Exibição   de filmes com atuação do ator cachoeirano marca início das atividades   do Cineclube Mário Gusmão nas cidades de Cachoeira e S.Félix. 
A mostra Mário Gusmão: o anjo negro da Bahia apresentará,   para o público de Cachoeira e S.Félix, entre os próximos dias 16 e 28   de outubro, com sessões gratuitas, uma parte significativa da atuação  no  cinema de um dos mais importantes atores negros da Bahia. A  homenagem  ao ator cachoeirano marca o início das atividades do  Cineclube Mário  Gusmão, projeto de extensão do Curso de Cinema e  Audiovisual da  Universidade Federal do Recôncavo da Bahia – UFRB, que  conta com o apoio  das prefeituras de Cachoeira e S.Félix. 
O   Cineclube Mário Gusmão estréia, com esta homenagem, suas três sessões   permanentes: as sessões Quartas Baianas e Cinema Brasil, que terão   periodicidade semanal, sempre às quartas e quintas, às 19h30, no   Auditório Fundação Hansen-Bahia, e a sessão Cine Paraguaçu Itinerante,   realizada quinzenalmente, em praça pública, sempre numa localidade   diferente dos municípios vizinhos de Cachoeira e S.Félix. 
Para   apresentar Mário Gusmão às novas gerações, o projeto Cine Paraguaçu   Itinerante dá início às suas atividades, no próximo sábado, 16, na Praça   da Aclamação de Cachoeira (Largo da Câmara Municipal de Vereadores),   com a exibição do documentário “Mário Gusmão: O anjo negro da Bahia”   (2006, 50 min.), de Elson Rosário, sobre a vida e obra deste ator,   dançarino e coreógrafo que nasceu em Cachoeira, em 1928, e conquistou   espaço no teatro, no cinema e na televisão nos anos 60 e 70, construindo   uma trajetória de luta contra o racismo. 
Na   sessão oficial de abertura do Cineclube Mário Gusmão, no dia 20, às   19h30, no Centro Cultural Dannemann, será exibido, em parceria com o   projeto Quartas Baianas, “O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro”   (1969), um dos mais belos filmes de Glauber Rocha, com fotografia   colorida de Affonso Beato, e que deu notoriedade internacional a esse   ator negro, homossexual, que morreu pobre, sem o reconhecimento em vida   de sua importância para a expressão do negro nas artes dramáticas na   Bahia e no Brasil. 
“Mário   Gusmão é o precursor de uma expressão negra no teatro e no cinema, ele   veio antes do Bando de Teatro Olodum, foi o primeiro ator negro a ser   formado pela Escola de Teatro da Universidade Federal da Bahia”,   contextualiza o diretor de teatro, ex-diretor do Vila Velha, onde Gusmão   atuou durante muitos anos, e atual secretário estadual de Cultura,   Márcio Meirelles, que participará de debate com platéia após a sessão.   Estarão presentes também os diretores Élson Rosário e José Umberto. 
A   sessão Quartas Baianas é realizada há seis anos na Sala Walter da   Silveira, em Salvador, através de parceria entre a Associação Baiana de   Cinema e Vídeo (ABCV) e a Diretoria de Audiovisual da Fundação Cultural   do Estado da Bahia (Dimas/Funceb), contribuindo para a difusão do  cinema  produzido na Bahia. Agora, chega também ao recôncavo baiano.
Na   abertura da Sessão Cinema Brasil, no dia 21 (quinta-feira), às 19h30,   no Auditório Fundação Hansen-Bahia, serão exibidos o curta-metragem   “Troca de Cabeça” (1993), de Sérgio Machado, e o longa-metragem “O Anjo   Negro” (1972), de José Umberto. 
O   primeiro traz Gusmão em um de seus últimos trabalhos no cinema, alguns   anos antes de morrer, ao lado de outro grande ator negro, Grande  Otelo,  que se despede de uma impressionante trajetória no cinema  nacional com  este filme. Já em o “Anjo Negro”, um clássico do cinema  marginal baiano e  brasileiro, Gusmão está no auge de sua carreira, no  papel do  protagonista Calunga, um exu que se instala misteriosamente na  sala de  jantar de uma família patriarcal burguesa. O diretor José  Umberto  participará de debate após a sessão.
A   mostra segue na semana seguinte, nos dias 27 e 28, às 19h30, no   Auditório Fundação Hansen-Bahia, quando serão exibidos os filmes “O   Caipora”(1963), de Oscar Santana, na sessão Quartas Baianas, e “Dona   Flor e seus Dois Maridos (1976), de Bruno Barreto, na sessão Cinema   Brasil. Filme realizado no contexto do ciclo baiano de cinema   (1959-1965), dirigido pelo veterano produtor e diretor baiano Oscar   Santana, que também participa de debate com a platéia, “O Caipora” traz   Gusmão em sua primeira interpretação no cinema, na pele de um capataz. É   uma de suas atuações mais destacadas e menos conhecidas. 
Confira programação completa da mostra: 
Mostra “Mário Gusmão: o Anjo Negro da Bahia”
de 16 a 28 de outubro
16/10 (sábado)
Sessão Cine Paraguaçu Itinerante |  Largo da Câmara Municipal de Vereadores de Cachoeira | 19h30.
Mário Gusmão: O Anjo Negro da Bahia (2006, 50 min, cor) de Élson Rosário . 
Documentário sobre o ator cachoeirano Mário Gusmão (1928-1996).
20/10 (quarta)
Abertura oficial do Cineclube Mário Gusmão: 
Sessão Quartas Baianas |  C. Cultural Dannemann |  19h30.
O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro (1969, 95 min, cor) de Glauber Rocha.
Mário   Gusmão interpreta o personagem Antão, arquétipo da população negra no   Brasil e um dos santos guerreiros do filme, pelo qual Glauber Rocha   recebeu o prêmio de Melhor Direção em Cannes. 
Após a sessão:
Homenagem ao ator cachoeirano Mário Gusmão com presença de familiares; 
Debate   com Márcio Meirelles (diretor de teatro, ex-diretor do Vila Velha e   secretário estadual de Cultura), Élson Rosário (diretor do documentário   Mário Gusmão: o Anjo Negro da Bahia) e José Umberto (diretor do filme O   Anjo Negro).
21/10 (quinta)
Sessão Cinema Brasil |  Auditório Fundação Hansen Bahia | 19h30.
Troca de Cabeça (1993, 25 min, cor) de Sérgio Machado, e O Anjo Negro (1972, 80 min, cor) de José Umberto. 
Um   “cult” dos anos 90 em Salvador, Troca de Cabeça reúne dois dos mais   importantes atores negros do cinema brasileiro: Grande Otelo e Mário   Gusmão. Em O Anjo Negro, Gusmão é o protagonista, dando vida ao exu   Calunga, um emissário negro que aparece misteriosamente e se instala na   sala de jantar de uma família burguesa.
Debate após a sessão com o diretor baiano José Umberto.
27/10 (quarta)
Quartas Baianas | Auditório Fundação Hansen Bahia | 19h30.
O Caipora (1963, 120 min, pb) de Oscar Santana. 
Primeira   atuação de Mário Gusmão no cinema. O filme conta a história de um   vaqueiro que é alvo de superstição popular e passa por um processo de   conscientização que altera o destino de sua família.
Debate após a sessão com o diretor baiano Oscar Santana.
28/10 (quinta)
Sessão Cinema Brasil | Auditório Fundação Hansen Bahia | 19h30.
D. Flor e seus Dois Maridos (1976, 120 min, cor) de Bruno Barreto. 
Adaptação   do escritor Jorge Amado que tornou a atriz Sônia Braga mundialmente   conhecida, trata-se de uma comédia apimentada que se passa nos anos 40   em Salvador. Até hoje é o maior sucesso de público do cinema brasileiro.
Quem foi Mário Gusmão?
Ator   cachoeirano, nasceu em 20 de janeiro de 1928. Também era dançarino e   coreografo, mas foi dentro das artes dramáticas que se tornou um dos   atores mais importantes do Cinema Novo Brasileiro, participando de   alguns dos mais emblemáticos filmes produzidos nesse período. 
Depois   de se formar pela Escola de Teatro da UFBA em 1960 - foi o primeiro   ator negro formado pela recém criada instituição -, logo partiu para o   cinema, atuando no filme O Caipora, de Oscar Santana, lançado em 1963,   mas também teve diversas participações em peças teatrais, novelas e   mini-séries de televisão. 
Mário   faleceu aos 68 anos, no ano de 1996, em pleno dia da Consciência Negra  -  20 de novembro. Deixou uma vasta filmografia, composta por cerca de  16  obras, e que foram dirigidas por diretores como Glauber Rocha, Bruno   Barreto, Cacá Diegues, Arnaldo Jabor, Nelson Pereira dos Santos,  Walter  Lima Júnior e Sérgio Machado. 
Contato:
Cyntia Nogueira – 9224-7890
(Profa.   do Curso de Cinema e Audiovisual da Universidade Federal do Recôncavo   da Bahia – UFRB e coordenadora do Projeto de Extensão Cineclube Mário   Gusmão)
 
 
   
 
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