SEGUIDORES DO BLOG

.

.

CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



.

Pesquisa personalizada

terça-feira, 22 de abril de 2008

O movimento da negritude (Celuy Roberta Damásio)

Quando os primeiros europeus desembarcaram na costa africana em meados do século XV, a organização política dos Estados africanos já tinha atingido um nível de aperfeiçoamento muito alto.
A ignorância em relação à história antiga dos negros, as diferenças culturais, os preconceitos étnicos entre as duas raças que se confrontam pela primeira vez, tudo isso mais as necessidades económicas de exploração predispuseram o espírito do europeu a desfigurar completamente a personalidade moral do negro e suas aptidões intelectuais. Negro torna--se, então, sinónimo de ser primitivo, inferior, dotado de uma mentalidade pré-lógica. E, como o ser humano toma sempre o cuidado de justificar a sua conduta, a condição social do negro dos seus pretendidos caracteres menores. No máximo, foram reconhecidos nele os dons artísticos ligados à sua sensibilidade de animal superior. Tal clima de alienação atingirá profundamente o negro, em particular o instruído, que tem assim a ocasião de perceber a ideia que o mundo ocidental fazia dele e do seu povo. Na sequência, perde a confiança em suas possibilidades e nas da sua raça, e assume os preconceitos criados contra ele. É nesse contexto que nasce a negritude.
A compreensão das circunstâncias históricas em que surgiu a negritude, obriga, como já foi enfatizado, a considerar rapidamente a situação colonial nas suas características e legitimações discursivas.
Como todo movimento reivindicador, o chamado “Negritude” foi marcado por uma literatura que, muito mais do que um movimento literário, foi um acto político, uma afirmação de independência, um clamor por reconhecimento.
Em 1934, o senegalês Léopold Sedar Sénghor, o poeta da Martinica, Aimée Césaire, juntamente com Damas, Sainville e Maugée, fundaram a revista “L’Etudiant Noir” (O Estudante Negro), cuja função foi resumida pelo guiano Damas como jornal corporativo e de combate, que tinha por objetivo o fim da tribalização, do sistema clânico em vigor no Quartier Latin! A proposta era que deixassem de ser estudantes martiniqueses, guadalupenses, guianos, africanos, malgaches, para que fossem um só e mesmo “estudante negro”.
Nessa época o objetivo era a união para combater a discriminação, dando-se ênfase à reflexão sobre a condição do negro e sua relação com o colonizador. Assim, intelectuais haitianos, senegaleses, antilhanos, criam, em Paris, as revistas “La Légitime Défense” (A Legítima Defesa) e “La Revue du Monde Noir” (A Revista do Mundo Negro), e inicia-se, por Aimée Césaire, Sénghor e Damas, o movimento “Negritude”, que não foi privado de contestações, a começar pelo nome.
O Movimento, criado com o objetivo de revalorizar o negro cultural, política e artisticamente, apesar de dominar a literatura durante décadas, foi acusado de veicular um essencialismo negro, como se o facto de ter a pele negra pudesse deflagar uma identidade comum; além disso, foi tachado de ser excessivamente intelectual e de ter um carácter burguês.
Foi na revista “L’Etudiant Noir” que a palavra “negritude” foi empregada por Césaire pela primeira vez, designando, primordialmente, a rejeição da assimilação cultural e de uma certa imagem do negro pacífico, incapaz de construir uma civilização. Sénghor defendia a ideia de que o termo era empregado visando o conceito em sua aceitação mais geral, englobando todos os movimentos culturais lançados por uma personalização negra ou por um grupo de negros em qualquer lugar do mundo; admitindo a negritude como fato, e assim cultura, bem como aceitação desse fato e sua projeção na história e na civilização negra.
Em 1933, Sénghor criou em Paris, com Birago Diop, a “Association des Etudiants Ouest-Africains” (Associação dos Estudantes da África do Oeste), que teve grande influência na Sorbonne e na “Ecole Normale Supérieure” (Escola Normal Superior), renovando as ideias em gestação durante os quinze anos antecedentes, como a dependência de partidos de esquerda, principalmente do PCF (Parti Communiste Français – Partido Comunista Francês) cuja linha era, claramente, anti-colonialista. A autonomia era, entretanto, difícil por causa do parco número de adeptos, da falta de meios e das divisões teóricas e políticas.
Nunca se teve com precisão o número de imigrantes negros na França, sobretudo nas décadas de 30 e 40, devido ao grande número de clandestinos, mas é interessante notar que, nessa época, todos os imigrantes de origem africana ou antilhesa eram registados como negros, independente da cor da pele.
Pode-se afirmar, entretanto, que o número de estudantes era maior que o número de trabalhadores. Em 1952-53 havia em torno de 4.000 estudantes africanos no país, e em 1960 o número elevou-se a aproximadamente 8.000.
O período desencadeador de movimentos africanos negros foi entre as décadas de 20 e 50, sendo reagrupados em torno de associações, partidos políticos, sindicatos e algumas personalidades como Blaise Diagne ou René Maran, além do apoio essencial das revistas criadas com esse fim.
Após 1945, o contexto era completamente novo, pois muitos africanos tiveram direito à cidadania francesa, provocando o fim do trabalho forçado.
O estudante negro de hoje, apesar de ainda sofrer muita discriminação, é herdeiro de uma luta fervorosa que continua e firma-se cada vez mais, em busca de igualdade, sobre os alicerces erguidos por esses desbravadores da raça, que merecem destaque no mundo inteiro, pela coragem, força e determinação que os moveram durante essa época de árduo combate.

O Negro recusa a assimilação

A situação do negro reclama uma ruptura e não um compromisso. Ela passará pela revolta, compreeendendo que a verdadeira solução dos problemas não consiste em macaquear o branco, mas em lutar para quebrar as barreiras sociais que o impedem de ingressar na categoria dos homens. Assiste-se agora a uma mudança de termos. Abandonada a assimilação, a libertação do negro deve efectuar-se pela reconquista de si e de uma dignidade autónoma. O esforço para alcançar o branco exigia total auto-rejeição; negar o europeu será o prelúdio indispensável à retomada. É preciso desembaraçar-se desta imagem acusatória e destruidora, atacar de frente a opressão, já que é impossível contorná-
-la. Aceitando-se, o negro afirma-se cultural, moral, física e psiquicamente. Ele reivindica-se com a paixão, a mesma que o fazia admirar e assimilar o branco. Ele assumirá a cor negada e verá nela traços de beleza e de feiúra como qualquer ser humano "normal". A esse respeito, Amílcar Cabral disse que o problema de voltar às raízes não se coloca para as massas. Elas constituem a única entidade realmente capaz de criar e preservar a cultura, de fazer a história. É preciso então, dentro da África, fazer uma distinção entre a situação dos grupos que se preservaram daqueles que, em maior ou menor grau, alienaram-se. Nesse sentido, o movimento da negritude, enquanto volta às origens, não se interessa directamente pelo povo. Acredita-se ter explicado e mostrado suficientemente as condições, as circunstâncias e os factores históricos nos quais nascem a negritude e seu predecessor, o pan-africanismo, ambas expressões pertinentes da volta às origens, fundamentadas principalmente no posturado da identidade cultural de todos os africanos negros. Curiosamente, foram concebidos em espaços fora da África negra.

Fonte: http://www.jornaldeangola.com/artigo.php?ID=82407&Seccao=cultura

Aimé Césaire, o percurso

O poeta nasceu em Basse-Pointe (Basse-Terre) na Martinica, em 1913. Morreu na última quinta-feira, dia 17 de Abril em Fort-de-France, na sua terra natal, aos 94 anos. Apesar da sua origem modesta, conseguiu completar seus estudos em Paris, primeiro como bolsista do liceu Louis-le- -Grand e depois como concursado da Ecole Normale Supérieure, de onde saiu professor. Os anos em Paris foram decisivos, não somente pelos estudos literários, como também pela oportunidade de desenvolver a consciência acerca da sua condição de negro antilhano. A amizade que fez com o franco-guianês Léon-Gontrand Damas e com o senegalês Léopold Sédar Sénghor lhe rendeu muitos frutos, chegando mesmo a participar com eles do jornal L’ Etudiant Noir.
O clima no Quartier Latin dos anos 30 era de efervescência política, sobretudo em favor da causa negra, do marxismo e da psicanálise de Freud. Lá também chegavam notícias a respeito da miséria sócio-económica e cultural em que viviam os negros da América do Norte. W.E.B. Du Bois, escritor nascido em Massachusetts em 1868, já difundia, desde o século anterior, suas ideias sobre as estereotipias criadas pelos brancos em torno do negro, passivamente aceitas pelas “pessoas de cor”. Tanto que, para alguns estudiosos, o movimento da Negritude é prenunciado nos Estados Unidos do começo do século.
Não obstante a difícil condição existencial do negro, a presença de uma arte africana influenciou pintores como Picasso, Braque, Derain e Matisse que, inspirados por uma nova estética, fundaram o movimento chamado de Cubismo, se opondo à concepção ocidental de beleza e espaço. A arte negra seduzia pela sua estranheza e abstracção. Assim aconteceu com a música, na expressão do jazz norte-americano, com a dança, nas coreografias de Darius Milhaud e com a literatura em Apollinaire e em Blaise Cendrars.
Nessa atmosfera, começam a surgir publicações, umas mais políticas, outras mais propriamente literárias, como as revistas Monde Noir (1931/32), Légitime Défense (1932) e o jornal L’ Etudiant Noir (publicado em Março de 1935). Seus artigos suscitavam inquietação quanto à questão do negro no mundo e revelavam, desde então, uma recusa do etnocentrismo europeu, em favor de uma literatura negra autêntica, capaz de reavivar histórias, tradições, línguas “negras” e de ser contra a visão de um mundo maniqueísta marcado pela ânsia de novas conquistas coloniais e pela missão civilizadora sobre os povos primitivos.
O breve relato já demonstra o contexto histórico a que Césaire foi exposto e também explica a sua trajectória enquanto poeta e político de um país colonizado durante aproximadamente trezentos anos. A complexidade da sua escritura, a sensibilidade aguda capaz de revelar sentimentos profundamente contraditórios, o forte apelo para a justiça e fraternidade de um povo sofrido que passa ao lado do seu verdadeiro grito (CESAIRE, 1939, p.10) são a consequência dessa ruminação incubada e expressa pelo poeta porta-voz da negritude inerte e muda.
O seu retorno à Martinica é poetizado no Cahier d’ un retour au pays natal, obra prefaciada por André Breton, considerado o pai do surrealismo. É no Cahier, publicado em 1939 pela revista Volontés, que Césaire emprega, pela primeira vez, o termo Négritude e marca a intenção assumida de rejeitar a influência ocidental. Nessa obra, o poeta impõe fronteiras bem definidas entre a cultura branca e a negra como se, na busca de reconciliação consigo mesmo e com o seu povo, fosse preciso destruir o efeito causado pela assimilação da cultura ocidental já em crise. A Negritude rompe com a crença na existência de uma raça ariana superior e, assim, com o mito europeu, assimilado através de uma língua imposta. É o momento em que os poetas vivenciam o vazio deixado pela rejeição ao colonizador e se voltam para a África, na tentativa de fixar lá as suas origens e reconstruir uma identidade negra. Criam, assim, outro mito, dessa vez o da África. Na ausência de um presente acolhedor, a Negritude se fundamenta na exploração mítica de um passado e de seus valores tradicionais, principalmente aqueles ligados à ancestralidade.
Preocupado com o vazio cultural antilhano, Césaire funda, em 1941, juntamente com René Ménil, a revista Tropiques. Nos doze números publicados encontram--se artigos ecléticos, em prosa e em poesia, de poucos, mas significativos colaboradores, dentre eles Suzanne Césaire, escritora e sua mulher. A revista foi censurada, quatro anos depois, pelo governo de Vichy.
Professor do Liceu Schoelcher desde o seu retorno à ilha natal, Césaire foi também militante do partido comunista francês até 1956, fundando, dois anos depois, o Partido Progressista Martinicano (PPM). Em 1945, é eleito prefeito de Fort-de- -France, cargo que ocupou durante cerca de 50 anos. Como deputado nacional pela ilha e prefeito, Césaire participou activamente da departamentalização da Martinica, que ocorreu em 1946, e só se despede da carreira parlamentar em 1993.
O pós-guerra marca o seu desenvolvimento poético, com a publicação das obras Les Armes Miraculeuses (1946), Soleil cou coupé (1948), Corps Perdu (1950), Ferrements (1960) e Cadastre (1961). Sua poesia, em linha com a de Rimbaud, Mallarmé, Claudel e Lautréamont, foi criticada por possuir uma linguagem hermética e por isso, pouco acessível.
Em 1960, Césaire volta-se para o teatro, numa linguagem trágica, de fundo histórico e político, porém tentando se aproximar de uma arte popular e didáctica. Os temas propostos, por exemplo, em La Tragédie du roi Cristophe (1963) e Une Saison au Congo (1966), demonstram um Césaire mobilizado pela história haitiana e africana dos períodos da colonização, da escravidão e da independência. Sua terceira peça, Une tempête (1969), uma adaptação alegórica de The tempest de Shakespeare, é marcada por uma revolta profundamente lírica.
Depois de silenciar por mais de uma década, Césaire retorna à poesia com a publicação de Moi, laminaire..., em 1982, onde o poeta se identifica a uma alga laminar, se reconhece “binário e claudicante” e diz “habitar um endereço incerto, entre o norte e o sul” (M.L., p.383;385). Moi, laminaire... surge, então, como um novo acontecimento que se situa entre as profundezas de um passado nostálgico e a esperança que deriva em direcção a um amanhã.
A riqueza de elementos ligados à política e à história social do povo antilhano, presentes em sua obra, possibilita compreender melhor a conjunção da consciência individual e coletiva acerca do negro colonizado, marca do lirismo. Mas a sua escritura não é, evidentemente, o resultado de uma simples restituição da realidade, e sim o seu efeito subjetivo, expresso na poética através das tantas imagens que sugerem traços traumáticos e complexos. Em Césaire, não se pode mesmo desvincular a existência da sua manifestação criadora, pois homem e poeta convergem em algo laminar, deslizando um sobre o outro, entre sonho e realidade.

Fonte: http://www.jornaldeangola.com/artigo.php?ID=82411&Seccao=cultura

Defesa de Dissertação de Mestrado - BA

Autora: Cristiane Copque da Cruz
Título: Introdução aos Estudos Africanos na Escola: Trajetórias de uma Luta Histórica.
Data: 25 de Abril de 2008 às 9 horas
Local: Auditório I – Faculdade de Educação – FACED/UFBA – Vale do Canela

EXAMINADORES
Dra. Joseania Miranda Freitas (Orientadora) - Universidade Federal da Bahia - UFBA
Dra. Delcele Mascarenhas de Queiroz - Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Dr. Sílvio Humberto dos Passos Cunha - Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS
Dr. Marcelo N. B. da Cunha - Universidade Federal da Bahia- UFBA

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Seminário "Políticas de Promoção de Igualdade Racial - DF

Local: Auditório Nereu Ramos - Anexo II da Câmara dos Deputados – Brasília/DF.
Data: 07 e 08 de Maio de 2008 - 9h às 18h.

PROGRAMAÇÃO:

Quarta-Feira, Dia 07 de maio de 2008
Manhã:
9 horas: Mesa de Abertura
- Deputado Arlindo Chinaglia – Presidente da Câmara dos Deputados
- Deputado Adão Pretto – Presidente da Comissão de Legislação Participativa
- Deputado Pompeo de Mattos – Presidente da Comissão de Direitos Humanos e Minorias
- Deputado Carlos Santana – Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial
- Ministro Edson Santos – Ministro da Secretaria Especial da Igualdade Racial
- Ministro Joaquim Barbosa – Ministro do Supremo Tribunal Federal
- Sílvia Cerqueira – Presidente da Associação Nacional dos Advogados Afro-descententes (Anaad)
- Leonardo Bandarra - Procurador-Geral de Justiça do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios e Vice-Presidente do Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados e da União.
10 horas: MESA 1: Lei Áurea após 120 anos – o que ficou por fazer, como fazer, quando fazer. O papel do Parlamento na promoção da Igualdade
- Senador Paulo Paim
- Édson Cardoso – Jornal Irohin;
- Wania Santana - historiadora;
- José Jorge - Professor do Depto. de Antropologia da UnB;
- Coordenação: Deputado Pedro Wilson
DEBATES (20 min.)
Tarde:
14 horas: MESA 2: Igualdade na Saúde e na Segurança: O direito à vida dos afro-descendentes
- Ana Luiza Flauzina – Professora UniCEUB;
- Sueli Carneiro - Geledés;
- Edna Roland – Representante da OnG Fala Preta;
- Coordenação: Deputado Pompeo de Matos
DEBATES (20 min.)
16 horas: MESA 3: Diversidade Cultural, Educação e Tolerância Religiosa
- Hédio Silva Júnior - advogado;
- José Luiz da Silva Valente – Secretário de Estado de Educação do DF;
- Giovani Harvey - Subsecretário de Ações Afirmativas da Seppir;
- Coordenação: Deputada Janete Rocha Pietá
DEBATES (20 min.)

Quinta-feira - Dia 08 de maio de 2008
Manhã:
9 horas: MESA 4: Estratégias para a promoção da Igualdade: ações afirmativas e o instituto da reparação
- Silvia Cerqueira - Presidente da ANAAD, Presidente da Comissão Nacional de Promoção da Igualdade do Conselho Federal da OAB;
- Renato Ferreira – Pesquisador – Laboratório de Políticas Públicas - UERJ;
- Deputada Distrital Erika Kokay;
- Jaques Jesus – Coordenador do Centro de Convivência Negra da UnB;
- Coordenação: Deputado Carlos Santana – Presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Igualdade Racial e Presidente da Comissão Especial do Estatuto da Igualdade Racial
DEBATES (20 min.)
10h30: MESA 5: O papel do Poder Público na promoção da igualdade racial
- Ela Wiecko Volkmer de Castilho - Procuradora Federal dos Direitos do Cidadão;
- Otávio Brito Lopes - Procurador-Geral do Trabalho;
- Desembargadora Neusa da Silva - TRF/1a Região;
- Almiro Sena Soares Filho – Promotor de Justiça da Promotoria de Combate ao Racismo e Intolerância Religiosa do Ministério Público do Estado da Bahia;
- Coordenação: Deputado/a
- DEBATES (20 min.)
Tarde:
14 horas: MESA 6: O direito à Terra dos remanescentes de quilombos
- Zulu Araújo - Presidente da Fundação Cultural Palmares;
- Alexandro Reis - Subsecretário Comunidades Tradicionais – Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial;
- Representante da Conaq -Coordenação Nacional das Comunidades Negras Rurais Quilombolas;
- José Antonio Dias Toffoli - Ministro da Advocacia-Geral da União;
- Coordenação: Deputado Adão Pretto - Presidente da CLP
DEBATES (20 min.

Morre Aime Cesaire, voz do orgulho negro francês

Reuters/Brasil Online
Por Astrid Wendlandt

PARIS (Reuters) - O poeta franco-caribenho Aime Cesaire, um dos fundadores de um importante movimento literário que celebra a consciência negra, morreu na Martinica, sua terra natal, informou o Ministério da Cultura francês na quinta-feira.

Cesaire, 94 anos, era prefeito de Fort-de-France, principal cidade da ilha. Ele deu entrada no hospital na semana passada, com problemas no coração e outros.

Seus escritos fornecem uma visão aprofundada sobre a maneira como a França impôs sua cultura aos cidadãos de origens diferentes no começo do século 20.

O tema ainda ressoa na política francesa atual, já que o país continua tendo problemas para integrar muitos de seus habitantes de origem africana.

Em 2005, Cesaire se recusou a encontrar o atual presidente francês, Nicolas Sarkozy, então ministro do Interior, porque temia que o partido conservador do líder francês apoiasse uma lei que atribuía legado positivo ao colonialismo francês. A lei acabou sendo revogada.

Cesaire e o intelectual africano Leopold Senghor - que, mais tarde, se transformou em presidente do Senegal - fundaram em 1934 o jornal "O Estudante Negro", que encorajava as pessoas a desenvolver a identidade negra.

O escritor caribenho ficou famoso com o livro de poemas "Cahier d'un Retour au Pays Natal" (caderno de retorno à terra natal, em tradução livre), escrito no fim dos anos 1930, no qual dizia: "minha negritude não é uma torre ou uma catedral, ela mergulha na carne vermelha do solo".

Seus poemas expressam a degradação do povo negro no Caribe e descrevem a redescoberta de uma identidade africana.

Fonte: http://oglobo.globo.com/cultura/mat/2008/04/17/morre_aime_cesaire_voz_do_orgulho_negro_frances-426921390.asp

A menstruação e a Matemática (Walter Passos)

Por Walter Passos. Teólogo, Historiador, Pan-africanista, Afrocentrista e Presidente CNNC – Conselho Nacional de Negras e Negros Cristãos. Pseudônimo: Kefing Foluke. E-mail: kefingfoluke@hotmail.com

Ouvia sempre da minha falecida mãe e das “antigas” que não se devia ir ao candomblé mulher menstruada, uma espécie de proibição que na época, ainda criança não me interessava muito, mas sei que há proibições (quizilas) no cozimento de alimentações ritualísticas e oferendas proibitivas a participação de mulheres menstruadas.
A necessidade de numerar e entender a menstruação fez com que fosse criado um instrumento no centro da África entre 25.000 a 20.000 mil anos, denominado de Ishango.


Descoberto no ano de 1950, pelo geólogo belga Jean de Heinzelin e uma equipe de pesquisadores ao realizar escavações no Congo, próximo às margens do lago Rutanzige (antigo lago Alberto), quando procuravam uma grande civilização pré-histórica nessa região vulcânica,
o geólogo encontrou esse precioso objeto de 10 cm de comprimento, ornado com um cristal de quartzo em uma extremidade e que trazia três séries de entalhe agrupados. O cristal de quartzo que não pode ser separado do instrumento comprova que era usado para a gravação, em culturas que se acreditavam não ter o conhecimento da escrita.
O que chamou a atenção dos estudiosos foram à datação, o ineditismo e o uso matemático do instrumento.
Conforme Dirk huylebrouck: “O BASTÃO COMPORTA uma primeira coluna de entalhes unidas em pequenos grupos: de 3 a 6 entalhes; 4 e 8; 10; 5; e, finalmente, 7 entalhes. Duas outras colunas são constituídas por grupos de 11, 21, 19, 9 e 11, 13,17 e 19 entalhes.
Heinzelin via nesses entalhes um jogo aritmético: uma operação de duplicação dos números aproximada na primeira coluna, seguida do “ritmo” de 10=1, 20=1, 20-1, 10-1 e, na seguinte, os números primos entre 10 e 20. Contestado em 1972 pelo jornalista americano Alexander Marshack que afirmou que o bastão era um calendário lunar, porque a soma de cada uma das duas últimas colunas (11, 21, 19,9e 11, 13, 17,19) o resultado é 60, isto é, dois meses lunares, e a primeira coluna totaliza 48 traços, ou um mês e meio lunar. O que deixou os estudiosos caucasianos perplexos foi que o bastão de Ishango é uma prova inconteste que os africanos já realizavam cálculos matemáticos 15 mil anos antes dos egípcios e 18 mil anos antes do surgimento da matemática na Grécia.


Coluna esquerda



Coluna do centro


Coluna direita

Na antigüidade o ciclo menstrual da mulher seguia as fases da lua com tanta precisão que a gestação era contada pelas luas. Com o passar dos tempos, a mulher foi se distanciando dessa sintonia e perdendo, assim, o contato com seus próprios ritmos e seu corpo, fato que teve como conseqüências vários desequilíbrios hormonais emocionais e psíquicos.
http://mulheresedeusas.blogspot.com/2008/01/lua-vermelha-da-menstruao-na-antigidade.html
Nos estudos da etnomatematica, observa-se que as primeiras comunidades tiveram a necessidade transcedental, criativa, objetivando a sobrevivência e a prosperidade grupal e o Ishango foi um instrumento que as mulheres africanas criaram através da observação da sua sexualidade e o calendário lunar adquirindo o conhecimento matemático para gerir e acompanhar os ciclos menstruais. Assim, o calendário lunar, não teria sido apenas métodos de conservação de tempo, mas também reflexiva da ressonância entre as fases da lua e do sagrado ciclos menstruais das mulheres.
Leia mais: http://paje.fe.usp.br/~etnomat/anais/CO01.html

As mulheres africanas e suas descendentes são o fruto da criação original de Javé, detentoras de conhecimentos milenares e de saberes equilibrados, possuindo a nobre missão de resgatar e manter através dos conhecimentos uma sociedade igualitária, onde a opressão do gênero masculino sobre o feminino,seja a cada dia questionado; e através do afrocentrismo e panafricanismo um sonho de perfazermos uma sociedade sem opressores e oprimidas.

FONTE: http://cnncba.blogspot.com/


quinta-feira, 17 de abril de 2008

Omi-Dùdú lança o Projeto Dida Alamoju 2ª Etapa – Uma experiência voltada para cultura, tecnologia e educação profissional da juventude negra baiana

O Núcleo Omi-Dùdú realizará no dia 22 de abril (terça-feira) ás 08h30, no Colégio Landulfo Alves, próximo a feira de São Joaquim, o lançamento da 2ª etapa das Oficinas de Cultura Afro – Ano IX que faz parte do Projeto Didá Alamojú – Escola da Sabedoria em parceria com a Secretaria de Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza. O evento contará com um desfile de Moda Afro, onde será apresentado o resultado do curso de Confecção e Moda Afro realizado pelo Omi-Dùdu.
Mais Informações:
Paula Roberta: (71) 88547796 // 33345982 // 33342948
Bartolomeu Dias: (71) 88547796
Site: http://www.nucleoomidudu.org.br/

quarta-feira, 16 de abril de 2008

Curso Arqueologia e História das Sociedades do Golfo do Benin - BA

Esse curso apresentará de forma panorâmica o desenvolvimento histórico das principais sociedades que a fixaram nas áreas circunvizinhas ao Golfo do Benin tendo como ponto de partida a cultura material e a arte.Será dado enfoque aos achados arqueológicos de IFÉ,NOK e IGBO-UKWU,além da cultura material produzida pelas sociedades que desempenharam grande contribuição para a formação da sociedade brasileira como os Yorubás os Fons e os Ewes.

Período de Inscrição:
22/04/2008 a 07/05/2008
Local: Museu Casa do Benin, rua Padre Agostinho Gomes, 17, Pelourinho, Salvador - BA
Contatos: (71) 3241-5679 Isabel ou Andrea. 3322-1486
Horário de Funcionamento: 12:00 as 18:00
Documentos para Inscrição: Identidade e CPF.
Obs:Inscrição presencial,não faremos via internet ou telefone.
Os cursos continuam gratuitos e com certificado.
Abertura:07/05/2008
Dias:quartas-feiras
Horário:19:00 as 21:00:
Professor:Ademir Ribeiro Junior

terça-feira, 15 de abril de 2008

Seminário "Abolição, 120 anos de cidadania negada" - MA

O NEAB-UFMA, está organizando o SEMINÁRIO ABOLIÇÃO, 120 ANOS DE CIDADANIA NEGADA: AÇÕES AFIRMATIVAS JÁ uma discussão sobre os 120 anos de abolição da escravatura no Brasil, suas consequências para os negros e a necessidade de reparações. A programação prevê exibição de filmes, debates e palestras, é aberta ao público em geral, mas é antes uma estratégia do Neab para recepcão e aproximação dos estudantes cotistas do vestibular 2008. Será no período de 12 a 16 de maio na Ufma. Confirmamos a participação do prof Carlos Moore como palestrante no dia 12 de maio e faremos também o lançamento do seu livro recem publicado Racismo e Sociedade. Divulguem e participem.

segunda-feira, 14 de abril de 2008

Exibição do Video-documentario Povo de Santo - BA

Dia: 16/04 (quarta-feira), ás 20h
Local: Sala Walter da Silveira - Quartas Baianas
Direção: Wilson Militão e Manoel Passos Pereira.
Doc. 54 Min. 2007.

O vídeo-documentário Povo de Santo faz uma abordagem sobre a importância do reconhecimento e preservação dos espaços de culto afro-religiosos como patrimônio cultural.

Direção de Fotografia: Wilson Militão, Assistente de fotografia: Robson Santana, Montagem e Edição: Amina Alakija, Produção: Sue Ribeiro, Finalização: Michele Rodrigues.

Plano de Ação Conjunto entre o Brasil e os EUA para Eliminação da Discriminação Étnico-racial

PLANO DE AÇÃO CONJUNTO ENTRE O GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL E O GOVERNO DOS ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA PARA A ELIMINAÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO ÉTNICO-RACIAL E A PROMOÇÃO DA IGUALDADE

O Governo da República Federativa do Brasil e O Governo dos Estados Unidos da América
(doravante denominados os "Participantes"),

Reconhecendo a natureza democrática, multiétnica e multirracial das sociedades brasileira e norte-americana, que fortalece os laços de amizade entre ambos os países;

Reconhecendo, ademais, o compromisso de seus Governos com a igualdade racial e a igualdade de oportunidades, bem como a histórica amizade existente entre ambas as nações;

Reafirmando sua cooperação cada vez mais profunda e constante para a eliminação da discriminação racial e étnica e para a promoção da igualdade de oportunidades para todos;http://www.irohin.org.br/img/content/onl/news/DSC_0037.jpg

Recordando os compromissos políticos assumidos pelos dois Governos no Memorando de Entendimento sobre Educação, assinado em Washington, em 30 de março de 2007, referente à parceria nesta área; e

Conscientes da importância da cooperação para a promoção dos direitos humanos, a fim de manter um ambiente de paz, democracia e prosperidade nas Américas e em todo o mundo,

Anunciam, pelo presente instrumento, o seguinte Plano de Ação Conjunto:

1. Os Participantes colaborarão para promover a cooperação, o entendimento e a troca de informações (inclusive de melhores práticas) para a eliminação da discriminação étnico-racial e a promoção da igualdade de oportunidades para todos.

2. A fim de avançar a realização desses objetivos comuns, fica criado um Grupo Diretor para a Promoção da Igualdade de Oportunidades ("Grupo Diretor"), com vistas a promover a igualdade de oportunidades, discutir e examinar o desenvolvimento de áreas e modos específicos de cooperação para eliminar a discriminação étnico-racial.O propósito do Grupo Diretor é o de compartilhar pontos de vista e informações, inclusive sobre melhores práticas, nas áreas listadas nos parágrafos (3) e (4) e em outros temas que o Grupo Diretor vier a decidir.

a) O propósito do Grupo Diretor é o de compartilhar pontos de vista e informações, inclusive sobre melhores práticas, nas áreas listadas nos parágrafos (3) e (4) e em outros temas que o Grupo Diretor vier a decidir.
b) O Grupo Diretor deverá reunir-se, de forma alternada, no Brasil e nos Estados Unidos. Em seu primeiro ano de operação, o Grupo Diretor deverá reunir-se duas vezes. Depois disso, decidirá sobre a freqüência e o calendário de suas reuniões.
c) Cada Participante deverá designar seus respectivos membros do Grupo Diretor.
d) O Grupo Diretor deverá relatar suas conclusões e recomendações sempre que se reunir, de acordo com as condições mutuamente aceitáveis para os Participantes.
e) O Grupo Diretor deverá enviar relatório a seus respectivos governos, por meio do Ministério das Relações Exteriores, da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e do Departamento de Estado, sobre as discussões realizadas ao amparo do artigo 3º e sobre as atividades propostas e levadas a efeito ao amparo do artigo 5º.

3. Os assuntos a serem considerados pelo Grupo Diretor incluirão as áreas de:

a) educação nos níveis fundamental, secundário, profissional e superior (graduação e pós-graduação); ênfase especial deverá ser concedida à educação para a democracia e à sua associação positiva com níveis crescentes de tolerância, igualdade e liberdade;

b) cultura e comunicação, incluindo mídia cultural, museus e exposições, entre outros;

c) trabalho e emprego;

d) moradia e alojamentos públicos;

e) igualdade na proteção da lei e no acesso à justiça;

f) aplicação, no plano doméstico, de legislação e de políticas pertinentes de combate à discriminação;

g) esportes e lazer;

h) saúde, inclusive a realização de estudos sobre doenças prevalecentes em grupos étnico-raciais minoritários;

i) temas sociais, históricos e culturais que possam relacionar-se ao preconceito étnico-racial; e

j) acesso a crédito e oportunidades de treinamento.http://www.irohin.org.br/img/content/onl/news/DSC_0047.jpg

4. Ênfase especial na educação: o Grupo Diretor deve, como primeira prioridade, discutir e examinar o papel especial que a educação desempenha nos dois países, incluindo o acesso igualitário à educação de qualidade e como a educação pode enfrentar a discriminação étnico-racial. (Vide anexo)

5. O Grupo Diretor poderá discutir e considerar técnicas e iniciativas para a promoção da igualdade e métodos de eliminar a discriminação baseada em raça ou em etnia, incluindo, entre outras, as seguintes:

a) programas de treinamento;

b) iniciativas regionais para promover a igualdade de oportunidades, por meio do fortalecimento das instituições democráticas;

c) parcerias público-privadas com empresas e organizações não-governamentais;

d) realização de oficinas ("workshops") e seminários;

e) intercâmbio de especialistas;

f) bolsas de estudo e de pesquisa;

g) cooperação entre instituições de ensino superior, organismos regionais e internacionais tais como a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a Organização dos Estados Americanos (OEA) e a Comunidade do Caribe (CARICOM), e a sociedade civil, inclusive no campo dos esportes;

h) programas em terceiros países, inclusive países africanos; e

i) outras atividades que possam ser sugeridas e aceitas por membros do Grupo Diretor no futuro.

6. Este Plano de Ação não gera direitos ou obrigações no âmbito do Direito Internacional ou interno.

Feito em Brasília, em 13 de março de 2008, em dois exemplares originais, nos idiomas Português e Inglês.

PELO GOVERNO DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL

_____________________________

PELO GOVERNO DOS ESTADOS
UNIDOS DA AMÉRICA

______________________________


A N E X O

A Educação é tema aqui proposto como um passo inicial na implementação dos objetivos deste Plano de Ação Conjunto com vistas a assegurar a igualdade e a eliminar a discriminação étnico-racial, assim como um meio de melhorar as condições de vida para todos. As áreas e os métodos a serem consideradas podem incluir:

1. melhoria e expansão dos programas de intercâmbio entre centros técnicos brasileiros e "community colleges" dos Estados Unidos;

2. aumento da abrangência e direcionamento da seleção de estudantes, com vistas a fortalecer os programas existentes de intercâmbio de jovens;

3. ampliação e aumento dos vínculos, relacionamentos e intercâmbios na área do ensino superior entre diversos consórcios e universidades no Brasil e nos Estados Unidos, inclusive as Instituições Historicamente Negras(1), a fim de prover assistência financeira e oportunidades para estudos no exterior, beneficiando alunos de graduação e de pós-graduação, professores e pesquisadores, com ênfase em tópicos relacionados ao combate à discriminação étnico-racial;

4. desenvolvimento de um programa para jornalistas com foco em questões relativas à discriminação étnico-racial;

5. estabelecimento de programas no Brasil para apoiar o ensino do Inglês em escolas públicas, por meio da oferta de treinamento a professores de Inglês, assim como programas nos Estados Unidos para apoiar o ensino do Português;

6. trabalho com Centros Binacionais e com Secretarias Estaduais de Educação no Brasil a fim de possibilitar maior acesso ao Inglês como língua estrangeira (ILE) para alunos de ensino médio com acesso insatisfatório a esse estudo;

7. aumento do intercâmbio de especialistas e de videoconferências digitais dedicados a questões relacionadas à discriminação étnico-racial, políticas públicas e outras áreas deste Plano de Ação Conjunto a fim de facilitar a discussão entre acadêmicos, organizações não-governamentais, pesquisadores e autoridades em educação do Brasil e dos Estados Unidos;

8. aumento do apoio a especialistas brasileiros e dos Estados Unidos para a apresentação de estudos comparativos sobre a diáspora africana, a diversidade cultural e a discriminação étnico-racial, em fóruns educacionais e em eventos públicos; e

9. compartilhamento de melhores práticas no tocante a materiais educacionais, tais como softwares e ferramentas de ensino à distancia, para promover a conscientização, o combate e a eliminação da discriminação étnico-racial.


(1)Instituições nos Estados Unidos que agrupam professores e estudantes predominantemente negros.

sábado, 12 de abril de 2008

Racismo e discurso na América Latina

Autor: Dijk, Teun A. van
Editores: UNESCO, Ed. Contexto
Ano: 2008
ISBN: 978-85-7244-367-8
383 p.
PREÇO: R$ 37,00 - US$ 21.00 – € 14,50 -
Como adquirir

Resumo: O discurso racista embutido e disfarçado na prática social brasileira e dos outros países do nosso continente é o tema central desta obra. Camuflado por eufemismos sutis, o termo “racismo” é considerado inapropriado por aqueles que procuram escondê-lo sob o fenômeno da desigualdade social. O que pode ser observado atualmente é que o racismo existe e muito de seus preconceitos e ideologias subjacentes são adquiridos, confirmados e exercidos pelo discurso. Num momento em que se discute a incorporação de parcelas importantes da população por meio da escola, torna-se essencial decodificar as barreiras que dificultam essa inclusão. Este livro é extremamente oportuno e importante neste sentido.

Palavras-chave: discriminação étnica; minorias; preconceito racial; relações inter-raciais

Abstract: The racist speech inlaid and disguised in Brazilian social practice and in other countries of the American Continent is the main theme of the book. Camouflaged by tenuous euphemisms, the term “racism” is considered inappropriate by those that try to hide it under the social inequality phenomenon. What can be observed today is that racism exists and many of its subjacent prejudices and ideologies are acquired, confirmed and exercised through speeches. In a time of discussion of integration of important parcels of population through education, it turns essential to identify the barriers that disturb this inclusion. This book is extremely opportune and important in this sense.

Keywords: ethnic discrimination; minority groups; racial prejudice; interethnic relations

sexta-feira, 11 de abril de 2008

Espetáculo Odara - SP

(Clique nas imagens para ampliá-las)

quinta-feira, 10 de abril de 2008

Unipalmares e a Rede de Ensino LFG firmam convênio inédito no País

A Universidade da Cidadania Zumbi dos Palmares (Unipalmares) e a Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes (LFG) acabam de firmar convênio para a formação de alunos em cursos preparatórios na carreira jurídica. “Com o convênio nasce o Programa Luiz Gama de Inclusão de Afrodescendentes nas Carreiras Jurídicas”, afirma o Dr. Luiz Flávio Gomes, da LFG, destacando os benefícios inéditos que serão oferecidos aos alunos que procurarem os cursos no campus da Unipalmares Barra Funda, como descontos de cerca de 50% nos cursos em geral e de 10% para os de pós-graduação. A Unipalmares entra com o espaço físico e estrutura.
Atualmente a Rede de Ensino Luiz Flávio Gomes ministra 40 cursos nos seguintes segmentos: preparatórios da OAB, pós-graduação e concursos públicos (federais e estaduais), nas áreas: jurídica, fiscal, trabalho e ensino médio. Os alunos são preparados para os exercícios de cargos de Magistratura, Ministério Público, Delegados, Defensores Públicos, Área Fiscal, Nível Médio, Serventias Notariais e Registrais, entre outros.

Com unidades presentes em 260 cidades brasileiras, a LFG já formou 40 mil alunos nos últimos cinco anos. Inovador, o método da LFG foi formatado especificamente para o ensino via satélite, sendo o primeiro no País a concretizar na forma telepresencial o conceito de educação continuada à distância. As aulas são ministradas em tempo real, proporcionando aos alunos interatividade instantânea, por meio de fax ou e-mail.

Visitem o site para obter maiores informações.

Revista Eletrônica ComCiência - Tema "África"

Está no ar o número 97 da revista mensal eletrônica de jornalismo científico ComCiência, publicada pelo LABJOR e pela SBPC. O tema desta edição é "África".

Editorial
- Nó górdio
Carlos Vogt
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=397

Artigos

- A rainha Jinga - África central, século XVII
Marina de Mello e Souza
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=401
- Século XIX: mapeamento, prospecção e conflitos
Alexsander Lemos de Almeida Gebara
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=400

- A terra nua: política, meio ambiente e feminismo
Elio Chaves Flores
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=402

- Colonialismos, descolonizações e crises na África
Marcelo Bittencourt
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=408

- Revertendo imagens estereotipadas
Janaína Damasceno
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=399

- Deslocados. O espectro de um corpo-memória
Eugénia Vilela
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=405

Reportagens
- De que África estamos falando?
Rodrigo Cunha
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=396

- Colonialismo: entre rupturas e retomadas
Marina Mezzacappa
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=404

- Conflitos africanos envolvem múltiplos fatores
Nereide Cerqueira
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=406

- Cooperação entre Brasil e África
Chris Bueno
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=403

- Um outro modelo civilizador
Daniela Lot
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&id=407

Entrevista
- Omar Ribeiro Thomaz
Por Simone Pallone
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=34&tipo=entrevista

Resenha
- Para além da guerra, uma narrativa sobre transformação
Por Carolina Cantarino
http://www.comciencia.br/comciencia/section=8&edicao=34&tipo=resenha

Notícias
http://www.comciencia.br/comciencia/?section=3
- Aprendizagem: desafio à efetiva inclusão escolar
- Trabalhadores de cana à margem do setor produtivo
- Questão indígena na escola não desperta interesse da mídia
- Novas aplicações para o veneno da jararaca
- Sabonete repelente pode ser coadjuvante no combate à dengue

ComCiência - http://www.comciencia.br
Labjor - http://www.labjor.unicamp.br

quarta-feira, 9 de abril de 2008

Experiências da população negra e os 120 anos da abolição inacabada - BA


Data: 04/04/2008
Fonte: Prefeitura de Salvador - secri@salvador.ba.gov.br

Salvador, 07 a 09 de Maio de 2008

A reflexão dos 120 anos de Abolição da escravidão no Brasil é o propósito deste seminário, trazendo o debate através de entidades da sociedade civil, do meio acadêmico e poder público como militantes, representantes de ONG's, grupos de movimentos sociais, estudantes, pesquisadores, professores, profissionais, representantes de instituições e gestores públicos, a respeito da Abolição enquanto um processo inacabado diante das experiências da população negra brasileira.

O Seminário envolverá distintas áreas do conhecimento, com abordagem interdisciplinar, relacionadas transversalmente. A importância e novidade do evento se caracterizam pela forma como os temas - Territórios e Habitação, Educação e Trabalho, Saúde, Religião - serão articulados, discutidos e analisados de forma entrelaçada como forma de entendimento de que a melhoria da qualidade de vida da população negra depende desta interação. O Seminário tem por objetivo que os resultados das discussões possam ser desdobrados em proposições de políticas públicas específicas e inclusivas da população negra.
A estrutura do Seminário consistirá em sessões de palestras e mesas-redondas. As palestras serão proferidas por professores, pesquisadores e produtores de conhecimentos teóricos e empíricos no campo das relações étnicas brasileiras.
As mesas-redondas serão compostas de exposições de atividades desenvolvidas, tanto no âmbito prático quanto no âmbito investigativo, relacionadas aos temas Territórios e Habitação, Educação e Trabalho, Saúde, Religião, Juventude/3ªIdade, Comunicação e outros, seguidas de debate aberto com a participação da platéia. A participação nas mesas-redondas será feita por inscrição prévia através de envio de resumos expandidos de 400 a 500 palavras.

Submissão dos Resumos - 15 a 20 de Abril
Divulgação dos Resumos Aprovados - 30 de Abril
Informações: abolicaoinacabada@gmail.com
Envio de resumos: abolicaoinacaba.resumos@gmail.com

Promoção: Secretaria Municipal de Reparação / Prefeitura Municipal de Salvador (Gestão: Antônia Garcia)
Coordenação: Maria Estela Rocha Ramos - Mestre em Arquitetura e Urbanismo (PPG-AU/UFBA)