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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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quinta-feira, 28 de abril de 2011

Povos indígenas em defesa do Rio São Francisco


 
SALVE O RIO SÃO FRANCISCO E SEUS POVOS!
As obras de transposição, as barragens hidrelétricas e as usinas nucleares ameaçam a sobrevivência deles.
 De 02 a 05 de maio, na Esplanada dos Ministérios em Brasília, os povos indígenas do Nordeste participarão do Acampamento Terra Livre, para denunciar os violentos impactos dos grandes projetos desenvolvimentistas nos territórios sagrados
 CLIQUE NO LINK ABAIXO PARA MANIFESTAR A SUA SOLIDARIEDADE E ENCAMINHE ESTE EMAIL PARA SEUS CONTATOS
 
ASSINE A PETIÇÃO DA CAMPANHA OPARÁ
que será entregue durante o Acampamento

O Rio Opará (Rio-mar para os povos indígenas), conhecido como rio São Francisco, é a fonte de vida mais importante do semiárido do Nordeste brasileiro. Ele hospeda nas suas margens povos indígenas, comunidades quilombolas e pescadores tradicionais que dependem dele para viver. 

A exploração desmedida dos seus recursos naturais com a construção das 7 barragens hidrelétricas, junto com os grandes empreendimentos de agronegócio, já diminuíram 70% da vegetação e dos peixes nativos, destruíram o ciclo da vazante que regulava as atividades produtivas das populações.

 O projeto de transposição do curso do rio, capitaneado pelo governo brasileiro, é mais uma ameaça a vida do rio e dos povos tradicionais que desde sempre o respeitam e defendem. As águas transpostas serão privatizadas e destinadas ao agronegócio e indústrias, enquanto só o 4% será destinado a população do semiárido.

Nós, 33 povos indígenas impactados, denunciamos todas as formas de agressão ao rio São Francisco e de violação de nossos territórios sagrados, além da transposição repudiamos a construção de mais barragens hidrelétricas, das usinas nucleares e outras grandes obras do PAC.
 CONTAMOS COM SEU APOIO!
 Assine nossa petição para o Supremo Tribunal Federal, para que seja respeitado nosso direito constitucional ao território tradicional e para que sejamos consultados no que atinge nossas formas de vida.
 Clique abaixo para assinar e depois encaminhe este email para seus contatos:
 “Campanha Opará. Povos Indígenas em defesa do rio São Francisco”

terça-feira, 26 de abril de 2011

SEPPIR discute políticas para a juventude negra

As políticas direcionadas à juventude negra foram ponto de pauta ontem (25) na audiência da secretária Nacional da Juventude, Severine Macedo, com a ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), Luiza Bairros. A articulação entre os dois órgãos federais visa à implementação de ações e à adequação de programas e projetos já em execução, de maneira a atender especificidades do segmento.

Os altos índices de mortalidade juvenil foram apontados entre os problemas a serem enfrentados com prioridade. De acordo com o Mapa da Violência 2011: os jovens do Brasil, a probabilidade de morte de um jovem negro, entre 15 e 25 anos, é 127,6% maior que a de um branco da mesma faixa etária. Encomendado pelo Ministério da Justiça ao Instituto Sangari, o estudo pode ser baixado na íntegra aqui.

"Antes da morte física, precisamos atacar aspectos anteriores, vinculados à educação, saúde, cultura, entre outras áreas em que o jovem vai sendo limitado em suas diversas possibilidades", afirmou a ministra Luiza Bairros, fazendo referência ao Programa Nacional de Inclusão de Jovens (ProJovem) que, segundo declarou, pode ser reestruturado de acordo com áreas de interesse do público ao qual é direcionado.

"A expectativa é pensarmos um projeto integrado entre as secretarias que atuam com as temáticas transversais e com os órgãos afins para que as políticas públicas de juventude cheguem realmente a quem interessa", acredita Severine Macedo.

Também participaram da reunião, a secretária de Políticas de Ações Afirmativas da SEPPIR, Anhamona de Brito, e a secretária-adjunta da Secretaria Nacional da Juventude, Ângela Guimarães.

Seminário "Direito, pesquisa e movimentos sociais" - SP

(Clique na imagem para ampliá-la)

Lançamento do livro Lições de Abril, de América Cesar - BA

Obra aborda os famosos embates na aldeia de Coroa Vermelha a partir de ponto de vista situado entre a Etnografia e a História

O mês de abril, da "descoberta do Brasil", é época de se discutir, ainda mais, a situação dos povos indígenas nos dias atuais e os problemas por eles enfrentados. O livro Lições de Abril: a construção de autoria entre os Pataxó de Coroa Vermelha, de autoria de América Lúcia Silva Cesar e publicado pela Editora da Universidade Federal da Bahia (EDUFBA), vem contribuir para o fomento dessa discussão, a partir de ponto de vista situado entre a Etnografia e a História.

Com lançamento marcado para o dia 29 de abril (sexta-feira), esta obra consiste em um detalhado registro do trabalho de campo realizado por sua autora, América Cesar, na aldeia de Coroa Vermelha, quando ela tornou-se palco de diversas discussões, reuniões, embates e conversas, em abril de 2000, integrando uma série de manifestações contrárias ao projeto governamental Comemorações do V Centenário do Descobrimento do Brasil. Os acontecimentos na Coroa Vermelha ganharam imensa visibilidade e uma repercussão talvez não esperada.

Além de ser um relato sobre os acontecimentos desse período, o livro também apresenta o posicionamento dos Pataxó quanto aos desafios e problemas que enfrentaram na ocasião, sendo, muitas vezes, privados do direito da fala. A obra aborda, ainda, teorias sobre o letramento, a leitura e a escrita no âmbito da Antropologia e Linguística Aplicada.
   
Serviço
O quê: Lançamento do livro Lições de Abril, de América Cesar
Quando: 29 de abril de 2011, sexta-feira, às 18 horas
Onde: Auditório do PAF 3 (Campus de Ondina – UFBA)
Mais informações: (71) 3283-6160 / imprensaedufba@ufba.br

CURSO INTERNACIONAL AVANÇADO EM ESTUDOS ÉTNICOS E RACIAIS - BA

XIV FÁBRICA DE IDEIAS
1 a 05 de agosto 2011

TEMA: IDENTIDADES E DESIGUALDADES EM PORTUGAL E NOS PAÍSES DE COLONIZAÇÃO PORTUGUESA: PERSPECTIVAS COMPARATIVAS.
EDITAL 2011

Considerando a realização do 11º Congresso Luso-Afro-Brasileiro de Ciências Sociais (XI CONLAB) durante o período compreendido entre 7-11 de agosto de 2011, em Salvador, Bahia/Brasil, o Curso Internacional Fábrica de Ideias será realizado excepcionalmente nesta XIV edição, no decurso de uma semana, entre os dias 1º a 5 de agosto. Em sintonia com o CONLAB, o curso terá como tema: Identidades e Desigualdades em Portugal e nos países de colonização portuguesa: perspectivas comparativas.
A colonização portuguesa, embora motivada pela exploração e pelo lucro, tem sido vista e tem visto a si mesma como uma experiência específica, diferente e singular, quase sempre considerada melhor e mais amena, principalmente quando são enfocadas as questões relativas às relações e hierarquias raciais. É necessário refletir sobre essas interpretações e representações comparativas e reavaliar o estado da arte. Para isso, é fundamental tomar em consideração que, hoje, operamos em contextos crescentemente caracterizados pela interseção entre globalização e transito das idéias, nos quais ícones globais e sentidos locais entram em diálogo mais acirrado, provocando tensões e permitindo emergir novos discursos contra hegemônico sobre a experiência colonial.
O Curso, em caráter intensivo, consistirá de 8 horas de aulas diárias durante cinco dias. Cada sessão tratará de um tema numa perspectiva interdisciplinar, composta pelas abordagens histórica, sociológica, antropológica, lingüística, filosófica e literária. Buscar-se-á enfocar três temas centrais: a relação entre cultura e desigualdade; memória e patrimônio; e as questões das desigualdades e identidades étnico-raciais. Como é tradicional neste Curso, as aulas serão ministradas por professores com ampla experiência de pesquisa no tema abordado. Para a edição XIV serão selecionados até 30 alunos, por meio de uma seleção internacional. Os candidatos deverão estar cursando ou concluído o mestrado e/ou doutorado.
Os participantes receberão o material didático não disponibilizado em nossa página, devendo, em contrapartida, arcar com as despesas relacionadas com as passagens, hospedagens e alimentação.
Disponibilizaremos na home page do Fábrica de Ideias indicações de hotéis, pousadas e restaurantes, que oferecerão desconto para os participantes do curso.
A permanência dos alunos no curso estará condicionada a avaliação que levará em conta freqüência e participação. Será conferido certificado àqueles que apresentarem desempenho satisfatório.

REQUISITOS PARA INSCRIÇÃO:
Os candidatos deverão ter formação pós-graduada ou equivalente. Uma comissão fará a seleção com base na documentação apresentada e suas decisões serão definitivas.
Os interessados em participar deverão preencher o formulário on line disponível no site http://www.fabricadeideias. ufba.br, no período compreendido entre 01 de março a 20 de abril de 2011. O formulário poderá ser preenchido em português, espanhol ou na versão em inglês.

No preenchimento deste formulário, deve-se prestar atenção para anexar os documentos descritos:
1-Uma carta (no máximo duas laudas) que exponha os motivos do interesse pelo curso e descreva em que medida este contribuirá para a formação do candidato e o desenvolvimento da pesquisa;
 2-Curriculum Vitae resumido (no máximo 5 laudas), no formato Lattes para os brasileiros;
3-Uma síntese do projeto de pesquisa com, no máximo, 5 laudas (espaço simples, fonte Times New Roman 12), incluída a bibliografia utilizada ;
4-Cópia de um artigo, ou um capítulo da dissertação ou da tese de doutorado.
O resultado da seleção será divulgado até 15 de maio de 2011.
CEAO - Centro de Estudos Afro-Orientais

Pç. Inocêncio Galvão, 42, Largo Dois de Julho - CEP 40025-010. Salvador - Bahia - Brasil
Tel (0xx71) 3322-6742 / Fax (0xx71) 3322-8070 - E-mail: ceao@ufba.br
- Site: www.ceao.ufba.br

Atelier sub-regional de metodologia de pesquisa em Ciências Sociais em África

A data limite para a submissão de candidaturas foi prolongada : 15 de Maio de 2011
 
CODESRIA
Sessão especial para os Países Africanos Lusófonos, 2011
Pesquisa de terreno e teorias do inquérito qualitativo
Data: 12-15 de Julho, 2011
Local: Universidade de Cabo Verde, Praia, Cabo Verde
Apelo a candidaturas
 
Uma das grandes fraquezas da pesquisa em ciências sociais em e sobre a África resulta da pouca atenção dedicada às questões epistemológicas e metodológicas. Esta fraqueza manifesta-se numa altura em que a complexidade das dinâmicas sociais que configuram a luta pela sobrevivência no continente e o contexto global mais vasto reclamam um maior aperfeiçoamento dos procedimentos e instrumentos de investigação e de análise com vista a uma percepção mais adequada e holística da realidade em rápida mutação. Em vez disso, assiste-se a uma surpreendente negligência ou má aplicação das teorias e métodos numa escala e numa frequência que apelam a uma intervenção enérgica. Esta negligência resultou por um lado numa crescente banalização dos protocolos de pesquisa, reduzindo-os a um “fetiche” de receitas que evocam recomendações superficiais mascaradas de apelos ritualistas ao rigor, mas que não são tomados em consideração nas análises empreendidas. Por outro lado as questões metodológicas têm sido de tal maneira instrumentalizadas que as considerações de ordem ideológica e os resultados pré-determinados se têm sobreposto à ciência. Além disso, é muito comum  encontrar estudos nos quais os procedimentos científicos são simplesmente ignorados, sob pretexto de um imediatismo específico que leva à exclusão das análises sobre as realidades sociais africanas dos grandes debates universais sobre a ciência e sua validade. As ciências sociais correm assim o risco de se transformar, cada vez mais, num conjunto de discursos puramente literários e sem fundamento empírico, ou ainda, em simples narrativas  mascaradas sob a capa de um discurso “sábio”, tão pomposo quanto vazio. Neste contexto, os conhecimentos produzidos perdem todo o alcance heurístico para se transformarem em simples justificações, desejadas ou não, para legitimar uma política económica mais ou menos ajustada. Claro está que não se pode aceitar este estado de coisas, quanto mais não seja porque empobrece a pesquisa que se faz em ciências sociais em África. É chegado o momento de a comunidade de cientistas sociais revisitar e discutir os fundamentos metodológicos do actual conhecimento sobre a África, de forma a pôr termo à impunidade científica que se manifesta dentro e fora de África, e dar um novo impulso às ciências sociais em África através de programas de apoio direccionados para jovens investigadores. Neste quadro, afigura-se vital e urgente discutir os fundamentos metodológicos dos nossos conhecimentos actuais, injectando novas dinâmicas nas ciências sociais em África.
           
A garantia do futuro dos jovens pesquisadores em ciências sociais deve partir de um domínio excelente dos procedimentos de pesquisa e da sua cuidadosa aplicação a situações concretas, tal como exige o seu trabalho no terreno, nos arquivos e na biblioteca. Infelizmente a combinação da crise do sistema de Ensino Superior com o parco exemplo da produção científica de um número crescente de africanistas que caíram na tentação de confundir liberdade com rigor metodológico, significa que os jovens investigadores africanos não estão bem servidos em matéria de capacitação para uma investigação independente. Por outro lado, importa que as acções levadas a cabo pelo CODESRIA tenham um efeito multiplicador no seio da academia africana. Nesta perspectiva, o Secretariado do CODESRIA propõe-se reunir académicos e investigadores africanos em redor de questões de carácter epistemológico e metodológico para colmatar as lacunas existentes na academia africana. O seminário foi pensado como um espaço crítico de partilha de experiências que se baseiam em pré-requisitos epistemológicos e empíricos para um trabalho científico rigoroso. Ele oferecerá não só uma perspectiva sobre o estado das artes, como proporcionará uma ocasião para uma revisão crítica dos procedimentos, instrumentos e teorias contemporâneos de pesquisa vistos numa perspectiva africana. A questão central a ser abordada pelo seminário pode ser resumida da seguinte forma: partindo da evolução das sociedades africanas, como estabelecer uma ligação produtiva entre teoria e investigação empírica, tomando em consideração o estado actual dos conhecimentos e das técnicas disponíveis? Ao responder a esta questão, o seminário privilegiará os métodos e os instrumentos de pesquisa qualitativos partindo da premissa de que a tendência popular de opor o método quantitativo ao qualitativo se deve à falsa assumpção de que o primeiro oferece uma exactidão e uma “rigidez” que o último não consegue atingir. Sem diminuir a importância da pesquisa e dos métodos quantitativos, os participantes serão encorajados a explorar os métodos qualitativos de captar as dinâmicas sociais africanas, que nem sempre encontram expressão total ou parcial em números e por isso são deixados às abordagens rígidas e exclusivamente quantitativas. A oposição entre métodos qualitativos e quantitativos, onde os últimos são sobrevalorizados, parte frequentemente de uma visão científica assente na excessiva ‘fetichização” do número, que por sua vez leva à desqualificação e descrédito das pesquisas baseadas em métodos qualitativos, consideradas inconstantes, em contraposição à “dureza” da soberana quantificação.
 
O recurso cada vez maior ao cruzamento de disciplinas e métodos de pesquisa, não nos permite de forma alguma descurar a necessidade premente de utilizar quer os métodos quantitativos quer os qualitativos. O seminário metodológico a realizar em 2011, será no entanto virado para a análise da validade e condições de implementação da pesquisa empírica realizada em África, com base em métodos qualitativos. Uma tal preocupação, como facilmente se pode compreender, abrange todas as disciplinas de ciências sociais; todas elas são confrontadas com as dificuldades de apreensão da realidade social, assim como estão constantemente a braços com as performances limitadas de algumas das técnicas de recolha e de análise dos dados, consideradas “suspeitas”, porque ditas « qualitativos », devido à falta de rigor científico. A descoberta do sentido da vida social, muitas vezes camuflado, ser-lhe-ia de outro modo, irremediavelmente inacessível. No centro da discussão, devem ser colocados os seguintes eixos:
 
1.         Partindo de um questionamento da distinção estabelecida entre métodos qualitativos e quantitativos, o seminário esforçar-se-á em focalizar os debates num exame crítico a esta clivagem tradicional, colocando o problema da quantificação nas ciências sociais; o modo de tratamento dos dados recolhidos responde ao mesmo tempo aos constrangimentos de terreno e às escolhas paradigmáticas de interpretação dos dados. Um tal questionamento deveria conduzir-nos finalmente a interrogar as formas e as condições de “quantificação” do “qualitativo”. O carácter não métrico e compreensivo da abordagem qualitativa, oposto ao da matemática e a justificação da quantificação, estará definitivamente certificado?
2.         Contra a ilusão do saber imediato, torna-se imperativo colocar claramente os princípios metodológicos da “construção do objecto” como articulação hipotética de uma reconstrução teórica da realidade social. Esta operação crucial impõe que o estatuto de investigador e o papel sistemático das teorias e dos instrumentos de pesquisa sejam submetidos a uma vigilância epistemológica.
3.         O inquérito enquanto procedimento de confrontação no terreno de um corpo de hipóteses pressupõe uma escolha racional dos instrumentos técnicos de colecta de dados, dos « factos ». Mas uma tal selecção nunca é neutra. Os factos são sempre factos. Serão revistos a fim de determinar as modalidades da sua inclusão na pesquisa, os instrumentos habituais de inquérito qualitativo, entrevista, observação, estudo de arquivos, bem como os menos habituais como é o exemplo da fotografia.
 
A edição especial de seminários metodológicos para os países africanos que falam a língua portuguesa é concebida para universitários que ensinam metodologia de pesquisa em universidades, institutos e centros de formação, doutorados com experiencia de investigação, investigadores seniores de Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe. A língua de trabalho a ser utilizada durante o seminário será o Português. A sessão será dirigida por um Director, apoiado por uma equipa de dois a três professores, todos de reconhecida competência no tema do seminário. Os universitários e investigadores seniores que desejarem ser pessoas recurso são convidados a enviar ao CODESRIA um pedido indicando o seu interesse, o seu CV e um resumo das questões que pretendem abordar nas quatro sessões de duas horas cada. O resumo a enviar deverá ser suficientemente detalhado de forma a permitir ao Director do seminário preparar uma compilação de documentos que seja útil às pessoas recurso a aos seminaristas. A equipa pedagógica proporá aos bolseiros uma recolha de textos sobre o tema do seminário. Todos os que desejam participar no seminário devem apresentar uma candidatura que inclua os seguintes elementos:
 
1.         Uma carta de candidatura indicando o tema ou aspecto que pretendem discutir;
2.         Um documento ou projecto de pesquisa (cinco a 10 páginas no máximo). No caso de projecto de pesquisa, este deve apresentar claramente a problemática, a pertinência do terreno, o quadro teórico, e sobretudo os problemas metodológicos e epistemológicos encontrados ou que se possam antecipar;
3.         Um curriculum vitae detalhado e actualizado.
4.         Duas cartas de recomendação:
a) Uma carta do director de tese ou de um outro supervisor mostrando a pertinência do projecto de pesquisa apresentado
b) Uma carta do director do departamento ou de um outro professor sobre os méritos e o potencial académico do candidato.
5.    Uma carta de filiação institucional.
 
A selecção dos dossiers far-se-á em função do carácter inovador da reflexão ou da proposta de pesquisa, do equilíbrio de género e da repartição geográfica. A data limite para a apresentação das candidaturas é 15 de Maio de 2011. Elas devem ser enviadas a:
 
CODESRIA Sub-regional Methodological Workshops
Avenue Cheikh Anta Diop Angle Canal IV,
BP 3304, CP 18524, Dakar, Senegal.
Tel: +221-33 8259822/23—Fax: +221-33 8241289
E-Mail: seminario.metodologico@codesria.sn
Website: http://www.codesria.org

Museu Digital da Memória Afro-brasileira: inauguração da galeria Rio de Janeiro

MUSEU DIGITAL FESTA E TRABALHO DIA 29 SEXTA 15H00

Prezados amigos,

É com grande alegria que anuncio a inauguração da sala Museu Digital da Memória Afro-Brasileira e Africana - Galeria Rio de Janeiro, no dia 29 de abril, sexta-feira, às 15h00. Convido a todos. Após a inauguração, os membros do projeto estão convidados para uma reunião para pensarmos desdobramentos. A apresentação do orçamento será realizada nesta reunião.

O projeto do site está no ar: http://www.museuafrorio.com.br/portal/

Ainda não colocamos os dados das pesquisas já realizadas sobre capoeira, talvez até dia 29 seja possível fazer algo. De qualquer forma, pedimos desde já que todas as observações relativas a esta primeira aparição do site sejam enviadas ao Gabriel e Claudio (cidgabriel@yahoo.com.br, temdesign@gmail.com), que são os responsáveis por esta primeira etapa. Agradecemos a todos pela força até esta etapa, e, principalmente, ao Washington, da equipe de Salvador, que tem sido nosso anjo da guarda. Só os que trabalham na UERJ têm noção das dificuldades para estruturar mais uma proposta. Gostaria também de comemorar a participação que teremos do prof. Marc Piault, como nosso consultor, a partir de agosto.


Myrian Sepulveda dos Santos
Professora Adjunta
Departamento de Ciências Sociais
Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais
Universidade do Estado do Rio de Janeiro
Rua São Francisco Xavier 524 sala 9001 bloco A - Maracanã
20550-900 Rio de Janeiro (RJ) - Brasil
tel: 55(21)23340889 ramal 20

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Pré Vestibular Gratuito da Oficina de Cidadania - BA

Processo seletivo para a turma de 2011

O PRÉ-VESTIBULAR
O Curso Pré-Vestibular da ONG Oficina de Cidadania seleciona alunos para a turma
anual de 2011. São 150 vagas exclusivas para candidatos que:

Tenha cursado da 5ª série do Ensino Fundamental ao 3º ano do Ensino Médio em
Escolas da Rede Pública,

NÃO tenha concluído, esteja cursando ou mesmo matriculado em qualquer curso de
nível superior.
Os aprovados terão direito a cursar o Pré-Vestibular Gratuito sem nenhum custo
de taxa de matricula ou mensalidade.
40 % DA VAGAS SERÃO RESERVADAS PARA PESSOAS COM MAIS DE 35 ANOS.

Local da Inscrições:
Internet: www.consultec.com.br
Periodo de inscrições:15 DE ABRIL A 16 DE MAIO DE 2011.
Taxa de inscrição:37,00 reais.
 

CEAO reabre inscrições para curso de danças africanas - BA

Os interessados poderão fazer uma aula experimental
 
Intitulado de "Rituais Dançantes do Oeste da África”, o curso será ministrado pela professora e coreógrafa Stephanie Bangoura e trará uma abordagem híbrida da cultura musical africana com seus ritmos, cantos e danças. O hibridismo se dá através da junção com elementos de Pilates, Gyrokinesis e Dunham que prepara o corpo de forma efetiva e cuidadosa, ao mesmo tempo cultiva a tradição africana, onde a repetição dos movimentos cíclicos incorpora a vibração dos toques do tambor.
O fluxo entre as linguagens musicais e dançantes leva a um estado de profundo relaxamento e a uma concentração apurada, possibilitando um entendimento energético do conjunto – ritmo, canto e dança – com impacto comunicativo multidimensional do som e da terra a todos os elementos, os ancestrais, com o outro e consigo mesmo. No curso, três arquetípicos são representados pelos seguintes ritmos e danças: Sabar (Senegal), Doundoumba (Guiné) e Yanvalou (Haiti).
Os três rituais dançantes funcionam como liberação, fortalecimento e transformação, fundamentados e elaborados por meio do Body Percussion, pelas imagens interiores  e afirmações poéticas. 
PERFIL – Stephanie Bangoura nasceu na Alemanha e é formada em educação física, rítmica e dança criativa. Há 17 anos estuda e convive com as danças africanas em Dakar (Senegal), Paris (França), Nova York (EUA), Havana (Cuba) e Salvador (Brasil). Atualmente, é mestranda no Programa de Pós-Graduação em Artes Cênicas da Universidade Federal da Bahia. Ela pesquisa a dança afro-contemporânea e desenvolve uma metodologia baseada nas tradições do Oeste da África que se complementa com pedagogia e técnicas pós-modernas.
As aulas terão a participação das percussionistas Gabi Guedes e Jorgelina Oliva.
|Serviço|
Curso de Danças Africanas – "Rituais Dançantes do Oeste da África”
Dia e Horário: Quinta-feira, das 18h30 às 20h30.
Início da aula: 5 de maio de 2011.
Inscrições: CEAO – Pç. Inocêncio Galvão, 42, Dois de Julho.
Mensalidade: R$ 60,00 (sessenta reais)
Mais informações: (71) 3283-5502 / afropilatesalvador@yahoo.com. br/ ceao@ufba.br

Audiência Pública sobre preconceito e discriminação na escola na Câmara - DF

Hora
quarta, 4 de maio · 08:00 - 11:00

Localização
Câmara dos Deputados
Palácio do Congresso Nacional - Praça dos Três Poderes
Brasília, Brazil

Criado por

Mais informações
Em parceria com a Comissão de Educação e Cultura, a Campanha Nacional pelo Direito à Educação fará uma audiência pública para que deputadas e deputados ouçam as preocupações e reivindicações da sociedade civil organizada quanto ao enfrentamento de leis, políticas e práticas discriminatórias na educação. A audiência fará parte da Semana de Ação Mundial (SAM) 2011.

A Semana é uma iniciativa da Campanha Global pela Educação e acontece desde 2003 em mais de 100 países, para exigir que governos de todo o mundo cumpram os acordos internacionais da área. No Brasil, a Semana é coordenada pela Campanha Nacional pelo Direito à Educação, em parceria com outros movimentos, organizações e redes.

A SAM deste ano tem como tema “Diferenças sim! Desigualdades não! Por uma educação livre de discriminações”. O enfoque será, principalmente, nas questões de gênero, raça e deficiências.

Arquivo Público da Bahia lança catálogo que resgata período colonial baiano

 
Publicação: 20/04/11 | 14H04 - Última Atualização: 20/04/11 | 17H04 Publicação “Manuscritos ‘Avulsos’ da Capitania da Bahia” registra período em que Salvador foi capital do Brasil

Pesquisadores, historiadores, arquivistas e todos interessados na história da Capitania da Bahia do século XVII ao XIX, agora, terão acesso aos registros em versões disponíveis em CD-ROM ou no Arquivo Público da Bahia. Esta coleção, composta por dois volumes, será lançada pela Fundação Pedro Calmon (FPC)/ SecultBA, na próxima quarta-feira (27), às 18h, no Palácio do Rio Branco e tornará pública parte importante da história do Estado. Estará presente ao lançamento a Profa. Dra. Esther Caldas Bertoletti, coordenadora do projeto que resultou nesta publicação.
Titulada de Catálogo de Fontes Manuscritos ‘Avulsos’ da Capitania da Bahia traz o acervo documental que, até então, somente podia ser consultado no Arquivo Histórico Ultramarinho, em Lisboa, Portugal. Os documentos tratam de cerca de 224 anos (1604-1828) do período colonial brasileiro, abordando, inclusive, a importância política administrativa da Bahia, para o desenvolvimento do Brasil e renovando os olhares de pesquisadores sobre a história nacional. Alem disto, os dois volumes contribuem para preservação da memória histórica nacional e na democratização do acesso ao patrimônio documental brasileiro. De acordo com a Professora do Instituto de Ciência da Informação da UFBA e diretora do Arquivo Publica da Bahia, Maria Teresa Matos, os resultados práticos na ampliação do detalhamento das pesquisas são imensuráveis. “O acervo reúne documentos textuais, de tipologias diversas, como abaixo-assinados, alvarás, cartas, decretos, despachos, estatutos, execuções, mapas, ordens régias, pareceres, regimentos, entre outros”, acrescenta Teresa.
A COLEÇÃO – A produção deste material se tornou viável a partir do Projeto Resgate de Documentação Histórica Barão do Rio Branco, coordenado pelo Ministério da Cultura, desde 1998. Este projeto é um a iniciativa Brasil – Portugal e foi conduzida a partir das comemorações de 500 anos do Brasil, envolvendo os dois países na execução e na formação da equipe técnica. Juntamente com a Bahia, outros 17 Estados tiveram cerca de 300 mil documentos identificados e digitalizados, todos referentes ao período colonial.
O acervo microfilmado e digitalizado é constituído de 19610 verbetes e assegura o resgate do patrimônio arquivistico comum Brasil-Portugal, sendo composta por mais 250 rolos de microfilmes. Para pesquisadores da história baiana, este documento tem um papel essencial, pois resgata, em grande parte, a época, na qual, Salvador era capital do país.
A diretora Teresa Matos ainda informa que os benefícios do Projeto Resgate motivaram o Arquivo Público da Bahia a adquirir uma máquina digitalizadora/microfilmadora para dar início à conversão dos documentos originais para o formato digital. “Essa conquista integra o projeto de modernização do acesso e da difusão de acervos do Arquivo Público da Bahia, e visa garantir preservação e a segurança do patrimônio arquivístico da Bahia e do Brasil”, ressalta.

Palestra "A atuação do Ministério Público no combate ao Racismo Institucional" - BA

A Prefeitura Municipal do Salvador, através da Secretaria Municipal da Reparação, em parceria com o Ministério Público, convida para a palestra:

A atuação do Ministério Público no combate ao Racismo Institucional

Palestrante Dr. Cícero Ornelas
Promotor de Justiça
Local: Auditório da Sefaz, 7º Andar
Data: 26 de Abril de 2011
Horário: 9hs

domingo, 24 de abril de 2011

Colóquo "Muticulturalismo e seus impactos para o desenvolvimento das sociedades da África e da Diáspora africana" - BA

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA (UNEB), SALVADOR - BA, 8 A 10 DE NOVEMBRO DE 2011

Muitos dos problemas intratáveis de formação e desenvolvimento nacional na África têm decorrido da incapacidade dos países de conviver com as diferenças primordiais acentuadas pelo tráfico de escravos, colonialismo, neo-colonialismo, a imposição da cultura ocidental, das religiões estrangeiras e a globalização. Sem dúvidas, isso vem dificultando as possibilidades de aproveitar das vantagens da riquíssima herança multicultural do continente.
O multiculturalismo refere-se essencialmente à valorização, aceitação e promoção de diversas
culturas dentro de uma mesma sociedade, embora o debate esteja longe de estar resolvido. É um fato comprovado que o aproveitamento judicioso de diversidade pode agilizar o desenvolvimento e acelerar o crescimento dum país. Contudo, a realidade da África é outra. Apesar do fato que o continente possui a maior concentração de nacionalidades étnicas do mundo (onde alguns dos países têm mais de 300 grupos étnicos), lamentavelmente, a incapacidade de administrar o pluralismo no continente vem sendo um grande fator provocando os maiores problemas de desenvolvimento tais como a miséria, falta de infra-estruturas, mortalidade maternal e infantil, doenças evitáveis, violência comunal, conflitos inter-étnicos e guerras separatistas que continuam a deixar seqüelas graves na vida das populações da África e da Diáspora.
Ademais, Africanos e descendentes de africanos na Diáspora ao longo do tempo são vítimas da discriminação racial, crise identitária e marginalização econômica, social, política e cultural. Foi à luz desses fatos e percebendo a urgência de reverter esse quadro que as Nações Unidas declararam o ano 2011 como O Ano Internacional para as Pessoas de Descendência Africana.
Tendo em vista tudo isso e muito mais, o Centro de Artes e Civilização Negro-Africanas  (CBAAC), Nigéria, em parceria com o Grupo Pan-Africano de Pesquisa e Estratégias Políticas
(PANAFSTRAG), Nigéria em colaboração com a Secretaria da Cultura do Estado da Bahia (SECULT), a Universidade do Estado da Bahia (UNEB), a Fundação Pedro Calmon, a Secretaria Especial para Políticas de Igualdade Racial, Presidência da República (SEPPIR) e a Fundação Cultural Palmares, organizam a sétima conferência global africana sobre o tema: Multiculturalismo e seus impactos para o Desenvolvimento das Sociedades da África e da Diáspora Africana. 
O Colóquio, a ser realizado na cidade Universidade do Estado da Bahia (UNEB), Salvador, Bahia, de 8 a 10 de novembro de 2011, reunirá mais uma vez grandes figuras pan-africanistas, historiadores, acadêmicos, ativistas, militantes e pesquisadores negro-africanos vindo dos quatro cantos do mundo.

Objetivos
i. Avaliar até que ponto o multiculturalismo tem promovido ou impedido o desenvolvimento
da África e dos povos de origem africana na Diáspora.
ii. Promover pesquisas e estudos sobre o multiculturalismo na África e na Diaspora.
iii. Promover a compreensão da ligação íntima existindo entre o multiculturalismo e a política
de identidade na África
iv. Melhorar a compreensão da natureza multicultural da África mostrando como o continente
poderia aproveitar sua diversidade e pluralidade no processo do seu desenvolvimento.

Resultados almejados
No fim do colóquio, espera-se que as seguintes metas teriam sido atingidas:
i. Chamar atenção para os aspectos multidimensionais do multiculturalismo na África;
ii. Promover uma plataforma para melhor aproveitamento das vantagens que traz a
diversidade cultural para o desenvolvimento sustentável da África e suas populações;
iii. Aprender das experiências de outros povos que souberam aproveitar a sua pluralidade
étnica para promover a harmonia e evitar conflitos.
iv. Desenvolver estratégias adequadas para proteger e promover as culturas das minorias na
África e na Diáspora

Eixos-temáticos
i. Questões conceptuais, teóricas e metodológicas
ii. Questões históricas e ideológicas
iii. Etnicidade e a política identitária
iv. Religião e espiritualidade
v. A memória africana na Diáspora africana
vi. Cidadania e direitos políticos
vii. Gênero, ação afirmativa, igualdade e direitos humanos
viii. Globalização e a nova ordem mundial
ix. Multiculturalismo, migração e desenvolvimento
x. Multiculturalismo, valores culturais africanos globais e problemas sociais
xi. Multiculturalismo, educação e capital social
xii. Instituições, organizações e movimentos sociais
xiii. Pluralismo lingüístico e cultural, a mídia e a arte na África e na Diáspora
xiv. Nações, nacionalismo e integração na África e na Diáspora
xv. Governo, políticas e a gestão da diversidade.

Os resumos de trabalhos a serem propostas devem conter o título, nome(s) do(s) autor(es), vínculo institucional, endereço, telefone e e-mail. O resumo não deve ultrapassar 300 palavras. 

Os resumos devem ser enviados a todos os e-mails abaixo até a data limite de 15 de junho de 2011:

1. tunde_babawale@yahoo.com
2. akinalao@rocketmail.com
3. isholawilliams@yahoo.com
4. ibraheem_muheeb@yahoo.com
 
Autores cujos resumos forem aceite serão notificados até 15 de julho de 2011 e devem mandar a versão completa do trabalho até 15 de agosto de 2011.

APOIO FINANCEIRO
Qualquer apoio financeiro para participantes (se houver) será comunicado futuramente. Pede-se, porém, que cada participante procure as possibilidades de apoio disponíveis no seu país e/ou instituições de origem.
Os idiomas oficiais do colóquio serão: inglês, francês, espanhol e português.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Seminário Regional "Educação Infantil e diversidade étnico-racial" - MG

 (Clique na imagem para ampliá-la)

“Bença” um espetáculo do Bando de Teatro Olodum no Teatro Vila Velha no mês de maio - BA

 “Alguém que já viveu e que já acumulou experiências e ensinamentos tem a oferecer,
tem a dar. E também é um portador de toda uma história que foi acumulada.
Por isso que tomar bença significa receber a vibração positiva dessas pessoas.
A bença serve pra quem é abençoado; não pra quem põe a bença”,
Makota Valdina, educadora, religiosa e líder comunitária
 
O Bando de Teatro Olodum entra em cartaz, em maio, com BENÇA. O espetáculo instalação, que tem o patrocínio da Petrobras, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, entra em cartaz a partir de 06 de maio, às 20h, no Teatro Vila Velha. O respeito aos mais velhos e ao tempo é o tema da peça que valoriza a memória cultural da população afro-brasileira. Em cena, os 17 atores e dois músicos contracenam com os depoimentos em vídeo os músicos Bule-Bule e Cacau do Pandeiro e as religiosas Dona Denir, Ebomi Cici, Makota Valdina e Mãe Hilza, figuras emblemáticas e guardiãs dessa cultura.
Em cartaz até 29 de maio, sempre às sexta e sábados, às 20h, e domingos, às 17h, BENÇA tem concepção e encenação de Márcio Meirelles. “Esse trabalho é um espetáculo instalação, que fomos descobrindo como fazer durante o próprio processo”, reflete Meirelles. “Agora estamos investigando essa relação de nossa dramaturgia com as novas tecnologias, usando os depoimentos, o audiovisual, o universo virtual como parte da narrativa cênica”, completa.  Os fragmentos de diálogos ganham corpo num palco com 20 metros de boca de cena com platéia de dois lados. Nesse espaço, as três projeções de vídeos simultâneas conduzem o espectador, que pode escolher qual deles acompanhar.
São sete temas principais que correspondem a sete diferentes blocos: Começo, Tempo, Mais Velhos, Respeito, Crianças, Morte e Fim. Meia hora antes do começo da peça, a ação já está em andamento – enquanto a platéia vai se acomodando, os atores, no tablado, cantam e tocam tambores e atabaques. Nos telões, imagens de atores negros que começaram a atuar antes de 1990, ano de surgimento do Bando de Teatro Olodum. Para completar, dois componentes do elenco filmam a entrada do público, com transmissão simultânea. A partir daí, a cada bloco dois atores se revezam na filmagem do próprio espetáculo.
Com linguagem contemporânea e não linear, a peça, ao falar dos mais velhos, trata a passagem do tempo como algo construtivo e enriquecedor. Não um tempo cronológico que simplesmente passa, mas o tempo das coisas, ou seja, ele é circular e traz benefícios.
“O tempo, pra cultura Banto, é muito profundo e envolve a formação de tudo, já que não é só o tempo do homem. É aí que entra a ancestralidade. Quando se diz que os Orixás são ancestrais é porque eles vieram antes do ser humano, assim como a natureza veio antes do ser humano. Foram eles que possibilitaram o nascimento da vida humana e o seu desenvolvimento. A gente é o resultado de toda essa natureza criada antes e essa essência de ancestralidade, portanto, deve ser respeitada”, Makota Valdina
 
Com isso, a montagem também fala da importância de saber envelhecer bem. “Nas entrevistas, encontramos líderes que parecem resistir ao extremo e se mantêm vivos apenas esperando que alguém chegue para substituí-los. Isso resume bem o nosso trabalho de garimpagem do conhecimento – um conhecimento que não se encontra nos livros e que acaba se perdendo se não for repassado às vezes, fisicamente, para as novas gerações”, afirma a diretora de produção, Chica Carelli. Nesse sentido, “saber envelhecer bem” pode ser interpretado como aprender a entender, a dosar e a dominar o tempo. Na fala do cordelista Bule Bule, “quem sabe viver espera a morte com grandeza e produz bastante, até no último momento. Deixa um legado para se comentar e continua vivendo através da sua obra em outras matérias. Se for manso com o tempo, convive com ele e chega onde deseja”, diz o artista popular.
“Tem coisa na juventude que não consigo entender
Velho ninguém quer ficar
Novo ninguém quer morrer
A melhor coisa da vida é ficar velho e viver”,
Bule Bule
Para Cacau do Pandeiro, uma dos músicos mais virtuosos da Bahia, a morte é uma das etapas do processo natural da vida e deve ser encarada com alegria. “Quem parte cedo é porque não teve aquele merecimento de ficar velho e aí tem que morrer”, diz ele. O espetáculo mostra que o corpo físico desaparece e se transforma, mas que a essência de cada um é eterna.
Ao retomar o respeito aos mais velhos como uma necessidade, BENÇA fala também das crianças. “Na minha família, o reconhecimento do saber dos idosos sempre foi natural. Minha bisavó era a vedete da contação de histórias e todo mundo ficava quieto para ouvir”, diz o coreógrafo Zebrinha, que acaba de receber o Prêmio Branskem de Teatro pela coreografia de BENÇA. Ele complementa com um alerta: “os velhos precisam ser preservados mesmo como pessoas físicas”. De fato, o pensamento corrobora com a fala de Makota Valdina em um dos vídeos quando ela lembra que em tempos passados a relação com a antiguidade envolvia uma reverência mais forte. “Dá-se muito valor ao que é novo, ao que é moderno, mas o que é velho está ficando em desuso”, afirma a educadora.
Com essa energia ancestral de Orixá, tudo conspira a favor de uma justa homenagem à companhia negra mais popular e expressiva da história do teatro na Bahia.
O Projeto:
O espetáculo “Bença” faz parte de um projeto maior chamado “Respeito aos Mais Velhos”, que ganhou, há dois anos, o edital de manutenção de grupos e companhias de teatro e dança do Programa Petrobras Cultural. As cidades de Salvador, Ilhéus, Feira de Santana, Rio de Janeiro e São Luís do Maranhão receberam workshops de memória e identidade, dança, teatro e música com foco no resgate cultural e na sabedoria popular sempre abertos ao público. A mesma equipe que ministrava os workshops realizava as pesquisas e entrevistas mostradas em BENÇA, além de apresentar espetáculos do seu repertório. Já os seminários aconteceram em Salvador, com os seguintes temas: Patrimônio Imaterial, Quilombos Urbanos, História da Ocupação Territorial do Povo Negro e Registro de Memórias e Tradições.
NOVA TEMPORADA
O espetáculo BENÇA foi visto por 2.573 pessoas somente em sua temporada de estréia, em novembro de 2010. Depois se apresentou no Rio, no Espaço Tom Jobim. A peça, comemorativa dos 20 anos do Bando, gerou matérias em jornais e revistas locais e nacionais, e críticas elogiosas ao trabalho do grupo e à peça, além de receber quatro indicações ao Prêmio Braskem, a mais importante premiação do teatro baiano, nas categorias: Melhor Espetáculo, Melhor Diretor (Márcio Meirelles), e Categoria Especial com Jarbas Bitencourt, pela direção musical, e Zebrinha, pela coreografia.
Apesar de ter tido em torno de 100 por cento de sua platéia ocupada, muitas pessoas ficaram sem ver o espetáculo. Inclusive muitos daqueles que são detentores do conhecimento sobre os temas que são tratados na peça e que ajudaram na sua construção, como fonte de pesquisa.
Em maio, na nova temporada, o Bando e a Petrobras trarão convidados dos lugares que foram visitados com o projeto, onde foi apresentado o repertório e feita a pesquisa. Pessoas ligadas ao culto afro de importantes instituições religiosas de São Luiz do Maranhão, Ilhéus e Feira de Santana vão conferir o fruto do trabalho que ajudaram a construir. Estão sendo convidados também, dentro de uma cota de convites, pessoas do culto afro de vários terreiros de Salvador. A prefeitura de Cachoeira já garantiu a vinda da centenária Irmandade de Nossa Senhora da Boa Morte, uma das mais importantes manifestações religiosas afro-brasileira. Outras prefeituras e instituições ligadas à cultura negra e aos mais velhos podem entrar em contato com o Bando.
Pensando nestes convidados especiais da plateia, o Bando apresentará BENÇA mais cedo aos domingos: às 17h, facilitando o deslocamento dos mais velhos. 
 
SERVIÇO
BENÇA
Estreia dia 06 de maio
Sextas e sábados, 20h / domingos, 17h ATÉ 29 DE MAIO
Os ingressos custam R$40 inteira e R$20 meia todos os dias.
Promoção
Os 50 primeiros ingressos, de cada sessão, serão disponibilizados a R$ 15 (preço único). Até 24h antes de cada espetáculo.
Instituições e escolas terão descontos na compra acima de 20 ingressos. Cada ingresso ficará no valor de R$ 15 (preço único).
 
Realização: Bando de Teatro Olodum e Teatro Vila Velha
Tel: 71. 3083-4607
E-mail: bando2@gmail.com
blog: www.bandodeteatro.blogspot.com

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Relatório mostra agravamento da desigualdade racial no País

Na saúde, subiu a proporção de afrodescendentes mortas por causa da gravidez ou consequências
 
O Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil 2009-2010, lançado nessa terça-feira, 19, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), aponta a persistência e até agravamento da desigualdade entre negros e pardos, de um lado, e brancos, de outro, no Brasil. O trabalho, produzido pelo Laboratório  de Análises Econômicas, Históricas, Sociais e Estatísticas das Relações Raciais (Laeser) da UFRJ, mostra, por exemplo, que em 2008 quase metade das crianças afrodescendentes de 6 a 10 anos estava fora da série adequada, contra 40,4% das brancas, e na faixa de 11 a 14 o porcentual de pretos e pardos atrasados ia a 62,3%.
Os resultados contrastam com avanços nos últimos 20 anos: a média de anos de estudo de afrodescendentes foi de 3,6 anos em 1988 para 6,5 em 2008, e a taxa de crianças pretas e pardas na escola foi a 97,7%. Mesmo assim, negros e pardos avançaram menos. Na saúde, subiu a proporção de afrodescendentes mortas por causa da gravidez ou consequências.“Não quer dizer que as coisas estejam às mil maravilhas para os brancos, mas os negros e pardos são os mais atingidos”, disse um dos coordenadores do estudo, o economista e professor Marcelo Paixão.
Com 292 páginas, o trabalho é focado nas consequências da Constituição de 1988 e seus desdobramentos para os afrodescendentes. Para produzir o texto, os pesquisadores do Laeser recorreram a bases de dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), como a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD); dos Ministérios da Saúde e da Educação; do Sistema Único de Saúde, entre outros. Foram abordados, Previdência, acesso ao sistema de saúde, saúde sexual e reprodutiva, assistência social e segurança alimentar e nutricional, ensino e indicadores de proficiência, e vitimização e acesso à Justiça. (AE)

Saúde - O trabalho constata que o estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) beneficiou mais negros e pardos (66,9% da sua população atendida em 2008) do que brancos (47,7%), mas a taxa de não cobertura (proporção dos que não conseguem ser atendidos) dos afrodescendentes foi de quase 27%, para 14% dos brancos. Os pesquisadores do Laeser também verificam que mulheres negras e pardas têm menor acesso aos exames ginecológicos preventivos: em 2008, 37,5% nunca fizeram exame de mamas (brancas, 22,9%), 40,9% nunca fizeram mamografia (brancas, 26,4%), 18,1% jamais fizeram o exame Papanicolau, de prevenção ao câncer de colo do útero (brancas, 13,2%).
As diferenças de raça, para o Laeser, também podem ter pesado nos números de mães que morreram por estarem grávidas ou por complicações ou consequências disso – que pioraram. Em 2000, do total de mortes causadas por problemas de gravidez, do parto e do puerpério (pós-parto), 42,9% foram de mulheres negras e pardas (brancas, 38,6%). Em 2007, do total de mortes de mães, 59,1% foram de mulheres afrodescendentes (brancas, 33,0%). Para Paixão, há indicações de que pode ter havido “racismo institucional”, constituído, segundo definição do professor, de práticas racistas nas instituições de forma aberta ou dissimulada e que constituem discriminação no atendimento.

Palestra na FFCH/UFBA aborda a relação raça, classe e espaço - BA

O Laboratório de Investigações em Desigualdades Sociais - LIDES, juntamente com o Programa de Pós-Graduação em Ciências Sociais - PPGCS, o Programa A Cor da Bahia e o Centro de Estudos Afro-Orientais - CEAO, convidam a todos para a palestra ‘Raça entre classe e espaço’, a ser proferida pelo antropólogo André Cicalo, no dia 29 de abril, às 9:00, na sala de aula do LIDES, localizada no campus de São Lázaro.

Raça entre classe e espaço:
questões sobre a experiência das cotas raciais
na Universidade do Estado do Rio de Janeiro

A pesquisa do antropólogo André Cicalo tem por intenção debater, do ponto de vista etnográfico, como "raça” emerge entre discursos de "classe” e "espaço” na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Por determinação de lei específica, tal universidade introduziu cotas raciais com o intuito de favorecer o ingresso de estudantes auto-declarados  "negros”. Nesse contexto, uma pergunta que se continuou a fazer é se o racismo pode ser enfrentado através de medidas que parecem reforçar, na coletividade, a noção de diferenças raciais. Na apresentação aqui proposta, Cicalo argumenta que a diversidade social produzida pelas cotas na UERJ acaba refletindo, mais ou menos fielmente, as tensões sociais e raciais do espaço urbano, ao mesmo tempo em que mostra caminhos interessantes para negociar os contrastes aí presentes.

André Cicalo atualmente realiza seu pós-doutorado no Instituto de Estudos Latinoamericanos da Freie Universität de Berlim. Possui doutorado em Antropologia Social pela Universidade de Manchester, Inglaterra, onde realizou uma pesquisa sobre ações afirmativas e desigualdades raciais no Brasil, particularmente no Rio de Janeiro, com uma etnografia focada na implementação do sistema de cotas na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).

É o racismo, estúpidos! (José Vicente)

Folha deSão Paulo, terça-feira, 19 de abril de 2011
OPINIÃO
TENDÊNCIAS/DEBATES


O racismo é perigosamente destrutivo e enganador; tanto quanto repudiá-lo, também é indispensável combatê-lo sem trégua e sem piedade

Dez anos depois da primeira Conferência Mundial contra o Racismo e a Xenofobia de Durban, África do Sul, as mazelas e os perigos do racismo acenderam a luz vermelha e a ONU, instituindo 2011 como o Ano Internacional dos Afrodescendentes, volta a conclamar a comunidade de nações a se debruçar sobre os equívocos e a ineficiência das políticas antirracistas, por conta do recrudescimento dos níveis de racismo e discriminação racial contra os negros no mundo.
Recentes bananas oferecidas aos jogadores brasileiros Neymar e Roberto Carlos, as agressões verbais, os sons imitativos de macacos e as vaias das torcidas nas praças esportivas contra jogadores negros dão a dimensão da gravidade da situação, obrigando a Fifa e órgãos ligados ao esporte a tomar medidas severas para prevenção, punição e combate ao racismo, dentro e fora dos gramados.
Surrealismo, ambiguidade, hipocrisia, cinismo, desfaçatez, indiferença e tantos outros adjetivos jorram na literatura quando se analisa a tão vilipendiada trajetória do negro no Brasil. Todos apontam o racismo e ninguém consegue encontrar um racista. Junta-se a eles, a partir de agora, a estupidez.
Estúpido, este foi o adjetivo com que o líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT/SP), definiu seu colega Jair Bolsonaro (PP/ RJ), por ocasião de suas maldades racistas e preconceituosas contra a cantora negra Preta Gil e os homossexuais em geral por meio de veículos de comunicação de massa.
O adjetivo em questão, seguramente, pode ser estendido a seus colegas congressistas Jaime Campos (DEM/ MT), que se referiu ao ministro negro do STF, Joaquim Barbosa, como "moreno escuro", por ter esquecido seu nome, Marcos Feliciano (PSC/SP), que responsabilizou a África e os negros africanos por todos os males do mundo, e ao senador Demóstenes Torres (DEM/GO), que, no plenário do STF, disse que a mulher negra gostava de ser seviciada pelo senhor.
Como inocentes úteis, tais nada inocentes parlamentares, protegidos pela impunidade, destilam em praça pública os venenos que reservavam para ambientes privados.
Flertando com os veículos de comunicação, são a fina e rejuvenescida flor daquela corrente que faz um mau uso do direito de expressão para fins pessoais inconfessáveis, colocando o mandato popular a fomentar, voluntária ou involuntariamente, mas de modo igualmente irresponsável, o ódio racial.
Como a resultante dos estúpidos é a estupidez, a retórica dissimulada em ideia livre e democrática é, na verdade, a correia de transmissão para os também estúpidos integrantes das gangues organizadas que, em São Paulo, no ambiente cibernético e à luz do dia, pregam e praticam a perseguição, a agressão e a eliminação de negros, de judeus e de homossexuais.
É o combustível que encoraja os estúpidos das forças policiais, que, na Bahia, conforme noticiou esta Folha, dizimam a juventude negra brasileira. É o estímulo final aos seguranças de shopping centers e supermercados de grife, que vigiam os negros nas passarelas e batem em sua caras nas salas de segurança e em estacionamentos.
O racismo é perigosamente destrutivo e sutilmente enganador. Ele tateia sutilmente pelas frestas e se mistura sinuosamente como naturalidade cotidiana; tanto quanto repudiá-lo, é indispensável combatê-lo sem trégua e sem piedade.
Sem diminuí-lo e sem ignorá-lo. A ONU e a Fifa estão corretas, assim como o deputado Vaccarezza. É o racismo, estúpidos!

JOSÉ VICENTE, advogado, mestre em administração e doutorando em educação pela Universidade Metodista de Piracicaba, é reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares.

Os artigos publicados com assinatura não traduzem a opinião do jornal. Sua publicação obedece ao propósito de estimular o debate dos problemas brasileiros e mundiais e de refletir as diversas tendências do pensamento contemporâneo. debates@uol.com.br

terça-feira, 19 de abril de 2011

UFBA seleciona Professor/a de História da África - BA

O Departamento de História da Universidade Federal da Bahia (Salvador)  ira realizar em breve (edital por sair) CONCURSO PUBLICO para HISTORIA DA AFRICA (Prof. Adjunto, nivel doutor).

O concurso estará ABERTO às pessoas portadoras de graduação e  doutorado nas seguintes áreas academicas:

HISTORIA, ANTROPOLOGIA, CIENCIAS SOCIAIS/SOCIOLOGIA, GEOGRAFIA e  ESTUDOS AFRICANOS


Os pontos sobre os quais serão realizados as provas serao os seguintes:

1. História e historiografias da África: fontes, métodos e interpretações;
2. A idéia de África: teorias e imaginário;
3. Sociedades e Estados na África;
4. Religiões africanas, islamismo e cristianismo;
5. Escravidão e tráfico de escravos na/da África;
6. Povos e territórios culturais na África;
7. Colonialismos: teorias e práticas;
8. Os nacionalismos africanos;
9. Independências e lutas de libertação;
10. A África hoje: problemas e perspectivas.

As provas serao:
ESCRITA (eliminatoria/calssificatoria) com peso tres (3)
DIDATICA (calssificatoria) com peso tres (3)
TITULOS (classificatoria) com peso dois (2)
Defesa de MEMORIAL (classificatoria) com peso (2)

Mais detalhes poderao ser vistos no edital passado de concurso da UFBA (06/210) pois as regras a serem seguidas serao as mesmas. Os  prazos de inscrição, etc serão outros.

http://www.concursos.ufba.br/docentes/2010/editais/edital_06_2010.pdf

Especial atençao aos itens 6 a 10.

Revista Coletiva publica número sobre "Índios do Nordeste"

O terceiro número da Coletiva está no ar! Hoje, Dia do Índio, prestamos nossa homenagem com a publicação do número sobre Índios no Nordeste. Espalhados pela região, diversos grupos indígenas lutam por reconhecimento, em busca da legalização de suas terras, saúde, educação e valorização das tradições que cultivam. Para discutir esses temas, preparamos reportagens, artigos de pesquisadores, fotos e uma entrevista especial com o antropólogo João Pacheco de Oliveira, do Museu Nacional/UFRJ. Propomos um passeio pela história do Brasil, assinalando o modo como os indígenas do Nordeste foram vistos e incorporados ao processo de construção nacional.

Esperamos que vocês aproveitem a leitura e que se sintam à vontade para dar sugestões e fazer comentários.
Obrigada a todos que colaboraram.

Abraços,

Equipe Coletiva
http://coletiva.org
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Sobre a Revista
Coletiva é uma revista de divulgação científica produzida na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). Nossas publicações oferecem um enfoque crítico a respeito das atividades científica e cultural, da produção e uso do conhecimento em diversas áreas do saber. Em seu conteúdo trimestral temático, apresenta reportagens, entrevistas e artigos redigidos por especialistas. Também traz seções semanais de notícias, memória, vídeos e um canal direto para que pesquisadores e estudiosos divulguem seus trabalhos.