Liberdade (1919-1920), Monarquia (1961), O Novo Horizonte (1946-1954), O Patrocínio (1928-1930), Progresso (1930), A Rua (1916), Tribuna Negra (1935), A Voz da Raça (1933-1937), O Xauter (1916). E as revistas: Quilombo (1950) e Senzala (1946).
As publicações podem ser consultadas no site do Arquivo Público.(Link: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/jornais)

sexta-feira, 13 de maio de 2011

A pobreza e a cor da pobreza (Luiza Bairros)

Folha de São Paulo, 13/05/2011
TENDÊNCIAS/DEBATES

Os negros têm a oferecer suas estratégias de resistência ao racismo, que, desde o período colonial, interpôs obstáculos à afirmação da humanidade


Em "Leite Derramado", mais recente romance de Chico Buarque, há um personagem que, ao se referir com ironia ao radicalismo de seu avô abolicionista, afirma que ele "queria mandar todos os pretos brasileiros de volta para a África".
Nessa visão, abolicionismo radical equivalia a se livrar dos negros. De todo modo, após 1888, as elites brasileiras irão se comportar como se os libertos, que as serviram por quase quatro séculos, não estivessem mais aqui. Mas estavam, e por sua própria conta.
No início do século 20, eram frequentes os prognósticos sobre o desaparecimento da população negra, que supostamente não sobreviveria ao século.
Ao mesmo tempo em que se criticavam as soluções de laboratório defendidas pelo ideário eugenista, em voga aqui e em muitos países, também se apostava no embranquecimento via miscigenação.
Mais tarde, ao se debruçar sobre os resultados do Censo de 1940, Guerreiro Ramos considerou "patológico" o desequilíbrio nas respostas ao quesito cor, tendentes, em sua esmagadora maioria, a sobrevalorizar a cor branca.
Na contramão dessa tendência, os dados censitários de 2010, há pouco divulgados, confirmam o que já se delineava no Censo de 2001: iniciativas de valorização da identidade, com origem nos movimentos negros e hoje em processo de institucionalização, asseguraram a maioria negra em uma população que ultrapassa 190 milhões de brasileiros.
Nesse longo percurso de afirmação, as mudanças não se limitaram a uma percepção de si mais positiva, exclusiva dos afro-brasileiros.
A consciência negra avançou em conexão íntima com a consciência social como um todo. Não se trata, portanto, da mera substituição de um segmento populacional dominante por outro, mas do reconhecimento de que os valores do pluralismo ajudam em muito a consolidar nosso processo democrático.
Contudo, ainda persistem dificuldades a serem enfrentadas.
Hoje, temos uma sólida base de dados, que mostra reiteradamente que mulheres e homens negros estão entre os brasileiros mais vulneráveis, numa proporção muito maior do que sua presença relativa na população total.
Por isso, a priorização da erradicação da pobreza extrema pelo governo da presidenta Dilma abre possibilidades inéditas de abordar rica e diversificada experiência humana, que ainda precisa ser considerada em toda a sua amplitude.
O sucesso das iniciativas de combate à pobreza extrema requer a reversão de imagens negativas, a superação de práticas discriminatórias e o redimensionamento dos valores de cultura e civilização que, afinal, contra todas as expectativas, garantiram a continuidade dos descendentes de africanos no país.
Quando o assunto é superação da pobreza extrema, é justo supor que os negros tenham algo a dizer.
Segmentos empobrecidos de outros grupos raciais também o terão, é certo. Mas os negros têm a oferecer suas estratégias de resistência ao racismo, que, desde o período colonial, interpôs obstáculos ideológicos e culturais à afirmação plena de sua humanidade -a base das desigualdades de renda e de oportunidades que ainda vivenciam.
Assim, no atendimento a direitos básicos que articulam renda, acesso a serviços e inclusão produtiva, é preciso tornar visíveis e valorizar dimensões da pessoa e do universo afro-brasileiro que desempenham papel decisivo na conquista da autonomia. Todos somos humanos, e a resistência aos processos desumanizadores do racismo é, de longe, a maior contribuição dos negros à cultura brasileira.

LUIZA BAIRROS é ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Seminário de Empreendedorismo Étnico Afro-brasileiro - SP

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Pacote didático A Cor da Cultura disponível para download


Para facilitar o acesso da população brasileira ao segundo pacote pedagógico A Cor da Cultura, a Fundação Cultural Palmares (FCP) disponibiliza o material para download em seu portal. O pacote é mais uma medida prática adotada a partir da aprovação da Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares do País. 
Os interessados também podem baixar o material diretamente do site oficial do projeto do projeto. O Ministério da Educação (MEC) disponibilizará o material físico aos municípios, porém, as escolas devem se cadastrar também via o citado portal. A solicitação ao MEC deve ser feita pelas secretarias de educação, incluindo o projeto em seu plano de ação de 2012. 
 
O endereço para baixar os cadernos é http://www.palmares.gov.br/?p=10963

Movimento Negro Quilombola fará Encontro de Mobilização e Fortalecimento - RS

Com objetivo de construir uma a agenda de reivindicações em defesa dos direitos das Comunidades Remanescentes de Quilombo e garantia da regularização e titulação de suas terras com desenvolvimento sustentável o Movimento Negro Quilombola realizará “Encontro de Mobilização e Fortalecimento do Movimento Negro Quilombola” hoje, 11, em Porto Alegre.

O Rio Grande do Sul hoje tem 175 Comunidades Remanescentes de Quilombolas identificadas. A maioria está situada em área rural, e desenvolvem agricultura de subsistência ou trabalham como subempregados nas grandes propriedades do entorno ou nas cidades vizinhas. Vivem em situação precária e enfrentam as mais diversas dificuldades, como escassez de alimentos, desemprego, moradia, saneamento básico, acesso à educação e saúde entre outros.

Para ampliar o debate e construir alternativas de superação dos graves e agudos problemas enfrentados pelas Comunidades Remanescentes de Quilombos rurais e Urbanos, o Movimento Negro e Quilombola construiu uma agenda de mobilização e debates de enfrentamento às violações que eles vêm sofrendo, assim fortalecendo a articulação das organizações negras e quilombolas e ampliando a rede de apoio a luta e defesa dos direitos das referidas Comunidades, especialmente o direito à terra.

A morosidade dos processos de titulação das terras de Quilombos, a falta de efetividade das políticas públicas para saúde, educação, segurança pública, emprego e renda acaba fragilizando, desagregando e expondo as comunidades a todo tipo de violência, física, moral e psicológica, ao enfrentarem a grilagem, os despejos forçados, a destruição de lavouras e assassinatos de lideranças.

Os ataques que as Comunidades Quilombolas vêm sofrendo aos seus direitos nas várias esferas de Estado têm como exemplo a tentativa de retirar a efetividade do artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi 3239) ajuizada pelo Democrata; o Projeto de Decreto Legislativo – PDC n.º. 44/2007; e, mais recentemente, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/2005), esvaziado sobretudo na garantia e ampliação do direito ao acesso a terra das Comunidades Remanescentes de Quilombos.

No RS, a frente de parlamentares e prefeitos gaúchos em 2009 se deslocou para Brasília, solicitando ao STF a aceleração do julgamento da ADIN nº 3239. Visitaram a Casa Civil e vários ministérios, solicitando a paralisação da demarcação das terras indígenas e da titulação dos territórios quilombolas.

Diante do exposto, realizaremos no dia 11/05/11 o “Encontro de Mobilização e Fortalecimento do Movimento Negro Quilombola”, onde reunir-se-ão lideranças dos 175 quilombos do RS para fortalecer a rearticular o Movimento Negro e Quilombola, e organizar uma síntese das reivindicações das Comunidades para apresentar ao poder público estadual e federal.

Loca: Sindisprev – Rua Leonardo Truda n.40 12º andar
Centro – Porto Alegre/RS

Manhã:
Discussão, apresentação e síntese das reivindicações das comunidades quilombolas;
Encaminhamentos das próximas ações.

Tarde: Audiências com órgãos públicos

Assinam:
Akanni – Instituto de Pesquisa e Assessoria em Direitos Humanos, Gênero, Raça e Etnias
CONAQ _ Coordenação Nacional das Associações Quilombolas;
Federação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do RS
CPT – Comissão Pastoral do Negro da Pastoral da Terra
Pastoral Afro – Regional Sul/CNBB
Cáritas Regional Sul
Iacorq – Instituto da assessoria as Comunidades Remanescentes de Quilombos.

Fonte: 

Curso "Interação dos saberes sobre história e culturas africanas e afro-brasileira" - BA


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terça-feira, 10 de maio de 2011

Programação do Dia da África nos quilombos da Bahia - BA

Dia de África
Tema: 2011  Ano Internacional dos Afrodescendentes

Programação:

09/05 a 20/05 - Cine Escolar – Documentário Pela Vida da Juventude Negra
Local: Escolas públicas de Salvador e Camaçari

08/05 - Atividade Cultural  Quilombo de Cordoaria
Horário: 09h às 15h
Local: Quilombo de Cordoaria – Camaçari
Parceiro: Associação Comunitária Nossa Senhora de Santana

09/05Sessão Especial
Horário: 19h
Local:  Cachoeira – Câmara de Vereadores
Parceiro: Acidadã

11/05 – Formação de Professores do Ensino Fundamental e Médio História e Cultura da África
Horário: 09h às 17h
Local:  São Felipe
Parceiro: Secretaria de Cultural

13/05 Mesa de Dialogo “Reescrevendo o 13 de Maio
Horário: 09h
Local: Mercado Cultural - São Francisco do Conde
Parceiro: Departamento de promoção da Igualdade – DEPIR

13/05 – Circulo de Debate – Abaeté África Religiosa:Parque Ecológico das Religiões de Matriz Africana 
Horário: 14 às 18horas
Local: CASA DA MÚSICA DO ABAETÉ

15 /05Atividade Cultural Quilombo do Iguape
Horário: 09h às 15h
Local: Quilombo do Iguape – Cachoeira
Parceiro: Associação Quilombola Santiago do Iguape

16/05 – Aula Inaugural do Curso de Agente de Promoção da Igualdade Racial
Horário: 09h
Local: Curso pré-vestibular PREVESF – São Francisco do Conde
Parceiro: Departamento de Promoção da Igualdade Racial - DEPIR

17 /05 Cine Escola
Horário: 19h
Local: Colégio Estadual José Antônio Pimenta – Cardeal da Silva
Parceiro: Associação Viver Melhor - ASVIME

18/05 Cine Escola
Horário: 19h
Local: Colégio Estadual José Antônio Pimenta – Cardeal da Silva
Parceiro: Associação Viver Melhor – ASVIME

19/05Sessão Especial
Horário: 19h
Local: Câmara dos Vereadores – Serrinha
Parceiro: Vereador Justino Junior

21/05Apresentação Cultural do grupo Zabiabumba, Espetáculo Teatral e Poesia.
Horário: 15h
Local: Teatro de Plataforma – Subúrbio
Parceiro: Fórum de Entidades do Subúrbio

22/05 - Atividade Cultural Quilombo de Piripá
Horário: 09h às 15h
Local: Quilombo de Piripá – Vale do Gavião

25 a 31/05 –  Exposição acervos da Casa do Benin
Horário: 09h às 16h
Local: Centro de Cultura – Lauro de Freitas
Parceiro: Departamento de Políticas de Promoção da Igualdade Racial

26/05 - Sessão Especial
Horário: 14h
Local: Assembleia Legislativa - CAB

27/05 Teleconferência para os 26 Campus da UNEB
Horário: 09h
Local: UNEB Cabula

27/05África Baile – Apresentações Culturais e Baile Africano Kuduro
Horário: 20h
Local: Camaçari

30/05 – Sessão Especial
Horário: 09h
Local: Câmara dos Vereadores - Governador Mangabeira
Parceiro: Vereador Professor Borges

30/05 – Atividade Cultural
Horário: 16h
Local: Praça – José Ramos – São Félix
Parceiro: Vereador Evaldo

Obs. Em Santo Amaro estaremos construindo o I Encontro Quilombola de Santo Amaro, falta definir a data que será entre os dias 09 a 14/05 nas festividades do BEMBÈ

Municípios envolvidos:
Salvador, Camaçari,  Lauro de Freitas, São Francisco do Conde, Santo Amaro,  Cachoeira, São Félix, Governador  Mangabeira, Serrinha, Cardeal da Silva,  São Gonçalo dos Campos, São Felipe, Esplanada  e os quilombos de Cordoaria, Iguape, Vale do Rio do Gavião (Piripa).

Roda de diálogos sobre o Dia da África - BA


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