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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO

1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas



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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Dia da Mulher Negra Latino-americana e Caribenha - RJ

PROGRAMAÇÃO

DIA 08

16h - Inauguração da Feira

Artesanatos em diferentes técnicas e materiais de mulheres negras do Fórum Estadual de Mulheres Negras/RJ, Incubadora Afro-Brasileira, AMOCAVIM (Associação dos Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa) , Espaço Cultural CEDIM Heloneida Studart

18h - Noite de Autógrafos do Livro:

Caroço de Dendê: a Sabedoria dos Terreiros

Autora: Mãe Beata de Yemonjá

18h30 - Inauguração das Exposições: Visitação até dia 31 de julho

FILHAS DA ÁFRICA (Projeto Mulheres Negras em Ação/ CONDEDINE)

Exposição fotográfica de Zezinho Andrade, textos de Joselina e poesias de Conceição Evaristo, Lia Vieira, Ana Cruz, Lucia Mattos e Néia Daniel

Coordenadora: Creuzely Ferreira

Curadora: Neia Daniel


DANDARAS

Exposição de pinturas em óleo, em acrílico, desenhos em pastel, esculturas em madeira e papel machê, tapetes em barbantes e livros de artistas e escritoras negras do Fórum Estadual de Mulheres Negras/RJ, Incubadora Afro-Brasileira, Rede Iyá Àgbá - Rede de Mulheres Negras Frente à Violência / CRIOLA, Espaço Cultural CEDIM Heloneida Studart

19h30 - NO KORIN ÒLÓORUN - Coral de Cânticos Sacros em Iorubá

Maestro: Claudecir Francisco


DIA 24 - 16h - Feira

Artesanatos em diferentes técnicas e materiais de mulheres negras do Fórum Estadual de Mulheres Negras/RJ, Rede Iyá Àgbá Rede de Mulheres Negras Frente à Violência / Criola, Incubadora Afro-Brasileira, AMOCAVIM (Associação dos Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa) , Espaço Cultural CEDIM Heloneida Studart

16h - Mesa de Abertura –

Cecília Teixeira Soares - Superintendente de Direitos da Mulher e Presidenta do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher
Iyá Marilene d’Oxossi

16h – Palestras:

Mesa 01

Rede Iyá Àgbá - Rede de Mulheres Negras no Enfrentamento à Violência Contra a Mulher

  • Como o terreiro trabalha a violência desde os ancestrais até os dias de hoje - Iyá Torody d’Ogum
  • Intolerância religiosa sofridas pelos ancestrais e hoje - Iyá Regina Lúcia d’Yemanjá)
  • Por que as Iyalorixas entraram para a rede – e a realidade de cada comunidade - Iyá Vânia d’Iansã
  • Como esta sendo feito o trabalho nas casas nestes 3 anos de trabalho e os resultados alcançados - Iyá Nilce d’Iansã
  • A diferença de trabalhar nas comunidades e casas de terreiro Mametu Jorgina d’Oxum
  • A Saúde nos terreiros – O trabalho da Rede iyá Àgbá em parceria com a Rede Nacional de Religiões Afro Brasileira e Saúde - Iyá Lú d’Ogum
  • Quais os órgãos públicos fizeram parcerias nas nossas comunidades e como eram feitas antes da rede e agora - iyá Tânia d’Yemanjá
  • Valorização da mulher negra de terreiro na política (passado e presente)

Iyá Amélia d’Oxum


Mesa 2

O Tráfico de Pessoas: A Escravidão Moderna - realidades e tentativas de enfrentamento

Palestrantes:

  • Tráfico de pessoas: Ebe Campinha – Assistente Social, mestre e doutoranda em Serviço Social e coordenadora do Núcleo de Direitos Humanos da Unigranrio
  • A realidade da mulher negra: Lucia Xavier - Assistente Social e Coordenadora de CRIOLA
  • Possibilidades de enfrentamento - Projeto Trama: Luciana Campello - Psicóloga e articuladora do Projeto Trama
  • Mediadora: Alessandra Page - Advogada

Fechamento das mesas Iyá Lúcia d’Oxum ( palavra final e cântico)

Oficinas aberta ao publico

· Oficina de material reciclado e customização

· Oficina de artesanato ( pintura em cerâmica, craquele,arte em jornal, pintura em tecido, decoupage e topiaria)

· Oficina de artesanato ( molde vazado temas natureza)

· Oficina de artesanato (trabalho manual com toalhas e bonecas)

· Exposição de pinturas em tecido e mdf e oficina de confeitagem para principiantes

· Oficina de saúde

· Oficina de Enfrentamento a Violência Contra a Mulher

DIA 25

10h - Oficina de tranças:

Margarida das Tranças

16h - Feira

Artesanatos em diferentes técnicas e materiais de mulheres negras do Fórum Estadual

de Mulheres Negra, Rede Iyá Àgbá Rede de Mulheres Negras Frente à Violência / Criola,

Incubadora Afro-Brasileira, AMOCAVIM (Associação dos Moradores do Condomínio e Amigos da Vila Mimosa), Espaço Cultural CEDIM Heloneida Studart

18h – Abertura: FNMN/CEDIM/SUDIM/FEJN/LÉSBICAS/QUILOMBOLAS/FMMNN/CONEBE/CEDOICOM/COLERJ

18h30 - Inauguração da Placa Malu/Obassi

19h - Performance:

Solista Jupi.S'

19h30 às 20h30 - Conversa Nagô

Mulher negra: Um olhar da comunidade e a questão da violência e habitação

Palestrante: Elizete Napoleão - Coordenadora do Movimento Nacional pela Moradia


Mulher Negra e Trabalho

Rosangela BastosCentro Comunitário de Formação Profissional da Pedreira Padre Juan

Mulher Negra e seus Direitos Sexuais e Reprodutivos

Aglaete Nunes Martins Advogada/Pós-Graduada em Direito do Meio Ambiete e Fundadora da OABMulher

Marta Oliveira Rede Feminista de Saúde/AMBRio

Coordenação: Adriana Martins - Conselheira dos Direitos da Mulher/CEDIMRJ

DJ CRISSOUL

Grupo Cultural Imalê Ifé

21h30 - Lavagem da escadaria e roda:

Grêmio Cultural e Recreativo Afoxé Filhos de Gandhi


RUA CAMERINO, 51 - CENTRO - RJ

TEL: 2299-2005

cedimrj@yahoo.com.br

Prêmio Kabengele Munanga destaca resgate de cultivo africano

www.irohin.org.br
NOTÍCIA
19/06/2008 - 08:59:59
Jamile Menezes Santos, Jornalista(Bahia)
jamyllem@hotmail.com


Homem negro, morador do bairro do Cabula, em Salvador (BA) e nascido no Recôncavo (São Félix), diretor de Recursos Humanos do Centro de Caboclo Sultão das Matas, coordenador do Núcleo de Ciências e Tecnologias André Rebouças (Inst. Steve Biko), graduado em Engenharia Elétrica com Automação (FTC) e pós-graduando em Gestão e Planejamento do Meio Ambiente. Assim se define Edcarlos Costa (28), vencedor do Prêmio Kabengele Munanga, oferecido anualmente pelo Fórum África e que, em maio de 2008, premiou Costa pelo seu trabalho científico intitulado “Automação e eficiência energética em cultivos hidropônicos como uma proposta de resgate étnico-cultural e sócio-ambiental”. No estudo, o autor propõe o desenvolvimento de sistemas de cultivo de maior qualidade e produtividade, voltado para comunidades afro-descendentes carentes, a exemplo de áreas quilombolas. Em entrevista ao Ìrohìn, Edcarlos Costa (costa.edcarlos@gmail.com) nos fala de sua proposta, a premiação e de retaliações que vem sofrendo por conta de suas pesquisas.

Ìrohìn - Como você começou a enxergar o tema da engenharia negra na graduação?
Edcarlos Costa - Acredito que, independente da formação, nós temos que nos posicionar enquanto homem e mulher negra e levar isso para o que você desenvolve na academia, trazendo propostas para sua realidade de origem. Sempre encarei dessa forma: ir lá, buscar o conhecimento e trazer o retorno para a sociedade, independente das discordâncias da academia, o que quase sempre acontece. E era assim que via minha graduação, pensando em propostas que me permitissem construir respostas que eu pudesse levar para a sociedade ‘.

Ìrohìn – Conhecendo a Hidroponia na graduação, como você passou a relacioná-la à questão étnica?
Edcarlos Costa– Em um projeto interdisciplinar, pude despertar muitas idéias já no primeiro trabalho que tive que desenvolver, que era sobre eficiência energética. Busquei como objeto desse trabalho uma escola pública na qual eu havia estudado (Polivalente do Cabula), pela história que ela trazia pra mim: por também ser um antigo Terreiro naquela área e por ter uma mulher negra em sua direção. A minha proposta era uma redução de custo com energia elétrica em toda a unidade. Com isso, boa parte dos recursos que ela recebia do governo, poderia ser economizada e destinada a outros projetos educativos e sociais na própria escola. Conseguimos uma redução de cerca de 20% nesse consumo. Para minha surpresa, isso não foi visto pela faculdade como um projeto útil e empreendedor, interessante de se apoiar. Hoje, sei que vou levar essa proposta para a secretaria de Educação.

Ìrohìn – E como a Hidroponia chegou até você?
Edcarlos Costa – No semestre seguinte, precisava de um trabalho que envolvesse a Química e, mais uma vez, eu queria que fosse um estudo que propusesse a melhoria de algo para a comunidade, em especial, a negra. Recebi então a dica de um professor sobre o cultivo hidropônico, que se encaixava perfeitamente nos critérios do Projeto. Dei continuidade a esse estudo através dos semestres, pleiteando bolsas em cursos de empreendedorismo. Apresentei uma idéia inovadora, um sistema de monitoramento e controle de cultivos hidropônicos, que iria coletar informações sobre essa prática, criando banco de dados para usos posteriores. Essa idéia foi a 2ª colocada no Concurso Empreendedor Nota Dez (2003). A Hidroponia é um sistema de cultivo, dentro de estufas, sem uso de solo. Os nutrientes de que a planta precisa para desenvolvimento e produção são fornecidos somente por água enriquecida. Em meus estudos sobre esse cultivo, aprendi que era uma prática dos egípcios antigos na época da única faraó-mulher na história do Egito, a mulher negra Hatsheput (1460 A.C).
Portanto, essa é uma tecnologia negra, somos donos dela e, pra mim, passou a ser de grande importância fazer seu resgate, trabalhá-la em seu contexto atual e propor sua implantação em comunidades negras.

Ìrohìn – Como a hidroponia se relaciona, em seu projeto, com a população negra atualmente?
Edcarlos Costa – Descobri outro mundo com a Hidroponia. Ela é um cultivo altamente lucrativo e de produtividade bem maior e melhor do que os cultivos tradicionais. Entretanto, ou por isso mesmo, ela está voltada para um público de alto poder aquisitivo não só na Bahia como no Brasil e no mundo. Basta ser utilizada da melhor forma para que seja uma atividade agrária rentável. Então, se você tem o conhecimento disso, dá uma proposta tecnológica viável para ela, você terá mais segurança, mais produtividade e menos custo. Conseqüentemente, um produto de melhor qualidade. Este que tem que estar nas mãos de quem realmente o originou e precisa, que é a comunidade negra. Então, me senti obrigado a criar esta proposta direcionada a este público.

Ìrohìn – Como ele funcionaria na prática?
Edcarlos Costa – O projeto pretende implantar uma estufa hidropônica automatizada, com a proposta de produzir alimentos, principalmente hortaliças, que combatam as carências nutricionais das comunidades quilombolas, produção de ervas medicinais, o que já é muito bem trabalhado por várias comunidades, como as de Terreiro. Os hospitais, em sua maioria, já são consumidores de produtos hidropônicos, adquiridos junto a fornecedores já estabelecidos. Para pôr isso em prática, pretendo ter o apoio daqueles que já mapearam as áreas quilombolas na Bahia. É importante frisar que isso não é a substituição do solo, mas é poder agregar esse valor, sem dissociar o conhecimento, poder e força que a terra nos traz. É uma proposta da água, que também traz a vida, que já utilizamos muito apropriadamente em nossas comunidades.

Ìrohìn – Mais concretamente, quais retornos essas comunidades obterão com a mudança de prática?
Edcarlos Costa – Estamos falando em retorno histórico, de saúde e econômico para essas comunidades. Elas precisam de dinheiro, do comércio e de estabelecer as relações de gênero que já foram resgatadas desde a faraó egípcia. O homem e a mulher negra precisam trabalhar juntos nesse processo produtivo. Nessas comunidades, eles acabam tendo que trabalhar distante de suas moradias, em terras alheias (ricas e brancas, sem ter um retorno financeiro digno. Geralmente, a mulher sempre fica fora desse processo, sendo sub-remuneradas e subempregadas, por não poderem arcar com os trabalhos pesados do cultivo. Com essa outra cultura, o homem e a mulher não precisarão sair de suas terras, tendo um retorno financeiro superior. Além do comércio, há o retorno de saúde, que é também superior. Com uma estufa hidropônica em funcionamento, você pode produzir hortaliças limpas e enriquecidas naturalmente, produzidas em grande quantidade. Uma série de programas pode acompanhar esta produção: re-educação alimentar, educacional, resgate histórico. É algo a ser pensado coletivamente.

Ìrohìn – Você sentiu dificuldades para levar esse debate na graduação?
Edcarlos Costa – Eu não tive apoio da coordenação, dos docentes. Não conseguia dar visibilidade ao tema, sentia que a coordenação não enxergava a utilidade do trabalho, muito menos via sua importância para a sociedade e para aqueles que precisam. Por isso, quando da minha defesa desse projeto, vou propor a criação do Núcleo de Pesquisa Etno-sócio-ambiental da FTC, sob minha coordenação. Com este Núcleo, teremos a oportunidade de dar visibilidade e apoio a outros projetos que poderão vir relacionados a esta temática na instituição, que é uma das instituições de ensino mais tecnologicamente fortalecidas em Salvador e talvez do estado. Acho que os pesquisadores e docentes negros devem buscar isso nas instituições, principalmente naquelas que desejam se tornar Universidades.

Ìrohìn – Qual o quadro dessa produção na Bahia?
Edcarlos Costa – De acordo com a Associação Baiana de Hidroponia, são apenas 10 registrados em todo o estado que possuem essa cultura. Existem duas estufas hidropônicas apenas que trabalham voltadas para suprir deficiências nutricionais da população carente. Mas nenhuma envolve diretamente a questão étnica.

Ìrohìn – Como foi receber o Prêmio Kabengele Munanga em São Paulo, agora em maio?
Edcarlos Costa – Eu não conhecia a premiação e fiquei maravilhado com a iniciativa. Dentre os seis trabalhos científicos finais, fui contemplado com o primeiro lugar, o que para mim foi um retorno mais do que importante. O prêmio é uma viagem para a África, fazer um intercâmbio com este meu projeto e, com certeza, vou levá-lo às comunidades africanas, e fazer uma série de articulações de apoio para voltar ao Brasil com uma proposta concreta, real, já experimentada e fortalecida.

Ìrohìn – Você diz ter sofrido retaliações na Faculdade. Quais foram e o que você pretende fazer quanto a elas?
Edcarlos Costa – Precisei solicitar ajuda do Ministério Público, pois fui proibido de ter acesso a alguns setores, fui discriminado e humilhado na academia, afastado do meu trabalho de monitoria do curso de Engenharia Elétrica. Disseram que eu não cumpria com minhas atividades, que eu precisava de tempo por conta do meu trabalho de conclusão, que eu não promovi eventos e atividades reais para a academia, o que é uma inverdade. Tenho provas disso e todas elas foram barradas. Também não recebi nenhum apoio em relação ao Prêmio. Então, eu tenho sentido uma série de impedimentos na minha Faculdade, mas, apesar das dificuldades, sei que não me farão renunciar a meus objetivos.

Ìrohìn – O que você pretende fazer agora com este projeto em mãos, a viagem e a Academia?
Edcarlos Costa – Com certeza, se não conseguir desenvolvê-lo em África, o farei aqui, com o meu mestrado, que pretendo fazer na USP. Temos que ocupar aquele espaço, pois ali circula muita informação, muitas pesquisas importantes para o Brasil, temos portanto que estar lá, estimular a formação de mestres, doutores, orientar projetos e fortalecer novas iniciativas. Quero vir de África com um projeto concreto em que eu possa ter autonomia para implantar propostas reais, como a da estufa hidropônica, em todas as comunidades, no mínimo, no estado da Bahia. Já recebi propostas de outros países para desenvolver o projeto. Quero trazer conhecimento espiritual, que trarei da África, com certeza, e tecnológico, que me capacitem a desenvolver o projeto.
Edcarlos Costa defende seu premiado projeto nesta quinta (19 de junho de 2008), na Faculdade de Ciências e Tecnologia (FTC – Paralela, Salvador- Bahia)
O Prêmio Kabengele Munanga foi criado para incentivar o intercâmbio Brasil x África e divulgar trabalhos que reunirá pesquisadores, personalidades brasileiras e africanas, autoridades, para apresentação e discussão de estudos, concluídos ou em andamento, integrados ao tema “África: história e ações pró-ativas diante da globalização das nações ricas e os acordos bilaterais dos mercados emergentes”. O Prêmio é anual e é responsabilidade do Fórum África (http://www.forumafrica.com.br)

Curso vai formar capoeiristas-educadores - BA

Numa roda de capoeira, o lugar do coletivo está sempre garantido. Partindo dessa premissa, o curso Capoeira - Educação para a Paz, tem como principal objetivo formar capoeiristas-educadores que vão atuar na construção de um currículo escolar voltado para a educação das relações étnico-raciais. O curso começa no próximo dia 30, às 14h, com uma palestra da educadora Fátima Freire Dowbor, no Forte de Santo Antônio Além do Carmo.
"A capoeira tem princípios ancestrais, como o respeito mútuo, o respeito aos mais velhos, ao espaço e ao corpo do outro, que são importantes para assegurar a preservação da paz nas relações étnico-raciais", afirmou a historiadora Vanda Machado, idealizadora do curso e coordenadora do Projeto Irê Ayó, da Secretaria Estadual de Cultura (Secult), em parceria com a Secretaria da Educação/Instituto Anísio Teixeira, que visa abrir espaço nas escolas para inclusão da cultura afro-brasileira.
O curso vai aproximar o caráter inclusivo da capoeira a vivências pedagógicas colaborativas, como a Metodologia do Círculo de Cultura, desenvolvida pelo educador Paulo Freire. O tema será abordado por sua filha, a também educadora Fátima Freire Dowbor, na aula inaugural, com a palestra Quem Educa Marca o Corpo do Outro.
O evento contará também com a apresentação do artista senegalês Doudou Coumbua Rose, que vai pedir a bênção aos mestres que ocupam o Forte de Santo Antônio Além do Carmo, reduto histórico da luta e resistência de diversos grupos de capoeira em Salvador, agora sob a gestão do Instituto do Patrimônio Artístico e Cultural (Ipac).
De início, serão capacitados 80 capoeiristas, em duas turmas de 40 alunos, que assistirão a aulas dos 30 módulos do curso. "Os capoeiristas-educadores serão multiplicadores, porque indiretamente atingem mais de 1,6 mil pessoas por meio de atividades com alunos em outros bairros e escolas da rede de Salvador", disse Vanda Machado, que insere a iniciativa dentro dos esforços de aplicação da Lei Federal 11.645/2008, que institui a obrigatoriedade do tema História e Cultura Afro-brasileira e Indígena no currículo oficial da rede de ensino no Brasil. A realização do curso deve ser uma ação permanente, ao longo do ano, no Forte de Santo Antônio Além do Carmo.
Para o secretário de Cultura, Márcio Meirelles, essa é uma iniciativa de fundamental relevância para configurar outras formas de educação e da relação entre os negros e os não-negros. "Sabemos que historicamente os dispositivos jurídicos para o povo negro impediram a sua cidadania plena e o acesso aos bens sociais em nosso país", explicou.
Inscrições abertas - As inscrições para o curso já estão abertas. Para participar, os interessados precisam ser indicados por outros mestres de diferentes bairros e escolas de capoeira de Salvador e região metropolitana.
As aulas serão realizadas de segunda a sexta-feira, das 14 às 18h, no Forte de Santo Antônio Além do Carmo. A previsão é que a primeira turma receba o certificado no dia 15 de agosto.
http://www.cultura.ba.gov.br/noticias/plugcultura/curso-vai-formar-capoeiristas-educadores

Educação Étnico-racial, a cultura afro-brasileira na sala de aula

Fonte:http://www.palmares.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=132
(16/06/2008 - 14:04)



No município de Rio Piracicaba em Minas Gerais, a Escola Municipal Bernardo Ferreira Guimarães mostrou como a lei nº 10.639/03 pode ser aplicada no dia-a-dia de uma escola e como a comunidade pode conhecer um pouco mais da cultura afro-brasileira com os estudantes. Os professores, pedagogos e alunos da escola desenvolveram no ano de 2005 um trabalho com a cultura afro-brasileira, chamado: "Negro, nossas raízes".

Com um projeto pioneiro, escola e comunidade começaram a conhecer melhor suas próprias raízes por meio de atividades multidisciplinares que valorizavam a cultura afro-brasileira. Claro que no começo houve dificuldades. Era um misto de curiosidade e rejeição, principalmente dos alunos. Na oficina de confecção de bonecas, por exemplo, muitas meninas afro-descendentes não queriam fazer suas bonecas semelhantes ao seu tom de pele e as meninas brancas curiosamente só queriam fazer bonecas negras. Com o passar do tempo e a interferência dos professores para que se fizesse de fato uma identificação com a imagem do negro, as barreiras foram quebradas e todos começaram a entender que fazem parte de uma mesma cultura.
Desse projeto saiu um livro que se chama: Educação Étnico-racial e o projeto Caxambu: Nossa história, nossa vida. Com a organização de Agda Consolação Vieira, o livro mostra a experiência do trabalho não só em 2005 como também em 2006 e 2007. No último ano, o projeto se tornou institucional e toda a escola discutiu a temática com tópicos específicos para cada turma. Foi nesse ano também, de acordo com o livro, que a comunidade escolar se tornou mais eficaz e participativa.
O livro dividido em quatro partes mostra todo o processo do trabalho desenvolvido, desde a formação dos professores e pedagogos para ensinarem os alunos até as estórias do povo africano, as danças, os costumes, a culinária e uma pequena enciclopédia de animais da África.

No trabalho também aparecem poemas feitos pelos estudantes, um estudo sobre plantas medicinais e a criação de um museu para socializar as descobertas do projeto. Foi uma maneira que uma escola encontrou de aproximar seus alunos de sua própria cultura, sem precisar fazer isso de forma imposta ou cansativa. Uma descoberta que fortaleceu toda a comunidade e que trará um futuro menos desigual, pelo menos em relação à educação étnico-racial, ao município de Rio Piracicaba.


Luisa Picanço - FCP/MinC

Livro valoriza história afro-brasileira do Ciclo de Ouro

fonte: http://www.palmares.gov.br/003/00301009.jsp?ttCD_CHAVE=1318
(12/06/2008 - 09:20)


Luisa Almeida Picanço

Imagine a mineração no Brasil do século XVIII. Toda aquela corrida rumo ao ouro, todos os quintos cobrados pela coroa portuguesa e toda a mão-de-obra escrava. A história tradicional a maioria das pessoas conhece, mas existe uma outra história pouco conhecida por muitos brasileiros. Se você achava que os escravos das minas só faziam o trabalho de procurar ouro, vai mudar de opinião. Eles foram os responsáveis por muitas das técnicas de mineração utilizada no período e algumas delas são utilizadas até hoje. É o que prova Cláudia Márcia Coutinho Dias, escritora e professora de História, do Centro Universitário do Leste de Minas Gerais (Unileste-MG).

Seu livro Tecnologias de extração do ouro em Minas Gerais: os saberes da África conta a história da mineração brasileira de um ponto de vista inovador, a colaboração do escravo no Ciclo de Ouro. Ao contrário da maioria dos livros didáticos que aborda apenas a questão econômica da época da mineração no Brasil, Cláudia Márcia mostra que essa história só aconteceu com a ajuda dos negros escravizados.

O Ciclo do Ouro teve contribuições técnicas de extração dos escravos como: a técnica das canoas (que eram lavadouros, espécies de mesas) em que se depositava o cascalho retirado dos rios ou tabuleiros em pequenos montes para ser lavado e apurado. De acordo com Cláudia, foram muitos os escravos explorados na mineração, especialmente os que vieram da Costa da Mina e de Angola, que eram considerados os melhores para o trabalho nas minas.
Com a ajuda dos livros do barão e engenheiro Eschewege (diretor da Real Academia de Ciências do Rio de Janeiro), a autora desconstrói a idéia eurocêntrica de que Portugal foi o responsável pelas técnicas de mineração no Ciclo do Ouro. E dessa forma, o livro valoriza a cultura africana. Eschewege admite em seus livros que a contribuição dos negros foi fundamental no período retratado.

Além de mostrar toda essa questão das minas, a professora possibilita a alunos e estudiosos conhecerem uma outra parte da história afro-brasileira. O livro tem abordagem didática e objetiva, podendo ser utilizado como referência ao estudo da História por alunos do ensino médio e fundamental. Prova de que o Brasil ainda tem muita história para contar.

Título: Tecnologias de extração do ouro em Minas Gerais: os saberes vindos da África

Autora: Cláudia Márcia C. Dias

Difusora Editora Gráfica, 2008,102 p.

quarta-feira, 2 de julho de 2008

Defesa de Dissertação sobre programa do Instituto Steve Biko - BA

No dia 03 de Julho às 14h, no Instituto de Física da UFBA (Campus de Ondina), o Mestrando Lázaro Cunha fará a defesa de sua dissertação que tem o título "Oguntec, um novo tom para a ciência na Bahia: o desvelar de uma proposta pedagógica anti-racista para a educação científica de jovens negros e negras".

segunda-feira, 30 de junho de 2008

V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano - BA

V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano –
Brasil, 120 anos de Abolição,

a ser realizado na Faculdade de Medicina da UFBA.

Data: de 3 a 5 de novembro de 2008

Inscrições de trabalhos - até 20 de agosto de 2008



Em 2008, a Abolição da escravatura no Brasil completa 120 anos. As experiências e trajetórias dos africanos aqui escravizados constituíram a história brasileira e são especialmente marcantes na vida social e cultural dos baianos.
.....................
Com o objetivo de consolidar as redes de investigação e discussão sobre a história da escravidão, a Secretaria de Cultura do Estado da Bahia (SECULT), através da Fundação Pedro Calmon, em parceria com a Secretaria de Promoção a Igualdade do Estado da Bahia (SEPROMI), 0 Centro de Estudos Africanos da Universidade do Porto (CEAUP), o Programa de Pós-Graduação em História da UFBA, o Programa de Pós-Graduação em História da UEFS e a Pró Reitoria de Extensão da UNEB realizarão no período de 3 a 5 de novembro de 2008, a primeira edição no país do
Colóquio Trabalho Forçado Africano.
.....................
Em 2008, a realização do
V Colóquio Trabalho Forçado Africano na Bahia, se inscreve dentre as ações da Fundação Pedro Calmon /SECULT para fomentar o debate e propiciar a difusão de conhecimentos sobre cultura, história e memória no Estado da Bahia, tendo como foco os 120 anos da Abolição.

Com a expectativa de alcançar tal objetivo,
convidamos pesquisadores, professores, estudantes e demais interessados a assistir ou expor suas pesquisas ou resultados destas no V Colóquio Internacional Trabalho Forçado Africano – Brasil, 120 anos de Abolição, a ser realizado na Faculdade de Medicina da UFBA.

Informações e normas de participação.
Data
: 3 a 5 de novembro de 2008

Data limite para inscrições de trabalhos e envio de aceite: As inscrições de trabalhos poderão ser feitas até 20 de agosto de 2008. As cartas de aceite dos trabalhos aprovados serão enviadas 20 dias, após o encerramento das inscrições.

Informações completas no arquivo anexo e através do site http://www.fpc.ba.gov.br/coloquio.asp e e-mail: tfa@fpc.ba.gov.br

Evento "Olhares Afro Contemporâneos" - DF

No ECCO – Espaço Cultural Contemporâneo
Exposições individuais: “Cidade Visível”, de Marcelo Reis (Bahia) e “Os Espíritos na Terra”, de Luis Alcalá del Olmo (Espanha)
Abertura, dia 1º de julho, terça-feira, às 20h
Visita guiada com artistas, às 19h30
Encontro Técnico p. Educadores, dia 2 de julho, quarta-feira, às 09h

O EVENTO
Para marcar os 120 anos da Abolição no Brasil, Fundação Palmares e a Fundação Athos Bulcão, em parceria com o ECCO, realizam o evento OLHARES AFROCONTEMPORÂNEOS, que inclui as exposições individuais “Cidade Visível”, de Marcelo Reis (Bahia) e “Os Espíritos na Terra”, de Luis Alcalá del Olmo (Espanha).
As mostras serão inauguradas em 1º de julho de 2008, terça-feira, às 20h, no Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO.
Em agosto, serão abertas mais 2 (duas) exposições quais sejam: “Na Roda da Capoeira”, coletiva organizada pelo Centro Nacional de Folclore e Cultura Popular, no ECCO, e a individual “Expressões Africanas”, de Leni Vasconcelos, com curadoria de Girafa, no Museu Nacional, que serão detalhadas em release oportunamente.
AS EXPOSIÇÕES
“Cidade Visível”, Marcelo Reis
Trata-se de uma mostra inédita reunindo fotografias de uma das mais importantes manifestações populares do país, cujo início foi antes da abolição em fins do século XIX: a festa da comunidade negra no Recôncavo da Bahia, na cidade de Saubara.
Esta manifestação centenária marca o episódio em que negros já lutavam por alforrias e as origens do movimento popular em prol da independência da Bahia (que se dá no mesmo período), ganhando, o próprio Estado, sua “alforria”. O evento, que foi ímpar no Brasil da pré-abolição, ocorre nos 4 (quatro) domingos de julho (mês da independência da Bahia).
Segundo a jornalista e curadora Silvia Nonata,“...a leitura imagética que Marcelo Reis faz dos “Caretas de Saubara” também o transforma. Como autor, constrói sua narrativa em cima de um acontecimento, mas o faz numa atmosfera onírica. Os ângulos escolhidos nos mostram em muitas imagens uma cidade praticamente vazia, habitada quase somente pelos caretas, que ora aparecem em bandos, ora nos olham sozinhos.Marcelo Reis transcende o caráter factual e nos leva a uma instância simbólica rica de significações. Neste jogo sem fim, ao contemplarmos suas imagens, também acabamos transformados por elas..”
No que se refere à estrutura da exposição, são imagens em que o referente fotográfico salta aos olhos no mais puro naturalismo. Isso pode ser visto na escolha da luz, nos planos abertos, na profundidade de campo, nas cenas tomadas por flagrante. Reis estrutura fotograficamente sua matéria-prima, a realidade do acontecimento.
“Os Espíritos na Terra”, Luis Alcalá del Olmo
As fotografias apresentadas nesta exposição estruturam-se em 6 (seis) séries correspondentes às peregrinações do ano litúrgico: Erzulie Freda, Barón Samedi, Ogoun Ferraillé, Souvenance, Ganthier y Ra Rá, às quais, sinteticamente, são:
Erzulie Freda - Deusa Vodu do amor e da beleza, identificada com Nossa Senhora do Carmo. Reside em Saut d'Eau (Artibonite), onde uma imensa cascata se esconde em plena selva tropical junto à igreja de Nossa Senhora do Carmo construída em 1849, após a aparição da Virgem, na copa de uma palmeira.
Ogoun Ferraillé - Deus Vodu da guerra e se identifica com “Santiago, o Grande”, cuja festa é celebrada na Lagoa de Santiago na região da Planície do Norte, onde se encontra uma igreja com uma grande imagem de Santiago à cavalo, em atitude guerreira.
Souvenance- É um “lakou se encontra perto da vila de Gonalves e é um dos centros de culto ao Vodu mais famosos do Haiti. A peregrinação que ocorre sexta-feira santa, sábado de Aleluia e domingo de Ressurreição.
Ganthier - Vilarejo, perto da capital, onde está o “calvário dos milagres”,montanha com pequena capela e três cruzes. Sexta-feira santa os fiéis se dirigem ao local, rezam com braços levantados, lamentam e gritam de angústia, esperando conseguir o milagres como: achar trabalho, curar doença, espantar azar e outras súplicas.
Ra Rá - Bandas de música e dança que, durante a Quaresma, perambulam, cantando e dançando pelos campos e subúrbio das cidades. Em cada banda, há hierarquia social e na formação, organização tipo militar.
Barón Samedi - Cabeça da grande família dos Gédé, os deuses dos mortos, encarregados de velar pelas tumbas e os cemitérios. Os fiéis vão ao cemitério, além de perambular pelas ruas e mercados vestidos de preto, branco e violeta, com a cara pintada de branco.
Como afirma o crítico Jean Claude Fignolé, “a lente de Alcala objetiva fez mais do que ver. Poetiza a realidade através da magia de uma estranha cumplicidade escalonada em graus de simpatia, que deixa abolida a distância entre curiosidade e conivência. As imagens falam. Contam. Significam. Concretizam-se nos rostos por uma adequação entre a arte e a realidade, emoções sempre próximas ao êxtase. A alegria se veste de voluptuosidade e se sublima com força imaterial. Cada emoção captada, reproduzida em sua essência, se parece curiosamente à expressão dada pela câmera; se objetiva, se torna sensação paralisada em diferentes posturas para a eternidade”.

SOBRE OS ARTISTAS
Marcelo Reis
Vive e trabalha em Salvador. É fotógrafo, jornalista, professor de fotografia. Coordena a Casa da Photographia desde 1997. Obteve reconhecimento nacional, com o lançamento de vários projetos com o apoio da iniciativa privada que incluem eventos mensais com fotógrafos locais, nacionais e estrangeiros, a exemplo de Mário Cravo Neto e Walter Firmo, o fotógrafo da revista National Geográfico Devis Alan Havey e o curador da Pinacoteca do Estado de São Paulo, Diógenes Moura.
Como fotógrafo, começou a expor profissionalmente em 97, na Galeria Esteio, na Vila de Sitio Novo, em Catu/ Ba. Já expôs em diversas galerias, museus e salas de artes em Salvador e no Brasil, além dos espaços culturais Caixa Cultural do Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília. Desde o ano de 1999, está com o projeto RITOS POPULARES que segue uma linha Estética/ Documental sobre os Movimentos Populares Brasileiros. É membro da Associação de Artes Visuais da Bahia, produtor cultural, professor, curador, diretor do A GOSTO (festival Nacional de Fotografia com uma série de eventos totalizando 30 dias de atividade durante o mês de agosto com mostras debates, leituras de portfólios e oficinas), coordenador do Projeto CAMERALATA, editor da revista NUOLHAR, colunista, escreve textos críticos sobre fotografia para diversas exposições fotográficas.
É produtor cultural desde 1999 e atua em inúmeros projetos como: “Quartas da Casa”, produção do ciclo de palestras sobre fotografia e cinema na Biblioteca Central em Salvador na Bahia; “Feira de Arte Fotográfica” e administração todo 1º domingo do mês no Terreiro de Jesus Pelourinho, Salvador, BA; “Mês Internacional da Fotografia – BAHIA”, organizando exposições que ocorrem no Teatro Jorge Amado, Teatro XVIII, Photo Store e sede da Coelba “Falando de Foto”, etc.
Luis Alcalá del Olmo
Começou sua carreira trabalhando como fotógrafo independente em diversas Agências Internacionais de notícias na América do Sul e Caribe. Antes de começar a trabalhar em tempo integral com fotojornalismo, sua carreira como repórter gráfico começou com vários projetos fotográficos na área de antropologia visual de comunidades na África Sub-sahariana. Em seus quinze anos de carreira como fotojornalista, documentou numerosos acontecimentos políticos, culturais e desportivos, foi responsável pela transmissão de imagens para agências e jornais da América Latina. Foi, ainda, coordenador e produtor de reportagens especiais nos últimos dez anos para o jornal Primera Hora, em San Juan , Porto Rico.

O PROGRAMA EDUCATIVO
Por ocasião do evento e dando prosseguimento ao seu PROGRAMA EDUCATIVO, o Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO, em parceria com a Secretaria de Educação do GDF, realiza um evento especial para educadores, professores, Coordenadores Pedagógicos e Diretores de Escolas Públicas e Particulares. Será o XVI Encontro Técnico do Programa Educativo (curso de capacitação para educadores). O tema será DIVERSIDADE E CULTURA NEGRA - ARTE: HISTÓRIA E SOCIOLOGIA, ligado ao conteúdo das exposições e relacionado aos 120 anos da abolição no Brasil. Serão tratados temas transversais tais como: educação cívica e patrimonial, diversidade e abordadas disciplinas como: artes, geografia, filosofia, sociologia, história e literatura, matérias inclusas nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s. Será concebido, ainda, material didático específico para atender aos educadores, oferecendo subsídios para o trabalho em sala de aula, desenvolvido pelo professor Nelson Inocêncio, do IDA/UnB.
Os textos para análise e reflexão serão complementados por documentos iconográficos e históricos, além de exercícios que promovam a aprendizagem e favoreçam a interdisciplinaridade proposta para os currículos oficiais. O programa educacional conta também com visitas guiadas e trabalhos em oficina educativa para alunos. É dirigido para escolas de ensino médio e fundamental, públicas e privadas, e estudantes universitários.
O evento acontece quarta-feira, dia 02 de julho de 2008, com opções de horário matutino ou vespertino (9h à 12h30 e das 14h às 17h30). As inscrições são gratuitas, bem como material impresso aos participantes. Vagas limitadas e possibilidade de certificação!

SERVIÇO:
Exposições:
“Cidade Visível” (Galeria I)
“Os Espíritos na Terra” (Galeria II)
Abertura para convidados – terça-feira, 1º de julho de 2008, às 20h - Visita guiada, às 19h30
Programa Educativo - Encontro Técnico para educadores, na quarta-feira, 2 de julho, a partir das 9h.
Inscrições e agendamento de visitas: 61.33272027 ramais 29 ou 31.
Visitação : Até 24 de agosto de 2008, terça a domingo das 9h às 19h

LOCAL
Espaço Cultural Contemporâneo - ECCO
SCN Quadra 3 Lote 5 (ao lado da concessionária JORLAN, entre o Liberty Mall e o Edifício VARIG)
Site: HYPERLINK "http://www.eccobrasilia.com.br" www.eccobrasilia.com.br

MAIS INFORMAÇÕES
Direção Geral do ECCO
Karla Osorio Netto: 33676303 / 99412103 HYPERLINK "mailto:karla.osorio@arte21brasilia.com.br" karla.osorio@arte21brasilia.com.br
Produção ECCO:
Gisele Peixoto 33272027 r. 22 / 61. 81154839 / HYPERLINK "mailto:prod.3@arte21brasilia.com.br" prod.3@arte21brasilia.com.br
Juana Miranda:33272027 r.25 / 61. 84289999 / HYPERLINK "mailto:ecco@eccobrasilia.com.br" ecco@eccobrasilia.com.br
Curadoria
Cidade Visível, Silvia Nonatas: 71. 9177 6339 / 71. 3495 8901/ HYPERLINK "mailto:nonatas@uol.com.br" nonatas@uol.com.br
Os Espíritos na Terra, Jean Claude Fignolé

PROGRAMA EDUCACIONAL
Agendamento de visitas guiadas e trabalhos em oficina.
Luciana Borges HYPERLINK "mailto:educativo@eccobrasilia.com.br" educativo@ECCObrasilia.com.br Tel:. 33272027 ou 2025 r. 29 ou 31 99642103

FICHA TÉCNICA
REALIZAÇÃO Fundação Athos Bulcão e ECCO
APOIO INSTITUCIONAL Lei de Incentivo à Cultura-Minc, GDF, Secretaria de Estado de Educação do D, Casa da Photographia, Studio Digital, ABDV, Agência Click e UNICEF
APOIO Fundação Cultural Palmares, Minc e Gov. Federal
PRODUÇÃO ARTE 21

SCN Quadra 03 Bloco C Loja 05
70713 000 Brasília – DF Tel. 61 33272027
www.eccobrasilia.com.br

domingo, 29 de junho de 2008

Seminário sobre responsabilidade ética e social da universidade e a população negra - PB



(Clique nas imagens para ampliá-las)

Seminário "Do dia 14 de maio à atualidade, onde está a nossa liberdade?" - BA

Este evento pretende promover discussões sobre a liberdade conferida no século XIX aos africanos e afro-brasileiros escravizados no Brasil, a fim de ressignificá-la.

De acordo com os estudos realizados pelo NEAFROUNEBSSA, pudemos concluir que as Leis do Ventre Livre, Sexagenário, Áurea, entre outras, não concederam de fato, a liberdade dos povos escravizados, uma vez que os deixava a margem da sociedade, sem condições psicológicas e econômicas para se desenvolver como cidadãos. Traçando pesquisas a cerca das conquistas dos africanos e afro-brasileiros na sociedade ao longo dos séculos XX e XXI, foi possível constatar inúmeras realizações, as quais denominamos de pratica de liberdade.

Diante disso criamos “Do dia 14 de maio a atualidade, onde está nossa liberdade? – Discussões sobre a abolição da escravatura” que vai problematizar a suposta liberdade conferida e apesar das adversidades as práticas que promoveram a real liberdade destes povos e achamos fundamental realizá-lo na UNEB, universidade pioneira na implantação do sistema de cotas para estudantes afro-brasileiros.

12.07.2008 (Sábado)

- 8:00 – 8:20 – Credenciamento

-8:20 – 8:30 – Abertura do evento com Coordenador do Programa AFROUNEB Prof. Dr. Wilson Mattos

- 8:30 – Religião – Zezé Olukemi

“A importância das religiões de Matriz Africana para a formação da identidade e resistência do povo negro no Brasil.”

- 9:10 – Política – Dyane Reis

"Políticas de Ações Afirmativas e Estratégias de Permanência no Ensino Superior"

- 9:50 - Ciências Exatas Edcarlos Costa

“A importância da construção ética e étnica na formação de profissionais de Engenharia como difusão da lei 11.645/08”

-10:30- Discussões

- 12:00 - Almoço

- 14:00 – Literatura – Ana Célia Silva

- 14:40 – Educação – Otto

Trajetória educacional do negro pós-abolição: "nós estamos por nossa própria conta"

- 15:20 - Artes – Marcos Costa

“O graffiti soteropolitano na contemporaneidade”

-16:00- Discussões

- 17:30Evento Cultural

Sarau de Poesia

RBF (Rapaziada da Baixa Fria)

Opanijé

Conceito Negro

Entrega de Certificados


INSCRIÇÕES E INFORMAÇÕES

- TELEFONES:

88250897 / 88754413 / 87419786

- E-MAIL:

neafrouneb@gmail.com

sexta-feira, 27 de junho de 2008

Luiz Gama : 178 anos do nascimento do precursor do abolicionismo no Brasil

No dia 21 de junho de 1830 nascia Luiz Gama, intelectual autodidata, cuja vida foi quase que integralmente dedicada à luta pela emancipação do povo negro

23 de junho de 2008

Copista, advogado, jornalista, poeta, abolicionista e revolucionário Luiz Gonzaga Pinto da Gama foi uma das personalidades brasileiras mais ativas de nossa história. Intelectual autodidata foi um fervoroso abolicionista e um efêmero poeta que ainda continua injustamente banido dos círculos acadêmicos reacionários.


Luiz Gama nasceu na capital baiana em 21 de junho de 1830. A mãe foi a negra livre revolucionária abolicionista, Luíza Mahin, que participou do levante dos escravos baianos, conhecido como Revolta dos Malês, em 1935, e também da Sabinada em 1937. O pai, fidalgo de família tradicional baiana, o vendeu a troco de uma dívida de jogo aos dez anos de idade, quando foi comprado em um leilão por Antônio Pereira Cardoso, segundo-tenente do exército imperial, e foi viver em um cativeiro em Lorena, interior de São Paulo. Em 1847, o hóspede do seu senhor, Antônio Rodrigues do Prado Júnior o alfabetizou. Aos dezoito anos fugiu do cativeiro e foi para São Paulo.

Autodidata

No mesmo ano se alistou na Força Pública da Província ou Corpo de Força da Linha de São Paulo, criada em 1820 e composta do Corpo de Pedestres e da Companhia de Caçadores que reuniam os praças da guarda policial que tinham como objetivo dar suporte para a Província de São Paulo evitando as rebeliões, muito freqüentes na época, que se dirigiam contra as Cortes Portuguesas.

À época ainda fazia trabalhos de copista para o escritório do escrivão major Benedito Antônio Coelho Neto e também como ordenança (soldado particular) do gabinete do Conselheiro Furtado de Mendonça, o contato com a biblioteca do escritório do Conselheiro despertou o interesse pela carreira jurídica no poeta.

Em 1850 casou-se com Claudina Sampaio e começou a freqüentar, como ouvinte, as aulas do Curso de Direito da Faculdade Largo São Francisco, mas foi estimulado pela indolência dos professores e colegas a abandonar o curso antes de concluí-lo.

Foi expulso da Força Pública, em 1856, por má conduta e rebeldia, pois não acatava as ordens de seus superiores, por isso ficou preso trinta e nove dias e depois foi trabalhar como amanuense da Secretaria de Polícia, onde era o responsável pela correspondência e por copiar e registrar documentos.

Em 1869 foi demitido do cargo por apresentar uma posição de defesa dos direitos dos escravos.

Imprensa progressista

Dispensado do serviço público Luiz Gama passou a se dedicar com maior afinco a colaborar com diversos jornais periódicos. Ele havia fundado em 1864 o jornal satírico “Diabo Coxo”, que tinha as ilustrações do italiano Ângelo Agostini, considerado um marco no segmento da imprensa humorística de São Paulo. Colaborou ainda com os jornais “Ipiranga”, “Coroaci”, ”O Polichinelo” e “Cabrião”. Seu maior feito no campo jornalístico foi a fundação, juntamente com o republicano Rui Barbosa, do jornal “Radical Paulistano”, em 1869.

De afiliação partidária republicana, Luiz Gama, que chegou a ser um dos fundadores do Partido Republicano Paulista na cidade de Itu, em 1873, defendia, em todos esses jornais, uma posição claramente a favor da causa dos escravos, dizendo que a escravidão era um fator de degradação da sociedade e do ser humano,.tornando-se assim um importante precursor do movimento abolicionista no Brasil.

Advogado abolicionista

O que aprendeu no Largo São Francisco fez com que o autor trabalhasse como rábula do fórum de São Paulo, destacando-se na defesa de causas a favor dos negros escravizados. A sua defesa pelos escravos foi excepcional, através da sua condição de rábula tentava provar que os negros estavam sendo escravizados contra a lei, pois tinham entrado no Brasil após a proibição do tráfico negreiro, promulgada em 1850. Causou grande polêmica ao defender que o assassinato dos proprietários pelos escravos era um ato de legítima defesa.

Financiou alforrias condicionais e também ajudou os escravos que mesmo podendo pagar pela carta de alforria eram impedidos, por seus senhores, de se libertarem. Ajudou na libertação legal de mais de 500 escravos foragidos. Foi também líder da Mocidade Abolicionista e Republicana em 1880.

Revolucionário

Não foi apenas através de medidas legais, imprensa e judiciário, que Luiz Gama lutou pelos negros. Ele foi o inspirador de um dos movimentos revolucionários mais importantes do século XIX; a luta dos Caifazes, negros organizados por Antônio Bento que sublevaram-se contra o regime imperial obrigando-o a emancipar os negros.
Os Caifazes foram seguidores diretos de Luiz Gama que fundou, a partir de 1880, sociedades secretas que auxiliavam os negros a se organizarem para fugirem das fazendas.

Poeta banido da literatura

Luiz Gama apesar de ter publicado um único livro de poesias em toda a sua vida é considerado um dos grandes poetas brasileiros que recebeu a influência de escritores como Faustino Xavier de Novaes e Gregório de Matos. No livro “Trovas Burlescas” que pode ser considerado da segunda geração romântica de poetas brasileiros, apesar de sua poesia ser antagônica a dessa geração. Nesse livro é possível constatar um poeta que não se dedicou a descrever a si próprio, mas que tinha uma visão crítica e satírica da sociedade de sua época.

Sua morte se deu em 24 de agosto de 1882, e o que era para ser um simples sepultamento transformou-se, segundo a descrição do escritor Raul Pompéia, em “um ato público que celebrou a importância de Luiz Gama no movimento abolicionista brasileiro”.

A vida de Luiz Gama, um intelectual autodidata, foi quase que integralmente dedicada à luta pela emancipação do povo negro, o que de imediato já mereceria um reconhecimento público, mas o que a historiografia e a história da literatura burguesa fizeram foi desprezar e ignorar a grande figura do revolucionário abolicionista e poeta, imagem que jamais poderia passar despercebida.

fonte: www.pco.org.br

quarta-feira, 18 de junho de 2008

I Oficina de Trabalho para participação Social, Ouvidoria e População Negra no Estado de São Paulo - SP

Nos próximos dia 03 e 04 de julho, 2008 a Secretaria de Estado da Saúde, realizará a
"I Oficina de Trabalho para participação Social, Ouvidoria e População Negra no Estado de São Paulo".
Esta oficina contará com a presença de 460 pessoas sendo 70 representantes do movimento negro, e terá como objeto principal a qualificação da participação social na gestão do Sistema Único de Saúde-SUS, a partir da avaliação de diferentes mecanismos de participação popular nos processos de gestão do SUS, garantindo sua consolidação enquanto conquista, para possibilitar resultados expressivos e duradouros.

A oficina "Saúde da População Negra" terá como objetivo discutir com a sociedade civil (mov. mulheres negras, juventude negra, ONGs negras, lideranças religiosas, mov. negro, dentre outros), a Lei 8080; a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da População Negra; a Saúde da População Negra no Plano Estadual de Saúde, no Termo de Compromisso e no Plano Operativo Anual; Estratégias de implantação da PNSPN em nível municipal e regional.

A idéia é que você representante da Sociedade Civil (mov. mulheres negras, juventude negra, ONGs negras, lideranças religiosas, mov. negro, dentre outros), tenha informações dos princípios do SUS, de como a Política de Atenção Integral à Saúde da População Negra se insere no SUS. Desejamos que futuramente você seja um Conselheiro de Saúde de seu bairro, município, região de saúde ou do estado de São Paulo.

Como se inscrever - você pode se inscrever no Departamento Regional de Saúde (DRS) de sua região.
Veja na planilha em anexo, qual é o seu município e o telefone para se inscrever. As inscrições serão realizadas pelos articuladores dos Departamentos Regionais de Saúde.

Salientamos que está indicação deverá ser formalizada junto ao Conselho Estadual de Saúde de São Paulo até dia 20/06/2008.


IV Encontro Nacional de Técnicos Administrativos em Educação Negras e Negros Militantes Anti-racismo das Universidades Brasileiras - DF



19 a 21 de Junho de 2008
Auditório do Aracoara Hotel – SHN Q. 5 – Brasília/DF

Programação

ü DIA 19/06

08h30min - Ato Ecumênico

09h - Abertura

Convidados: FASUBRA, MEC, SEPPIR, ANDIFES, CNCDR/CUT, ANDES, UNE

10h30min

11h às 12h30min Intervalo

Conferência Magna “Brasil Mostra sua Cara”

Ministro Edson Santos SEPPIR ou André Lazaro SECAD-MEC (a confirmar)

12h30min às 14h Almoço

ü DIA 19/06

14h - Política de Ações Afirmativa no Brasil e no Mundo

Prof. Jose Jorge - UnB

16h as16h15mim Intervalo

16h15min às 18h Debate

19h Atividades Culturais

ü DIA 20/06/08

09h - “Movimento Negro e o Movimento Sindical” “Aliado ou Parceiro”

Debatedores: UNEGRO, MNU, CNCDR/CUT

10h30min às 10h45min Intervalo

10h45min às 12h30min Debate

12h30min às 14h Almoço

ü DIA 20/06/08

14h - Estratégias de implementação das Cotas (acesso e permanência) nas Universidades Brasileiras

FASUBRA, ANDES, UNE, ANDIFES, MEC

16h às 16h15min intervalo

16h15min às 18h Debate

19h Atividades Culturais

ü 21/06/08

09h - Grupos de Trabalho Tema “Táticas e Ações da Fasubra Sindical no combate a Discriminação na IES”

Objetivo: Socialização e troca de experiências nos sindicatos, propostas de ações política para Fasubra e seus sindicatos de base.

12h30min às 14h Almoço

ü 21/06/08

14h - Plenária Final

Encaminhamentos do Encontro

18h - Ato de Encerramento

19h - Confraternização Final