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CALENDÁRIO NEGRO – DEZEMBRO
1 – O flautista Patápio Silva é contemplado com a medalha de ouro do Instituto Nacional de Música, prêmio até então nunca conferido a um negro (1901)
1 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Otto Henrique Trepte, o compositor Casquinha, integrante da Velha Guarda da Portela, parceiro de Candeia, autor de vários sambas de sucesso como: "Recado", "Sinal Aberto", "Preta Aloirada" (1922)
1 – O líder da Revolta da Chibata João Cândido após julgamento é absolvido (1912)
1 – Todas as unidades do Exército dos Estados Unidos (inclusive a Força Aérea, nesta época, uma parte do exército) passaram a admitir homens negros (1941)
1 – Rosa Parks recusa-se a ceder o seu lugar num ônibus de Montgomery (EUA) desafiando a lei local de segregação nos transportes públicos. Este fato deu início ao "milagre de Montgomery” (1955)
2 – Dia Nacional do Samba
2 – Nasce em Magé (RJ) Francisco de Paula Brito. Compôs as primeiras notícias deste que é hoje o mais antigo jornal do Brasil, o Jornal do Comércio (1809)
2 – Nasce em Salvador (BA) Deoscóredes Maximiliano dos Santos, o sumo sacerdote do Axé Opô Afonjá, escritor e artista plástico, Mestre Didi (1917)
2 – Inicia-se na cidade de Santos (SP), o I Simpósio do Samba (1966)
2 – Fundação na cidade de Salvador (BA), do Ilê Asipa, terreiro do culto aos egugun, chefiado pelo sumo sacerdote do culto Alapini Ipekunoye Descoredes Maximiliano dos Santos, o Mestre Didi (1980)
2 – Começa em Valença (RJ), o 1º Encontro Nacional de Mulheres Negras (1988)
3 – Frederick Douglas, escritor, eloquente orador em favor da causa abolicionista, e Martin R. Delaney fundam nos Estados Unidos o North Star, jornal antiescravagista (1847)
3 – Nasce em Valença(BA), Maria Balbina dos Santos, a líder religiosa da Comunidade Terreiro Caxuté, de matriz Banto-indígena, localizada no território do Baixo Sul da Bahia, Mãe Bárbara ou Mam’eto kwa Nkisi Kafurengá (1973)
3 – Numa tarde de chuva, em um bairro do subúrbio do Rio de Janeiro, é fundado o Coletivo de Escritores Negros do Rio de Janeiro (1988)
4 – Dia consagrado ao Orixá Oyá (Iansã)
4 – 22 marinheiros, revoltosos contra a chibata, castigo físico dado aos marinheiros, são presos pelo Governo brasileiro, acusados de conspiração (1910)
4 – Realizado em Valença (RJ), o I Encontro Nacional de Mulheres Negras, que serviu como um espaço de articulação política para as mais de 400(quatrocentas) mulheres negras eleitas como delegadas nos dezoito Estados brasileiros (1988)
5 – Depois de resistir de 1630 até 1695, é completamente destruído o Quilombo dos Palmares (1697)
5 – Nasce em Pinhal (SP) Otávio Henrique de Oliveira, o cantor Blecaute (1919)
5 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) o compositor Rubem dos Santos, o radialista Rubem Confete (1937)
5 – O cantor jamaicano Bob Marley participa do show "Smile Jamaica Concert", no National Hero's Park, dois dias depois de sofrer um atentado provavelmente de origem política (1976)
6 – Edital proibia o porte de arma aos negros, escravos ou não e impunha-se a pena de 300 açoites aos cativos que infringissem a lei. (1816)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Jorge de Oliveira Veiga, o cantor Jorge Veiga (1910)
6 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Emílio Vitalino Santiago, o cantor Emílio Santiago (1946)
6 – Realização em Goiás (GO) do Encontro Nacional de Mulheres Negras, com o tema “30 Anos contra o Racismo e a Violência e pelo Bem Viver – Mulheres Negras Movem o Brasil” (2018)
7 – Nasce Sir Milton Margai, Primeiro Ministro de Serra Leoa (1895)
7 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Luís Carlos Amaral Gomes, o poeta Éle Semog (1952)
7 – Clementina de Jesus, a "Mãe Quelé", aos 63 anos pisa o palco pela primeira vez como cantora profissional, no Teatro Jovem, primeiro show da série de espetáculos "Menestrel" sob a direção de Hermínio Bello de Carvalho (1964)
8 – Nasce em Salvador(BA) o poeta e ativista do Movimento Negro Jônatas Conceição (1952)
8 – Fundação na Província do Ceará, da Sociedade Cearense Libertadora (1880)
8 – Nasce no Harlem, Nova Iorque (EUA), Sammy Davis Jr., um dos artistas mais versáteis de toda a história da música e do "show business" americano (1925)
8 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Alaíde Costa Silveira, a cantora Alaíde Costa (1933)
8 – Dia consagrado ao Orixá Oxum
9 – Nasce em São Paulo (SP) Erlon Vieira Chaves, o compositor e arranjador Erlon Chaves (1933)
9 – Nasce em Monte Santo, Minas Gerais, o ator e diretor Milton Gonçalves (1933)
9 – Nasce em Salvador/BA, a atriz Zeni Pereira, famosa por interpretar a cozinheira Januária na novela Escrava Isaura (1924)
10 – O líder sul-africano Nelson Mandela recebe em Oslo, Noruega o Prêmio Nobel da Paz (1993)
10 – O Presidente da África do Sul, Nelson Mandela, assina a nova Constituição do país, instituindo legalmente a igualdade racial (1996)
10 – Dia Internacional dos Direitos Humanos, instituído pela ONU em 1948
10 – Fundação em Angola, do Movimento Popular de Libertação de Angola - MPLA (1975)
10 – Criação do Programa SOS Racismo, do IPCN (RJ), Direitos Humanos e Civis (1987)
11 – Nasce em Gary, condado de Lake, Indiana (EUA), Jermaine LaJaune Jackson, o cantor, baixista, compositor, dançarino e produtor musical Jermaine Jackson (1954)
11 – Festa Nacional de Alto Volta (1958)
11 – Surge no Rio de Janeiro, o Jornal Redenção (1950)
12 – O Presidente Geral do CNA, Cheif Albert Luthuli, recebe o Prêmio Nobel da Paz, o primeiro a ser concedido a um líder africano (1960)
12 – Nasce em Leopoldina (MG) Osvaldo Alves Pereira, o cantor e compositor Noca da Portela, autor de inúmeros sucessos como: "Portela na Avenida", "é preciso muito amor", "Vendaval da vida", "Virada", "Mil Réis" (1932)
12 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Wilson Moreira Serra, o compositor Wilson Moreira, autor de sucessos como "Gostoso Veneno", "Okolofé", "Candongueiro", "Coisa da Antiga" (1936)
12 – Independência do Quênia (1963)
13 – Dia consagrado a Oxum Apará ou Opará, a mais jovem entre todas as Oxuns, de gênio guerreiro
13 – Nasce em Exu (PE) Luiz Gonzaga do Nascimento, o cantor, compositor e acordeonista Luiz Gonzaga (1912)
14 – Rui Barbosa assina despacho ordenando a queima de registros do tráfico e da escravidão no Brasil (1890)
15 – Machado de Assis é proclamado o primeiro presidente da Academia Brasileira de Letras (1896)
16 – Nasce na cidade do Rio Grande (RS) o político Elbert Madruga (1921)
16 – O Congresso Nacional Africano (CNA), já na clandestinidade, cria o seu braço armado (1961)
17 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Augusto Temístocles da Silva Costa, o humorista Tião Macalé (1926)
18 – Nasce em King William's Town, próximo a Cidade do Cabo, África do Sul, o líder africano Steve Biko (1946)
18 – A aviação sul-africana bombardeia uma aldeia angolana causando a morte dezenas de habitantes (1983)
19 – Nasce nos Estados Unidos, Carter G. Woodson, considerado o "Pai da História Negra" americana (1875)
19 – Nasce no bairro de São Cristóvão (RJ) Manuel da Conceição Chantre, o compositor e violonista Mão de Vaca (1930)
20 – Abolição da escravatura na Ilha Reunião (1848)
20 – Nasce em Salvador (BA) Carlos Alberto de Oliveira, advogado, jornalista, político e ativista do Movimento Negro, autor da Lei 7.716/1989 ou Lei Caó, que define os crimes em razão de preconceito e discriminação de raça ou cor (1941)
21 – Nasce em Los Angeles (EUA) Delorez Florence Griffith, a atleta Florence Griffith Joyner - Flo-Jo, recordista mundial dos 100m (1959)
22 – Criado o Museu da Abolição, através da Lei Federal nº 3.357, com sede na cidade do Recife, em homenagem a João Alfredo e Joaquim Nabuco (1957)
23 – Nasce em Louisiana (EUA) Sarah Breedlove, a empresária de cosméticos, filantropa, política e ativista social Madam C. J. Walker, primeira mulher a construir sua própria fortuna nos Estados Unidos ao criar e vender produtos de beleza para mulheres negras. Com sua Madam C.J. Walker Manufacturing Company, ela fez doações em dinheiro a várias organizações e projetos voltados à comunidade negra (1867)
23 – Criação no Rio de Janeiro, do Grupo Vissungo (1974)
23 - O senador americano Jesse Jackson recebe o título de Cidadão do Estado do Rio de Janeiro e o diploma de Cidadão Benemérito do Rio de Janeiro durante visita ao Brasil, por meio do Projeto de Resolução nº 554 de 1996, de autoria do Deputado Graça e Paz (1996)
24 – João Cândido, líder da Revolta da Chibata e mais 17 revoltosos são colocados na "solitária" do quartel-general da Marinha (1910)
25 – Parte do Rio de Janeiro, o navio Satélite, levando 105 ex-marinheiros participantes da Revolta da Chibata, 44 mulheres, 298 marginais e 50 praças do Exército, enviados sem julgamento para trabalhos forçados no Amazonas. 9 marujos foram fuzilados em alto-mar e os restantes deixados nas margens do Rio Amazonas (1910)
25 – Nasce no Município de Duque de Caxias, (RJ) Jair Ventura Filho, o jogador de futebol Jairzinho, "O Furacão da Copa de 1970" (1944)
26 – Primeiro dia do Kwanza, período religioso afro-americano
27 – Nasce em Natal (RN), o jogador Richarlyson (1982)
28 – O estado de São Paulo institui o Dia da Mãe Preta (1968)
28 – Nasce na Pensilvânia (EUA), Earl Kenneth Hines, o pianista Earl “Fatha” Hines, um dos maiores pianistas da história do jazz (1903)
29 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Édio Laurindo da Silva, o sambista Delegado, famoso mestre-sala da Estação Primeira de Mangueira (1922)
29 – Nasce em Diourbel, Senegal, Cheikh Anta Diop, historiador, antropólogo, físico e político (1923)
30 – Nasce no Rio de Janeiro (RJ) Maria de Lourdes Mendes, a jongueira Tia Maria da Grota (1920)
30 – Nasce em Cypress, Califórnia (EUA), Eldrick Tont Woods, o jogador de golfe Tiger Woods, considerado um dos maiores golfistas de todos os tempos (1975)
31 – Nasce no Morro da Serrinha, Madureira (RJ), Darcy Monteiro, músico profissional, compositor, percussionista, ritmista, jongueiro, criador do Grupo Bassam, nome artístico do Jongo da Serrinha (1932)
31 – Nasce na Virgínia (EUA), Gabrielle Christina Victoria Douglas, ou Gabby Douglas, a primeira pessoa afro-americana e a primeira de ascendência africana de qualquer nacionalidade na história olímpica a se tornar campeã individual e a primeira ginasta americana a ganhar medalha de ouro, tanto individualmente como em equipe, numa mesma Olimpíada, em 2012 (1995)
31 – Fundada pelo liberto Polydorio Antonio de Oliveira, na Rua General Lima e Silva nº 316, na cidade de Porto Alegre, a Sociedade Beneficente Floresta Aurora (1872)
31 – Dia dos Umbandistas
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segunda-feira, 16 de maio de 2011
domingo, 15 de maio de 2011
Treze de Maio - Porque devemos queimar a bandeira brasileira!
Jaime Amparo-Alves*
O Brasil branco não entendeu quando, no dia 13 de abril, Paulo Sérgio Ferreira, 38 anos, escalou o mastro e queimou a bandeira brasileira que fica na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Desempregado, Sérgio explicou o seu gesto acusando o Brasil de ser uma "pátria assassina de negros". Não poderia haver protesto mais eloquente e mais incisivo. No Treze de Maio, nossas vozes se somam ao protesto silencioso de Paulo Sérgio para denunciar a morte prematura e previsível de jovens negras e negros no país da democracia racial.
O Mapa da Violência 2011, um lançamento conjunto do Ministério da Justiça e do Instituto Sangari, dá uma dimensão da distribuição calculada da morte nas periferias brasileiras. Os pesquisadores têm identificado um “padrão da mortalidade juvenil” que elege jovens negros urbanos como as principais vítimas dos assassinatos no país. Se o assassinato de jovens já expõe a tragédia programada do Brasil do futuro, o assassinato de negras e negros expõe também a necropolítical racial do país. Negros morrem mais e mais cedo do que os brancos. A
taxa de homicídio juvenil é proporcionalmente 103,4% maior entre os negros que brancos. Em alguns estados a taxa de vitimização juvenil é tão exorbitante que mesmo os mais cínicos críticos do termo genocídio, para se referir ao massacre cotidiano negro, teriam dificuldades em justificar o injustificável: na Paraíba e em Alagoas, os estados que mais matam jovens, o índice de vitimização negra é de 1971,2% e 1304,0% respectivamente.
Quando Paulo Sérgio denunciava a “pátria assassina de negros”, jovens negros eram assassinados no subúrbio ferroviário de Salvador e na Baixada Fluminense. Na Baixada Santista, mães enterravam os corpos de outros tantos mortos em mais uma chacina e na capital paulista a polícia militar lavrava mais uma ‘resistência seguida de morte’.
Queimar a bandeira brasileira, neste contexto, é gesto politico imperativo para mostrar a impossibilidade negra no projeto de nação brasileira. Qual o lugar de negras e negros na nação verde-amarela? O que a morte prematura e previsível de jovens negros tem a nos dizer sobre as maneiras como a nação tem sido historicamente imaginada entre nós? O que a persistência da morte negra revela – e oculta - sobre a natureza antropofágica da democracia racial brasileira?
A verdade é que a maior nação negra fora do continente africano tem uma dor de cabeça histórica de onde situar os seus negros. Certa obsessão antropológica tem exaustivamente nos situado no botequim, no samba, na capoeira. Ali somos o Brasil exótico. Na mulata tipo exportação e nos meninos do futebol temos uma reatualizacão do colonialismo, agora no sentido colônia-metrópole. As imagens do corpo negro são consumidas no esporte, no carnaval, nas narrativas da violência em filmes como Cidade de Deus e Tropa de Elite. Em todas elas uma simbiose entre violência física e simbólica produz a morte programada e ritualizada. Afinal, não seria esta reiteração simbólica do corpo negro como descartável, feio, sexualmente disponível, e perverso,o que pavimenta o caminho para a sua liquidação total?
Se considerarmos, ainda que por um momento, o fato de que a presença negra continua um incômodo para o progresso brasileiro, e, como nos lembra Thomas Skidmore, o desafio para o Brasil entender a si próprio, poderemos entender o porquê da aceitabilidade da matança negra. Nem a África do Sul no auge do seu apartheid assassinou tantos negros como por aqui. E, embora a ditadura militar brasileira tenha sido cruel e sangrenta, a escala de desaparecimentos políticos do regime militar não comporta comparação com os números do extermínio negro.
Porque o Brasil ainda não entendeu o significado das feridas abertas - e ainda não cicatrizadas - do Atlântico Negro, e porque o movimento social não-negro, as esquerdas brasileiras, ainda têm dificuldades em aceitar a especificidade da experiência negra, fica para nós, as vítimas, a responsabilidade de reclamar os mortos e denunciar como genocídio o fenômeno político da morte em massa. Vem de Steve Biko o alerta: ‘estamos por nossa própria conta’. É a carne negra, ‘a mais barata do mercado’, que está fora de lugar. A bandeira brasileira não nos cobre e a pátria não nos comporta porque o corpo negro é o depositário de uma incompatibilidade absoluta com a nação que se quer moderna, civilizada, européia, branca.
Passou despercebido, mas há uma analogia a ser feita entre a bandeira que o exército brasileiro fincou, no dia 25 de novembro de 2010, no alto do Morro do Cruzeiro, no Rio de Janeiro, como símbolo de conquista de território, e a bandeira que Paulo Sérgio queimava em
Brasília, no 13 de abril de 2011. Na primeira, a bandeira manchada de sangue trazia a ordem branca, do asfalto, para a geografia suja e malvada do morro. O morro precisava ser trazido, ainda que à balas de canhões, para o seu lugar submisso no projeto de dominação racial brasileira. No segundo caso, era o Brasil negro que se rebelava e denunciava o projeto genocida do Estado brasileiro. Em ambos os casos, a bandeira é o símbolo de um projeto de vida e de morte, um projeto necropolítico que a cada dia se sofistica e se torna imprescindível para a ‘paz’.
Neste Treze de Maio de luto e de lutas, bem poderíamos parafrasear Castro Alves e gritar com todos os pulmões: quem é esse povo que a sua bandeira empresta para cobrir tanto horror e covardia? A resposta talvez teríamos que buscar na reatualização contínua e dissimulada de um mito que funciona apagando a cor dos mortos. Uma nação racialmente antropofágica, ‘uma máquina de triturar gente’, um estado genocida….Orgulho de ser brasileiro? Queimemos a bandeira!
*Jaime Amparo-Alves é antropólogo e jornalista Email: amparoalves@gmail.com
sábado, 14 de maio de 2011
Lançamento Segundo Relatório Desigualdades Raciais no Brasil - RJ
Prezada companheira e prezado companheiro,
Segue o convite para o lançamento do segundo número do Relatório Anual das Desigualdades Raciais no Brasil; 2009-2010 editado pelo LAESER. O estudo versa sobre os efeitos da Constituição de 1988 sobre as assimetrias de cor ou raça no Brasil, especialmente o seu capítulo da Seguridade Social e o da legislação anti-racista.
Na mesma atividade estaremos diplomando os alunos e alunas que participaram e concluíram a Oficina de Indicadores Sociais: ênfase em relações raciais (adaptado à Lei 10.639 e 11.645), também organizada pelo nosso Laboratório de pesquisa ao longo dos últimos três anos.
A atividade ocorrerá no dia 30 de maio, das 15h às 18h30 e será realizada no Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da UFRJ (IFCS) da UFRJ, que fica no Largo São Francisco de Paula no. 1, Salão Nobre, Centro, Rio de Janeiro.
Foi gigantesco o esforço para a realização deste livro, bem como para a realização das Oficinas. E é por este mesmo motivo que queremos contar com vossa ilustre presença para este momento de reflexão, debates e, também, de confraternização.
Até lá!
Marcelo Paixão
Professor do IE/UFRJ - Coordenador do LAESER
Página no Facebook: https://www.facebook.com/event.php?eid=208044702562316
Ações afirmativas na UFBA: é hora de lutarmos pela manutenção e ampliação - BA
C O N V I T E
Na manhã de 17 de maio de 2004, o auditório da Reitoria da Universidade Federal da Bahia (UFBA) ficou pequeno para abrigar estudantes negros/as, ativistas, representantes de entidades negras, parlamentares e docentes. É que aconteceria uma sessão histórica do Conselho Superior: a votação de um programa de políticas de Ações Afirmativas, resultado das investidas de um grupo de entidades, coordenado pelo CEAFRO/ CEAO/UFBA - denominado Comitê Pró-cotas. O programa aprovado não foi a proposta inicial, mas fruto de embates e negociações entre a sociedade civil e a UFBA.
Aprovado para vigorar 10 anos, o Programa de Ações Afirmativas da UFBA passará por avaliação institucional em 2014, o que definirá a continuidade ou não do mesmo. Neste sentido, surge a necessidade de discutirmos os resultados e limites das ações implementadas a fim de traçarmos estratégias coletivas na luta por políticas educacionais antirracistas.
Propomos o início de uma ampla discussão sobre a adoção do Programa de Ação Afirmativa na UFBA - contextualização histórica, análise dos impactos desse programa etc, a partir da roda de conversa: Sete anos de cotas na UFBa. E daí?
LOCAL - Auditório Milton Santos, no CEAO, Pça Inocêncio Galvão, 42, Largo
Dois de Julho – SSA/Ba
DATA – 17 de maio de 2011, 3ª feira
HORÀRIO - Das 17h30 às 21 horas
CEAFRO/UFBa
CONEXÕES DE SABERES
IINSTITUTO CULTURAL STEVE BIKO
NENU
PROGRAMA PREPARATÓRIO PARA A PROMOÇÃO DA IGUALDADE ÉTNICO-RACIAL NA EDUCAÇÃO (CEAO/UFBA)
Periódicos do início do século XX podem ser consultados na internet
Do G1, em São Paulo
Estudantes já podem se aprofundar mais nos estudos sobre a abolição da escravatura no Brasil, celebrada em 13 de maio, com a consulta a jornais publicados por várias vertentes do movimento negro no país durante as primeiras décadas do século XX. O Arquivo Público do Estado de São Paulo disponibiliza em seu site 23 títulos de jornais e revistas que tratam do tema.
Até agora, os títulos da chamada "imprensa negra", como ficaram conhecidos jornais e revistas publicados em São Paulo após o processo abolicionista, no final do século XIX, só podiam ser consultados na sede da instituição, que fica na Zona Norte de São Paulo.
Entre os títulos que estão disponíveis está o jornal "A voz da raça", da Frente Negra Brasileira, tido como um dos mais importantes do gênero, sendo bastante lido também fora da comunidade negra. O jornal foi publicado de 1933 a 1937.
Também estão disponíveis jornais como Getulino (1916-1923) e O Clarim d´Alvorada (1929-1940) que atuavam na divulgação de eventos cotidianos da população negra, como festas, bailes, concursos de poesia e beleza, eventos pouco divulgados em veículos da grande imprensa.
O acervo digital é composto pelos jornais: O Alfinete (1918-1921), Alvorada (1948), Auriverde (1928), O Bandeirante (1918-1919), Chibata (1932), O Clarim (1924), O Clarim d´Alvorada (1929-1940), Cruzada Cultural (1950-1966), Elite (1924), Getulino (1916-1923), Hífen (1960), O Kosmos (1924-1925), A Liberdade (1919-1920), Monarquia (1961), O Novo Horizonte (1946-1954), O Patrocínio (1928-1930), Progresso (1930), A Rua (1916), Tribuna Negra (1935), A Voz da Raça (1933-1937), O Xauter (1916). E as revistas: Quilombo (1950) e Senzala (1946).
As publicações podem ser consultadas no site do Arquivo Público.(Link: http://www.arquivoestado.sp.gov.br/jornais)
sexta-feira, 13 de maio de 2011
A pobreza e a cor da pobreza (Luiza Bairros)
Folha de São Paulo, 13/05/2011
TENDÊNCIAS/DEBATES
Os negros têm a oferecer suas estratégias de resistência ao racismo, que, desde o período colonial, interpôs obstáculos à afirmação da humanidade |
Em "Leite Derramado", mais recente romance de Chico Buarque, há um personagem que, ao se referir com ironia ao radicalismo de seu avô abolicionista, afirma que ele "queria mandar todos os pretos brasileiros de volta para a África".
Nessa visão, abolicionismo radical equivalia a se livrar dos negros. De todo modo, após 1888, as elites brasileiras irão se comportar como se os libertos, que as serviram por quase quatro séculos, não estivessem mais aqui. Mas estavam, e por sua própria conta.
No início do século 20, eram frequentes os prognósticos sobre o desaparecimento da população negra, que supostamente não sobreviveria ao século.
Ao mesmo tempo em que se criticavam as soluções de laboratório defendidas pelo ideário eugenista, em voga aqui e em muitos países, também se apostava no embranquecimento via miscigenação.
Mais tarde, ao se debruçar sobre os resultados do Censo de 1940, Guerreiro Ramos considerou "patológico" o desequilíbrio nas respostas ao quesito cor, tendentes, em sua esmagadora maioria, a sobrevalorizar a cor branca.
Na contramão dessa tendência, os dados censitários de 2010, há pouco divulgados, confirmam o que já se delineava no Censo de 2001: iniciativas de valorização da identidade, com origem nos movimentos negros e hoje em processo de institucionalização, asseguraram a maioria negra em uma população que ultrapassa 190 milhões de brasileiros.
No início do século 20, eram frequentes os prognósticos sobre o desaparecimento da população negra, que supostamente não sobreviveria ao século.
Ao mesmo tempo em que se criticavam as soluções de laboratório defendidas pelo ideário eugenista, em voga aqui e em muitos países, também se apostava no embranquecimento via miscigenação.
Mais tarde, ao se debruçar sobre os resultados do Censo de 1940, Guerreiro Ramos considerou "patológico" o desequilíbrio nas respostas ao quesito cor, tendentes, em sua esmagadora maioria, a sobrevalorizar a cor branca.
Na contramão dessa tendência, os dados censitários de 2010, há pouco divulgados, confirmam o que já se delineava no Censo de 2001: iniciativas de valorização da identidade, com origem nos movimentos negros e hoje em processo de institucionalização, asseguraram a maioria negra em uma população que ultrapassa 190 milhões de brasileiros.
Nesse longo percurso de afirmação, as mudanças não se limitaram a uma percepção de si mais positiva, exclusiva dos afro-brasileiros.
A consciência negra avançou em conexão íntima com a consciência social como um todo. Não se trata, portanto, da mera substituição de um segmento populacional dominante por outro, mas do reconhecimento de que os valores do pluralismo ajudam em muito a consolidar nosso processo democrático.
Contudo, ainda persistem dificuldades a serem enfrentadas.
Contudo, ainda persistem dificuldades a serem enfrentadas.
Hoje, temos uma sólida base de dados, que mostra reiteradamente que mulheres e homens negros estão entre os brasileiros mais vulneráveis, numa proporção muito maior do que sua presença relativa na população total.
Por isso, a priorização da erradicação da pobreza extrema pelo governo da presidenta Dilma abre possibilidades inéditas de abordar rica e diversificada experiência humana, que ainda precisa ser considerada em toda a sua amplitude.
O sucesso das iniciativas de combate à pobreza extrema requer a reversão de imagens negativas, a superação de práticas discriminatórias e o redimensionamento dos valores de cultura e civilização que, afinal, contra todas as expectativas, garantiram a continuidade dos descendentes de africanos no país.
Quando o assunto é superação da pobreza extrema, é justo supor que os negros tenham algo a dizer.Por isso, a priorização da erradicação da pobreza extrema pelo governo da presidenta Dilma abre possibilidades inéditas de abordar rica e diversificada experiência humana, que ainda precisa ser considerada em toda a sua amplitude.
O sucesso das iniciativas de combate à pobreza extrema requer a reversão de imagens negativas, a superação de práticas discriminatórias e o redimensionamento dos valores de cultura e civilização que, afinal, contra todas as expectativas, garantiram a continuidade dos descendentes de africanos no país.
Segmentos empobrecidos de outros grupos raciais também o terão, é certo. Mas os negros têm a oferecer suas estratégias de resistência ao racismo, que, desde o período colonial, interpôs obstáculos ideológicos e culturais à afirmação plena de sua humanidade -a base das desigualdades de renda e de oportunidades que ainda vivenciam.
Assim, no atendimento a direitos básicos que articulam renda, acesso a serviços e inclusão produtiva, é preciso tornar visíveis e valorizar dimensões da pessoa e do universo afro-brasileiro que desempenham papel decisivo na conquista da autonomia. Todos somos humanos, e a resistência aos processos desumanizadores do racismo é, de longe, a maior contribuição dos negros à cultura brasileira.
Assim, no atendimento a direitos básicos que articulam renda, acesso a serviços e inclusão produtiva, é preciso tornar visíveis e valorizar dimensões da pessoa e do universo afro-brasileiro que desempenham papel decisivo na conquista da autonomia. Todos somos humanos, e a resistência aos processos desumanizadores do racismo é, de longe, a maior contribuição dos negros à cultura brasileira.
LUIZA BAIRROS é ministra da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial da Presidência da República.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Pacote didático A Cor da Cultura disponível para download
Para facilitar o acesso da população brasileira ao segundo pacote pedagógico A Cor da Cultura, a Fundação Cultural Palmares (FCP) disponibiliza o material para download em seu portal. O pacote é mais uma medida prática adotada a partir da aprovação da Lei 10.639, que torna obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares do País.
Os interessados também podem baixar o material diretamente do site oficial do projeto do projeto. O Ministério da Educação (MEC) disponibilizará o material físico aos municípios, porém, as escolas devem se cadastrar também via o citado portal. A solicitação ao MEC deve ser feita pelas secretarias de educação, incluindo o projeto em seu plano de ação de 2012.
O endereço para baixar os cadernos é http://www.palmares.gov.br/?p=10963
Movimento Negro Quilombola fará Encontro de Mobilização e Fortalecimento - RS
Com objetivo de construir uma a agenda de reivindicações em defesa dos direitos das Comunidades Remanescentes de Quilombo e garantia da regularização e titulação de suas terras com desenvolvimento sustentável o Movimento Negro Quilombola realizará “Encontro de Mobilização e Fortalecimento do Movimento Negro Quilombola” hoje, 11, em Porto Alegre.
O Rio Grande do Sul hoje tem 175 Comunidades Remanescentes de Quilombolas identificadas. A maioria está situada em área rural, e desenvolvem agricultura de subsistência ou trabalham como subempregados nas grandes propriedades do entorno ou nas cidades vizinhas. Vivem em situação precária e enfrentam as mais diversas dificuldades, como escassez de alimentos, desemprego, moradia, saneamento básico, acesso à educação e saúde entre outros.
Para ampliar o debate e construir alternativas de superação dos graves e agudos problemas enfrentados pelas Comunidades Remanescentes de Quilombos rurais e Urbanos, o Movimento Negro e Quilombola construiu uma agenda de mobilização e debates de enfrentamento às violações que eles vêm sofrendo, assim fortalecendo a articulação das organizações negras e quilombolas e ampliando a rede de apoio a luta e defesa dos direitos das referidas Comunidades, especialmente o direito à terra.
A morosidade dos processos de titulação das terras de Quilombos, a falta de efetividade das políticas públicas para saúde, educação, segurança pública, emprego e renda acaba fragilizando, desagregando e expondo as comunidades a todo tipo de violência, física, moral e psicológica, ao enfrentarem a grilagem, os despejos forçados, a destruição de lavouras e assassinatos de lideranças.
Os ataques que as Comunidades Quilombolas vêm sofrendo aos seus direitos nas várias esferas de Estado têm como exemplo a tentativa de retirar a efetividade do artigo 68 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição Federal, com a Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adi 3239) ajuizada pelo Democrata; o Projeto de Decreto Legislativo – PDC n.º. 44/2007; e, mais recentemente, a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial (PL 6264/2005), esvaziado sobretudo na garantia e ampliação do direito ao acesso a terra das Comunidades Remanescentes de Quilombos.
No RS, a frente de parlamentares e prefeitos gaúchos em 2009 se deslocou para Brasília, solicitando ao STF a aceleração do julgamento da ADIN nº 3239. Visitaram a Casa Civil e vários ministérios, solicitando a paralisação da demarcação das terras indígenas e da titulação dos territórios quilombolas.
Diante do exposto, realizaremos no dia 11/05/11 o “Encontro de Mobilização e Fortalecimento do Movimento Negro Quilombola”, onde reunir-se-ão lideranças dos 175 quilombos do RS para fortalecer a rearticular o Movimento Negro e Quilombola, e organizar uma síntese das reivindicações das Comunidades para apresentar ao poder público estadual e federal.
Loca: Sindisprev – Rua Leonardo Truda n.40 12º andar
Centro – Porto Alegre/RS
Manhã:
Discussão, apresentação e síntese das reivindicações das comunidades quilombolas;
Encaminhamentos das próximas ações.
Tarde: Audiências com órgãos públicos
Assinam:
Akanni – Instituto de Pesquisa e Assessoria em Direitos Humanos, Gênero, Raça e Etnias
CONAQ _ Coordenação Nacional das Associações Quilombolas;
Federação das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombos do RS
CPT – Comissão Pastoral do Negro da Pastoral da Terra
Pastoral Afro – Regional Sul/CNBB
Cáritas Regional Sul
Iacorq – Instituto da assessoria as Comunidades Remanescentes de Quilombos.
Fonte:
terça-feira, 10 de maio de 2011
Programação do Dia da África nos quilombos da Bahia - BA
Dia de África
Tema: 2011 Ano Internacional dos Afrodescendentes
Programação:
09/05 a 20/05 - Cine Escolar – Documentário Pela Vida da Juventude Negra
Local: Escolas públicas de Salvador e Camaçari
08/05 - Atividade Cultural Quilombo de Cordoaria
Horário: 09h às 15h
Local: Quilombo de Cordoaria – Camaçari
Parceiro: Associação Comunitária Nossa Senhora de Santana
09/05 – Sessão Especial
Horário: 19h
Local: Cachoeira – Câmara de Vereadores
Parceiro: Acidadã
11/05 – Formação de Professores do Ensino Fundamental e Médio História e Cultura da África
Horário: 09h às 17h
Local: São Felipe
Parceiro: Secretaria de Cultural
13/05 – Mesa de Dialogo “Reescrevendo o 13 de Maio
Horário: 09h
Local: Mercado Cultural - São Francisco do Conde
Parceiro: Departamento de promoção da Igualdade – DEPIR
13/05 – Circulo de Debate – Abaeté África Religiosa:Parque Ecológico das Religiões de Matriz Africana
Horário: 14 às 18horas
Local: CASA DA MÚSICA DO ABAETÉ
15 /05 – Atividade Cultural Quilombo do Iguape
Horário: 09h às 15h
Local: Quilombo do Iguape – Cachoeira
Parceiro: Associação Quilombola Santiago do Iguape
16/05 – Aula Inaugural do Curso de Agente de Promoção da Igualdade Racial
Horário: 09h
Local: Curso pré-vestibular PREVESF – São Francisco do Conde
Parceiro: Departamento de Promoção da Igualdade Racial - DEPIR
17 /05 – Cine Escola
Horário: 19h
Local: Colégio Estadual José Antônio Pimenta – Cardeal da Silva
Parceiro: Associação Viver Melhor - ASVIME
18/05 – Cine Escola
Horário: 19h
Local: Colégio Estadual José Antônio Pimenta – Cardeal da Silva
Parceiro: Associação Viver Melhor – ASVIME
19/05 – Sessão Especial
Horário: 19h
Local: Câmara dos Vereadores – Serrinha
Parceiro: Vereador Justino Junior
21/05 – Apresentação Cultural do grupo Zabiabumba, Espetáculo Teatral e Poesia.
Horário: 15h
Local: Teatro de Plataforma – Subúrbio
Parceiro: Fórum de Entidades do Subúrbio
22/05 - Atividade Cultural Quilombo de Piripá
Horário: 09h às 15h
Local: Quilombo de Piripá – Vale do Gavião
25 a 31/05 – Exposição acervos da Casa do Benin
Horário: 09h às 16h
Local: Centro de Cultura – Lauro de Freitas
Parceiro: Departamento de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
26/05 - Sessão Especial
Horário: 14h
Local: Assembleia Legislativa - CAB
27/05 – Teleconferência para os 26 Campus da UNEB
Horário: 09h
Local: UNEB Cabula
27/05 – África Baile – Apresentações Culturais e Baile Africano Kuduro
Horário: 20h
Local: Camaçari
30/05 – Sessão Especial
Horário: 09h
Local: Câmara dos Vereadores - Governador Mangabeira
Parceiro: Vereador Professor Borges
30/05 – Atividade Cultural
Horário: 16h
Local: Praça – José Ramos – São Félix
Parceiro: Vereador Evaldo
Obs. Em Santo Amaro estaremos construindo o I Encontro Quilombola de Santo Amaro, falta definir a data que será entre os dias 09 a 14/05 nas festividades do BEMBÈ
Municípios envolvidos:
Salvador, Camaçari, Lauro de Freitas, São Francisco do Conde, Santo Amaro, Cachoeira, São Félix, Governador Mangabeira, Serrinha, Cardeal da Silva, São Gonçalo dos Campos, São Felipe, Esplanada e os quilombos de Cordoaria, Iguape, Vale do Rio do Gavião (Piripa).
Simpósio Temático "Abolição e pós-abolição nas Américas: raça, cultura e identidades" - GO
De 29 de agosto a 1 de setembro de 2011, na Universidade Federal de Goiás.Profa. Dra. Larissa Moreira Viana – UFF;
Profa. Dra. Carolina Vianna Dantas - UFF;
Profa. MS. Renata Figueiredo Moraes – PUC-RJ
As inscrições para apresentação de trabalhos vão até 3 de junho.
As inscrições para apresentação de trabalhos vão até 3 de junho.
Abaixo a proposta do nosso simpósio.
Saudações,
Larissa Viana, Carolina Vianna e Renata Moraes
Larissa Viana, Carolina Vianna e Renata Moraes
Simpósio Temático ABOLIÇÃO E PÓS-ABOLIÇÃO NAS AMÉRICAS: RAÇA, CULTURA E IDENTIDADES
Entre os séculos XIX e XX as sociedades escravistas nas Américas experimentaram processos históricos comuns: a abolição da escravidão e a posterior integração dos afrodescendentes às novas nacionalidades que então se formavam. Embora comuns, tais processos, é claro, guardam particularidades, sentidos sociais, políticos e culturais diversos, tornando o exercício comparativo um instrumento fundamental para a compreensão das reflexões, debates e lutas em torno da liberdade, do trabalho, da cidadania e do próprio lugar a ser ocupado pelos afrodescendentes nas sociedades pós-emancipadas. Particularidades e diversidade de sentidos que se desdobram em complexidade, uma vez que não estão somente vinculados às próprias diferenças entre essas sociedades, mas às formas como tais processos foram vividos por diferentes grupos sociais em cada uma delas. Para os afrodescendentes, por exemplo, que buscaram ampliar espaços de autonomia, expressão, agência e participação política, tais processos de luta foram intrínsecos às reinvenções de suas identidades. Entretanto, a difusão das teorias raciais cientificistas articuladas a esse processo de desagregação do escravismo no século XIX também implicou a reconfiguração de hierarquias sócio-raciais, reflexões acerca da mestiçagem e do futuro dessas sociedades como “nações civilizadas”, o que opôs barreiras e limites à ampliação dos espaços anteriormente referidos.
O objetivo deste simpósio temático é oportunizar um espaço de discussão plural sobre o processo de abolição e o período pós-abolição nas sociedades americanas, enfocando temas como raça, cultura, identidade e memória. Essa iniciativa foi construída a partir de uma dupla perspectiva que têm marcado a historiografia recente sobre a abolição – tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos: a de compreender o processo de emancipação de forma ampla, para além do registro dos vencedores, das políticas formais, das ações e reflexões das classes dominantes; e ainda, a de conjugar tal princípio com a estratégia da comparação, o que possibilita refletir de modo ampliado sobre a dinâmica entre continuidades e rupturas no processo de emancipação e de redefinição do lugar dos afrodescentes nas sociedades americanas pós-emancipação, conforme tem sugerido os trabalhos de alguns historiadores brasileiros e norte-americanos como Célia Marinho de Azevedo, Hebe Mattos, Flávio Gomes, Keila Grinberg, Barbara Weinstein, Rebecca Scott, Thomas Holt, Pamela Scully e Diana Panton.
Refletir a partir dessa perspectiva também ajuda a compreender os modos como hoje as sociedades americanas operam com identidades culturais e raciais diversas, articulando-as a diferentes memórias e apropriações do passado. Daí a importância, para este simpósio temático, da inclusão de trabalhos sobre várias regiões do Brasil e das Américas.segunda-feira, 9 de maio de 2011
Mesa redonda "Edison Carneiro e o negro no pensamento social brasileiro" - RJ
O Laboratório de Pensamento Social do CPDOC convida para a mesa-redonda a ser realizada no dia 19 de maio às 15 horas. A mesa será composta por Lilia Schwarcz (USP), Luiz Alberto Couceiro (UFRJ) e Verena Alberti (CPDOC).
Data: 19 de maio de 2011, quinta-feira
Horário: 15h
Local: Auditório 1333 (13º andar) - Fundação Getulio Vargas
Praia de Botafogo, 190.
Data: 19 de maio de 2011, quinta-feira
Horário: 15h
Local: Auditório 1333 (13º andar) - Fundação Getulio Vargas
Praia de Botafogo, 190.
SEPPIR articula parcerias com Febraban e Fiesp
Proposta visa fomento à igualdade racial nos segmentos bancário e industrial a partir de ações afirmativas pela inclusão de pessoas negras, fortalecendo a campanha "Igualdade Racial é pra Valer", um reforço à declaração da ONU, que instituiu 2011 como Ano Internacional dos Afrodescendentes
O setor bancário irá dispor de um Banco de Currículos para recrutamento de pessoas negras. A iniciativa, que visa à valorização da diversidade no preenchimento de vagas em bancos, foi discutida em reunião da ministra da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial, Luiza Bairros, com membros da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), na última sexta-feira (06), em São Paulo. A proposta deriva de um protocolo de intenções, assinado pelos dois órgãos em julho do ano passado, que objetiva a cooperação mútua para ampliar a inserção da população negra no mercado de trabalho.
A ideia consiste na disponibilização do site Valorização da Diversidade, com campo para inscrição de candidatos. À Febraban cabe a recomendação aos bancos para priorização dos currículos cadastrados, principalmente nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia. A efetividade da ação será constatada através de um sistema de monitoramento, cuja plataforma será proposta pela SEPPIR na próxima reunião, agendada para 27 de junho.
"Para além do cadastro de pessoas negras no site, nós temos que articular parcerias que qualifiquem os candidatos para que eles correspondam ao perfil das vagas disponíveis e tenham maiores chances de ocupar essas vagas", declarou a ministra Luiza Bairros. Pelo acordo, a SEPPIR está comprometida com a difusão da proposta junto às universidades que adotam o sistema de cotas raciais, bem assim com a promoção de atividades que estimulem a participação do Movimento Negro.
FIESP
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), também mostrou-se sensível ao apelo da campanha Igualdade Racial é pra Valer, lançada pela SEPPIR com o objetivo de ampliar, em todo o país, o número de ações e de atores pela igualdade racial. Em reunião do Conselho Superior de Responsabilidade Social (Consocial) do órgão, também na sexta-feira, a ministra apresentou a proposta e falou sobre possibilidades de participação do segmento. A observação da diversidade étnica no Sistema "S", que congrega serviços nacionais de aprendizagem de diversas categorias profissionais, como o industrial e comercial, foi ponto de pauta na abordagem.
Parlamentares negros/as debatem com a sociedade civil sobre a reforma política
DIA 11/5, NO AUDITÓRIO DA CÂMARA MUNICIPAL DE SALVADOR
As possíveis mudanças nas regras eleitorais do Brasil e suas implicações junto a sociedade e aos/as possíveis candidatos/as a cargos eletivos são os temas centrais do seminário Reforma Política: onde entra a população negra? entre parlamentares negros/as baianos/as e a sociedade civil, que acontece no próximo dia 11 de maio, 4ª feira, a partir das 18 horas, no Centro Cultural da Câmara Municipal Salvador. A proposta é iniciar um debate e posterior consulta a sociedade para que faça propostas ao anteprojeto apresentado pelo Senado e em discussão na Câmara dos Deputados. Os/as palestrantes serão: deputado federal Luiz Alberto (PT); deputado estadual Bira Coroa (PT), vereadora Olívia Santana (PC do B); Moisés Rocha (PT) e Gilmar Santiago (PT) que terão como mediadora a socióloga Vilma Reis, coordenadora da área Direitos Humanos do Ceafro/UFBa.
O seminário está sendo organizado pelo Ceafro – Programa do Centro de Estudos Afro-Orientais a universidade Federal da Bahia (CEAO/UFBa), Instituto Cultural Steve Biko, Fórum Baiano de Juventude Negra e Centro de Arte e Meio-Ambiente (CAMA), em parceria com a Frente Parlamentar Mista pela Igualdade Racial em Defesa das Comunidades Quilombolas e dos mandatos dos parlamentares negros/as palestrantes.
Ainda sem uma definição de quando entrará em vigor a reforma política, se nas eleições de 2012 ou em 2014, as propostas em discussão prevêem a continuidade ou não do voto obrigatório, o financiamento público de campanha evitando, assim, dinheiro da iniciativa privada nas campanhas eleitorais; candidaturas avulsas; prazo mínimo de um ano antes das eleições para filiação partidária; fidelidade partidária, ampliação da cota para mulheres (50%) na lista de candidatos/as e o fim das coligações partidárias; o fim da reeleição para presidente, governadores e prefeitos e aumento para cinco anos do mandato desses cargos.
*Obrigada por sua atenção. Caso queira mais informações favor contatar com:
Ceres Santos – 6156 DRT/RS
Tel.: (71) 9989.7243
Naiara Leite – 2823 DRT/BA
Tel: (71) 8229.8159 domingo, 8 de maio de 2011
“Leão-esfinge” de Glauber Rocha ganha nova temporada no cinema
http://www.cineinsite.com.br/materia/materia.php?id_materia=11583
08/05/11
João Carlos Sampaio
08/05/11
João Carlos Sampaio
Sem contar com exibição regular na época do seu lançamento, O Leão de Sete Cabeças (Der Leone Have Sept Cabeças, 1970) é um dos filmes menos vistos da obra de Glauber Rocha. É que a obra data de uma época em que o País enfrentou o auge do cerceamento da liberdade de expressão promovido pela ditadura militar. Um cenário inóspito para o teor libertário da película, cheia de interpretações políticas pouco convenientes.
A reapresentação do filme na programação desta semana da Sala Walter da Silveira (Barris) é mais uma chance para o espectador baiano conhecer as sete cabeças deste leão-esfinge de Glauber Rocha. A cópia é nova, nasceu de um trabalho de restauração criterioso, utilizando matrizes originais da Cineteca Nazionale di Roma (Itália).
O milagroso renascimento da película se deu com projeção no Festival de Brasília, em novembro passado. Logo depois, a fita foi relançada em sessão especial na Bahia, seguida de curta temporada de projeção. Há, portanto, ainda uma demanda enorme a ser preenchida para que a obra possa ser conhecida como deve, um dos mais lúcidos discursos do cineasta baiano, que lança mão de alegorias e de uma verve irônica peculiar.
Glauber Rocha chamava a fita de síntese da “história geral do colonialismo euro-americano”. Sendo que a visão do invasor se dá a partir do olhar do Terceiro Mundo. Filmado no Congo Brazzaville, na África, em 1969, o filme é uma epopeia sobre a invasão, que substitui – ainda segundo Glauber – as aventuras baseadas em safáris por uma leitura política que parte de um continente que tem “problemas semelhantes aos do Brasil”.
O elenco “multinacional” traz os italianos Rada Rassimov e Giulio Brogi, o francês Jean-Pierre Léaud (ator-símbolo de François Truffaut) e o brasileiro Hugo Carvana, que dão corpo e voz a personagens-arquétipos, que representam os colonizadores e os colonizados, além das diversas instâncias concorrentes para o status quo, como a religião e os interesses burgueses.
Como modelo de produção o filme também é notável, rodado com um baixo orçamento e uma construção baseada em planos-sequência, uso que se tornou recurso recorrente apenas no cinema contemporâneo. Tanto que a narração causou estranheza à época, do mesmo modo, que, nos dias de hoje, o filme soa atual e fluente.
Há um sentido de urgência na narrativa, na maneira como ela se constrói, ao tempo em que a proposição autoral se mostra íntegra e viçosa. Assim a fita se constitui num discurso simbólico, que amplia o sentido histórico da colonização, não se detendo aos acontecimentos no passado, mas também e, talvez principalmente, falando do neocolonialismo, ditado pelo imperialismo do “leão” americano.
Intensidade - Glauber não desacredita da força da imagem, muito pelo contrário, elabora visões propositivas e intensas na sua dramaticidade, mas aposta na verborragia. Fala-se muito na ação, principalmente os que personagens que têm menos a dizer. Isto é parte da fina camada de ironia que permeia toda a história, devotada à ideia de que salta aos olhos aquilo que não se pode esconder, especialmente, se filtrado por um olhar atento, cheio de acuidade.
Parte das premissas do que viria a ser Idade da Terra (1980), o último filme de Glauber, rodado dez anos depois, já estão vivas em O Leão de Sete Cabeças. A noção do jogo de domínio, do poder e do subjugo é parte do tema central de ambos os filmes. Glauber trata do inevitável confronto dos povos do novo mundo e o faz trazendo uma exposição de motivos que passa pelo reconhecimento dos divergentes interesses políticos e econômicos. Cria uma poética de grande força, um manifesto audiovisual novo em folha, mesmo em 2011.
A reapresentação do filme na programação desta semana da Sala Walter da Silveira (Barris) é mais uma chance para o espectador baiano conhecer as sete cabeças deste leão-esfinge de Glauber Rocha. A cópia é nova, nasceu de um trabalho de restauração criterioso, utilizando matrizes originais da Cineteca Nazionale di Roma (Itália).
O milagroso renascimento da película se deu com projeção no Festival de Brasília, em novembro passado. Logo depois, a fita foi relançada em sessão especial na Bahia, seguida de curta temporada de projeção. Há, portanto, ainda uma demanda enorme a ser preenchida para que a obra possa ser conhecida como deve, um dos mais lúcidos discursos do cineasta baiano, que lança mão de alegorias e de uma verve irônica peculiar.
Glauber Rocha chamava a fita de síntese da “história geral do colonialismo euro-americano”. Sendo que a visão do invasor se dá a partir do olhar do Terceiro Mundo. Filmado no Congo Brazzaville, na África, em 1969, o filme é uma epopeia sobre a invasão, que substitui – ainda segundo Glauber – as aventuras baseadas em safáris por uma leitura política que parte de um continente que tem “problemas semelhantes aos do Brasil”.
O elenco “multinacional” traz os italianos Rada Rassimov e Giulio Brogi, o francês Jean-Pierre Léaud (ator-símbolo de François Truffaut) e o brasileiro Hugo Carvana, que dão corpo e voz a personagens-arquétipos, que representam os colonizadores e os colonizados, além das diversas instâncias concorrentes para o status quo, como a religião e os interesses burgueses.
Como modelo de produção o filme também é notável, rodado com um baixo orçamento e uma construção baseada em planos-sequência, uso que se tornou recurso recorrente apenas no cinema contemporâneo. Tanto que a narração causou estranheza à época, do mesmo modo, que, nos dias de hoje, o filme soa atual e fluente.
Há um sentido de urgência na narrativa, na maneira como ela se constrói, ao tempo em que a proposição autoral se mostra íntegra e viçosa. Assim a fita se constitui num discurso simbólico, que amplia o sentido histórico da colonização, não se detendo aos acontecimentos no passado, mas também e, talvez principalmente, falando do neocolonialismo, ditado pelo imperialismo do “leão” americano.
Intensidade - Glauber não desacredita da força da imagem, muito pelo contrário, elabora visões propositivas e intensas na sua dramaticidade, mas aposta na verborragia. Fala-se muito na ação, principalmente os que personagens que têm menos a dizer. Isto é parte da fina camada de ironia que permeia toda a história, devotada à ideia de que salta aos olhos aquilo que não se pode esconder, especialmente, se filtrado por um olhar atento, cheio de acuidade.
Parte das premissas do que viria a ser Idade da Terra (1980), o último filme de Glauber, rodado dez anos depois, já estão vivas em O Leão de Sete Cabeças. A noção do jogo de domínio, do poder e do subjugo é parte do tema central de ambos os filmes. Glauber trata do inevitável confronto dos povos do novo mundo e o faz trazendo uma exposição de motivos que passa pelo reconhecimento dos divergentes interesses políticos e econômicos. Cria uma poética de grande força, um manifesto audiovisual novo em folha, mesmo em 2011.
sábado, 7 de maio de 2011
sexta-feira, 6 de maio de 2011
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