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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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sexta-feira, 12 de março de 2010

Ouvidoria promove Audiência Pública - BA


(Clique na imagem para ampliá-la)

Encontro discutiráz estratégias de aceleração do processo de implementação da Lei n. 10.639/03

UNESCO promove um Encontro para construir uma agenda para acelerar o processo de implementação do Plano Nacional de Implementação da Lei 10.639/2003, de 17 a 18 de março de 2010, na Universidade Federal de São Carlos, São Paulo, Brasil.

A Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência, e a Cultura (UNESCO) promove nos dias 17 e 18 de março, na Universidade Federal de São Carlos, no estado de São Paulo, encontro para construir uma agenda de ação política articulada entre movimentos negros e organizações parceiras a fim de acelerar o processo de implantação do Plano Nacional da lei 10.639/2003 (Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana). A agenda deverá incidir na construção do novo Plano Nacional de Educação (2011-2020).
O evento “O papel da sociedade civil na implementação do Plano Nacional da lei 10.639/2003 - Rumo a uma agenda de ação política articulada" é resultado de uma parceria da UNESCO no Brasil com o Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (NEAB/UFSCar), a ONG Ação Educativa, o Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) e o Programa de educação e profissionalização para igualdade racial e de gênero do CEAO – Centro de Estudos Afro-Orientais (CEAFRO), e conta com o apoio do Instituto C&A e Save the Children UK.
O encontro dá continuidade ao debate sobre a lei 10.639/2003, organizado pelo Ministério da Educação e pela UNESCO, em novembro de 2007, em Brasília. O workshop, que contou com a participação de várias organizações da sociedade civil e representantes de diferentes instâncias do governo, teve como principal desdobramento a agenda que resultou na elaboração do Plano Nacional de Implementação da Lei 10.639/2003, entregue ao MEC em dezembro de 2008. O Plano foi lançado pelo Ministério da Educação e pela Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) em maio de 2009.
Para mais informações, por favor, entre em contato com:

quinta-feira, 11 de março de 2010

Documentário revela bastidores das cotas raciais na UnB

 BAIXE O ARQUIVO EM 
http://www.camara.gov.br/internet/TVcamara/default.asp?selecao=MAT&Materia=100406 

O país do orgulho da miscigenação, apregoado por Gilberto Freire e Darcy Ribeiro, se deparou há alguns anos com uma questão espinhosa: a adoção de cotas raciais nas universidades. Se falar de racismo no Brasil já era tabu, falar de cotas, então, se transformou num daqueles temas sobre os quais é melhor nem iniciar conversa. A menos que estejamos em um grupo onde todos são favoráveis ou todos contrários. Aí, sim, dá para desabafar os inconformismos, de um lado e de outro.

É neste clima de “assunto proibido”, discutido só entre os pares, que os entrevistados do documentário Raça Humana, produzido pela TV Câmara, começam a desfiar o intrincado novelo das cotas. Durante três meses, a equipe que trabalhou no documentário acompanhou a rotina de uma das maiores universidades do país: a Universidade de Brasília-UnB, que de forma tão ousada quanto isolada adotou o sistema de reserva de vagas com recorte puramente racial. No documentário, alunos cotistas e não-cotistas, professores, movimentos organizados, partidos políticos e representantes da instituição falam abertamente sobre o “tabu” das cotas raciais, seja defendendo ou condenando o sistema. Ao mesmo tempo, o documentário mostra ações externas à universidade que permeiam ou influenciam a discussão, como a votação do Estatuto da Igualdade Racial, em tramitação no Congresso - também cercada de muita polêmica, protestos e impasses.

No documentário, questões seculares e mal-resolvidas da história do Brasil vão ressurgindo, tendo como pano de fundo a discussão das cotas raciais. Ao refletir sobre a reserva de vagas para negros no ensino superior, os entrevistados revelam que a discussão vai muito além: envolve o papel das universidades brasileiras; as falhas do sistema educacional; a questão da meritocracia nos vestibulares; o racismo e, principalmente, o papel do negro na estrutura sócio-educativa do país.

É nesse caldeirão de questões que o documentário Raça Humana mergulha e mostra que, para além das reações muitas vezes apaixonadas, raivosas ou até intolerantes, está em pauta no Brasil uma discussão histórica, que não pode ser desprezada. A situação vivida hoje pela UnB é, ao mesmo tempo, peculiar e universal – uma amostra do Brasil contemporâneo, ainda cheio de preconceitos, mas também capaz de refletir sobre a sua história e reconstruí-la a partir de novos parâmetros.

Atualmente, o sistema de cotas da UnB está sendo contestado no Supremo Tribunal Federal pelo partido Democratas e deve ter seu futuro definido ainda em 2010. Embora a ação de Descumprimento de Preceito Fundamental seja direcionada apenas à UnB, a decisão a ser tomada pela Corte vai valer para todas as universidades que adotem algum tipo de cota racial em seus vestibulares.

Direção: Dulce Queiroz
Tempo: 42’

Reprodução autOrizada mediante citação da TV Câmara

Site: http://www.camara.gov.br/internet/TVcamara/default.asp?selecao=MAT&Materia=100406

Seminário sobre o Haiti - SP


SOLIDARIEDADE SIM, OCUPAÇÃO MILITAR NÃO!

Ao completar dois meses do terremoto que devastou o país e uma luta heróica do povo pela sua própria sobrevivência, o Sintusp realizará o Seminário sobre o Haiti, para expor à categoria e às comunidades, interna e externa, a crua realidade de um povo lutador desde a sua independência até os dias de hoje.
Lutam bravamente pela saída das tropas estrangeiras [Minustah], que comandadas pelo governo Lula da Silva ocupam o Haiti há quase 6 anos, sob a falsa justificativa de  reestruturação do país, mas que na verdade exercem uma intervenção militar para garantir interesses econômicos de grandes multinacionais e do sistema capitalista.
Convidamos tod@s para esse importante Seminário.

E X P O S I T O R E S
_ Lucia Skromov, Comitê Pró-Haiti
_ Atnágoras Lopes, Coordenação Nacional de Lutas
_ Otávio Calegari, estudante da Unicamp que presenciou o terremoto no Haiti
_ Milton Barbosa, Movimento Negro Unificado
_ Mara Onijá, Pão e Rosas/Ler-qi
_ Omar Ribeiro Thomaz, Prof. da Unicamp que presenciou o terremoto no Haiti - a confirmar

Solidariedade de Classe ao Povo Haitiano
12/3 [6ªF], 9H, AUDITÓRIO DO CEPEUSP - PORTÃO 8

IAT realiza curso de Formação Continuada – Africanidades e Educação

No período de 03 de maio a 07 de agosto, acontece o curso de Formação Continuada – Africanidades e Educação. O evento, que será realizado nos auditórios de videoconferência, disponibiliza vagas para docentes, gestores, coordenadores e demais servidores da rede pública de educação, com carga de 180 horas.
O Africanidades e Educação conta com 1305 vagas, sendo 870 para a rede estadual e 435 para a municipal. Clique AQUI e verifique se o seu munícipio possui o Termo de Adesão assinado com o IAT/SEC.

Inscrições:
REDE ESTADUAL: Realize sua inscrição através do SISTEMA ON LINE e preencha AQUI sua ficha (envie para o e-mail africanidades2010@gmail.com).
REDE MUNICIPAL: Realize sua inscrição, preenchendo AQUI sua ficha (envie para o e-mail africanidades2010@gmail.com).

Mais informações:
http://www.sec.ba.gov.br/iat/

CEAO/UFBA seleciona estudantes cotistas - BA

O CENTRO DE ESTUDOS AFRO-ORIENTAIS (CEAO-UFBA)

Seleciona estudantes de graduação para

PROJETO DE INCENTIVO À PERMANÊNCIA DE
ESTUDANTES COTISTAS

Integrando o Programa de Ações Afirmativas da Universidade Federal da Bahia, este projeto visa apoiar a permanência de alunos(as) cotistas e de baixa renda na universidade através da oferta de cursos básicos de Inglês e Produção de Textos e atividades extras (oficinas, teatro etc.).

Número de vagas - 30 (trinta), assim distribuídas:
·        10(dez) vagas para participação nos cursos e oficinas do projeto, além do recebimento de bolsa-auxílio no valor de R$ 300,00 (estudantes com menor renda familiar).
·        20(vinte) vagas para participação nos cursos e oficinas do projeto, sem bolsa.

Perfil requerido - estudantes de quaisquer cursos da UFBA que:
·        ingressaram no 1º ou 2º semestre de 2009 através das cotas para estudantes de escola pública e afrodescendentes ou indígenas;
·        possuem renda familiar, comprovada, de até 2(dois) salários mínimos;
·        tenham horário disponível para freqüentar os cursos à noite e aos sábados (manhã);

Inscrições - 11 a 18 de março de 2010, das 9 às 12 horas, no CEAO
- Documentos exigidos (cópias e originais):
·        Boletim de Desempenho no Vestibular
·        Comprovante de Matrícula na UFBA
·        RG e CPF
·        1 foto 3X4
·        Comprovante de residência (conta de luz, água ou telefone mais recente)
·        Comprovante de renda de quem trabalha na família (carteira de trabalho ou contracheque; comprovante de pensão, se pensionista)
·        Comprovante de gasto com habitação. Se o imóvel for alugado, contrato de aluguel ou recibo. Se for financiado, o boleto bancário;
·        Quando houver membro da composição familiar que não tiver renda comprovada, este deve emitir declaração assinada constando nome completo, número de CPF, RG e rendimento mensal;

Entrevista - 22 a 25 de março de 2010
Resultado - 26 de março de 2010
Início das Atividades - 1 de abril de 2010

CENTRO DE ESTUDOS AFRO-ORIENTAIS/CEAO
Praça General Inocêncio Galvão, 42, Largo 2 de Julho, Salvador/BA
Prédio da Biblioteca, 2º andar. Tel: 3283-5519

Dia de Oxum se torna patrimônio imaterial do Rio

O Dia de Oxum passou a ser considerado patrimônio imaterial do Estado do Rio de Janeiro. A determinação é da Lei 5.650/10, sancionada pelo governador Sérgio Cabral e publicada no Diário Oficial do Poder Executivo desta sexta-feira (5).

A data, comemorada anualmente no dia 8 de dezembro, reverencia a figura de um orixá dos cultos afrobrasileiros.

De autoria do deputado Átila Nunes (PSL), a nova norma determina que os festejos deverão ser programados e realizados pelas secretarias de Turismo e Ciência e Cultura e incluídos no calendário oficial e turístico do Estado.


- A finalidade principal desta lei é reconhecer, oficialmente, essa manifestação religiosa realizada há mais de 300 anos em nossa cidade, trazida pelos afrodescendentes que aqui chegaram como escravos, trazendo suas tradições e cultura. É um patrimônio vivo, dinâmico e um bem cultural intangível do povo fluminense.

Segundo Átila Nunes, Oxum controla a fecundidade.

- A maternidade é sua grande força. O orixá ama as crianças, protege a vida e tem funções de cura. É também a orixá do ouro, riqueza e do amor, se destacando pela jovialidade e beleza.

Átila Nunes é autor de vários projetos de lei tornando os orixás em patrimônios imateriais, como Nanã (também aprovado), Ogum, Oxosse, Xangô, Inhaçã, Iemanjá, Ossanha, Obaluaiê-Omulu, Oxalá, além dos Pretos Velhos, entre outros.


quarta-feira, 10 de março de 2010

ABL promove 2ª edição Curso Anual Manuel Querino – Personalidades Negras - BA

(Clique na imagem para ampliá-la)

Encontram-se abertas as inscrições para a 2ª edição Curso Anual Manuel Querino – Personalidades Negras, a ser realizada entre os dias 23 e 25 de março de 2010. Neste ano, além de Manuel Querino, o Curso homenageará também, as personalidades de Francisco da Conceição Menezes, Mãe Menininha do Gantois, Edison Carneiro, Solano Trindade, Mãe Senhora, Nelson de Araújo, Artur Arézio da Fonseca, coronel Antonio de Souza Benta e a Irmandade da Boa Morte de São Gonçalo dos Campos.

As inscrições podem ser feitas pelo telefone 3321- 4308, pelo e-mail contato@academiadeletrasdabahia.org.br ou pessoalmente na sede da ALB, na Av. Joana Angélica, 198 – Nazaré. Informando: nome completo, tel. e-mail. Endereço e área de atuação.

Será cobrada uma taxa simbólica de R$ 5,00, que poderá ser paga no dia da abertura do Curso.

A programação está disponível no blog: mrquerino.blogspot.com

UESB promove "VI Encontro de Combate a Discriminação Étnica" - BA

Programação

19/03/2010- sexta feira
Manhã
Local : Auditório  Wally Salomão/ UESB
8h- Mesa de Abertura
9h-Apresentação do Programa ODEERE
10:30h- Defesa Pública de Monografia
12h as 14h- Reunião de Trabalho com alunos/as da Pós Graduação em Antropologia

Tarde
14h as 18h- Defesa Pública  de Monografia
Local : Auditório  Wally Salomão/ UESB

Noite
Local : Auditório  Wally Salomão/ UESB
19h- A Luta dos movimentos negros para o Combate à Discriminação Étnica
       Palestrantes: Membros de Movimentos Negros
20:30h- Solenidade  de encerramento dos cursos de Extensão 2009

20/03/2010 – Sábado
Local: ODEERE - salas 1 e 2
8h as 18h - Atividade de Linguagens Visuais e Cultura
Público: alunos/as dos cursos de extensão
Organizador: Prof Dr Edson Dias Ferreira/ UEFS
                      Prof Mestrando Antonio Argolo Santana/ ODEERE- UEFS
                      Manoel Santana/Pesquisador ODEERE

Local ODEERE – sala 3
8h as 18h- Grupo de estudo e discussão
Público: Alunos/as da Pós Graduação em Antropologia
Organizadora: Prof Dra Marise de Santana

21/03/2010 - Domingo
Local: ODEERE- salas 1 e 2
8h as 18h - Atividade de Linguagens Visuais e Cultura
Publico Alvo: alunos/as dos cursos de extensão
Organizador: Prof Dr Edson Dias Ferreira/ UEFS
                      Prof Mestrando Antonio Argolo Santana/ ODEERE- UEFS
                      Manoel Santana/ Pesquisador ODEERE


AFRHUM promove debate "Nós, Afro-Descendentes: Hístória Africana e Afro-Descendente na Cultura Brasileira" - SP

O AFRHUM - Instituto Pedagógico para o Crescimento, Fortalecimento e Valorização do Viver Afro-Brasileiro e os Direitos Humanos realizará no dia 22 de março de 2010 a partir das 19h no Salão Nobre - Auditório Vereador João Brasil Vita - 8º andar da Câmara Municipal de São Paulo - Viaduto Jaceguai, 100 - Centro - São Paulo, o debate:

Nós, Afro-Descendentes: Hístória Africana e Afro-Descendente na Cultura Brasileira. Lutas pela consolidação da Lei 10.639/03.
 
Haverá exibição de "flashes" do filme "Um Grito de Liberdade" com Denzel Washington e a apresentação do grupo de dança afro: Patch Work.
 
As debatedoras e debatedores serão os seguintes:

- Frei David - Presidente da EDUCAFRO
- Elisabeth Fernandes de Souza - do Grupo de Educação Etnicracial da Secretaria Municipal da Educação do Município de São Paulo
- Mameto Kindandalakata Mona Kilimbekeueta - Sacerdotisa do Candomblé de Angola.
- Dra. Maria da Penha Guimarães - Advogada e militante na área dos Direitos Humanos
- Dra. Rosangela Malachias do CEERT - Centro de Estudos das Relações do Trabalho e Desigualdades

O evento será conduzido por Geraldo Potiguar do Nascimento (Geraldinho) - Coordenador do AFRHUM.

Museu Carlos Costa Pinto promove curso - BA

Curso
HISTÓRIA SÓCIO-ECONÔMICA DA BAHIA
A AFRODESCENDÊNCIA

1º semestre de 2010


O Museu Carlos Costa Pinto apresenta em 4 módulos o curso com abordagem da afrodescendência na história da Bahia e aspectos sócio-econômicos e artísticos.

Serão 2 módulos no primeiro semestre e 2 no segundo semestre.

PROGRAMAÇÃO

1º Módulo - ABRIL

Dias: 12, 13, 14, 15 e 16 de abril

A Bahia afrodescendente - Profa. Dra. Marli Geralda

- Apresentação geral: presença africana na cultura baiana;
- Imagens da História da África;
- A Bahia no tráfico negreiro do Atlântico Sul;
- Marcas na construção econômica: trabalho rural e urbano;
- Etnia e mestiçagem na Bahia ontem e hoje.

2º Módulo - MAIO

Dias: 10, 11, 12, 13 e 14 de maio

Tópicos de História Socio-Econômica - Prof. Ms. Jailton Lima Brito

- A Bahia Colonial (XVI - XVIII);
- A Bahia na transição para o Estado Nacional (1789 - 1837);
- Resistência escrava, abolição e pós-abolição na Bahia (XIX);
- O "enigma baiano" (XIX - XX);
- Novos ventos sobre a Bahia: industrialização e reafricanização (XX).

Coordenação: Profa. Ms. Selma Fraga Costa

Será fornecido certificado por cada módulo.

Local: Auditório do Museu Carlos Costa Pinto
Horário: 17 às 19 horas
Carga horária de cada módulo: 10 horas
Taxa única: R$ 60,00 por módulo
Inscrição: Setor Educativo (de segunda a sexta, exceto terça-feira)
das 14:30 às 19:00 horas. 
Tel.: (71) 3336-6081

Vagas Limitadas.
Av. Sete de Setembro, 2490 - Corredor da Vitória

terça-feira, 9 de março de 2010

Vídeos da histórica Audiência pública do STF

Quem perdeu a oportunidade de assistir a histórica Audiência Pública que discutiu o sistema de cotas raciais em universidade públicas,  promovida pelo STF, poderá assistir, na íntegra, às quatro sessões. 

Os vídeos estão disponíveis no You Tube, no canal do STF. É só acessar http://www.youtube.com/watch?v=Ug7VpRGbK9Q

domingo, 7 de março de 2010

8 de Março: Dia Internacional da Mulher

AVISO DA LUA QUE MENSTRUA (Elisa Lucinda)

Moço, cuidado com ela!
Há que se ter cautela com esta gente que menstrua...
Imagine uma cachoeira às avessas:
cada ato que faz, o corpo confessa.
Cuidado, moço
às vezes parece erva, parece hera
cuidado com essa gente que gera
essa gente que se metamorfoseia
metade legível, metade sereia.
Barriga cresce, explode humanidades
e ainda volta pro lugar que é o mesmo lugar
mas é outro lugar, aí é que está:
cada palavra dita, antes de dizer, homem, reflita..
Sua boca maldita não sabe que cada palavra é ingrediente
que vai cair no mesmo planeta panela.
Cuidado com cada letra que manda pra ela!
Tá acostumada a viver por dentro,
transforma fato em elemento
a tudo refoga, ferve, frita
ainda sangra tudo no próximo mês.
Cuidado moço, quando cê pensa que escapou
é que chegou a sua vez!
Porque sou muito sua amiga
é que tô falando na "vera"
conheço cada uma, além de ser uma delas.
Você que saiu da fresta dela
delicada força quando voltar a ela.
Não vá sem ser convidado
ou sem os devidos cortejos..
Às vezes pela ponte de um beijo
já se alcança a "cidade secreta"
a Atlântida perdida.
Outras vezes várias metidas e mais se afasta dela.
Cuidado, moço, por você ter uma cobra entre as pernas
cai na condição de ser displicente
diante da própria serpente
Ela é uma cobra de avental
Não despreze a meditação doméstica
É da poeira do cotidiano
que a mulher extrai filosofando
cozinhando, costurando e você chega com a mão no bolso
julgando a arte do almoço: Eca!...
Você que não sabe onde está sua cueca?
Ah, meu cão desejado
tão preocupado em rosnar, ladrar e latir
então esquece de morder devagar
esquece de saber curtir, dividir.
E aí quando quer agredir
chama de vaca e galinha.
São duas dignas vizinhas do mundo daqui!
O que você tem pra falar de vaca?
O que você tem eu vou dizer e não se queixe:
VACA é sua mãe. De leite.
Vaca e galinha...
ora, não ofende. Enaltece, elogia:
comparando rainha com rainha
óvulo, ovo e leite
pensando que está agredindo
que tá falando palavrão imundo.
Tá, não, homem.
Tá citando o princípio do mundo! 

(O semelhante , Editora Record, 1998 - Rio de Janeiro, Brasil)

Semana Inaugural do Quilombo Santa Bakhita - BA

O Quilombo Educacional Santa Bakhita convida todas e todos a participarem da Semana 
Inaugural
Programação:
08/03 Aula Inaugural – homenagem às mulheres (19:00h)
09/03 Quilombo Educacional: Vanda Cruz – Foquiba (20:00h)
10/03 Ações Afirmativas: Professor e Historiador Renato (19:00h)
11/03 Escravismo no Brasil: Júlio César Soares da Silva – O crioulo da Igreja de N. Sra. do Rosário dos Homens Pretos (20:00h) 
Local: Rua Albino Fernandes, 59 C, Novo Horizonte/Sussuarana
Tel.: 3306-3498
Participem!!!

Pacto entre proprietários de escravos constitui o pecado original da sociedade e da ordem jurídica do Brasil

LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO
COLUNISTA DA FOLHA 

Em 2010, os negros brasileiros passam a formar a maioria da população do país. A mudança vai muito além da demografia. Ela traz ensinamentos sobre o nosso passado e desafios para o nosso futuro.
No século 19, o Império do Brasil aparece como a única nação que praticava o tráfico negreiro em larga escala.
Alvo da pressão britânica, o comércio de africanos passou a ser proscrito por uma rede de tratados que a Inglaterra teceu no Atlântico. Na sequência do tratado de 1826, a lei de 7 de novembro de 1831 proibiu o comércio de africanos no Brasil.
Entretanto, 760 mil indivíduos vindos da África foram trazidos entre 1831 e 1856, num circuito de tráfico clandestino.
Ora, a lei de 1831 assegurava a liberdade imediata aos africanos introduzidos no país após a proibição.
A partir daí, os alegados proprietários desses indivíduos livres eram considerados sequestradores, incorrendo nas sanções do artigo 179 do C ódigo Criminal de 1830.
Porém, o governo imperial anistiou, na prática, os senhores culpados do crime de sequestro, deixando livre curso ao crime correlato, a escravização de pessoas livres.

Imoral e ilegal
Os 760 mil africanos desembarcados até 1856 -e a totalidade de seus descendentes- continuaram sendo mantidos ilegalmente na escravidão até 1888. Ou seja, boa parte das duas últimas gerações de indivíduos escravizados no Brasil não era escrava. Moralmente ilegítima, a escravidão do Império era ainda -primeiro e sobretudo- ilegal.
Tenho para mim que esse pacto dos sequestradores constitui o pecado original da sociedade e da ordem jurídica brasileira. Firmava-se o princípio da impunidade e do casuísmo da lei. Consequentemente, não são só os negros brasileiros que pagam o preço da herança escravista.
Outra deformidade gerada pelo sistema refere-se à violência policial.
Depois da Independência, no Brasil, como no sul dos EUA, o escravismo passou a ser consubstancial à organização das instituições nacionais.
Entre as múltiplas contradições engendradas por essa situação, uma relevava do Código Penal: como punir o escravo delinquente sem encarcerá-lo, sem privar o senhor do usufruto do trabalho do cativo que cumpria pena de prisão? O quadro legal definiu-se em dois tempos. Primeiro, a Constituição de 1824 garantiu, no artigo 179, a extinção das punições físicas. "Desde já ficam abolidos os açoites, a tortura, a marca de ferro quente e todas as mais penas cruéis."
Conforme os princípios do iluminismo, ficavam preservadas as liberdades e a dignidade dos homens livres. Num segundo momento, o artigo 60 do Código Criminal reatualiza a pena de tortura: "Se o réu for escravo e incorrer em pena que não seja a capital ou de galés, será condenado na de açoites...".
Com o açoite, com a tortura, podia-se punir sem encarcerar: estava resolvido o dilema. Oficializada até o final do Império, essa prática punitiva atingiu as camadas desfavorecidas, travando o advento de uma política fundada na liberdade individual e nos direitos humanos. Uma terceira deformidade gerada pelo escravismo afeta o estatuto da cidadania.
É sabido que até a Lei Saraiva, de 1881, os analfabetos, incluindo negros alforriados, podiam ser eleitores de primeiro grau, que elegiam eleitores de segundo grau, os quais podiam eleger e ser eleitos parlamentares. Depois de 1881, foram suprimidos os dois graus de eleitores. Em 1882, o voto dos analfabetos foi vetado.
Decidida no contexto pré-abolicionista, a proibição buscava barrar o acesso do corpo eleitoral aos libertos. Gerou-se uma infracidadania que perdurou até 1985, quando foi autorizado o voto do analfabeto. Mas a exclusão foi mais impactante na população negra, em que o analfabetismo registrava, e continua re gistrando, taxas proporcionalmente mais altas do que entre os brancos.
Nascidas no século 19, as arbitrariedades engendradas pelo escravismo submergiram o país inteiro. Por essa razão, ao agir em sentido contrário, a redução das discriminações que ainda pesam sobre os negros consolidará nossa democracia.

Democracia
Não se trata aqui de uma lógica indenizatória, destinada a garantir direitos usurpados de uma comunidade específica -como foi o caso, em boa medida, nos julgamentos sobre as terras indígenas. Trata-se, sobretudo, de inscrever a discussão sobre as cotas no aperfeiçoamento da democracia.
Nesse sentido, a arguição de inconstitucionalidade impetrada no Supremo Tribunal Federal [que analisa a constitucionalidade do sistema de cotas da Universidade de Brasília] revela-se obsoleta. Na verdade, as cotas raciais beneficiaram e beneficiam dezenas de milhares de estudantes nas universidades p rivadas no quadro do ProUni e 52 mil estudantes nas universidades públicas, funcionando há vários anos, com grande proveito para a comunidade acadêmica e para o país.
Os incidentes suscitados pelas cotas raciais são mínimos e muitíssimo menos graves do que as truculências perpetradas nos trotes universitários. Como no caso do plebiscito sobre o presidencialismo e o parlamentarismo, o debate sobre as cotas raciais atravessa as linhas partidárias. Aliás, as primeiras medidas de política afirmativa relativas à população negra foram tomadas, como é conhecido, pelo governo FHC.
A existência de alianças transversais deve nos conduzir, mesmo em ano de eleição, a um debate onde os argumentos possam ser analisados a fim de contribuir para a superação da desigualdade racial que pesa sobre a democracia brasileira.

LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO é historiador e professor na Universidade de Paris 4. Este artigo é um resumo da fala apresentada no STF, como representante da Fundação Palmares.

sexta-feira, 5 de março de 2010

Carta de repúdio ao Senador Demóstenes Torres (DEM)

Nós, Conselheiras e Conselheiros do Conselho Nacional de Políticas de Promoção da Igualdade Racial - CNPIR vimos através desta, repudiar a opinião expressada pelo excelentíssimo senador da república sr. Demóstenes Torres, Presidente da Comissão de Constituição Justiça e Cidadania do Senado Federal, no seu pronunciamento durante a Audiência Pública no Supremo Tribunal Federal do Brasil (STF),  no dia 03 de Março de 2010, que analisava o recurso instituído pelo Partido Democratas contra as Cotas para Negros na Universidade de Brasília.

Na oportunidade o mesmo afirmou que: as mulheres negras não foram vítimas dos abusos sexuais, dos estupros cometidos pelos Senhores de Escravos e, que houve sim consentimento por parte destas mulheres. Na sua opinião: Tudo era consensual!. O excelentíssimo senador da república Demóstenes Torres, continua sua fala descartando a possibilidade da violência física e sexual vivida por negras africanas neste período supracitado. Relembra-nos a frase: Estupra, mas não mata!!!.

O excelentíssimo senador Demóstenes aprofunda mais ainda seu discurso machista e racista, quando afirma que as mulheres negras usam de um discurso vitimizado ao afirmarem  que são as  vítimas diretas dos maus tratos e discriminações no que se refere ao atendimento destas na saúde pública. Que as pesquisas apresentadas para justificar a necessidade de políticas públicas específicas, são duvidosas e que nem sempre são  confiáveis, pois podem ser burladas e conter números falsos.

Enquanto o estado brasileiro reconhece a situação de violência física e sexual sofrida pelas mulheres brasileiras, criando mecanismos de proteção como a Lei Maria da Penha, quando neste ano comemoramos 100 anos do Dia Internacional da Mulher, o excelentíssimo senador, vem na contramão da história e dos fatos expressando o mais refinado preconceito, machismo e racismo incrustado na sociedade brasileira.
Por isso, vimos através desta carta ao Povo Brasileiro repudiar a atitude do excelentíssimo senador Demóstenes Torres. 

Ao tempo em  que resgatamos a dignidade das mulheres negras e indígenas, que durante a formação desta grande nação, foram SIM abusadas, foram SIM estupradas, foram SIM torturadas, foram SIM violentadas em seu físico e sua dignidade. Aos filhos dos seus algozes, o leite do seu peito, aos seus filhos, o chicote. Não nos curvaremos ao discurso machista e racista do Senador!  É inaceitável, que o pensamento dos Senhores de Engenho se expresse em atitudes no Parlamento Brasileiro.

Brasília, 05 de Março de 2010.
 

Cotas são "causa democrática", diz Thomaz Bastos

05/03 - 09:34
Marina Morena Costa, iG São Paulo
Para Marcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça, as cotas raciais são uma forma de superar a discriminação racial. “A política de reserva de vagas no ensino superior caminha nesse sentido. É uma causa democrática”, afirma o advogado, que defenderá as cotas no Supremo Tribunal Federal (STF).
A pedido do ministro Edson Santos, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Thomaz Bastos aceitou colaborar com a defesa e prestar consultoria jurídica em todas as etapas do julgamento das três ações que contestam a constitucionalidade das cotas e das ações afirmativas.
Em entrevista concedida ao iG, o ex-ministro afirmou que não irá cobrar por seus serviços por entender que a causa é de “relevante interesse público”. Thomaz Bastos vê o tema como uma das pautas mais importantes do STF. A decisão da corte pode estabelecer jurisprudência e influenciar o Senado na votação de projetos de lei que criam cotas sociais e raciais em instituições públicas de ensino superior.
“O julgamento das ações relacionadas ao tema pelo Supremo pode fazer com que o Congresso examine a questão com outros olhos. Uma vez entendida como constitucional, a política de ação afirmativa por meio de cotas pode ganhar um novo impulso político”, afirma.
Thomaz Bastos adianta que a defesa destacará a diferença entre as cotas raciais e sociais, ponto bastante discutido entre os críticos da reserva de vagas por etnia. “A política que tem como enfoque apenas a superação das distinções socioeconômicas pode não ser suficiente para resolver o antigo problema da discriminação, do preconceito e do racismo.”
Leia a entrevista com Márcio Thomaz Bastos:

iG: O senhor foi procurado pelo movimento a favor das cotas para defender a ação no Supremo Tribunal Federal? Como surgiu a ideia de defender o caso?
Márcio Thomaz Bastos: Fui procurado pelo ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Edson Santos, para ajudar na defesa. Pretendo atuar na causa, junto com outros advogados, porque considero que esse é um dos temas mais importantes em pauta no Supremo Tribunal Federal. A superação da discriminação racial no Brasil exige uma resposta positiva do Estado de Direito. A política de reserva de vagas no ensino superior caminha nesse sentido. É uma causa democrática.
 
iG: Por que o senhor optou por defender o caso? Tem alguma razão pessoal ou simpatia pela causa?
Márcio Thomaz Bastos: A política de cotas para negros é um dos meios de pagamento de uma dívida histórica. Não se trata apenas de simpatia pessoal, mas também de assumir uma postura ativa, como cidadão, frente às sequelas deixadas pela chaga da escravidão. O preconceito racial tem origens históricas que ecoam no presente. Colabora para dificultar o acesso de parcela importante do povo brasileiro a uma série de direitos constitucionalmente assegurados, entre os quais está a educação. Ter oportunidades reduzidas de cursar o Ensino Superior significa ter um leque também reduzido de opções no mercado de trabalho e, sobretudo, significa não participar da produção do conhecimento científico do País.
 
iG: O senhor não cobrará pelos seus serviços? Por quê?
Márcio Thomaz Bastos: Não, não cobrarei pelos meus serviços profissionais porque entendo que essa é uma causa de relevante interesse público. Tenho a convicção de que o advogado é, antes de tudo, um cidadão. Tem um papel social a cumprir. Tenho procurado manter essa linha de princípio ao longo da vida: na presidência da OAB, quando fui Ministro da Justiça, na acusação dos assassinos de Chico Mendes.
 
iG: A criação de cotas raciais é um projeto que tramita no Congresso há mais de dez anos. O senhor acredita que as cotas serão aprovadas quando?
Márcio Thomaz Bastos: Há projetos de lei que tratam da reserva de vagas para alunos provenientes da rede pública de ensino, dando prioridade para negros e índios. A proposta do Estatuto da Igualdade Social pretende legitimar as chamadas ações afirmativas. É difícil prever quando as cotas serão aprovadas, porém é possível afirmar que o julgamento das ações relacionadas ao tema pelo Supremo Tribunal Federal pode fazer com que o Congresso examine a questão com outros olhos. Uma vez entendida como constitucional, a política de ação afirmativa por meio de cotas pode ganhar um novo impulso político.

iG: Os argumentos contrários a criação das cotas raciais são muito fortes. A defesa da cota social, no lugar da racial, é bastante endossada. O senhor pode adiantar qual será a linha de defesa?
Márcio Thomaz Bastos: A política de cotas é uma das estratégias para enfrentar o problema da desigualdade. No Brasil, ele não é apenas econômico, mas também cultural, isto é, reflete-se no plano simbólico das crenças, práticas e costumes da sociedade. Pesquisas recentes mostraram índices de escolaridade, renda e trabalho menores em relação aos negros pobres quando comparados a outros segmentos sociais menos favorecidos. Na última década, foram conquistados avanços na área da educação. Em números brutos, aumentou o número de estudantes cursando o ensino básico, bem como o tempo de permanência na escola. Dados do Ministério da Educação indicam, todavia, que a distância entre brancos e negros se mantém ao longo dos anos. Ou seja, a política que tem como enfoque apenas a superação das distinções socioeconômicas pode não ser suficiente para resolver o antigo problema da discriminação, do preconceito e do racismo.

Selvageria e Barbárie têm Cor? (Joilson Cruz)

Há cerca de dois meses atrás, após o tremor sísmico que abalou o Haiti, a mídia televisiva e a imprensa escrita, divulgavam imagens e reportagens relatando a “Selvageria e Barbárie” da população haitiana que saqueavam os caminhões da ONU de ajuda humanitária, que levavam alimentos e água. Uma vez que esta população já estava há dias sem ter acesso a estes produtos de primeira necessidade.

Víamos fotos estampadas nos periódicos nacionais e imagens nos programas da televisão, acompanhadas por reportagens que levava o leitor e o telespectador, a entender que aquilo se passava pelas condições de barbárie e organização de atraso tribal que se encontravam aquela população, que não por acaso era totalmente negra e afrodescendente.

Hoje, após o abalo sísmico que infelizmente abalou o Chile, país este que tem o maior nível de IDH (Índice de desenvolvimento humano) e de desenvolvimento social da América latina, vemos a mesma cena, só que com uma grande diferença. Ao invés de estar à população a saquear gêneros alimentícios, vemos através da imprensa a população a invadir lojas, para saquearem produtos eletrônicos como televisores, geladeiras, DVDs, maquinas de lavar e produtos similares, e por incrível que pareça, não vemos a imprensa a dizer, tratar-se de um “ato de barbárie e de selvageria” desta população, que é composta de descendentes indígenas, possuindo também, uma significativa população eminentemente branca e eurocêntrica.

Sendo assim faz-se necessário fazermos uns importantes questionamentos:
Será que a barbárie e a selvageria, só esta relacionada aos atos praticados pelos negros e descendentes africanos do Haiti?
Será que saquear caminhões em busca de alimentos e água, em função da inoperância de organismos governamentais é mais primitivo e bárbaro, do que invadir e saquear lojas em busca de aparelhos eletrônicos que não teriam uma utilização imediata nestas situações?

Guardo comigo um pressentimento que o preconceito e o racismo na imprensa podem estar presentes nas mínimas coisas, desde que estejamos atentos a observar a forma como ele se manifesta e se desenvolve em nosso cotidiano, Como já dizia Boris Casoy, que foi pego em uma pratica racista e discriminatória “Isto é uma vergonha”.

Profº.  Joilson Cruz
Mestre em Geografia UFBA
Professor de Geografia UNEB (Campus V) e IFBA (Campus Salvador)

Museu Afro Brasil seleciona educadores - RJ

O Núcleo de Educação do Museu Afro Brasil abriu processo seletivo para educadores. Abaixo seguem mais informações:
Pré-requisitos:
- Graduado (Áreas: História, Ciências Sociais ou Artes Visuais);
- Pesquisa nível Iniciação Científica (finalizada) ou Mestrado relacionada a assuntos ligados à diáspora africana;
- Idioma inglês (intermediário ou fluente).
A Organização Social de Cultura oferece:
- Salário a partir de R$ 1.500,00, com plano de carreira;
- 5h30 de expediente com plantões aos finais de semana de quinze em quinze dias;
- Vale refeição, vale alimentação, plano de saúde e vale transporte;
- Regime CLT.
Por favor, encaminhem estas informações aos colegas que estão procurando trabalho. Aceitaremos currículos até 05/03, impreterivelmente. Eniar currículos para renatafelinto@museuafrobrasil.com.br.

Chamada de Propostas para o 1° Simpósio Internacional de Estudos sobre a Escravidão Africana no Brasil - RN

Chamada de Propostas: 1° Simpósio Internacional de Estudos sobre a Escravidão Africana no Brasil, 15 a 18 de junho de 2010, Universidade Federal do Rio Grande do Norte
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Chamada para coordenação de Simpósios Temáticos para o 1º Simpósio Internacional de Estudos sobre a Escravidão Africana no Brasil: Estão abertas do dia 03 até o dia 28/02/2010 as inscrições para a coordenação de Simpósios Temáticos. O evento será realizado entre os dias 15 e 18 de junho de 2010, na Universidade Federal do Rio Grande do Norte.
 
O 1° Simpósio Internacional de Estudos sobre a Escravidão Africana no Brasil apresenta o intuito de aprofundar a importância histórica da África e do estudo da escravidão negra no continente americano, que é fundamental para se entender todo o problema racial, cultural e social a que o negro está submetido ainda hoje. O Simpósio visa ainda consolidar um espaço acadêmico que contribua, de forma significativa, para a ampliação, o aprofundamento e a discussão de pesquisas desenvolvidas na área.
 
As inscrições para a coordenação de Simpósios Temáticos devem ser realizadas no site do evento www.cchla.ufr.br/isi, na opção inscrições, inscrições para coordenação de Simpósios Temáticos.  Informações mais detalhadas estão contidas no edital do evento, disponível no mesmo site.