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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Panamá é o tema do segundo episódio da série “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI”


País é marcado pela diversidade étnica, mas as marcas do racismo são visíveis em todas as camadas da sociedade. Reportagem será exibida na sexta-feira no Canal Integración para 14 países das Américas
 
 
Nesta sexta-feira, (15/01), o Canal Integración exibe a segunda reportagem da série “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI". Desta vez, o país retratado é o Panamá através do dia-a-dia da população negra e os desafios para a inclusão social. O país é marcado pela diversidade étnica, mas as marcas do racismo são visíveis em todas as camadas da sociedade.

A população de baixa renda é composta majoritariamente pelos afro-panhamenhos, que têm condições educacionais insuficientes, precárias condições de trabalho e baixas remunerações. Dos países visitados pela reportagem do Canal Integración, o Panamá é o que apresenta mais defasagem nos dados censitários. Os últimos censos realizados no Panamá não dispõem de dados sobre a população negra do país. Para o levantamento desde ano, o país estabeleceu uma equipe técnica para organizar a campanha de auto-reconhecimento. Segundo especialistas, a falta de dados atualizados sobre a população negra fragiliza as políticas de superação de racismo e melhoria das condições de vida dos afro-panamenhos.

O episódio da próxima sexta-feira, (15/1), faz parte da série de quatro reportagens “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI” em Português e Espanhol, exibidas entre os dias 08 e 29 de janeiro de 2010 pelo Canal Integración no sistema público de televisão brasileiro – NBr, TV Brasil, TV Câmara e TV Senado e disponibilizado para uma rede de emissoras associadas de televisões públicas e privadas de 14 países americanos: Argentina, Brasil,Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Peru, Uruguai e Venezuela. Idealizada pelo Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas Censos de 2010, em junho de 2009, a série de reportagens atende o objetivo de informar a população das Américas sobre a rodada dos censos 2010-2012. A série apresenta as condições de vida das populações negras do Brasil, Equador, Panamá e Uruguai, a resistência negra ao longo dos tempos e um panorama das políticas públicas de enfrentamento ao racismo. Durante a reportagem nos países, a repórter Mariana Abreu publicou no blog Afrocensos suas impressões sobre o cotidiano da população negra.

Estreia - Uruguai
No último dia 8/1, a estreia da série revelou a realidade dos afro-uruguaios no mercado de trabalho, as políticas públicas de combate ao racismo e a expectativa em torno do censo deste ano. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística e Censo Uruguai, o país tem uma 3.334,052 habitantes. Destes, 9,1% se autodefinem afrodescendentes.  Segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento), a população negra se concentra em zonas consideradas com baixo índice de desenvolvimento econômico e humano. Cerca de 50% dos negros se encontram abaixo da linha da pobreza, sendo 5% em condições de extrema pobreza. Assista ao vídeo no Canal do UNIFEM Brasil no site You Tube.

A série “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI" é resultado da parceria entre Canal Integración/Empresa Brasil de Comunicação, Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas Censos de 2010 e UNIFEM Brasil e Cone Sul, por meio do Programa Regional de Gênero, Raça e Etnia desenvolvido no Brasil, Bolívia, Guatemala e Paraguai.

EXIBIÇÕES DO PROGRAMA AMÉRICA DO SUL HOJE
 
VERSÃO PORTUGUÊS:
SEXTA – 20:30 (Estreia)
SABADO – 02:00 – 08:00 – 14:00 – 20:00
DOMINGO – 01:00 – 07:00 - 13:00 – 19:00
VERSÃO ESPANHOL:
SEXTA – 23:00
SÁBADO – 05:00 – 11:00 – 17:00
DOMINGO – 03:30 – 09:30 – 15:30 – 21:30
SEGUNDA – 04:00 – 10:00 – 16:00 – 22:00

TV SENADO (Clique ao lado para ver a cobertura por Estado: TV a Cabo, Parabólica, UHF, Internet, TV por Assinatura)
DOMINGO - 7:00

TV CÂMARA (Clique ao lado para ver a cobertura por Estado)
SEXTA - 22:30
DOMINGO - 11:00
SEGUNDA - 12:30

TV NBR (Clique ao lado para ver cobertura por Estado:)
SEXTA - 22:00h
SÁBADO - 08:30 – 12:30 – 00:00
DOMINGO - 11:00 – 19:30
SEGUNDA – 08:30 - 16:30

 TV COMUNITÁRIA DE BELO HORIZONTE
(24 horas pela Internet, Canal 6 - Net e Canal 13 - Way)
SEGUNDA: 21:00
* HORÁRIO DE BRASÍLIA


Contatos Assessoria de Comunicação Nações Unidas/UNIFEM
Isabel Clavelin – Assessora de Comunicação
(61) 3038.9287 / (61) 8175.6315

Mara Silva – Assessora de Comunicação Jr
(61) 3038.9287 / 9296.9522
  
UNIFEM Brasil e Cone Sul 
http://twitter.com/unifemconesul

SOLIDARIEDADE AO POVO DO HAITI: Chamamento ao Movimento Social Negro do Brasil e à Sociedade Civil brasileira em Geral

Na última terça, 12 de janeiro, a República do Haiti - o mais africano dos países da chamada América Latina -, sofreu uma tragédia sem precedentes: um terremoto que atingiu grau sete na escala Richter, o mais forte em 200 anos, pulverizou a sua capital, Port-au-Prince, de três milhões de habitantes (equivalente a população de Salvador, Bahia). O sismo destruiu grande parte da precária estrutura da mais pobre nação do continente, além de sua frágil economia.

Os números da tragédia assustam. Segundo Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, “cerca de um terço” da população do Haiti – pais com nove milhões de habitantes – “foi afetado pelo desastre”. Mas, as vítimas da tragédia - que já contabiliza mais de 100 mil mortos - podem ir “muito além dessa cifra”, indicou ontem o presidente do Haiti, René Préval. Informações da agência CNN chegam a apontar cerca de meio milhão de óbitos.

Comitês de solidariedade estão sendo formados em várias partes do mundo, em especial, nas regiões de maior concentração de afrodescendentes, pois a nação haitiana é a que mais representa a luta contra a opressão racial no mundo, tendo sido a primeira república fundada por ex-escravos, em 1804, após una intensa contenda militar de quinze anos. É necessário, portanto, que o movimento negro brasileiro e demais organizações da sociedade civil mobilize-se em solidariedade às vítimas naquele país.

Esse é o momento de manifestarmos nossa real solidariedade pan-africana e agirmos no sentido de ajudar a nação que ousou desafiar o poder colonial europeu e pagar, até hoje, um alto preço por aquele fato revolucionário e humanista inédito. Foram negros, em situação de escravidão, que com a força dos ancestrais, deixaram uma mensagem de luta para toda a diáspora. Neste momento milhares de haitianos estão desabrigados e, segundo a imprensa internacional, a ajuda humanitária chega à conta gotas.

Precisamos deixar nossas divergências políticas de lado por um instante e criar instâncias de discussão e, sobretudo ação, para reparar os danos.

Convocamos, portanto, todas as organizações e indivíduos que queiram ajudar o povo haitiano à identificar e executar estratégias de solidariedade aos nossos irmãos e irmãs. O Brasil, maior nação negra do hemisfério, em números absolutos, precisa assumir a responsabilidade histórica de lutar pela verdadeira reconstrução haitiana, sobretudo, quando os holofotes da mídia não tiverem mais direcionados à tragédia no Haiti.

A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na sigla em francês), coordenada pelo governo brasileiro, tem sido criticada por observadores internacionais por sua inoperância e por parte da população haitiana que a consideram uma intervenção sub-imperialista.

É preciso, portanto, que pressionemos o Governo Federal que, desde 2004, mantém tropas no Haiti, para criar um fundo financeiro com recursos públicos e de doadores individuais, para que sejam enviados alimentos, roupas e materiais para socorrer a população daquele país.

A HISTÓRIA DO HAITI

O Haiti foi inicialmente chamado São Domingo pelos espanhóis que invadiram a região, no século XV dividindo a Ilha entre Haiti (no crioulo haitiano Ayiti) e a República Dominicana. Após essa divisão, a colonização foi estendida para toda a ilha, com a escravização de indígenas para a agricultura e cerâmica. A partir de 1520, as atividades econômicas da Espanha no Haiti começaram a declinar e, após um acordo diplomático, a ilha é transferida para o domínio francês que inaugurou um período de escravidão africana.

Em 1754, havia 465 mil escravizados, e a elite era composta por apenas 5 mil brancos; daí o estopim para uma série de insurreições anti-escravidão e uma brutal e permanente repressão na colônia. Mas, sob a liderança do líder revolucionário, Toussaint l'Ouverture - um escravo negro que aprendera a ler e adquirira certa cultura intelectual de maneira clandestina - é preparado o processo de independência por meio de uma longa contenda militar contra os exércitos da França sob ordens de Napoleão. Esse é o pesado legado histórico cujas conseqüências ficaram vigentes até os dias atuais.

L´Ouverture não viveria para ver a independência do seu País, pois foi capturado pelos franceses e levado para a França; morreu num cárcere como um criminoso qualquer. Apesar da morte de seu principal líder, o ideal da independência e da erradicação da escravidão já estava semeado nos corações dos ex-escravos.

Sob o comando do general Jean-Jacques Dessalines - um intrépido líder ex-escravo, cujas forças destruíram os melhores exércitos enviados pelo imperador Napoleão, os haitianos insurrectos expulsaram as tropas francesas e proclamam a independência, em 1 de janeiro de 1804.Com essa vitória o Haiti semeou a esperança do fim da escravidão em todo o continente americano, e deu um impulso impensável até então às lutas abolicionistas e de libertação nacional no hemisfério ocidental.

A reconstrução haitiana não será apenas uma conquista de uma ilha, mas da resistência por liberdade de toda nação negra na diáspora.

Paulo Rogério Nunes
Instituto Mídia Étnica

Nota pública do CEN sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos

Como entidade membro do Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos (Fendh) e, portanto, uma das organizações responsáveis pela elaboração do III Plano Nacional de Direitos Humanos (Pndh), o Coletivo e Entidades Negras vem a público manifestar sua posição política sobre determinados temas que se tornaram polêmicos nos meios de comunicação e na sociedade brasileira.

As reações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no que tange às questões referentes à liberdade religiosa atém-se ao fato de que o III Pndh propõe que os espaços públicos não mais exibam elementos da fé cristã como cruzes e crucifixos. Segundo dom Dimas, presidente da Cnbb, por esta lógica até mesmo Cristo Redentor, no morro do Corcovado no Rio de Janeiro deveria ser demolido.

O CEN foi uma das entidades que mais lutou para que houvesse menção a este ponto no III Pndh e não recuamos em nossa posição por entender que o Brasil é um país com distintas tradições religiosas e não é correto que apenas uma seja favorecida, seja de que forma for.

Entendemos que a liberdade de culto deve ser dada a todos os segmentos religiosos de maneira igualitária; desta forma, compreendemos que não cabe aos espaços públicos, laicos por excelência, ostentar nenhum símbolo religioso.

Para nós, a defesa dos direitos humanos no que se refere à religião tem vinculação direta com a afirmação da fé, o direito à reunião e à não discriminação de qualquer segmento ou manifestação religiosa.

Chamamos a Igreja Católica e sua Conferência de Bispos, no nosso caso, o Fórum Nacional de Religiosidade de Matriz Africana, para uma discussão séria e comprometida realmente com a constituição de um país onde todos os segmentos religiosos, independente de sua tradição, força política ou dimensão tenha o mesmo tratamento por parte do Estado brasileiro, pois entendemos que a intolerância e o desrespeito religioso é hoje um problema que grassa em todo o país e atinge candomblecistas, umbandistas, católicos, muçulmanos, judeus e outros segmentos com base no racismo e no desrespeito às diferenças culturais.

Ao invés de olhar para os seus símbolos e para sua dimensão política, histórica e cultural, a Igreja Católica, através de sua Conferência de Bispos, poderá, em parceria com o Forum Nacional de Religiosidade de Matriz Africana somar forças e construir uma ampla campanha que vise combater a ignorância que gera intolerância e desrespeito religioso e assim se tornar um agente ativo na construção de uma sociedade democrática e justa para todos.

Marcio Alexandre M. Gualberto
Coordenador Nacional de Política Institucional do
Coletivo de Entidades Negras - CEN - www.cenbrasil.org.br
Editor do site: www.messina.com.br
Editor do blog Palavra Sinistra e da Rede Social Religiosidade Afro-Brasileira
Colunista de Afropress - Agência de Informação Multiétnica
Twitter: http://twitter.com/marciogualberto

Curso gratuito "Espiral Negra: Ciência e Movimento" - SP

Quilombaque, Elo da Corrente, Sarau na Brasa e Edições Toró convidam para o per-curso "Espiral Negra: Ciência e Movimento" , dando asa e chão pra Pedagoginga
No Espaço da Comunidade Cultural Quilombaque, em Perus, na Travessa Cambaratiba, portão 05 (rua sem saída paralela à estação de trem Perus, próxima à Praça Inácia Dias)
Seis encontros aos sábados: 30/01, 06, 20 e 27/02, 06 e 13/03 – Sempre das 14h às 17h
Cartaz de divulgação, informações e inscrições até 20/01 no sítio www.edicoestoro.net
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Eis os caminhos previstos do per-curso, totalmente gratuito, com distribuição das apostilas ao final, para os 40 participantes matriculados:
30/01: "Ancestralidade do Barro: Cangomas do Afrodescendente”, com Marcos Ferreira Santos (Músico e Arte-educador. Professor da Faculdade de Educação da USP)
06/02: "Território, Samba e Geografias", com Dona Maria Helena (Presidente da Velha Guarda da Rosas de Ouro e da Embaixada do Samba de SP) e Billy Malachias (Geógrafo, Pesquisador e Educador do CEERT)
20/02: "A Geometria do Ritmo: Fração, Passo e Compasso”, com Seu Valdir Britto, o Dica (Diretor Cultural da Velha Guarda da Rosas de Ouro) e Vanísio Luiz da Silva (Educador Matemático, Professor da rede municipal de ensino e Doutorando em Educação Matemática na Faculdade de Educação da USP)
27/02: "Ndano:  As Veredas da Palavra nas Rodas, no Papel e no Cinema em Moçambique", com Carlos Subuhana (Moçambicano -  Antropólogo, Contador de Estórias e Pesquisador da Casa das Áfricas)
06/03: "Madeira:Nós e Desenlaces da Arte Afro-brasileira, com Seu Batista da Silva (Artesão e Marceneiro) e Marcelo D´Salete (Artista Plástico, Quadrinhista, Ilustrador e Educador do Museu AfroBrasil)
13/03: "Fios de Áfricas: Tecidos e Identidades", com Luciane Silva (Pesquisadora e Educadora da Casa das Áfricas, Dançarina e Professora-Assistente da FACAMP)
Curso com projeção de vídeos, audição e confecção de tons e sons, mapas e oficinas pra mão e pra sola, com cheiros e tecidos e folhas e barro. Com a presença da Poesia e da Música dos coletivos organizadores.
Pra se inscrever é só chegar por esta via virtual aqui mesmo até dia 20/01 ali no sítio da Toró - www.edicoestoro.net - onde está o cartaz de chamamento e a ficha de inscrição. As respostas confirmantes estarão ali no dia 25/01.

Direção Geral e Realização: Sarau Elo da Corrente, Edições Toró, Sarau na Brasa e Quilombaque
Articulação Pedagógica: Allan da Rosa
Concepção e Diagramação de Cartaz e Apostilas: Mateus Subverso
Apoio: Nós por nós
Agradecimentos: Aos educadores que vieram na graça e na luta. E à comunidade que chega ou oferece atenção.
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POR QUE E COMO?
Juntando as experiências e miragens das nossas velhas guardas e dos nossos cientistas que pesquisam, movimentam e que apresentam voz própria. 
Aqui nas nossas beiradas, onde está a grande necessidade, onde é nossa real fonte, já que os cursos dessa picadilha quase sempre são caros e distantes, girando apenas pelos bairros nobres ou pelas ilhas onde quem entra, volta e meia, não pensa e não pisa mais com seus sapatos os caminhos do ontem. Do nosso ontem.
Vamos bolando e renovando conhecimentos que nascem do afeto, com carícia e com choro, arteirando no nosso jardim negro. Sentindo pensamentos, na matemática, na geografia, nas artes plásticas e em tudo mais que brilhar na teia.
Procurando e bebendo do sabor do saber, com a graça e o dendê do conceito que não mora na paralisia ilhada, nem na papagaiada empoada que se garante no seguro do diploma, vampira e sempre fingindo indignação.
É isso, povo. Em tempos de teclas e de ibope fácil, que a gente articule tanta informação e faça dela real conhecimento.
Não vamos esquecer que, anos pra trás, nesse novelo de estudar era tudo ainda muito mais pontudo. Ter um caderno, ter essas pontes de comunicação pra entrançar revides e fundamentos, ter condição de colocar nossos olhos vermelhos no cartão de matrícula.
Então que nossos ofícios e gritos, cheinhos de filosofia e ciência, também se adentrem pelos espaços das pedagogias duras, oferecendo ritmo e graça, sem perder a chama que a beirada dá e pede.
Fica aqui a gratidão pela atenção, a busca (difícil, mas possível) da transformação de raiva em amor, com poesia na luta e asas disfarçadas nas raízes.  

Haiti: O Luto da Diáspora Africana (por Márcio Kibe)


As imagens que temos visto do Haiti desde ontem são tristes e chocantes. O terremoto que abalou sua capital, Porto Príncipe, destruiu a maior parte da cidade e previsões preliminares apontam que o número de mortos irá ultrapassar os 100 mil.  São mais de 100 mil vidas que se vão em mais uma catásfrofe que coloca o país próximo ao colapso. Um dos mais países mais pobres do planeta e lidando regularmente com outros desastres como enchentes e furacões, ditaturas, impasses políticos, corrupção e pobreza o Haiti vive, desde terça-feira à tarde, sua mais séria crise de todos os tempos. O terremoto de ontem tem um aspecto crítico porque ocorreu em sua capital, ou seja, no centro de operações burocráticas e logísticas da ilha. A imagem do palácio do governo em destroços veiculada por vários sites e jornais apontava o grau de destruição da tragédia.

Minha sensação é de tristeza, luto e impotência. Tenho acompanhado as notícias pelo New York Times e outros veículos da imprensa brasileira. Tentei fazer minha doação, mas ainda não consegui devido a problemas no meu cartão de crédito. Desespero maior é daqueles que possuem parentes e amigos morando e/ou trabalhando no país caribenho. Nesse aspecto, o Brasil encontra-se intimamente envolvido ao ocorrido devido a existência da missão brasileira no país. Já foram confirmadas a morte de mais de dez brasileiros, dentre eles a médica e ativista pelos direitos humanos Zilda Arms. New York City é a cidade com o maior número de expatriatos haitianos nos EUA e fora do Haiti. Em entrevistas dadas ao periódico nova-iorquino todos os entrevistados apontavam sua sensação de impotência em lidar com essa novo e inesperado problema (ouça os mesmos AQUI). Não basta reunir dinheiro, roupas, cobertores e alimentos fazendo uma transferência ou shipping para o país. A situação agora é mais complicada. Telefones celulares não respondem, não há Western Union disponível e dinheiro na mão das pessoas nesse momento faria pouca ou nenhuma diferença, não há vôos comerciais para Porto Principe e as informações são desencontradas. O que fazer? A quem recorrer?

Países de todo mundo prometeram ajuda seja com dinheiro, remédios, máquinas e pessoal especializado em buscas e salvamento como bombeiros e médicos. Estima-se que 90% da população de Porto Principe esteja desabrigada nesse momento como resultado da destruição de suas casas ou medo de retornar a elas devido ao receio de novos tremores. Corpos estão espalhados pelas calçadas e são velados ali mesmo sobre as orações de gente desesperada. O principal hospital da capital encontra-se sobre ruínas e não há espaço apropriado, energia elétrica, remédio e nem médicos suficientes para realizar cirurgias e tratar dos feridos.

Um grupo de estudantes brasileiros que viajou ao país com fins acadêmicos foi vtiimado pelo terremoto.  Liderado pelo professor da UNICAMP e pesquisador do CEBRAP Omar Ribeiro Thomaz, antropólogo especialista em conflitos armados e nacionalismo tendo realizado pesquisas em Moçambique, Uganda e Haiti, o grupo tem postado notícias sobre a situação deles e da cidade no seu blog (leia AQUI ). O relato de um dos estudantes afirma que no momento do terremoto o grupo estava divivido em dois e a sensação sentida "foi como se uma onda passasse pelos nossos pé e tudo começou a tremer". Ao sair a rua era possível ver as pessoas levantarem os braços gritando Jesus e Bon Dieu, um posto de gasolina próximo explodiu e feridos começaram a surgir dos escombros e fora deles.
 
No meio de tanta dor ainda há espaço para demonstrações de ignorância. Este foi o caso do Reverendo Pat Robertson que em seu culto transmitido pela TV culpou os desastres e problemas sofridos pelo Haiti como resultado de um pacto com o demônio que o país teria feito no século XIX como forma de libertar do julgo da França (assista a palhaçada no vídeo abaixo). De acordo com Robertson, o país teria se libertado de seus colonizadores, mas o preço estaria sendo cobrado através do sofrimento visto em todas as tragédias e pobreza vivenciada pela nação haitiana contemporânea. O exemplo dado para confirmar seu argumento seria a prosperidade vivida pelo país vizinho, a República Dominicana que fora colônia da Espanha. Com certeza, os mais ingênuos e cegos em relação a história, aceitarão essa explicação barata, ignorante e cercada de preconceito. A verdade é que o Haiti, assim como Cuba, são pedras no sapato de grandes potências. O primeiro país tem um lugar próprio e glorioso na história da Diáspora Africana uma vez que se libertou do julgo colonial num processo doloroso que transcorreu entre 1791 e 1804 que aboliu a escravidão e declarou a independência em relação a França. No Brasil colonial do século XIX, o grande número de escravos negros geravam receios em senhores e até no governo imperial de que algo similar a Revolta de São Domingo, nome pelo qual a ilha era conhecida à época, pudesse ocorrer em terras nacionais. Um relato histórico do processo de independência haitiano pode ser lido no livro clássico de C.L.R James intitulado Os Jacobinos Negros e traduzido para o português em 2000.  Em seu texto James registrou e celebrizou os atos de uma das maiores figuras do panteão de líderes negros da Diáspora Africana: Toussaint L'ouverture (1743-1803) - imagem acima -, responsável por conduzir boa parte do processo revolucionário na antiga colônia francesa.

Desde então o Haiti, antiga Colônia de São Domingos, tem sofrido o impacto do bloqueio de apoio econômico de outras nações, é fantoche do interesse de grandes potências - dentre eles o Brasil - e vítima de parte de suas elites políticas autóctones corruptas. A Diáspora Africana está de luto e as perguntas a serem feitas são: até quando iremos pensar e rezar pelo Haiti, parafraseando a canção? Rezar é suficiente? Acho que não! Então, faça a sua doação...

Banco do Brasil
SOS Haiti 
Agência 1606-3
Conta Corrente 91000-7
 
Cruz Vemrelha
HSBC Ag 1276
cc 1452684 

Muita Paz e Comforto ao Povo Haitiano!
Postado por Marcio Macedo (Kibe) 

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Violência deixa cidade italiana sem imigrantes

http://oglobo.globo.com/mundo/mat/2010/01/11/violencia-deixa-cidade-italiana-sem-imigrantes-915506017.asp
Publicada em 11/01/2010 às 21h48m
O Globo

ROSARNO, Itália - Cenário de um violento confronto entre imigrantes e a população, a cidade de Rosarno, na Calábria, sul da Itália, amanheceu na segunda-feira sem negros. Cerca de 1.500 imigrantes africanos que trabalhavam nas colheitas foram colocados em ônibus e trens no fim de semana e despachados para centros de detenção, outros fugiram, num episódio que a imprensa denunciou como limpeza étnica e comparou à atuação da Ku Klux Klan no Sul dos Estados Unidos, reacendendo o debate sobre o racismo no país.
Máquinas demoliam os galpões usados como abrigos pelos imigrantes, que, segundo as autoridades, foram removidos para a própria segurança. Na véspera, alto-falantes em carros lançavam ameaças de morte contra negros que não deixassem imediatamente a cidade. Os distúrbios começaram após dois africanos serem baleados na quinta-feira, sem motivo aparente, e deflagraram um conflito que se arrastou por três dias, deixando cem feridos, quatro deles em estado grave.
O episódio revela uma Itália bem diferente dos cartões-postais. Um dos prédios derrubados era uma antiga fábrica que há 20 anos abrigava trabalhadores temporários africanos que chegavam ao país para colher frutas e eram submetidos a longas jornadas e salários abaixo do mínimo do país. A ONU afirma que entre os removidos há imigrantes em situação legal, e cresce na internet a ideia de uma greve geral de imigrantes no dia 1 de março.
- Isso revelou algo que sabíamos, mas que ninguém fala: muitas realidades econômicas da Itália são baseadas na exploração de mão de obra barata estrangeira, em condições sub-humanas- criticou Flavio Di Giacomo, porta-voz da Organização Internacional para a Migração na Itália. - Eles viviam em situação de semiescravidã o.

Suspeita de envolvimento da máfia nos distúrbios
Os conflitos marcam o final de uma convivência difícil na região e ressaltam o reforço da política anti-imigração. Não está claro quem disparou contra os imigrantes. A polícia desconfia que a N'drangheta, a máfia calabresa, tenha planejado os distúrbios para desviar a atenção de um atentado cometido no dia 3, quando uma bomba explodiu diante de um tribunal na capital regional, Reggio Calábria.
Já os africanos atribuem os ataques a racistas. Numa reação ao ataque, dezenas de imigrantes queimaram carros, destruíram vitrines e apedrejaram casas. A população revidou, e as imagens chocaram os italianos: imigrantes foram espancados com barras de ferro e pedaços de madeira. Dez pessoas foram presas antes de as autoridades começarem a retirar os imigrantes. Vários concordaram em ir para centros do governo com a promessa de que não seriam deportados, mesmo que estivessem irregulares. Mas na segunda-feira o ministro do Interior, Roberto Maroni, anunciou que todos os clandestinos serão expulsos.

- A lei é aplicada e nada pode ser feito - argumentou.
A porta-voz do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur) na Itália, Laura Boldrini, ressaltou que boa parte dos imigrantes de Rosarno está legalmente no país e teve que deixar a cidade sem receber pelo serviço prestado.
- Não estamos diante de um grupo de irregulares apenas - contestou Laura.
No ano passado, o governo conseguiu a aprovação de leis que tornaram crime a permanência irregular na Itália. Além disso, navios interceptados com imigrantes ilegais são impedidos de chegar ao país. Em dois anos foram repatriados 40 mil estrangeiros que viviam na Itália irregularmente. Ontem, o chanceler Franco Frattini chegou à Mauritânia, numa viagem à África na tentativa de combater o problema "em sua raiz".
Conhecido por sua posição anti-imigração, Maroni, membro do partido Liga do Norte, defende a proposta de limitar o número de imigrantes nas escolas públicas a 30%.

A Itália tem 4 milhões de imigrantes legais, e um número ainda maior ilegal. A relação já gerou atritos, como em 2008, quando 400 membros da Guarda Nacional foram enviados a Castelvolturno, nos arredores de Nápoles, após a morte de seis africanos num confronto com a máfia napolitana. O novo episódio levou o Papa Bento XVI a pedir respeito pelos imigrantes, enquanto o jornal "La Repubblica" comparou a revolta dos calabreses à Ku Klux Klan.

Ilê Aiyê elege a Deusa do Ébano neste sábado - BA


O Ilê Aiyê vai escolher na noite deste sábado, 16, a Deusa do Ébano na 31ª Noite da Beleza Negra, que acontece na Senzala do Barro Preto, sede do Ilê Aiyê, no Curuzu, a partir das 21h, com ingressos a R$ 30 (pista), R$ 50 (camarote) e R$ 70 (camarote vip). A noite contará com show do cantor Lenine.
Além do show do cantor e compositor pernambucano, a Noite da Beleza Negra vai contar com apresentações da sambista baiana Juliana Ribeiro e da Band'Aiyê, que vai apostar em um repertório com as mais famosas músicas do bloco afro além das canções que foram escolhidas em concurso para o desfile no Carnaval.
Concurso - Das 50 inscritas no concurso para a eleição da Deusa do Ébano, 15 foram selecionadas. Todas elas vão levar para casa prêmios, dinheiro e fantasias do bloco para desfilar durante o Carnaval. A eleita, além dos prêmios, vai representar o Ilê Aiyê nos diversos eventos que acontecem durante o ano.
No Carnaval, a Deusa do Ébano vai desfilar em um carro especial do Ilê Aiyê como a rainha da “pérola negra do Curuzu”. A temática do bloco neste ano será em homenagem às principais manifestações culturais, motivo pelo qual o compositor pernambucano Lenine foi chamado para participar da festa neste sábado.

| Serviço |
Evento: 31ª Noite da Beleza Negra do Ilê Aiyê (Deusa do Ébano), com Lenine, Juliana Ribeiro e Band’Aiyê
Quando: Sábado, 16, 21h
Onde: Centro Cultural Senzala do Barro Preto – Rua do Curuzu, Liberdade
Quanto: R$ 30 (pista), R$ 50 (camarote) e R$ 70 (camarote)
Informações: 2103-3400

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

I Encontro Nacional de Tradições de Matriz Africana e Saúde - RS

O Rio Grande do Sul Sediará o I ENCONTRO NACIONAL DE TRADIÇÕES DE MATRIZ AFRICANA E SAÚDE que promete reunir lideranças Afro-Religiosas mais expressivas do Brasil. O encontro Será promovido pela Rede Nacional de Religião Afro e Saúde – Núcleo – RS em parceria com o Ile Axé Iyemoja Omi Olodo, CEDRAB-RS e PUC-RS - Pontifícia Universidade Católica do RS com o Apoio do Ministério da Saúde e acontecerá durante o FSM2010 – Fórum Social Mundial – 10 anos de 26 a 29 de janeiro de 2010. Terá por abertura a II Marcha Estadual pela vida e liberdade religiosa do RS que acontecerá em 25 de janeiro.

domingo, 10 de janeiro de 2010

Traficantes instalam boca de fumo dentro de terreiro de Mãe Stella - BA

Jorge Gauthier | Redação CORREIO Os espaços sagrados dos terreiros de candomblé não estão mais imunes à violência. A força dos orixás não conseguiu impedir que, na área de mata atlântica dentro do terreiro Ilê Axé Opó Afonjá, de Mãe Stella de Oxóssi, no São Gonçalo do Retiro, criminosos montassem uma cabana para servir de quartel para venda e distribuição de drogas na Baixinha de Santo Antônio. O espaço físico da cabana em meio a árvores e plantas sagradas, montado com mesa de tampo de vidro, cadeiras, balança de precisão e sofás, foi destruído pela polícia há quatro meses. Contudo, segundo o delegado Adailton Adam, titular da 11 ª Delegacia (Tancredo Neves), responsável pela área, o ambiente ainda continua sendo usado pelos traficantes. “Eles permanecem entrando na área do terreiro através do muro que está sendo construído para embalar e distribuir drogas e dividir roubos”, conta.

Insegurança
Os usuários de crack, maconha e cocaína ameaçam os templos e moradias dos filhos-de-santo. Os frequentadores do terreiro contam que, no último ano, têm sido constantes os arrombamentos aos cerca de 130 imóveis existentes na área de 39 mil metros quadrados do terreiro, que foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Somente na última semana, foram invadidas as casas dedicadas a Iemanjá, Oxalá e Oxum. Nos imóveis erguidos para Iansã, Ogum e Omolu, foram arrancadas as inscrições com os nomes dos orixás, feitas de bronze. Já na última quarta-feira de dezembro, foi levado o cofre com oferendas depositadas por fiéis para Xangô. No mesmo dia, os ladrões invadiram a casa de Oxalá, de onde levaram um botijão de gás, depois de entrar pela janela e arrombar 28 portas dos filhos-de-santo.
“Moram cerca de cem famílias na área do terreiro. Os ladrões costumam entrar na casa quando ela está vazia, levam dinheiro, bagunçam tudo. Nas casas dos orixás, eles se aproveitam quando não tem ninguém”, conta o presidente do Conselho Civil da Sociedade Cruz Santa do Axé Opô Afonjá, Ribamar Daniel, que frequenta o terreiro há 20 anos. Ele contou ainda que o conselho do terreiro decidiu encaminhar ofícios aos Ministérios Públicos Federal, Estadual e Iphan, solicitando apoio e proteção ao terreiro. 

Desrespeito
Além dos roubos, os usuários de drogas fazem das varandas dos imóveis dedicados aos orixás “rodas” para fumar maconha e fazer sexo. “Canso de ver gente fumando e transando aqui, na frente da casa de Oxóssi”, indigna-se um ogã que há 51 anos mora no terreiro.
A líder religiosa do terreiro, Mãe Stella, não acredita que as ações violentas contra o Ilê Axé Opô Afonjá estejam relacionadas com intolerância religiosa. “Isso é coisa de jovens levados pelo tráfico de drogas. Eles têm falta de amor próprio, só assim podem ter coragem de profanar um local sagrado. Não se consideram como gente”, reclamou. 

Muro da discórdia
A área do terreiro, segundo o delegado, está encravada em um bolsão de tráfico de drogas. “Isso facilita que os bandidos invadam o terreno. Os fundos são colados na invasão Baixinha do Santo Antônio, um dos cinco pontos mais perigosos da área ”. Os outros quatro, segundo o delegado, são o Arenoso, Buracão, Suvaco da Cobra e Rua do Canal.
Nos últimos meses, a direção do terreiro, em parceria com a Companhia de Desenvolvimento Urbano do Estado da Bahia (Conder), resolveu construir um muro de concreto para separar o terreiro da invasão. O muro está sendo construído no limite da quadra de esportes, que não é usada pelo terreiro. Traficantes, porém, já mandaram avisar que vão derrubar o muro.
“A ocupação desordenada tirou espaço do terreiro, que antes chegava até a BR-324. Hoje, a construção do muro é necessária para proteção. Nosso espaço precisa ficar separado”, disse Mãe Stella, que este ano comanda a festa em comemoração ao centenário do terreiro.
O delegado destacou que o terreiro deve promover o isolamento. “Indiquei que a administração do terreiro acabe com a quadra e plante mais árvores no local. Isso vai dificultar o uso do espaço para o crime”, analisou.
Na madrugada de domingo, bandidos arrombaram o depósito da Conder, onde roubaram carro de mão, picaretas e vigas de ferro. Os operários que trabalham na construção contam que recebem constantes ameaças. “Ficarmos cercados é um retrocesso da nossa religião, que tanto lutou pela liberdade de culto. No passado, convivemos muito com a intolerância, até da própria polícia. Mas nesse momento, o muro é a melhor opção”, completou a religiosa.
A área próxima ao muro é um campo minado, cheio de informantes. Ao perceber a chegada de estranhos, os assobios de aviso aparecem rapidamente. Em menos de um minuto, já surgem pessoas circulandonoaltodas casasao lado do muro. “Eles temem que sejam a polícia”, avalia um membro do terreiro. 

Pouca proteção
Nos fundos das casas de santo, a área de matagal é o esconderijo predileto dos assaltantes, usuários e traficantes de drogas. Para todo o terreno, entre mata e residências, há apenas um segurança, desarmado, da empresa GPS Vigilância. Além de percorrer o terreno, o segurança ainda tem que fazer, às vezes, de porteiro.
O delegado indica que, por ser uma área privada, a responsabilidade de manter a segurança é do terreiro. Contudo, como há vigilância particular, os funcionários serão ouvidos para prestar esclarecimentos sobre os furtos. “O valor de manutenção da guarita com o segurança é pago, desde 2008, por um frequentador do terreiro. Isso foi preciso depois que roubaram 200 cadeiras do barracão”, explica Ribamar. Além disso, a PM faz rondas na área do terreiro, quando chamada. 

Investigações
Na quarta-feira (7) pela manhã, o desempregado Marcos Conceição Evangelista, 27 anos, morador do São Gonçalo, foi detido para averiguação por policiais da 11ª Delegacia sob a acusação de integrar o grupo que vem assaltando o terreiro de Mãe Stella. “Pelo menos 60 botijões foram roubados nos últimos meses. Testemunhas reconheceram o Marcos, que agiria com outro jovem, de nome Flávio”, disse o delegado. 

Terreiro é destruído a marretadas e bombas
Bombas, marretas e metralhadoras foram usadas para colocar no chão um terreiro de candomblé na invasão Babilônia, no bairro de Tancredo Neves. A demolição, promovida por traficantes da região em 20 de dezembro do mês passado, ocorreu quatro dias após o pai-de-santo do terreiro, José dos Santos Bispo, 43 , conhecido com pai Santinho, ser assassinado a tiros em sua casa, que ficava no mesmo prédio do terreiro.
No dia da derrubada do imóvel, os foguetes anunciaram a festa em frente aos restos do templo. O afilhado do pai Santinho, zelador-de-santo Eraldo Silva, conta que filhos-de-santo foram expulsos do local pelos traficantes. “Ogãs receberam ordem para sair e não pisar mais na Babilônia. Tudo foi destruído. Até uma bomba jogaram na casa de Exu. Foi o maior desrespeito a nossa religião. Os traficantes botam todo mundo para correr de lá”, disse Silva, que possui um terreiro em Valéria.
Pai Santinho, que chegou a morar na Itália e era travesti, foi encontrado com marcas de tiros no banheiro de sua casa. O religioso foi morto, em 16 de dezembro de 2009, após ter denunciado que um de seus filhos-de-santo havia sido assassinado.
O delegado Adailton Adam, titular da 11ª Delegacia, unidade responsável pelo caso, esclarece que ainda não é possível afirmar que essa tenha sido a motivação do crime. “Pelas investigações identificamos que três traficantes (Sassá Cebola, Bahia e Budé) cometeram o homicídio, mas eles estão foragidos. Só quando prendermos será possível saber a motivação”.
Os assaltos ao terreiro de Mãe Stella, e a demolição do de pai Santinho, em Tancredo Neves, segundo o delegado Adailton, não são as principais ocorrências da área. “ São 27 homicídios por mês na região. As ruas são estreitas e o tráfico de drogas é muito pulverizado ”. 

Violência ameaça papel social
Mariana Rios

Já não bastam defesa e proteção dos orixás. Muros precisam ser erguidos e até segurança privada evocada. Após anos de perseguição policial e até exigência de uma licença - abolida em 1970 pelo governador Roberto Santos - os terreiros de candomblé vêm conhecendo um novo lado perverso, estimulado, segundo historiadores, pela violência e intolerância religiosa. “Há uma mudança de atitude em curso. Há dez anos, não se roubava nem baiana de acarajé, por medo de maldição e dos orixás”, explicou o historiador e diretor geral da Fundação Pedro Calmon, Ubiratan Castro.
Segundo Castro, aos poucos está se perdendo “o caráter de aldeia de bom coração”, atribuído aos terreiros. “Não vai dar para manter as portas abertas à comunidade. É um sofrimento esse endurecimento das relações”, disse o historiador, que cita o Parque São Bartolomeu, no subúrbio ferroviário, como exemplo de área perdida para o crime.
Para o pesquisador, historiador e professor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Jaime Sodré, a agressão ao terreiro de Mãe Stella é um ato de barbárie. “Foi um gesto absurdo de primatização, de retorno ao primitivo. Cabe à polícia dar uma resposta aos orixás”. 

Líderes do candomblé ficam indignados com ataques a terreiro
Os ataques a um dos terreiros mais populares do país causaram indignação a líderes religiosos do candomblé de Salvador. Ialorixá do Terreiro Gantois, no bairro da Federação, mãe Carmem de Oxalá desabafa: “É uma falta de respeito pela fé, pelo ser humano e ao patrimônio da humanidade”.
A revolta é compartilhada também por mãe Índia, do Terreiro de Bogum, no Engenho Velho da Federação. “Nunca tivemos problemas com eles (bandidos), mas não estamos livres de um ataque. Sinto por Mãe Stella, ialorixá respeitadíssima no Brasil”, disse.
Para o pai-de-santo Anselmo Santos, o Tata Dya Nkis do Terreiro Mokambo, na Vila Dois de Julho, a humanidade está desamando. “As pessoas estão matando por um par de tênis. Não estão valorizando a vida, uma dádiva de Deus”. 

Federação de culto afro pede a Wagner apuração rápida
A Federação Nacional do Culto Afro-brasileiro (Fenacab) encaminhou ao governador Jaques Wagner um documento solicitando providências em relação aos ataques e à violação do terreiro Ilê Axé Opô Afonjá. “Pedimos mais segurança e uma apuração rápida para este crime”, explicou o presidente da Fenacab, Aristides Mascarenhas.

Núcleo da PM orienta terreiros
Criado em 2005, o Núcleo de Religiões de Matriz Africana da PM da Bahia (Nafro-BA) orienta pais e mães-de-santo sobre como agir em casos de invasão dos espaços sagrados. Também faz a aproximação entre os comandantes da PM e os terreiros. “Nesta quarta-feira (6), recebemos a denúncia de um terreiro no Jardim Santo Inácio que foi invadido. O babalorixá prestou queixa na 10ª Delegacia e procurou o Ministério Público”, contou o coordenador geral , sargento Eurico Alcântara. Para receber orientação basta ligar para o telefone do Nafro. 

Endereço
Travessa D‘Ajuda, Edf. Sulamérica, sala 303, Centro. Tels: (71) 3321-7859 

Fonte: Notícia publicada na edição impressa do Correio da Bahia do dia 7 de janeiro de 2010

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Fórum Social Mundial Temático - BA

29,30 e 31 de janeiro de 2010
TEMA: Diálogos, diversidade cultural e crise civilizatória

O FSMT na Bahia tem como finalidade a troca de experiências e articulações entre ONGs e movimentos sociais;bem como ser um espaço de construção de alternativas priorizando o desenvolvimento humano e a superação da dominação dos mercados, e ainda possibilitando exposição de teses, debates abertos, coordenação de lutas para o enfrentar a pobreza, a fome, o desemprego, a desigualdade, a exploração dos recursos naturais e o analfabetismo.

O FSM Temático na Bahia tem uma estimativa de 50.000 participantes.

Terá 3 dimensões:
a)diálogos sociedade civil e sociedade política;
b) uma inédita dimensão cultural;
c)uma multidisciplinar avaliação das crises do nosso tempo.
Tendo como eixos transversais:
-Tolerância, pluralismo, violência e anti-racismo;
-Democracia substantiva e afirmação e empoderamento da sociedade civil;
-Gênero e alternativas a mercantilização e homogeneização;
-Respostas á crise;
-Descolonização do pensamento.

Sua participaçào é impresindivel para nós, não fique de fora deste grande evento.
Um outro mundo é possível! 

PROGRAMAÇÃO


ATIVIDADES GERAIS DO FSMT

Mesas Gerais:

MESA UM 29/01- 9h00 às 12h30min. Auditório do PAF III. Testemunhos da luta indígena: Marcelo Weré Djekupé (Associação Guarani e Tupiniquim do ES), Guarany (SC), Mariza Tamikuan Ará (RJ), Anísio Guató (Mato Grosso do Sul), Carlos Tukano (AM), Tupinambá (BA) e Pataxó (Coroa Vermelha-Bahia), FUNAI.
MESA DOIS 29/01 – 9h00 às 12h00min. Desaparecidos políticos. Local: Sala Rafael Menezes no Instituto de Química. Palestrantes: Soledad Pereda de Berdini (Madres de Plaza de Mayo (Mar Del Plata-ARG) e Ângela Barili de Tasca (Abuelas de Plaza de Mayo-Mar Del Plata-ARG), Diva Santana (Grupo Tortura Nunca Mais), Janaína Teles (SP), Paulo Vanucchi (BSB) e Jacira Silva (DF).
MESA TRÊS 29/01 – 14h00 às 17h00min, local: Auditório da FACOM. À esquerda hoje e a contribuição dos pensadores da América Latina e África. Palestrantes: Emir Sader (RJ), Samir Amin (Egito), Jose Luiz Del Roio (ITA), Michael Lowy (Fça.), Carlos Nelson Coutinho (RJ), Franklin Oliveira Jr. (BA), Altamiro Borges (SP), Virginia Fontes (SP) e Marly Vianna (SP).

MESA QUATRO 29/01 – 19h00 às 22h00min. Auditório do Instituto de Letras. Campus de Ondina. Mesa: Racismo e institucionalidade. Palestrantes: Helio Santos (RJ), Muniz Sodré (RJ), Sueli Carneiro (SP), Diana Senghor (Senegal), Edson Santos (BSB), Ana Lucia Pereira (TO), Zezeu Ribeiro (deputado federal-BA), Paulo Paim (senador-RS), Luiza Bairros (BA),Olívia Santana (vereadora de Salvador), Luiz Alberto (BA), Edivaldo Brito (vice-prefeito de Salvador),Fatou sow sarr(SENEGAL)

MESA CINCO 29/01 – das 19h00 às 22h00min, local: Auditório A do PAF I. Mesa: Etnocentrismo e Eurocentrismo: Samuel Vida (BA), Nildo Ouriques (SC), Arturo Chavolla (Mex.). Kwame Anthony Appiah (EUA), Kabengelê Munanga (SP),Samda Dúri Mboup( África do sul),Mediagne Diallo( RJ).
MESA SEIS 30/01 – 9h00 às 12h30 –Local: Auditório do PAF III. Promoção Frente de Resistência Urbana, Mesa: Militarização das periferias urbanas, ameaça à democracia. Palestrantes: Raul Zibechi (Uru), Mike Davis (EUA), Miguel Urbano (Port.), Marcelo Lopes de Souza (RJ), Mauricio Campos (Rede de Comunidades e Movimentos contra a Violência - RJ), PRONASCI-Bahia, FARC-Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia e Tarso Genro (BSB), Ana Felisa Hurtado Guerrero (COLOMBIA).
MESA SETE 30/01 – 9h00min/13h00min. Campus da UCSal na Lapa. Mesas sobre Educação e desenvolvimento. Expositores: Moacir Gadotti (SP), Fernando Haddad (BSB), Lourisvaldo Valentim (UNEB), Naomar Alcântara (UFBA), Herminia Maricato (SP), Maria Aparecida Perez (BSB), Jose Carlos (UCSAL), Osvaldo Barreto (sec. De educação da Bahia), David Harvey (EUA), Madalena Guasco (UNICAMP-CONTEE), Marinalva (ACEB) e Antonio Câmara (UFBA).
MESA OITO 30/01 – 9h00 às 13h00min – Local: Biblioteca do Instituto de Matemática. Mesa: Mulher, crise econômica e emancipação. Palestrantes: Alice Portugal, Heloísa Helena (Al.), Nilcéa Freire (BSB),Lilian Celiberti(Uru), Gina Vargas(Peru), Analu Faria(Marcha Mundial das Mulheres), Luizlinda Valois, Edeltrudes Pires Neves(Cabo Verde), Olivia Santana, Maria Ângela Manjante(deputada da FRELIMO-Moçambique), Marta Rodrigues(vereadora de SSA),Lavínia Moura(ex-DIEESE), Terezinha Gonçalves e Lídice da Mata, Deise Benedito( SP),
MESA NOVE 30/01 – 14h00min às 17h00min, Local: Campus da UCSAL na Cardeal da Silva. Promoção: LGBT. Mesa: Fobias, intolerância e lógica igualitária. Palestrantes: Hedimo Santana (Aurstr.), James Green (EUA), Carlos Tufivson (RJ), Barba Grandner (SP), Miriam Murtinho (RJ), Negra Cris (BA), Luis Mott (BA), Dion (BA).
MESA DEZ 30/01 – 14h00 às 17h00min. Auditório A do PAF I. Descolonização do pensamento na A. Latina e África. Epsy Campel Barr (presidente da Associação Parlamento Negro-Costa Rico), Kabengelê Munanga (SP), Samuel Vida (BA) e Mediagne Diallo (RJ) Taufik Ben Abdallah, (Senegal, membro do comitê africano no comitê internacional organizador do Fórum), Ayanwale Ayo Olayanju (FRMI).

MESA ONZE 30/01 – 17 às 20h00min. Auditório principal da Faculdade de Arquitetura. Reforma agrária, agricultura familiar e soberania alimentar. Palestrantes: José Bové (Fça.), João Pedro Stédile (MST), Alberto Brosh (BSB), Rafael Alegria (Honduras), Blanca Chancoso (Equa), Guilherme Cassel (BSB), Francisco Menezes (RJ), FETAG (BA).
MESA DOZE 31/01 – 11h00 às 13h00min. Auditório do Instituto de Geociências. Promoção: CEBRAPAZ. Governança, paz mundial e solidariedade internacional. Palestrantes: Athanassis Panfilis (Grécia), Walden Bello (Filipinas), Rui Namorado (presidente do Conselho Português pela Paz), Socorro Gomes (CEBRAPAZ), Samuel Pinheiro Guimarães (BSB), Piedade Córdoba (Arg.), Carlos Lopes (Cabo Verde), Prabir Purkayastha (Índia), Immanuel Wallerstein (EUA).

MESAS DO GRUPO CRISE & OPORTUNIDADES

29/1 – 9h00 às 12h00min. Hotel Victoria Marina. Mesa: Sul-Sul como alternativa. Palestrantes: Jorge Bernstein (Arg.), Julio Lopez Gallardo (Mex.), Neide Patarra (BRA) e Samir Amin (Egito). Debatedor: Carlos Lopes (Cabo Verde). Moderador: José Celso (IPEA).
29/01 – 14h00 às 18h00min. Hotel Victória Marina. Mesa: Mídia e democracia: Venicio de Lima (BSB), Roberto Sávio (ITA), Bernard Cassen (Fça.), Inácio Ramonet (Fça), La jornada (mex.), La república (Uru.), Renato Rovai (SP), Duarte Pereira (SP), Vera Chaia (SP), Jose Arbex (SP), Franklin Martins (BSB), Mauro Santayana (BSB), Luis Nassif (SP).
29/01 – 19h00 às 22h00. Hotel Victória Marina. Mesa: Crise e trabalho. Palestrante: Marcio Pochmann (BSB), Victor Baez (Parag.), Juan Somavia (OIT-Suiça), Artur Henrique Santos (SP), Paulo Pereira da Silva (SP), Ricardo Patah (SP), Wagner Gomes (SP) e Nilton Vasconcelos (BA).
30/1 – 9h00 às 12h00min. Hotel Victoria Marine. Mesa: Convergência das crises. Peter Wahl, Alfredo Manevy, Roberto Espinoza, Hazel Henderson (teleconferência). Debatedor e moderador: Jose Eli da Veiga. Eixo quatro
30/01 – 14h00 às 17h00. Hotel Victória Marina. Mesa: Governo e expectativa popular. Palestrantes: Edmilson Rodrigues (PA), Boaventura dos Santos (PORT.), Bangumzi Sifingo (África do Sul), Jose Miguel (Cuba) e Álvaro Coronel (Uru.).
30/01 – 19h00 às 22h00min. Auditório A do PAF I.Mesa: Soberania energética e mudanças climáticas pós-Copenhagen. Pablo Sólon (Bol.), João Paulo Candia Veiga (SP), Juliana Malerba (RJ), Jose Sergio Gabrielli (BA), Rubens Born (SP), Pablo Bustillos (Arg.), Nicola Boulard (Tailândia), Carlon Minc (BSB), Wangari Mathaai (Quênia) e Haroldo Lima (BA).
31/01 – Das 9h00 às 12h00. Hotel Victoria Marine. Mesa: Agenda estratégica de governança; Palestrantes: Ricardo Abramovay (SP), Susan George (EUA), Yash Tandom (Uganda) e Paul Singer (SP). Debatedor: Ladislau Dowbor (SP). Moderador: Caio Magri.
Eventos especiais:
Ato:
30/01 – 11h00min-13h00min. Auditório do Instituto de Geociências. Ato em homenagem aos cinqüenta anos e Espaço em frente ao PAF III. Homenagem especial aos 50 anos da revolução cubana. Palestrante: Carlos Rafael Zamora Rodrigues (Embaixador de Cuba no Brasil).
Conferências:
29/01 – 19h00 às 22h00min. Hotel Victoria Marine. Conferência de Susan George (*).

29/01 – 19h00 às 22h00min. Quadra de esportes dos bancários. Conferência “Educação e libertação” de Moacir Gadotti. Organização: APUB, APLB, SINPRO, ADUNEB, ADUCSAL.

30/01 – 14h00 às 17h00min. Conferência de István Mészáros sobre “Sociedades pós-capitalistas”. Debatedores: David Harvey (EUA) e Carlos Nelson Coutinho (RJ).
31/01 – 9h00 às 13h00min. Auditório da UNEB. Crise mundial hoje. Palestrante: Samir Amin (Egito). Debatedores: Duarte Pereira (SP), Jose Arbex (SP), Jose Reinaldo de Carvalho (SP), Amyra El Kalili (SP), Bernard Toro (Co.), Danielle Miterrand (Fça).
Debate show:
29/01- 19h00 às 23h00min, Concha Acústica. Oficio de viver samba. Com artistas e grupos de samba do Rio de Janeiro e da Bahia. Homenagem a Riachão. Artistas: Martinho da Vila, Netinho de Paula e Clube do Samba da Bahia.
Mesa redonda:
30/01 – 14h00 às 18h00min. Teatro Castro Alves. Diálogos e controvérsias entre governantes e movimentos sociais (*).

Seminários:

29/01(9h00 às 21h00min), 30/01(9h00 às 12h00min) e 31/01(9h00 às 12h00min). Local: Hotel Victoria Marine. Seminário internacional do Grupo Crise & Oportunidades.
29/01 – 14h00 às 17h00min. Auditório B, PAF I. O pensamento inovador de José Carlos Mariátegui: palestrantes: Renata Bastos (RJ), Elvis Polleto (SC), Franklin Oliveira Jr (BA) e Ricardo Marinho (RJ), Alberto Fillipi (ITA).
30/1 – 19h00 às 22h00min. Auditório do PAF III. Globalização, hegemonia e governança. Palestrantes: Boaventura Santos (Port), Julio Lopes Gallardo (Mex.), e Immannuel Wallerstein (EUA).
Simpósio:
31/01 – 9h00 às 18h00min. Local: Hotel Baía do Sol. Simpósio Internacional de Religiões de matriz Africana. Palestrantes: Babalorixá Acaiaba Todé (SP), Helio Moreira Silva (RJ), mãe Beata (RJ), Ialorixá Jaciara Ribeiro (Ilê Axé Abassá-Bahia), mâe Helenice de Brito (Ilê Axé Omin Jobá-Bahia), Erisvaldo Pereira dos Santos (UFMG), mãe Stella (BA), Makota Valdina (BA), Cosme Bañas (santeria cubana), Max de Beauvoir (Federação Nacional dos Cultos Vodum-Haiti), Wangari Mathaai (Quênia-Premio Nobel da Paz de 2004).
Cimeiras:
29(das 9h00 às 18h30min), 30(das 9h00 às 14h00min) e 31/01(das 9h00 às 14h00).Hotel da Bahia.I Cimeira Ibero-americana e africana transito e vida. Mesa 1: Mobilidade e inclusão social: a acessibilidade do automóvel e os reflexos na sociedade. Veículos e vias; motos e bicicletas. Palestrantes: Jose Nazareno (DF), Barbara Cassandra Vita Barbosa (PE). Mesa 2. Legislação de transito instrumento de garantia da cidadania?Repressão no transito corrige ou onera?PVAT como é arrecadado e distribuído os recursos. Palestrantes: Graziele Maria Casas Blanco (SC), Sidnei Smith (SC) e Sonia Maria Oliveira Gonzaga (SC). Mesa 3. O papel das ONGs na construção da cidadania no transito. Palestrantes: Fernando Pedrosa (RJ), Marcos Musafi (RJ), Monica Melo (AM) e Fabian Martins (SP). Mesa 4. Estudos e ações para o transito e vida: educação para o transito na visão do gestor; educação para o transito na visão do educador.Palestrantes: Matheus Moura(BA), Capitão Blanco(BA), Rodrigo Ramalho(BA). Mesa 5. Agente mais freqüente dos acidentes de transito. Sono e os casos e os riscos; álcool e droga-as conseqüências físicas e emocionais. Palestrantes: Tereza Hora (BA) e Eduardo Bianatti (SP). Mesa 6. O transito na mudança climática. Poluentes urbanos - alternativas e reflexo na natureza e sociedade. Palestrantes: a confirmar. Mesa 7. Transito: responsabilidade de Estado, direito do cidadão(multas, sinalização,conservação as vias,acidentes, danos aos usuários e reparação). Palestrante: Flavio Amin Adura (SP).
29 a 31/1 – 8h30 às 12h30 – Local: Hotel Sol Baía. Cimeira sobre a afirmação e o empoderamento da pessoa idosa nos países de língua portuguesa e África. Palestrantes: Vitor Ramalho (Presidente do INATEL-Port), Mario Moutinho (Reitor da Universidade Lusófona-Port.), Beltrina Cortes (PUC-SP).
Cinema:

29 a 30/1 – Cine Social Mundial. Local: Hotel Marazul. Cineastas confirmados: Eliseo Altinaga (Cuba), Patrício Gozman (Ch), Fernando Solanas (Arg), Fernando Birri (Arg.), Orlando Sena (RJ), Luiz Arnaldo Campos (PA), Rosemberg Karini (presidente do CBC), Kátia Lund (RJ), Joelzito Araújo (SP), Edgard Navarro, Carlos Pronzato, Geraldo Moraes (Presidente do CBDC), Solange Lima (presidente da ABD), Chico Liberato (animador), Sofia Federico (diretora da DIMAS), Francisco Serafim (pesquisador da UFBA). . Sessões de cinema seguidas de debate de 10 às 13h00min, de 15 às 18h00min, e de 19h00min as 22h00min. 
 
Inscrições: http://fsmtbahia.com.br/index.php?pg=inscricoes2.php 

Simpósio Literaturas Africanas e Literatura Brasileira - SC

Car@ Colega,

Estamos organizando o Simpósio “LITERATURAS AFRICANAS E LITERATURA BRASILEIRA:
UM DIÁLOGO SINGULAR IMERSO EM PLURALIDADES” no 1º CIELLI - Colóquio Internacional de Estudos Linguísticos e Literários e 4º CELLI - Colóquio de Estudos Linguísticos e Literários a ser realizado pelo Programa de Pós-Graduação em Letras - Universidade Estadual de Maringá (Paraná), no Período de 9 a 11 de junho de 2010.

Inscrição de resumos nos Simpósios Temáticos – até 22 de fevereiro pelo site http://www.cielli.com.br.

Agradecemos a participação.

Cordialmente,
Eliane Santana Dias Debus eliane.debus@unisul.br
Simone Pereira Schimidt simonepschmidt@gmail.com

LITERATURAS AFRICANAS E LITERATURA BRASILEIRA: UM DIÁLOGO SINGULAR IMERSO EM PLURALIDADES

O presente Simpósio tem como proposta reunir estudiosos de Literaturas Africanas de Língua Portuguesa e os de Literatura Brasileira, com ênfase nas temáticas africana e afro-brasileira, para refletir sobre a produção e circulação desses textos no Brasil e como eles podem confluir para a construção de uma sociedade plural, em termos de raça, etnia e gênero. Assim, os trabalhos encaminhados a este simpósio se agrupam pelo viés da Teoria Literária e da Educação. No que diz respeito à Teoria Literária o aporte teórico privilegiado será o dos Estudos Culturais e Pós-Coloniais, no âmbito das preocupações em torno da produção literária contemporânea dos países africanos e do Brasil. Herdeiro das tensões étnicas e raciais advindas de sua colonização, o Brasil se encontra estreitamente ligado, em sua história, aos processos culturais vivenciados pelos povos africanos. Interessa-nos investigar e discutir essa ligação, bem como suas repercussões na cultura brasileira. No que diz respeito ao diálogo com a Educação, a partir de estudiosos como Gomes (2005), Cavalleiro (2005, 2003), Silva (2005), entre outros, busca-se verificar se as demandas da Lei 10.639/2003, que instituiu a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana no currículo escolar brasileiro do ensino fundamental e médio, e a inserção no Ensino Superior, teriam contribuído para que a temática em questão recebesse certa visibilidade no mercado editorial, levando em conta a sua produção e circulação. Desse modo, trabalhos que apresentem investigação e resultados em âmbito escolar com a literatura de recepção infantil e juvenil serão contemplados nas discussões. Enfim, cremos que a linguagem literária, tecida pelos fios da imaginação, confecciona um enredo de visibilidades, de encontros e diferenças. A palavra alçada ao plano do ficcional (re) desenha, (re) significa papéis e (re) configura espaços; o Outro não é mais sempre o mesmo, porque o mesmo assim o deixou de ser.

Palavras-Chave: Literaturas africanas, literatura brasileira, raça e etnia, gênero.

 Professora Doutora Eliane Debus
 Programa de Pós-Graduação em Ciências da Linguagem
 Universidade do Sul de Santa Catarina - UNISUL
 Av. José Acácio Moreira, n.787, Cx. Postal 370
 Bairro Dehon, Tubarão, SC
 CEP: 88704-900
 Telefone: 0XX  48 - 36213369

Alvorada promove encerramento das oficinas de prevenção à violência contra a mulher - BA


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quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Estreia amanhã (8/1) série sobre censo e afrodescendentes em emissoras de 14 países das Américas


Com o nome “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI", produção do Canal Integración, que estreia amanhã (8/1), é resultado da parceria com o Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas Censos de 2010 e o UNIFEM Brasil e Cone Sul. A partir de 5 de fevereiro, iniciará a exibição da série “Trabalho Doméstico, Trabalho Decente”, que revela a realidade das trabalhadoras domésticas do Brasil, Bolívia, Guatemala e Paraguai

Diferentes tons de pele negra, redutos, histórias individuais e coletivas, denúncias e estratégias de superação do racismo. Esses são alguns dos conteúdos da série “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI", que restabelece e leva os laços da diáspora negra na América Latina para a tela da televisão. Quatro reportagens bilíngues Português-Espanhol recontam histórias de uma América Negra e os desafios para o combate ao racismo.

As matérias foram produzidas no Brasil, Equador, Panamá e Uruguai como resultado da parceria entre Canal Integración/Empresa Brasil de Comunicação, Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas Censos de 2010 e UNIFEM Brasil e Cone Sul, por meio do Programa Regional de Gênero, Raça e Etnia desenvolvido no Brasil, Bolívia, Guatemala e Paraguai. As reportagens serão veiculadas de 8 a 29 de janeiro de 2010 pelo Canal Integración no sistema público de televisão brasileiro – NBr, TV Brasil, TV Câmara e TV Senado -, e disponibilizado para uma rede de emissoras associadas de televisões públicas e privadas de 14 países americanos: Argentina, Brasil,Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Peru, Uruguai e Venezuela.

Criada para informar a população das Américas sobre a rodada dos censos 2010-2012, a série de reportagens “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI" apresentará as condições de vida de homens e mulheres negras, a resistência negra ao longo dos tempos e um panorama das políticas públicas de enfrentamento ao racismo.

Diáspora negra na TV
Fontes estratégicas para a rodada do censo 2010 compõem o rol de entrevistados: ativistas negros, governos nacionais, poder público, instituto de estatística e Nações Unidas. Um dos elementos mais reveladores é a humanização das entrevistas. Histórias de vida de homens e mulheres negras registram a luta diária contra o racismo e em favor da afirmação da identidade negra.

A estratégia de veiculação prevê a reprodução dos conteúdos em emissoras de televisão comunitárias, legislativas, culturais, educativas e universitárias para reprodução das reportagens em estados e municípios brasileiros. Todo o conteúdo também será postado no Youtube pelo Canal Integración (www.youtube.com/canalintegracion) para ampliar ainda mais as possibilidades de difusão e consumo da informação pela sociedade latino-americana e caribenha.

Arena global
A série “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI" será editada no formato documentário para livre negociação e exibição em redes de televisão dos setores privado e público. Uma versão em Inglês também pretende expandir o consumo da informação, a fim de que a mobilização dos afrodescendentes para a desagregação de dados por raça e etnia atravesse as fronteiras das Américas e entre na arena global e diaspórica.

A série foi produzida no período de 17 de novembro a 15 de dezembro de 2009, período em que a reportagem percorreu sete países: Uruguai, Paraguai, Bolívia, Equador, Panamá, Guatemala e Brasil. Juntamente com a pauta censo e afrodescendentes, o Canal Integración produziu reportagens para a série “Trabalho Doméstico, Trabalho Decente”, parceria com o UNIFEM Brasil e Cone Sul e redes de trabalhadoras domésticas do Brasil, Bolívia, Guatemala e Paraguai, que será exibida de 5 a 26 de fevereiro de 2009.

Pauta participativa e colaborativa
De setembro a novembro de 2009, o UNIFEM contribuiu para a etapa de pré-produção das séries, por meio de consultas sistemáticas pela via on line ao Grupo de Afrodescendentes e às redes de trabalhadoras domésticas. A pré-produção ocorreu país a país mediante o levantamento de dados sobre o censo e afrodescendentes de cada um dos quatro países, informações sobre o processo político, econômico e cultural da população negra em cada país, bem como de informações relacionadas à realidade do trabalho doméstico.

A produção das séries “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI" e “Trabalho Doméstico, Trabalho Decente” fazem parte da agenda estratégica do Programa Regional Gênero, Raça e Etnia de apoio às diretrizes do Plano de Ação de Durban, decorrente da III Conferência Mundial contra o Racismo, Discriminação Racial, Xenofobia e Intolerância Correlata. No âmbito do trabalho doméstico, a série também atende ao marco da 99ª Conferência Internacional do Trabalho, que acontece em julho deste ano.


EXIBIÇÕES DO PROGRAMA AMÉRICA DO SUL HOJE
 
VERSÃO PORTUGUÊS:
SEXTA – 20:30 (Estreia)
SABADO – 02:00 – 08:00 – 14:00 – 20:00
DOMINGO – 01:00 – 07:00 - 13:00 – 19:00

VERSÃO ESPANHOL:
SEXTA – 23:00
SÁBADO – 05:00 – 11:00 – 17:00
DOMINGO – 03:30 – 09:30 – 15:30 – 21:30
SEGUNDA – 04:00 – 10:00 – 16:00 – 22:00

TV SENADO (Clique ao lado para ver a cobertura por Estado: TV a Cabo, Parabólica, UHF, Internet, TV por Assinatura)
DOMINGO - 7:00

TV CÂMARA (Clique ao lado para ver a cobertura por Estado)
SEXTA - 22:30
DOMINGO - 11:00
SEGUNDA - 12:30

 TV NBR (Clique ao lado para ver cobertura por Estado:)
SEXTA - 22:00h
SÁBADO - 08:30 – 12:30 – 00:00
DOMINGO - 11:00 – 19:30
SEGUNDA – 08:30 - 16:30

 TV COMUNITÁRIA DE BELO HORIZONTE
(24 horas pela Internet, Canal 6 - Net e Canal 13 - Way)
SEGUNDA: 21:00

* HORÁRIO DE BRASÍLIA
  
UNIFEM Brasil e Cone Sul 
http://twitter.com/unifemconesul

Estudantes cotistas da UFBA em plena atividade - BA

O ano de 2009 foi bastante produtivo para os ex-bolsistas do Projeto de Incentivo à Permanência do CEAO/UFBA - exemplos disso foram a aprovação de Gabriel Pereira no Mestrado em História da UFBA e a iniciação  da carreira teatral de Ítalo Mazoni, estudante de Psicologia. Ítalo participará de um mini-festival de dramaturgia, resultado de uma oficina de dramaturgia do professor e dramaturgo Marcos Barbosa. Nessa oficina, foram produzidos quatro pequenos textos, que, por sua vez, tiveram como ponto de partida a coleção de fotos de Mário Cravo Neto sobre Exu.
Abaixo, temos o cartaz do Festival do qual Ítalo participará este mês. Estamos todos/as convidados/as.


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