Na manhã de domingo (20), o Curuzu, no bairro da Liberdade, o sol diferente estava diferente, sem o brilho de todos os dias é que a candace do Ilê Axé Jitolu partiu para o Orum.
As candaces são rainhas mães, mulheres de sangue real, corajosas, guerreiras que ocuparam posições proeminentes, status importantes, funções políticas, sociais e culturais assumindo a totalidade do poder durante três gerações sucessivas no Reino Império de Cush. E aqui no Brasil especificamente na Bahia, Curuzu, Senzala do Barro Preto uma importante candace, aos 86 anos, deixou mais de 100 filhos e filhas-de-santo e um legado de sabedoria não só para sua família biológica e religiosa, como para o mundo.
No dia 19/09, faleceu a matriarca do Bloco Afro Cultural Ilê Aiyê Hilda Dias dos Santos, mãe preta, dona Hilda, mãe Hilda Jitolu, assim muitas pessoas conheciam esta Ialorixá, que nasceu no bairro de Brotas, em Salvador. Casou-se com Waldemar Benvindo dos Santos e teve cinco filhos, entre eles, Antônio Carlos dos Santos, (Vovô, Presidente do Ilê), Dete Lima e Vivaldo, ambos diretores da instituição.
Aos 20 anos, mãe Hilda foi convocada pelos orixás a trilha o seu odu religioso e, nove anos depois, fundou o terreiro Ilê Axé Jitolu, o qual comandou por mais de 50 anos.
Uma mulher decidida nos momentos importantes, acolhedora, observadora, incentivadora dos projetos culturais e guardiã dos conhecimentos ancestrais, assim podemos definir yá Jitolu.
Outra contribuição importante desta sacerdotisa foi a fundação da Escola Mãe Hilda Jitolu, em 1988, um espaço educacional que preserva os saberes da cultura africana para além do sagrado e eleva a auto-estima não só das crianças como das famílias na cunidade.
Esta candace teve um papel fundamental na reconfiguração identitária do povo do curuzu e da comunidade negra, pois em 1974 quando o bloco Afro Cultural Ilê Aiyê saiu da Senzala do Barro Preto, na Liberdade e desfilou no carnaval de Salvador com uma conotação positiva dos afro descentes, reafirmando o seu grupo de pertencimento e visão de mundo.
Mãe Hilda com o seu axé e sob a sabedoria de Obaluê abriu aminhos para que o “mais belos dos belos” de casa de taipa tornasse concreto e fosse reconhecido mundialmente, o que hoje chamamos de Centro Cultural Senzala do Barro Preto .
Como na canção a força do ilê, força essa que não seria apenas do Ilê Aiyê mas também da yalorixá que com os seus saberes e orientação espiritual transformou-se em uma referência para o povo de axé no estado da Bahia.
A atuação desta líder religiosa na comunidade é uma reafirmação da importância do papel das mulheres negras como principais baluartes na luta contra discriminação racial e pela cidadania do povo negro.
Sendo assim, a nossa candace parte para o mundo invisível deixando, além de muitas saudades os frutos para as próximas gerações mojúbà, Olorum modupé, kalofé, motumbá, mucuiu yá Hilda Jitolu.
As candaces são rainhas mães, mulheres de sangue real, corajosas, guerreiras que ocuparam posições proeminentes, status importantes, funções políticas, sociais e culturais assumindo a totalidade do poder durante três gerações sucessivas no Reino Império de Cush. E aqui no Brasil especificamente na Bahia, Curuzu, Senzala do Barro Preto uma importante candace, aos 86 anos, deixou mais de 100 filhos e filhas-de-santo e um legado de sabedoria não só para sua família biológica e religiosa, como para o mundo.
No dia 19/09, faleceu a matriarca do Bloco Afro Cultural Ilê Aiyê Hilda Dias dos Santos, mãe preta, dona Hilda, mãe Hilda Jitolu, assim muitas pessoas conheciam esta Ialorixá, que nasceu no bairro de Brotas, em Salvador. Casou-se com Waldemar Benvindo dos Santos e teve cinco filhos, entre eles, Antônio Carlos dos Santos, (Vovô, Presidente do Ilê), Dete Lima e Vivaldo, ambos diretores da instituição.
Aos 20 anos, mãe Hilda foi convocada pelos orixás a trilha o seu odu religioso e, nove anos depois, fundou o terreiro Ilê Axé Jitolu, o qual comandou por mais de 50 anos.
Uma mulher decidida nos momentos importantes, acolhedora, observadora, incentivadora dos projetos culturais e guardiã dos conhecimentos ancestrais, assim podemos definir yá Jitolu.
Outra contribuição importante desta sacerdotisa foi a fundação da Escola Mãe Hilda Jitolu, em 1988, um espaço educacional que preserva os saberes da cultura africana para além do sagrado e eleva a auto-estima não só das crianças como das famílias na cunidade.
Esta candace teve um papel fundamental na reconfiguração identitária do povo do curuzu e da comunidade negra, pois em 1974 quando o bloco Afro Cultural Ilê Aiyê saiu da Senzala do Barro Preto, na Liberdade e desfilou no carnaval de Salvador com uma conotação positiva dos afro descentes, reafirmando o seu grupo de pertencimento e visão de mundo.
Mãe Hilda com o seu axé e sob a sabedoria de Obaluê abriu aminhos para que o “mais belos dos belos” de casa de taipa tornasse concreto e fosse reconhecido mundialmente, o que hoje chamamos de Centro Cultural Senzala do Barro Preto .
Como na canção a força do ilê, força essa que não seria apenas do Ilê Aiyê mas também da yalorixá que com os seus saberes e orientação espiritual transformou-se em uma referência para o povo de axé no estado da Bahia.
A atuação desta líder religiosa na comunidade é uma reafirmação da importância do papel das mulheres negras como principais baluartes na luta contra discriminação racial e pela cidadania do povo negro.
Sendo assim, a nossa candace parte para o mundo invisível deixando, além de muitas saudades os frutos para as próximas gerações mojúbà, Olorum modupé, kalofé, motumbá, mucuiu yá Hilda Jitolu.
Fonte: Correio Nagô, 20.09.2009
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