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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Especialização gratuita em Relações Étnico-raciais e Educação - RJ

Prezadas e prezados,
 
Com muita satisfação, o Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (CEFET/RJ) publica o edital de seleção de candidatos à segunda turma do curso de pós-graduação lato sensu "RELAÇÕES ETNICORRACIAIS E EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA DE (RE)CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOCIAL.
 
O Edital pode ser encontrado no sítio do CEFET/RJ (http://www.cefet-rj.br/ ), na página da Diretoria de Pós-Graduação (http://dippg.cefet-rj.br/  ;    http://dippg.cefet-rj.br/index.php?option=com_content&view=article&id=94%3Acursospgls&catid=23%3Acolat&Itemid=70&lang=br ).
 
Lembramos que o curso é TOTALMENTE GRATUITO.
 
Por gentileza, ajudem-nos com a divulgação.
 
Seguem as informações que constam no Edital:

PROCESSO SELETIVO PARA PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU:
RELAÇÕES ETNICORRACIAIS E EDUCAÇÃO: UMA PROPOSTA
DE (RE)CONSTRUÇÃO DO IMAGINÁRIO SOCIAL
 
O Diretor-Geral do Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca –
CEFET/RJ, no uso de suas atribuições, torna público o presente Edital, contendo as normas
referentes ao processo seletivo para o Curso de Pós-graduação Lato SensuRelações Étnico-
Raciais e Educação: Uma Proposta de (Re)Construção do Imaginário Social, a ser
oferecido no CEFET/RJ – Avenida Maracanã, 229 – MARACANÃ – RIO DE JANEIRO
 
TÍTULO 1 – DO PROCESSO SELETIVO

1.1  O processo de seleção estará aberto para portadores de diploma de curso superior completo, das mais diversas áreas, reconhecido por órgão competente.
1.2 O processo seletivo compreenderá três etapas distintas:
A. Análise da validade dos documentos – de caráter eliminatório;
B. Análise do Curriculum Vitae comprovado – de caráter classificatório;
C. Prova escrita: Produção de texto argumentativo, de caráter classificatório.
Bibliografia básica para a prova escrita:
b) Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação das Relações Etnicorraciais e para o
Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
7D_AFRO-BRASILEIRA.pdf );
c) "Que negro é esse na cultura negra?". In: HALL, Stuart. Da diáspora – Identidades
e mediações culturais. BH: Editora UFMG, 2006. p. 317-330
1.3 O exame de seleção acontecerá no dia 04/03/2010, às 18h 30min, nas dependências do
CEFET/RJ, em sala(s) a ser(em) informada(s) no site da COLAT (Coordenadoria de Pós-
Graduação Lato Sensu), http://dippg.cefetrj.
br/index.php?option=com_content&view=article&id=68&Itemid=70&lang=br, após o
dia 01/03/2010 ou na Secretaria da DIPPG, exclusivamente no dia do exame.
1.4 O exame terá duração máxima de 2h (duas horas).
1.5 O candidato deverá apresentar-se no local da prova às 18h, munido do seu Cartão de
Inscrição e documento de identidade.
1.6 Após o início do exame de seleção não será permitida a entrada de nenhum candidato ao
local em que o mesmo será realizado.
1.7 O candidato só terá acesso ao(s) tema(s) a ser(em) desenvolvido(s) no momento da
produção do texto.
1.8 Não será permitido consultar nenhum tipo de material no momento do exame.
1.9 A seleção dos candidatos será realizada por uma Banca Examinadora, especialmente
designada para tal fim e constituída de servidores pertencentes ao quadro permanente de
docentes do CEFET/RJ e/ou profissionais que atuarão no curso proposto.
1.10 A análise do Curriculum Vitae e do texto argumentativo será realizada,
respectivamente, com base nos documentos apresentados, comprovados, e na capacidade de
produção de texto expressa pelo candidato. A avaliação dos candidatos obedecerá a critérios
que constam no Anexo 1 deste edital.
1.11 Não será permitida a permanência de crianças no espaço em que a prova escrita será
aplicada. A candidata que tiver necessidade de amamentar durante a realização das provas
deverá levar acompanhante que ficará em sala reservada para essa finalidade e será
responsável pela guarda da criança. A candidata que não levar acompanhante não realizará
as provas.
 
 
 
 
TÍTULO 2 – DAS VAGAS OFERECIDAS
 
2.1 Serão oferecidas 35(trinta e cinco) vagas.
2.2 O preenchimento das vagas do curso obedecerá rigorosamente à classificação final, até se
completar o número total das vagas oferecidas.
2.3 O CEFET/RJ se reserva o direito de não preencher todas as vagas previstas neste edital.
 
TÍTULO 3 – DAS INSCRIÇÕES
 
3.1 As inscrições serão realizadas na secretaria da DIPPG/CEFET/RJ, no período de 01/02/2010
a 11/02/2010, de segunda-feira a sexta-feira, na primeira semana, e de segunda-feira a quintafeira,
na segunda semana, entre 8h e 16h. Avenida Maracanã, 229 – Bloco E-506 – Telefones
(021) 2566-3179 (Secretaria da Pós-Graduação).
3.2 No ato da inscrição, o candidato (ou seu representante legal) deverá apresentar:
• Ficha de inscrição devidamente preenchida, a ser obtida no endereço eletrônico
• Original e cópia da carteira de identidade;
• Original e cópia do CPF;
• Original e cópia do título de eleitor e comprovantes de votação na última eleição;
• Duas fotos de tamanho 3x4, recentes, em bom estado, não digitalizadas;
• Original e cópia do diploma de graduação (frente e verso) ou, em caráter provisório, da
declaração de conclusão do curso, se o diploma ainda estiver em processo de expedição
(no caso de apresentação de declaração, a cópia deverá, obrigatoriamente, ser
autenticada em cartório);
• Original e cópia do histórico escolar do curso de graduação;
• Curriculum Vitae, com cópias de documentos comprobatórios da formação e/ou
experiência anexados, elaborado de acordo com o modelo a ser obtido no endereço
eletrônico http://www.cefet-rj.br; (documentos comprobatórios de Títulos, Atividades
de Magistério, Atividades Profissionais não Docentes e Produção acadêmica
relacionada à área do Concurso deverão ser entregues em envelope separado em que
conste claramente o nome do candidato. Os documentos comprobatórios devem ser
dispostos na mesma ordem em que aparecem no Curriculum Vitae).
 
TÍTULO 4 - DAS INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
 
4.1 Os candidatos não selecionados deverão retirar seus documentos no mesmo lugar onde
efetuaram a inscrição, no prazo máximo de 60 (sessenta) dias, contados a partir da divulgação
dos resultados. Após este prazo, o CEFET/RJ não mais se responsabiliza pelos documentos
entregues.
4.2 A lista de classificados será divulgada pela internet, em http://www.cefet-rj.brno dia 08 de
março de 2010. Nesta mesma data, iniciam-se as matrículas para o curso. As matrículas serão
realizadas na secretaria da DIPPG, entre os dias 08/03/2010 e 12/03/2010, entre 8h e 16h.
4.3 Caso haja algum tipo de problema técnico ou imprevisto, o resultado será afixado na
secretaria de pós-graduação do CEFET/RJ.
4.4 Resultados e informações NÃO serão fornecidos por telefone. Todas as informações
inerentes à matrícula serão oferecidas no dia 08/03/2010 no sítio do CEFET/RJ ou na Secretaria
da DIPPG.
4.5 Serão considerados desistentes os candidatos classificados que não efetivarem a matrícula
no prazo estabelecido e, para ocuparem suas vagas, serão convocados os candidatos
imediatamente subsequentes da lista de classificados.
 
TÍTULO 5 – DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
 
5.1 A inscrição do candidato implica conhecimento e aceitação das normas e condições
estabelecidas neste Edital e em seus anexos, não sendo aceita alegação de
desconhecimento.
5.2 O exame de seleção só terá validade para o curso que será iniciado em 2010.
5.3 Os casos omissos neste Edital serão resolvidos pelo Diretor-Geral do CEFET/RJ,
ouvida a Comissão de Seleção.
 
Rio de Janeiro, 19 de janeiro de 2010
 
Miguel Badenes Prades Filho
Diretor-Geral do CEFET/RJ

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Seminário: “A cultura HIP HOP – Políticas públicas para a juventude e produção cultural - BA


(Clique na imagem para ampliá-la)

Nesta sexta-feira 22 de janeiro de 2010
Local: Forte de Santo Antonio Além de Carmo – forte da Capoeira
14h - “Políticas públicas e o universo hip hop”
Palestrante: Márcia Guena (Jornalista, mestre em América Latina, pesquisadora de temas ligados ao ativismo negro e fundadora do Jornal do Beiru)
15h - “Produção cultural em Salvador”
Palestrante: Nelson Maca, professor do curso de Letras da UCSal, coordenador do coletivo Blackitude
16h – Experiências da Rapaziada da Baixa Fria e os elementos do hip hop
Participação dos grupos Independente de Rua, Opanijé, Os Agentes; os grafiteiros Zezé e Marcos Costa; o MC Markão II, do grupo paulista DMN, e DJ Q.A.P.

Debate "O Levante Malê e os reflexos na conjuntura atual" - BA


 (Clique na imagem para ampliá-la)

Debatedores:
Ubiratan Castro de Araújo
Gilberto Leal
Yedo Ferreira
SheiK Ahmad

Dia: 25/01/2010, segunda-feira
Horário: 17:30
Local: CEAO

Workshop sobre elaboração de projetos culturais - BA

A Fundação Pedro Calmon capacita interessados em  participar dos editais de Literatura, Leitura, Cultura Negra e LGBT
 
A Secretaria de Cultura através da Fundação Pedro Calmon (FPC) promove, no dia 26 (terça-feira), das 8:30h às 11h, Workshop sobre elaboração de projetos culturais para os Editais da FPC, no auditório da Biblioteca Pública do Estado da Bahia, nos Barris. Para participar, os interessados devem fazer a inscrição preferencialmente através do telefone (71) 3116-6844, ou enviando e-mail para editais.fpc@fpc.ba.gov.br,  informando nome completo, e-mail, telefone e edital de interesse.
A oficina pretende capacitar escritores, artistas, produtores, gestores culturais e demais interessados na elaboração dos editais da área de Literatura e Leitura, que são: Apoio a edição de livros de literatura de autores baianos; apoio a edição de coleção de livros de autores baianos; apoio a criação literária e de incentivo a leitura. Estes Editais estão com inscrições abertas até o dia 18 de fevereiro. Já para os da área de Culturas Identitárias: cultura negra e culturas LGBT, o prazo para inscrição vai até o dia 8 de fevereiro.
A FPC disponibiliza um link com as perguntas mais freqüentes para tirar as dúvidas sobre os editais, além de informações que podem ser obtidas na própria sede, por telefone ou e-mail. O workshop é mais um canal de comunicação criado para facilitar a participação do público interessado nos editais. “Vamos explicar o preenchimento dos formulários do inicio ao fim e mostrar quais são os principais motivos que inabilita o projeto”, diz Iramaia Rosa, coordenadora da área de editais da Fundação Pedro Calmon. Rosa adianta que, dentre as principais causas que prejudicam os participantes podendo resultar em eliminação, estão: modificar os formulários originais, não entregar todos os documentos solicitados, preencher incorretamente o Orçamento Físico-Financeiro e passar de 20% o custo com divulgação.
Os editais, com o regulamento e os respectivos formulários para inscrição dos projetos, bem como as instruções para preenchimento e o modelo de relatório para prestação de contas, estão disponíveis no site www.fpc.ba.gov.br
 
Serviço
O que: Workshop sobre elaboração de projetos culturais – Editais da FPC
Quando: Dia 26 de janeiro (terça-feira), das 8h30 às 11h
Onde: Biblioteca Pública do Estado da Bahia. (Rua General Labatut, nº 27, Barris, 3º andar,  Salvador-Bahia)
 
Mais informações:
ASCOM Fundação Pedro Calmon:  (71) 3116-6918/6919
 

Haiti, que ajuda?

OMAR RIBEIRO THOMAZ
OTÁVIO CALEGARI JORGE
ESPECIAL PARA A FOLHA, EM PORTO PRÍNCIPE


O TERREMOTO no Haiti, que afetou de forma particularmente arrasadora sua capital, foi há cerca de uma semana. O pouco de um Estado já frágil foi destruído, a missão das Nações Unidas foi incapaz de ir além de resgatar seus próprios mortos e feridos, a ajuda internacional tarda, e o que vemos são haitianos ajudando haitianos.
Entre quarta-feira e sábado, caminhar pelas ruas do centro de Porto Príncipe e de Pétionville era observar o civismo dos haitianos que, muitas vezes, e como nós, sem entender claramente o que havia acontecido, procuravam cuidar dos feridos, resgatar aqueles que ainda estavam vivos sob os escombros, e dispor de seus mortos. O que vimos foi, de um lado, solidariedade, de outro a ausência quase que total e absoluta das forças da ONU e da ajuda internacional.
Por quê? Afinal, a Minustah não estava no Haiti há cerca de seis anos e não dizia estar agindo no sentido de estabilizar o país e reconstruir o Estado haitiano? Quando nos perguntávamos do porquê da demora de disponibilizar comida e remédios já no aeroporto de Porto Príncipe para as centenas de milhares de pessoas que se aglomeravam nos campos de refugiados improvisados por todos os lados, a resposta era que não existiam canais locais capazes de serem mobilizados para a tarefa.
Homens e mulheres que tinham vindo para ajudar, e as coisas que traziam, se aglomeravam num aeroporto controlado por forças militares americanas, como se de uma operação de guerra se tratasse.
Após seis anos no Haiti, aqueles que diziam que estavam ali para reconstruir o país, não tinham entendido nada, ou muito pouca coisa. Quando fomos às praças e campos de futebol transformados em campos de refugiados, eram as "dame sara", mulheres que controlam as redes comerciais existentes no país, que garantiam o acesso dos haitianos a produtos; eram aquelas que cozinham na rua, "chein jambe", que ofereciam galinha, espaguete, arroz, feijão e verduras aos haitianos e haitianas aglomerados; eram caminhões pertencentes a empresários locais que distribuíam água potável. Haitianos ajudando haitianos.
Por que não aproveitar esta energia e estas redes existentes para fazer chegar a ajuda? Por desconhecimento, talvez, ou talvez por duvidar de sua eficácia, ou da possibilidade de uma vítima ser mais do que uma vítima passiva à espera de ajuda.
O desconhecimento, no entanto, é duvidável. Em nossa visita ao batalhão brasileiro da Minustah, horas antes do terremoto, pudemos ver na apresentação do coronel João Bernardes um extremo conhecimento do funcionamento da sociedade haitiana. Infelizmente, a falta de ajuda parece estar mais ligada às disputas internacionais pelo controle do futuro do povo haitiano do que à emergência da situação.
Sim, os haitianos são vítimas, mas estão longe da passividade: pra cima e pra baixo, entre as "dame sara" e o "chein jambe", vimos jovens escoteiros removendo entulho, jovens pedido ajuda com alto-falantes, médicos haitianos dando atendimento aos feridos nas ruas, freira haitianas prestando os primeiros socorros quando possível. Paralelamente, o aparato da Minustah, cerca de 5.500 militares de diferentes nacionalidades, ou estava parado, ou mobilizado na atenção dos próprios quadros da ONU.
Os haitianos ajudam haitianos, a ONU ajuda a ONU.

Culpas internacionais
Duas reações foram recorrentes nos dias que se seguiram aos terremotos. Uma, talvez a mais primária, era a de responsabilizar a natureza. A outra, a de responsabilizar os próprios haitianos pelo caos que sucedeu ao cataclismo. Afinal, foram incapazes de construir um Estado e, por isso, são incapazes de reagir.
Ambas as reações são perversas. Não estamos só diante de um cataclismo natural, mas também de uma catástrofe social. E o desmantelamento do Estado haitiano não é responsabilidade exclusiva dos haitianos, muito pelo contrário. País com pouca margem de manobra no contexto caribenho ao longo das décadas de Guerra Fria, viu as grandes potências apoiarem uma ditadura regressiva e particularmente violenta; concomitantemente, e especialmente a partir do fim dos anos 1970 e ao longo dos anos 1980, o Haiti, como tantos outros países, foi vítima de profissionais engravatados que aplicavam a mesma receita em qualquer lugar: desregulamentação, estado mínimo, livre comércio.
Foram as pressões do FMI e do Banco Mundial que obrigaram o Haiti a desproteger a produção de arroz no início dos anos 1980. O Haiti era, até então, autossuficiente em arroz.
Em pouco tempo não só se viu obrigado a importar este produto, como massas de camponeses foram expulsas do campo para a capital do país, aglomerando-se em habitações precárias, as mesmas que foram abaixo com o terremoto. Tal como ocorreu com o arroz, o cimento também foi afetado. Antes era produzido no país, e desde finais de 1980 foi importado dos EUA, o que obrigou os haitianos a fazerem uso de tijolos pobremente produzidos com areia. Tais tijolos são frágeis e acabam afetando a própria condição das construções. E podemos seguir adiante para demonstrar que o desmantelamento do Estado haitiano foi obra da "comunidade internacional".
Somente uma crítica sistemática ao próprio caráter da ajuda internacional nas últimas décadas poderá ajudar o Haiti a sair de um atoleiro que não foi construído apenas por ele. O que pudemos observar, além da passividade da própria comunidade internacional, capaz de mobilizar mundos e fundos, mas incapaz de conversar com as "dame sara" para imaginar uma saída criativa para a distribuição da ajuda, foi um movimento mais do que preocupante.
Milhares de soldados americanos ocupam, mais uma vez, o país, como se houvesse uma situação de guerra civil, e o Brasil, já imerso há seis anos em toda essa lama, entra no circo das potências que querem "ajudar" o Haiti.
Sem termos presente o fato de que o Haiti é um país soberano, e que os haitianos não são vítimas passivas de catástrofes naturais, dificilmente sairemos do circulo de pobreza e miséria criada pela própria "comunidade internacional", no qual o Brasil ocupa um trágico lugar central.

OMAR RIBEIRO THOMAZ, 44, é professor de antropologia da Unicamp; OTÁVIO CALEGARI JORGE , 21, é estudante de ciências sociais na mesma universidade.

CUFA entra com Ação Pública contra o consul do Haiti

 A CUFA - Central Única das Favelas vem tornar público que entrou com uma representação junto ao Ministério Público de São Paulo solicitando instalação de inquérito por conta das declarações proferidas, em rede nacional  pelo Srº Gerge Samuel Antoine, cônsul geral do Haiti em são Paulo. Nesta mesma data  informamos que estamos  apresentando noticia crime nos seguintes órgãos: Embaixada  do Haiti - Ministério da Justiça - Ministério de Relações Exteriores - Seppir  - Secretaria Especial de Politicas de promoção para Igualdade racial -   Direitos Humanos - Secretaria Nacional de Segurança - Presidência da Republica - Casa civil.


Segue  documento e moção de repúdio.


São Paulo , 20 de janeiro de 2010.


                                                                                                                        EXMO. SR. PROMOTOR DE JUSTIÇA DO MINISTÉRIO PUBLICO DO ESTADO DO RIO DE SÃO  PAULO 

Central Única das Favelas- CUFA DO BRASIL, inscrita, vem apresentar notícia-crime contra Gerge Samuel Antoine, cônsul geral do Haiti em São Paulo, esperando sejam averiguados os fatos a seguir narrados e, eventualmente, instaurada a competente ação penal pública incondicionada.
O cônsul do Haiti em São Paulo, Gerge Samuel Antoine, apareceu em reportagem exibida na noite da última quarta-feira, dia 13 de janeiro, no programa de televisão "SBT Brasil", exibido em rede nacional, dizendo que o recente terremoto que atingiu o Haiti, causando imensa destruição e morte de milhares de pessoas, estaria "sendo bom" para seu trabalho e que a tragédia poderia ter ocorrido por causa da religião praticada por boa parte dos haitianos, descendentes de africanos, os quais são qualificados como amaldiçoados.
Nos termos do vídeo que acompanha esta notícia-crime, o cônsul afirmou: "A desgraça de lá está sendo uma boa pra gente aqui, fica conhecido. Acho que de, tanto mexer com macumba, não sei o que é aquilo... O africano em si tem maldição. Todo lugar que tem africano lá tá fudido."            http://audienciadatv.wordpress.com/2010/01/15/video-jornalismo-do-sbt-denuncia-consul-haitiano-preconceituoso/

Diante disso, a CUFA - Central Única das Favelas, entidade representativa em todo território nacional e com bases internacionais, considerando 1) a eventual prática de crimes de preconceito racial e religioso, tipificados no artigo 20, da Lei 7.716, de 05 de janeiro de 1989; 2) considerando ainda que a ocupação de cargo de cônsul honorário não gera imunidade diplomática; e 3) considerando que a prática do eventual crime teria se dado em rede nacional de televisão;  vem requerer a instauração de inquérito para averiguação dos fatos narrados e, eventualmente constatada a prática de crime, instauração da competente ação penal pública incondicionada.
São Paulo , 20 de janeiro de 2010.
Central Única das Favelas do Brasil  - CUFA
       KALINE  LIMA    - PB  - vice – presidente
  PRETO ZEZE -  CE – articulador nacional
          DINORA RODRIGUES  -   RS -  conselheira
MV BILL   - RJ -  presidente de Honra
              KARINA SANTIAGO   - MT -  Direção Nacional
       NEGA GIZZA  -  Coordenação Rio de Janeiro
ANNA SABBAGG -  Coordenação -  SP
DANILO BITECOURT - BA Presidente Nacional da CUFA

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Prêmio Expressões Culturais Afrobrasileiras



Sobre o Projeto

O Prêmio Expressões Culturais Afrobrasileiras foi concebido em 2006, após o II Fórum Nacional de Performance Negra, realizado no Teatro Vila Velha, em Salvador, cujo destaque principal de temas debatidos girou em torno da falta de elaboração de editais públicos e das linhas de financiamentos, direcionadas exclusivamente para o desenvolvimento de artistas, grupos e companhias que trabalhem com a produção artística de estética negra, a fim de valorizar a cultura afrodescendente e suas manifestações contemporâneas, potencializando tanto as ações de grupos já estabelecidos no Brasil, quanto as dos grupos emergentes.


Nesta primeira edição serão contemplados três segmentos:
· Teatro
· Dança
· Artes Visuais
 
O Prêmio é realizado pelo CADON - Centro de Apoio ao Desenvolvimento Osvaldo dos Santos Neves, em conjunto com a Fundação Cultural Palmares – FCP e patrocínio da Petrobras.

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Fundação Cultural Palmares / MinC
Representação Regional do Rio de Janeiro
R. da Impresa 16, sala 716 - Centro
Rio de Janeiro - RJ  CEP:20030-120
Tel: (21) 2220-3340
www.palmares.gov.br

Os pecados do Haiti (Eduardo Galeano)

Publicado em 15 de Janeiro de 2010 por Eduardo Galeano
(tradução livre de Antonio Folquito Verona)

            A democracia haitiana nasceu há muito pouco. No seu breve tempo de vida, esta criatura faminta e enferma não recebeu nada, além de bofetadas. Estava ainda recém nascida, nos dias de festa de 1991, quando foi assassinada pela quartelada do general Raul Cedras. Três anos mais tarde, ressuscitou. Depois de terem colocado e retirado tantos ditadores militares, os Estados Unidos pegaram e impuseram o presidente Jean-Bertrand Aristide, que havia sido o primeiro governante eleito por voto popular em toda a história do Haiti e que havia tido a louca aspiração de querer um país menos injusto.

O voto e o veto

            Para apagar as nódoas da participação norte-americana na ditadura carniceira do general Cedras, os infantes de marinha levaram 160 mil páginas dos arquivos secretos. Aristide regressou acorrentado. Deram-lhe permissão para retomar o governo, mas o proibiram exercer o poder. Seu sucessor, René Préval, obteve quase 90 por cento dos votos, porém mais poder que Préval tem qualquer burocrata de quarta categoria do Fundo Monetário ou do Banco Mundial, ainda que o povo haitiano não o tenha sequer eleito com um voto apenas.

            Mais que o voto, pode o veto. Veto às reformas: cada vez que Préval, ou algum de seus ministros, pede créditos internacionais para dar pão aos famintos, instrução aos analfabetos o terra aos camponeses, não recebe resposta, ou o contradizem ordenando-lhe: - Faça a lição! E como o governo haitiano nunca aprende que deve desmantelar os poucos serviços públicos que ainda permanecem, últimos pobres amparos para um dos povos mais desamparados do mundo, os professores acabam sempre por reprová-lo.

O álibi demográfico

            No final do ano passado quatro deputados alemães visitaram o Haiti. Assim que chegaram, a miséria do povo os atingiu frontalmente. Então o embaixador de Alemanha lhes explicou, em Porto Príncipe, qual é o problema: - Este é um país demasiadamente povoado - disse-. A mulher haitiana sempre quer e o homem haitiano sempre pode.

            E riu. Os deputados se calaram. Essa noite, um deles, Winfried Wolf, consultou as cifras. E comprovou que o Haiti é, com El Salvador, o país mais superpovoado das Américas, tanto quanto a Alemanha: tem quase a mesma quantidade de habitantes por quilometro quadrado. Em sua passagem pelo Haiti, o deputado Wolf não apenas foi atingido pela miséria: também ficou deslumbrado pela capacidade de expressar a beleza dos pintores populares. E chegou à conclusão de que o Haiti está superpovoado… de artistas.
Na realidade, o álibi demográfico é mais o menos recente. Até a alguns anos, as potências ocidentais falaram bem mais claro.

A tradição racista

            Os Estados Unidos invadiram o Haiti em 1915 e governaram o país até 1934. Retiraram-se quando alcançaram seus dois objetivos: cobrar as dívidas do City Bank e revogar o artigo constitucional que proibia a venda de terras aos estrangeiros. Robert Lansing, então secretário de Estado, justificou a prolongada e feroz ocupação militar explicando que a raça negra é incapaz de se governar por si mesma, que possui “uma tendência inerente à vida selvagem e uma incapacidade física de civilização”. Uno dos responsáveis pela invasão, William Philips, havia elaborado anteriormente a sagaz idéia: “Esse é um povo inferior, incapaz de conservar a civilização que tinham deixado os franceses”.

            O Haiti havia sido a pérola da corona, a colônia mais rica da França: uma grande plantação de açúcar, com força de trabalho escrava. No espírito das leis, Montesquieu o havia explicado sem travas na língua: “O açúcar seria demasiado caro se não trabalhassem os escravos para sua produção. Esses escravos são negros desde os pés até a cabeça e têm o nariz tão esmagado que é quase impossível ter deles alguma pena. Resulta impensável que Deus, que é um ser muito sábio, tenha posto uma alma e sobretudo uma alma boa num corpo inteiramente negro”.

            Em troca, Deus havia colocado um chicote na mão do feitor. Os escravos não se distinguiam por sua vontade de trabalho. Os negros eram escravos por natureza e vadios também por natureza; e a natureza, cúmplice da ordem social, era obra de Deus: o escravo devia servir ao amo e o amo devia castigar o escravo, que não mostrasse o menor entusiasmo na hora de cumprir com o desígnio divino. Karl von Linneo, contemporâneo de Montesquieu, havia retratado o negro com precisão científica: “Vagabundo, desocupado, negligente, indolente e de costumes dissolutos”. Mais generosamente, outro contemporâneo, David Hume, havia comprovado que o negro “pode desenvolver certas habilidades humanas, como o papagaio que fala algumas palavras”.

A humilhação imperdoável

            Em 1803, os negros do Haiti ocasionaram uma tremenda derrota às tropas de Napoleão Bonaparte e Europa não perdoou jamais essa humilhação infligida à raça branca. O Haiti foi o primeiro país livre das Américas. Os Estados Unidos haviam conquistado antes sua própria independência, porém conservava ainda meio milhão de escravos trabalhando nas plantações de algodão e de tabaco. Jefferson, que era senhor de escravos, dizia que todos os homens são iguais, mas também dizia que os negros foram, são e serão inferiores.

            A bandeira dos livres se içou sobre as ruínas. A terra haitiana havia sido devastada pele monocultura do açúcar e arrasada pelas calamidades da guerra contra a França. Uma terça parte da população havia caído em combate. Então, começou o bloqueio. A nação recém nascida foi condenada à solidão. Ninguém comprava dela, ninguém lhe vendia, ninguém a reconhecia.

O delito da dignidade

            Nem mesmo Simão Bolívar, que soube ser tão valente, teve a coragem de assinar o reconhecimento diplomático do país negro. Bolívar poderia ter reiniciado sua luta pela independência americana, quando já havia derrotado a Espanha, graças ao apoio do Haiti. O governo haitiano lhe havia entregado sete navios, muitas armas e soldados, com a única condição que Bolívar libertasse os escravos, uma idéia que ao Libertador não lhe passava pela cabeça. Bolívar cumpriu com esse compromisso, porém depois de sua vitória, quando já governava a Grande Colômbia, deu as costas ao país que o havia salvado. E quando convocou as nações americanas para a reunião do Panamá, não convidou o Haiti, mas sim a Inglaterra.

            Os Estados Unidos reconheceram o Haiti depois de sessenta anos do final da guerra de independência, enquanto Etienne Serres, um gênio francês da anatomia, descobria em Paris que os negros são primitivos porque possuem pouca distância entre o umbigo e o pênis. Naquele instante, o Haiti já estava nas mãos de carniceiras ditaduras militares, que destinavam os famélicos recursos do país para pagar a dívida com ex-metrópole: a Europa havia imposto ao Haiti a obrigação de pagar à Francia una indenização gigantesca, como modo de ver-se perdoado por ter cometido o delito da dignidade.

            A história do assédio contra o Haiti, que em nossos dias tem dimensões de tragédia, é também una história do racismo na civilização ocidental.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Fundo Brasil de Direitos Humanos apoiará projetos de combate à discrminação e à violência institucional

O Fundo Brasil de Direitos Humanos disponibiliza recursos para projetos de organizações da sociedade civil e de indivíduos em todo o país, buscando acolher a diversidade regional e beneficiar preferencialmente aqueles com menor acesso às fontes tradicionais de financiamento.

A escolha dos projetos obedece a processo de seleção anual, que se inicia com a divulgação de edital contendo os critérios específicos e os prazos para envio de projetos.

O edital 2010 privilegia iniciativas na área do combate à discriminação e à violência institucional, esta última entendida como "qualquer forma de violação a direitos humanos promovida por instituições oficiais, suas delegações ou empresas."

Veja o Edital do ano de 2010

sábado, 16 de janeiro de 2010

Ato interreligioso "Tributo ao Dia Nacional de Combate à Intolerância Religiosa" - SP



O  Fórum  Inter-Religioso  para uma Cultura de Paz e Liberdade de Crença,  instituído  na  Secretaria  de  Justiça e Defesa da Cidadania, através da Resolução   SJDC   nº   230/2006,   CONVIDA  para articiparem  do  'Ato Inter-religioso  -  Tributo  ao  Dia  Nacional  de Combate à Intolerância  Religiosa',  no  próximo dia 21 de Janeiro, às 10H00, no Auditório Espaço da Cidadania André Franco Montoro, Patéo do Colégio, 184, Térreo - Centro- São Paulo/ SP

A sua presença é muito importante para nós!!!
Compareça!!!! Participe!!!!! Divulgue!!!!
Contra Todas as Formas de Intolerância!!!!

Maiores Informações: Fone (11) 3291.2622 –

Email: politicapopnegraindigena@justica.sp.gov.br

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Edital da Procuradoria da República do Rio de Janeiro prevê vaga para estagiário afrodescendente

Abaixo a clausúla do edital e o link no site da Procuradoria da República no estado do Rio de Janeiro. .................................................................................................................................................................. "Art. 6º . Serão reservadas aos afro-descendentes o percentual de 5% (cinco por cento) das vagas que venham a ser oferecidas, desde que aprovada em todas as etapas do presente e assim o declare no momento da inscrição, identificando-se como de cor preta ou parda, da raça etnia negra. § 1º . No prazo de 5 dias úteis, contados da divulgação dos resultados de aprovação, o candidato afro-descendente será convocado para submeter-se à perícia para verificação dos traços fenotípicos que o caracterizam na sociedade como pertencente ao grupo racial negro, com banca a ser designada por esta Coordenação, que decidirá se o candidato atende os requisitos; MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL 5 PROCURADORIA DA REPÚBLICA NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO § 2º . Detectada a falsidade na declaração a que se refere o item anterior sujeitar-se á o candidato a eliminação da reserva de vagas do presente Exame de Seleção,sendo classificado, segundo a ordem geral, à totalidade das vagas."
 
Fonte: http://humbertoadami.blogspot.com/2010/01/art.html 

Panamá é o tema do segundo episódio da série “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI”


País é marcado pela diversidade étnica, mas as marcas do racismo são visíveis em todas as camadas da sociedade. Reportagem será exibida na sexta-feira no Canal Integración para 14 países das Américas
 
 
Nesta sexta-feira, (15/01), o Canal Integración exibe a segunda reportagem da série “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI". Desta vez, o país retratado é o Panamá através do dia-a-dia da população negra e os desafios para a inclusão social. O país é marcado pela diversidade étnica, mas as marcas do racismo são visíveis em todas as camadas da sociedade.

A população de baixa renda é composta majoritariamente pelos afro-panhamenhos, que têm condições educacionais insuficientes, precárias condições de trabalho e baixas remunerações. Dos países visitados pela reportagem do Canal Integración, o Panamá é o que apresenta mais defasagem nos dados censitários. Os últimos censos realizados no Panamá não dispõem de dados sobre a população negra do país. Para o levantamento desde ano, o país estabeleceu uma equipe técnica para organizar a campanha de auto-reconhecimento. Segundo especialistas, a falta de dados atualizados sobre a população negra fragiliza as políticas de superação de racismo e melhoria das condições de vida dos afro-panamenhos.

O episódio da próxima sexta-feira, (15/1), faz parte da série de quatro reportagens “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI” em Português e Espanhol, exibidas entre os dias 08 e 29 de janeiro de 2010 pelo Canal Integración no sistema público de televisão brasileiro – NBr, TV Brasil, TV Câmara e TV Senado e disponibilizado para uma rede de emissoras associadas de televisões públicas e privadas de 14 países americanos: Argentina, Brasil,Chile, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Equador, Estados Unidos, Guatemala, Honduras, México, Peru, Uruguai e Venezuela. Idealizada pelo Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas Censos de 2010, em junho de 2009, a série de reportagens atende o objetivo de informar a população das Américas sobre a rodada dos censos 2010-2012. A série apresenta as condições de vida das populações negras do Brasil, Equador, Panamá e Uruguai, a resistência negra ao longo dos tempos e um panorama das políticas públicas de enfrentamento ao racismo. Durante a reportagem nos países, a repórter Mariana Abreu publicou no blog Afrocensos suas impressões sobre o cotidiano da população negra.

Estreia - Uruguai
No último dia 8/1, a estreia da série revelou a realidade dos afro-uruguaios no mercado de trabalho, as políticas públicas de combate ao racismo e a expectativa em torno do censo deste ano. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística e Censo Uruguai, o país tem uma 3.334,052 habitantes. Destes, 9,1% se autodefinem afrodescendentes.  Segundo o PNUD (Programa das Nações Unidas Para o Desenvolvimento), a população negra se concentra em zonas consideradas com baixo índice de desenvolvimento econômico e humano. Cerca de 50% dos negros se encontram abaixo da linha da pobreza, sendo 5% em condições de extrema pobreza. Assista ao vídeo no Canal do UNIFEM Brasil no site You Tube.

A série “As Américas têm cor: Afrodescendentes nos Censos do Século XXI" é resultado da parceria entre Canal Integración/Empresa Brasil de Comunicação, Grupo de Trabalho Afrodescendentes das Américas Censos de 2010 e UNIFEM Brasil e Cone Sul, por meio do Programa Regional de Gênero, Raça e Etnia desenvolvido no Brasil, Bolívia, Guatemala e Paraguai.

EXIBIÇÕES DO PROGRAMA AMÉRICA DO SUL HOJE
 
VERSÃO PORTUGUÊS:
SEXTA – 20:30 (Estreia)
SABADO – 02:00 – 08:00 – 14:00 – 20:00
DOMINGO – 01:00 – 07:00 - 13:00 – 19:00
VERSÃO ESPANHOL:
SEXTA – 23:00
SÁBADO – 05:00 – 11:00 – 17:00
DOMINGO – 03:30 – 09:30 – 15:30 – 21:30
SEGUNDA – 04:00 – 10:00 – 16:00 – 22:00

TV SENADO (Clique ao lado para ver a cobertura por Estado: TV a Cabo, Parabólica, UHF, Internet, TV por Assinatura)
DOMINGO - 7:00

TV CÂMARA (Clique ao lado para ver a cobertura por Estado)
SEXTA - 22:30
DOMINGO - 11:00
SEGUNDA - 12:30

TV NBR (Clique ao lado para ver cobertura por Estado:)
SEXTA - 22:00h
SÁBADO - 08:30 – 12:30 – 00:00
DOMINGO - 11:00 – 19:30
SEGUNDA – 08:30 - 16:30

 TV COMUNITÁRIA DE BELO HORIZONTE
(24 horas pela Internet, Canal 6 - Net e Canal 13 - Way)
SEGUNDA: 21:00
* HORÁRIO DE BRASÍLIA


Contatos Assessoria de Comunicação Nações Unidas/UNIFEM
Isabel Clavelin – Assessora de Comunicação
(61) 3038.9287 / (61) 8175.6315

Mara Silva – Assessora de Comunicação Jr
(61) 3038.9287 / 9296.9522
  
UNIFEM Brasil e Cone Sul 
http://twitter.com/unifemconesul

SOLIDARIEDADE AO POVO DO HAITI: Chamamento ao Movimento Social Negro do Brasil e à Sociedade Civil brasileira em Geral

Na última terça, 12 de janeiro, a República do Haiti - o mais africano dos países da chamada América Latina -, sofreu uma tragédia sem precedentes: um terremoto que atingiu grau sete na escala Richter, o mais forte em 200 anos, pulverizou a sua capital, Port-au-Prince, de três milhões de habitantes (equivalente a população de Salvador, Bahia). O sismo destruiu grande parte da precária estrutura da mais pobre nação do continente, além de sua frágil economia.

Os números da tragédia assustam. Segundo Ban Ki-moon, secretário geral da ONU, “cerca de um terço” da população do Haiti – pais com nove milhões de habitantes – “foi afetado pelo desastre”. Mas, as vítimas da tragédia - que já contabiliza mais de 100 mil mortos - podem ir “muito além dessa cifra”, indicou ontem o presidente do Haiti, René Préval. Informações da agência CNN chegam a apontar cerca de meio milhão de óbitos.

Comitês de solidariedade estão sendo formados em várias partes do mundo, em especial, nas regiões de maior concentração de afrodescendentes, pois a nação haitiana é a que mais representa a luta contra a opressão racial no mundo, tendo sido a primeira república fundada por ex-escravos, em 1804, após una intensa contenda militar de quinze anos. É necessário, portanto, que o movimento negro brasileiro e demais organizações da sociedade civil mobilize-se em solidariedade às vítimas naquele país.

Esse é o momento de manifestarmos nossa real solidariedade pan-africana e agirmos no sentido de ajudar a nação que ousou desafiar o poder colonial europeu e pagar, até hoje, um alto preço por aquele fato revolucionário e humanista inédito. Foram negros, em situação de escravidão, que com a força dos ancestrais, deixaram uma mensagem de luta para toda a diáspora. Neste momento milhares de haitianos estão desabrigados e, segundo a imprensa internacional, a ajuda humanitária chega à conta gotas.

Precisamos deixar nossas divergências políticas de lado por um instante e criar instâncias de discussão e, sobretudo ação, para reparar os danos.

Convocamos, portanto, todas as organizações e indivíduos que queiram ajudar o povo haitiano à identificar e executar estratégias de solidariedade aos nossos irmãos e irmãs. O Brasil, maior nação negra do hemisfério, em números absolutos, precisa assumir a responsabilidade histórica de lutar pela verdadeira reconstrução haitiana, sobretudo, quando os holofotes da mídia não tiverem mais direcionados à tragédia no Haiti.

A Missão de Estabilização das Nações Unidas no Haiti (Minustah, na sigla em francês), coordenada pelo governo brasileiro, tem sido criticada por observadores internacionais por sua inoperância e por parte da população haitiana que a consideram uma intervenção sub-imperialista.

É preciso, portanto, que pressionemos o Governo Federal que, desde 2004, mantém tropas no Haiti, para criar um fundo financeiro com recursos públicos e de doadores individuais, para que sejam enviados alimentos, roupas e materiais para socorrer a população daquele país.

A HISTÓRIA DO HAITI

O Haiti foi inicialmente chamado São Domingo pelos espanhóis que invadiram a região, no século XV dividindo a Ilha entre Haiti (no crioulo haitiano Ayiti) e a República Dominicana. Após essa divisão, a colonização foi estendida para toda a ilha, com a escravização de indígenas para a agricultura e cerâmica. A partir de 1520, as atividades econômicas da Espanha no Haiti começaram a declinar e, após um acordo diplomático, a ilha é transferida para o domínio francês que inaugurou um período de escravidão africana.

Em 1754, havia 465 mil escravizados, e a elite era composta por apenas 5 mil brancos; daí o estopim para uma série de insurreições anti-escravidão e uma brutal e permanente repressão na colônia. Mas, sob a liderança do líder revolucionário, Toussaint l'Ouverture - um escravo negro que aprendera a ler e adquirira certa cultura intelectual de maneira clandestina - é preparado o processo de independência por meio de uma longa contenda militar contra os exércitos da França sob ordens de Napoleão. Esse é o pesado legado histórico cujas conseqüências ficaram vigentes até os dias atuais.

L´Ouverture não viveria para ver a independência do seu País, pois foi capturado pelos franceses e levado para a França; morreu num cárcere como um criminoso qualquer. Apesar da morte de seu principal líder, o ideal da independência e da erradicação da escravidão já estava semeado nos corações dos ex-escravos.

Sob o comando do general Jean-Jacques Dessalines - um intrépido líder ex-escravo, cujas forças destruíram os melhores exércitos enviados pelo imperador Napoleão, os haitianos insurrectos expulsaram as tropas francesas e proclamam a independência, em 1 de janeiro de 1804.Com essa vitória o Haiti semeou a esperança do fim da escravidão em todo o continente americano, e deu um impulso impensável até então às lutas abolicionistas e de libertação nacional no hemisfério ocidental.

A reconstrução haitiana não será apenas uma conquista de uma ilha, mas da resistência por liberdade de toda nação negra na diáspora.

Paulo Rogério Nunes
Instituto Mídia Étnica

Nota pública do CEN sobre o Plano Nacional de Direitos Humanos

Como entidade membro do Fórum de Entidades Nacionais de Direitos Humanos (Fendh) e, portanto, uma das organizações responsáveis pela elaboração do III Plano Nacional de Direitos Humanos (Pndh), o Coletivo e Entidades Negras vem a público manifestar sua posição política sobre determinados temas que se tornaram polêmicos nos meios de comunicação e na sociedade brasileira.

As reações da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil no que tange às questões referentes à liberdade religiosa atém-se ao fato de que o III Pndh propõe que os espaços públicos não mais exibam elementos da fé cristã como cruzes e crucifixos. Segundo dom Dimas, presidente da Cnbb, por esta lógica até mesmo Cristo Redentor, no morro do Corcovado no Rio de Janeiro deveria ser demolido.

O CEN foi uma das entidades que mais lutou para que houvesse menção a este ponto no III Pndh e não recuamos em nossa posição por entender que o Brasil é um país com distintas tradições religiosas e não é correto que apenas uma seja favorecida, seja de que forma for.

Entendemos que a liberdade de culto deve ser dada a todos os segmentos religiosos de maneira igualitária; desta forma, compreendemos que não cabe aos espaços públicos, laicos por excelência, ostentar nenhum símbolo religioso.

Para nós, a defesa dos direitos humanos no que se refere à religião tem vinculação direta com a afirmação da fé, o direito à reunião e à não discriminação de qualquer segmento ou manifestação religiosa.

Chamamos a Igreja Católica e sua Conferência de Bispos, no nosso caso, o Fórum Nacional de Religiosidade de Matriz Africana, para uma discussão séria e comprometida realmente com a constituição de um país onde todos os segmentos religiosos, independente de sua tradição, força política ou dimensão tenha o mesmo tratamento por parte do Estado brasileiro, pois entendemos que a intolerância e o desrespeito religioso é hoje um problema que grassa em todo o país e atinge candomblecistas, umbandistas, católicos, muçulmanos, judeus e outros segmentos com base no racismo e no desrespeito às diferenças culturais.

Ao invés de olhar para os seus símbolos e para sua dimensão política, histórica e cultural, a Igreja Católica, através de sua Conferência de Bispos, poderá, em parceria com o Forum Nacional de Religiosidade de Matriz Africana somar forças e construir uma ampla campanha que vise combater a ignorância que gera intolerância e desrespeito religioso e assim se tornar um agente ativo na construção de uma sociedade democrática e justa para todos.

Marcio Alexandre M. Gualberto
Coordenador Nacional de Política Institucional do
Coletivo de Entidades Negras - CEN - www.cenbrasil.org.br
Editor do site: www.messina.com.br
Editor do blog Palavra Sinistra e da Rede Social Religiosidade Afro-Brasileira
Colunista de Afropress - Agência de Informação Multiétnica
Twitter: http://twitter.com/marciogualberto

Curso gratuito "Espiral Negra: Ciência e Movimento" - SP

Quilombaque, Elo da Corrente, Sarau na Brasa e Edições Toró convidam para o per-curso "Espiral Negra: Ciência e Movimento" , dando asa e chão pra Pedagoginga
No Espaço da Comunidade Cultural Quilombaque, em Perus, na Travessa Cambaratiba, portão 05 (rua sem saída paralela à estação de trem Perus, próxima à Praça Inácia Dias)
Seis encontros aos sábados: 30/01, 06, 20 e 27/02, 06 e 13/03 – Sempre das 14h às 17h
Cartaz de divulgação, informações e inscrições até 20/01 no sítio www.edicoestoro.net
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Eis os caminhos previstos do per-curso, totalmente gratuito, com distribuição das apostilas ao final, para os 40 participantes matriculados:
30/01: "Ancestralidade do Barro: Cangomas do Afrodescendente”, com Marcos Ferreira Santos (Músico e Arte-educador. Professor da Faculdade de Educação da USP)
06/02: "Território, Samba e Geografias", com Dona Maria Helena (Presidente da Velha Guarda da Rosas de Ouro e da Embaixada do Samba de SP) e Billy Malachias (Geógrafo, Pesquisador e Educador do CEERT)
20/02: "A Geometria do Ritmo: Fração, Passo e Compasso”, com Seu Valdir Britto, o Dica (Diretor Cultural da Velha Guarda da Rosas de Ouro) e Vanísio Luiz da Silva (Educador Matemático, Professor da rede municipal de ensino e Doutorando em Educação Matemática na Faculdade de Educação da USP)
27/02: "Ndano:  As Veredas da Palavra nas Rodas, no Papel e no Cinema em Moçambique", com Carlos Subuhana (Moçambicano -  Antropólogo, Contador de Estórias e Pesquisador da Casa das Áfricas)
06/03: "Madeira:Nós e Desenlaces da Arte Afro-brasileira, com Seu Batista da Silva (Artesão e Marceneiro) e Marcelo D´Salete (Artista Plástico, Quadrinhista, Ilustrador e Educador do Museu AfroBrasil)
13/03: "Fios de Áfricas: Tecidos e Identidades", com Luciane Silva (Pesquisadora e Educadora da Casa das Áfricas, Dançarina e Professora-Assistente da FACAMP)
Curso com projeção de vídeos, audição e confecção de tons e sons, mapas e oficinas pra mão e pra sola, com cheiros e tecidos e folhas e barro. Com a presença da Poesia e da Música dos coletivos organizadores.
Pra se inscrever é só chegar por esta via virtual aqui mesmo até dia 20/01 ali no sítio da Toró - www.edicoestoro.net - onde está o cartaz de chamamento e a ficha de inscrição. As respostas confirmantes estarão ali no dia 25/01.

Direção Geral e Realização: Sarau Elo da Corrente, Edições Toró, Sarau na Brasa e Quilombaque
Articulação Pedagógica: Allan da Rosa
Concepção e Diagramação de Cartaz e Apostilas: Mateus Subverso
Apoio: Nós por nós
Agradecimentos: Aos educadores que vieram na graça e na luta. E à comunidade que chega ou oferece atenção.
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POR QUE E COMO?
Juntando as experiências e miragens das nossas velhas guardas e dos nossos cientistas que pesquisam, movimentam e que apresentam voz própria. 
Aqui nas nossas beiradas, onde está a grande necessidade, onde é nossa real fonte, já que os cursos dessa picadilha quase sempre são caros e distantes, girando apenas pelos bairros nobres ou pelas ilhas onde quem entra, volta e meia, não pensa e não pisa mais com seus sapatos os caminhos do ontem. Do nosso ontem.
Vamos bolando e renovando conhecimentos que nascem do afeto, com carícia e com choro, arteirando no nosso jardim negro. Sentindo pensamentos, na matemática, na geografia, nas artes plásticas e em tudo mais que brilhar na teia.
Procurando e bebendo do sabor do saber, com a graça e o dendê do conceito que não mora na paralisia ilhada, nem na papagaiada empoada que se garante no seguro do diploma, vampira e sempre fingindo indignação.
É isso, povo. Em tempos de teclas e de ibope fácil, que a gente articule tanta informação e faça dela real conhecimento.
Não vamos esquecer que, anos pra trás, nesse novelo de estudar era tudo ainda muito mais pontudo. Ter um caderno, ter essas pontes de comunicação pra entrançar revides e fundamentos, ter condição de colocar nossos olhos vermelhos no cartão de matrícula.
Então que nossos ofícios e gritos, cheinhos de filosofia e ciência, também se adentrem pelos espaços das pedagogias duras, oferecendo ritmo e graça, sem perder a chama que a beirada dá e pede.
Fica aqui a gratidão pela atenção, a busca (difícil, mas possível) da transformação de raiva em amor, com poesia na luta e asas disfarçadas nas raízes.  

Haiti: O Luto da Diáspora Africana (por Márcio Kibe)


As imagens que temos visto do Haiti desde ontem são tristes e chocantes. O terremoto que abalou sua capital, Porto Príncipe, destruiu a maior parte da cidade e previsões preliminares apontam que o número de mortos irá ultrapassar os 100 mil.  São mais de 100 mil vidas que se vão em mais uma catásfrofe que coloca o país próximo ao colapso. Um dos mais países mais pobres do planeta e lidando regularmente com outros desastres como enchentes e furacões, ditaturas, impasses políticos, corrupção e pobreza o Haiti vive, desde terça-feira à tarde, sua mais séria crise de todos os tempos. O terremoto de ontem tem um aspecto crítico porque ocorreu em sua capital, ou seja, no centro de operações burocráticas e logísticas da ilha. A imagem do palácio do governo em destroços veiculada por vários sites e jornais apontava o grau de destruição da tragédia.

Minha sensação é de tristeza, luto e impotência. Tenho acompanhado as notícias pelo New York Times e outros veículos da imprensa brasileira. Tentei fazer minha doação, mas ainda não consegui devido a problemas no meu cartão de crédito. Desespero maior é daqueles que possuem parentes e amigos morando e/ou trabalhando no país caribenho. Nesse aspecto, o Brasil encontra-se intimamente envolvido ao ocorrido devido a existência da missão brasileira no país. Já foram confirmadas a morte de mais de dez brasileiros, dentre eles a médica e ativista pelos direitos humanos Zilda Arms. New York City é a cidade com o maior número de expatriatos haitianos nos EUA e fora do Haiti. Em entrevistas dadas ao periódico nova-iorquino todos os entrevistados apontavam sua sensação de impotência em lidar com essa novo e inesperado problema (ouça os mesmos AQUI). Não basta reunir dinheiro, roupas, cobertores e alimentos fazendo uma transferência ou shipping para o país. A situação agora é mais complicada. Telefones celulares não respondem, não há Western Union disponível e dinheiro na mão das pessoas nesse momento faria pouca ou nenhuma diferença, não há vôos comerciais para Porto Principe e as informações são desencontradas. O que fazer? A quem recorrer?

Países de todo mundo prometeram ajuda seja com dinheiro, remédios, máquinas e pessoal especializado em buscas e salvamento como bombeiros e médicos. Estima-se que 90% da população de Porto Principe esteja desabrigada nesse momento como resultado da destruição de suas casas ou medo de retornar a elas devido ao receio de novos tremores. Corpos estão espalhados pelas calçadas e são velados ali mesmo sobre as orações de gente desesperada. O principal hospital da capital encontra-se sobre ruínas e não há espaço apropriado, energia elétrica, remédio e nem médicos suficientes para realizar cirurgias e tratar dos feridos.

Um grupo de estudantes brasileiros que viajou ao país com fins acadêmicos foi vtiimado pelo terremoto.  Liderado pelo professor da UNICAMP e pesquisador do CEBRAP Omar Ribeiro Thomaz, antropólogo especialista em conflitos armados e nacionalismo tendo realizado pesquisas em Moçambique, Uganda e Haiti, o grupo tem postado notícias sobre a situação deles e da cidade no seu blog (leia AQUI ). O relato de um dos estudantes afirma que no momento do terremoto o grupo estava divivido em dois e a sensação sentida "foi como se uma onda passasse pelos nossos pé e tudo começou a tremer". Ao sair a rua era possível ver as pessoas levantarem os braços gritando Jesus e Bon Dieu, um posto de gasolina próximo explodiu e feridos começaram a surgir dos escombros e fora deles.
 
No meio de tanta dor ainda há espaço para demonstrações de ignorância. Este foi o caso do Reverendo Pat Robertson que em seu culto transmitido pela TV culpou os desastres e problemas sofridos pelo Haiti como resultado de um pacto com o demônio que o país teria feito no século XIX como forma de libertar do julgo da França (assista a palhaçada no vídeo abaixo). De acordo com Robertson, o país teria se libertado de seus colonizadores, mas o preço estaria sendo cobrado através do sofrimento visto em todas as tragédias e pobreza vivenciada pela nação haitiana contemporânea. O exemplo dado para confirmar seu argumento seria a prosperidade vivida pelo país vizinho, a República Dominicana que fora colônia da Espanha. Com certeza, os mais ingênuos e cegos em relação a história, aceitarão essa explicação barata, ignorante e cercada de preconceito. A verdade é que o Haiti, assim como Cuba, são pedras no sapato de grandes potências. O primeiro país tem um lugar próprio e glorioso na história da Diáspora Africana uma vez que se libertou do julgo colonial num processo doloroso que transcorreu entre 1791 e 1804 que aboliu a escravidão e declarou a independência em relação a França. No Brasil colonial do século XIX, o grande número de escravos negros geravam receios em senhores e até no governo imperial de que algo similar a Revolta de São Domingo, nome pelo qual a ilha era conhecida à época, pudesse ocorrer em terras nacionais. Um relato histórico do processo de independência haitiano pode ser lido no livro clássico de C.L.R James intitulado Os Jacobinos Negros e traduzido para o português em 2000.  Em seu texto James registrou e celebrizou os atos de uma das maiores figuras do panteão de líderes negros da Diáspora Africana: Toussaint L'ouverture (1743-1803) - imagem acima -, responsável por conduzir boa parte do processo revolucionário na antiga colônia francesa.

Desde então o Haiti, antiga Colônia de São Domingos, tem sofrido o impacto do bloqueio de apoio econômico de outras nações, é fantoche do interesse de grandes potências - dentre eles o Brasil - e vítima de parte de suas elites políticas autóctones corruptas. A Diáspora Africana está de luto e as perguntas a serem feitas são: até quando iremos pensar e rezar pelo Haiti, parafraseando a canção? Rezar é suficiente? Acho que não! Então, faça a sua doação...

Banco do Brasil
SOS Haiti 
Agência 1606-3
Conta Corrente 91000-7
 
Cruz Vemrelha
HSBC Ag 1276
cc 1452684 

Muita Paz e Comforto ao Povo Haitiano!
Postado por Marcio Macedo (Kibe)